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Alvenaria de Vedação
É uma alvenaria que não é dimensionada para resistir a ações além de seu próprio peso. A vedação
vertical é responsável pelo fechamento da edificação e também pela compartimentação dos
ambientes internos. A maioria das edificações executadas pelo processo construtivo convencional
(estrutura reticulada de concreto armado moldada no local) utiliza para o fechamento dos vãos
paredes de alvenaria.
Como não se utiliza projeto de alvenaria, as soluções construtivas são improvisadas durante a
execução dos serviços
A mão-de-obra pouco qualificada executa os serviços com facilidade, mas nem sempre
com a qualidade desejada
O retrabalho: os tijolos ou blocos são assentados, as paredes são seccionadas para a
passagem de instalações e embutimento de caixas e, em seguida, são feitos remendos com
a utilização de argamassa para o preenchimento dos vazios
O desperdício de materiais: a quebra de tijolos no transporte e na execução, a utilização
de marretas para abrir os rasgos nas paredes e a freqüência de retirada de caçambas de
entulho da obra evidenciam isso
Falta de controle na execução: eventuais problemas na execução são detectados somente
por ocasião da conferência de prumo do revestimento externo, gerando elevados
consumos de argamassa e aumento das ações permanentes atuantes na estrutura.
Alvenaria estrutural
Histórico
Entre os diversos sistemas construtivos alternativos introduzidos no país nas últimas décadas,
objetivando diminuir o déficit habitacional, sendo a maioria importados e mal adaptados à nossa
realidade parece ser a alvenaria estrutural o mais compatível com as condições de nossa cultura
construtiva, tanto do ponto de vista de absorção e adequação de mão-de-obra, quanto das
possibilidades de racionalização e diminuição de custos, mesmo sem garantia de demanda, pela
ausência de uma política habitacional duradoura.
O Sistema
Nos últimos 30 anos, a alvenaria estrutural apresentou grandes e visíveis avanços, tornando-se um
processo construtivo racionalizado com normas técnicas consistentes e razoavelmente amplas.
A alvenaria estrutural é definida como um processo construtivo em que as paredes são elementos
resistentes compostos por blocos, unidos por juntas de argamassa capazes de resistir a outras
cargas, além do seu peso próprio (PENTEADO, 2003; CAVALHEIRO, 2006). Ela pode ser protendida
(CAMACHO, 2006), armada ou não armada. É também conceituada como um processo construtivo
que se caracteriza pelo emprego de paredes de alvenaria e lajes enrijecedoras como estrutura
suporte de edificios e dimensionada a partir de um cálculo racional e de confiabilidade
determinável (SABBATINI, 2003; FRANCO, 1992; CAVALHEIRO, 2006).
Utiliza como estrutura as próprias paredes. Portanto difere das estruturas convencionais de
concreto armado pelo fato de não necessitar de vigas e pilares, ou seja não tem uma estrutura de
elementos lineares, posteriormente preenchido por paredes de vedação.
Para a execução das paredes, o emprego de blocos com dimensões e resistência adequadas ao
projeto é fundamental. Além disso, estas unidades devem ser moduladas, isto é, devem apresentar
relações apropriadas entre suas medidas, para possibilitar definida amarração entre elas. A partir
destas, chega-se a uma planta com coordenação modular incrementando a racionalização do
sistema.
O bloco com vazados na vertical confere facilidades nos processos de alvenaria estrutural, os
vazados diminuem a massa dos blocos, permitindo peças de maiores dimensões, possibilitando
economia de argamassa de assentamento, além de possibilitar a passagem das instalações, assim,
a produtividade no levantamento de paredes aumenta consideravelmente.
As familias sâo constituidas do bloco, do meio bloco e do bloco e meio, bem como de peças
complemantares para respaldo, vergas e contravergas, chamadas canaletas. É importante salientar
que estes blocos são assentados, usualmente, com argamassa mista de cimento, cal e areia, de
resistência e consistência adequadas ao projeto e à técnica de argamassamento empregada.
A alvenaria estrutural tem grande capacidade resistente à compressão e assim, em geral, não
precisa armadura. Neste caso estamos diante da alvenaria estrutural não armada. Mas forças
laterais, como as originadas da ação do vento, ou excentricidades de cargas, podem conduzir à
tração nas paredes. Neste caso deve-se colocar barras de aço, devidamente calculadas, nos
vazados de determinados blocos, os quais são posteriormente preenchidos com graute, uma
espécie de micro-concreto neste caso estamos diante da alvenaria estrutural armada.
Situações Especiais
*Paredes Removíveis
Pode se elaborar um projeto arquitetônico que permita opções de mudanças futuras, desde que as
informações e providências necessárias estejam previstas e explicitadas no manual do proprietário,
não deixando nenhuma dúvida quanto a sua execução. Estas paredes serão consideradas como
paredes de vedação no cálculo estrutural.
Uma vez que paredes removíveis, previstas em projeto, não deverão estar amarradas com as
paredes definitivas, deve se nesse caso adotar juntas a prumo com tratamento adequado. Os
procedimentos para remoção de tais paredes deverão estar registrados no manual do proprietário.
Como os encontros entre alvenaria estrutural e de vedação não podem ser feitos por amarração
direta, independentemente da espessura dos blocos o encontro das alvenarias deverão ser
executados aplicando-se telas galvanizadas na argamassa a cada duas fiadas.
Projeto executivo
Para obter o máximo de vantagens que o processo construtivo de alvenaria estrutural proporciona,
é imprescindível a elaboração de um projeto executivo ou producao.
O seu conteúdo deve contemplar todos os serviços que serão executados simultaneamente à
elevação da alvenaria.
O projeto deve apresentar desenhos técnicos contendo as plantas das fiadas diferenciadas, exceto
na altura das aberturas, e as elevações de todas as paredes.
Em casos especiais de elementos longos repetitivos (como muros, por exemplo), plantas e
elevações podem ser representadas parcialmente. Sempre que presentes, devem ser apresentados:
localização dos pontos grauteados e armaduras, detalhes de amarração das paredes e
posicionamento das juntas de controle e de dilatação.