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• O QUE É PROCESSO?
Nós sabemos que em determinado sentido o soberano, aquele na qual tem o poder de decisão,
a sua vontade também sobre os outros é uma garantia de que os súditos obedecerão. Pelo
motivo dele ser dependente de tudo, o mesmo sofre com a possibilidade da tentativa de sofrer
uma revolução. Desse modo, ele sempre tenta de certa forma justificar sua soberania para que
ele sempre seja aceito.
Nesse segmento e tentando superar esse modelo, a modernidade surge com o preceito de
tentar garantir um uma melhora nas suas decisões e essa garantia é o processo (modernização).
Nesse sentido, o processo é uma dilação no tempo a partir do momento em que as partes vão
poder dialogar uma com a outra diante de um sujeito supostamente superior, um superior do
estado e essas partes vão dialogar entre si em busca de uma decisão de um terceiro imparcial.
Essa é basicamente a definição de processo.
Em síntese, seria a existência de um litígio e a decisão estatal que vai restituir a ordem. Nesse
sentido, o processo é uma garantia da modernidade contra o absolutismo.
Essa é a primeira definição de processo, porém existe outras definições mais técnicas que
seria basicamente a definição de Fredie Didier.
• 2ª dimensão: Dimensão da Validade – Nem todo ato jurídico, fato jurídico tem a
dimensão da validade. Nesse sentido, os requisitos de validade é justamente ir de acordo com
as regras jurídicas (não ser um ato viciado).
• 3ª Dimensão: Dimensão da Eficácia – Cumprir o que se tinha proposto entre as partes.
Além disso, fazendo uma síntese do processo para Didier, ele diz que o processo é um método
de exercício de poder, um exemplo é quando juiz vai decidir algo, pois o mesmo está lá
representando o estado. O Fredie Didier compara o juiz a um arbitro porque ele é capaz de
produzir coisa julgada. Para ele a função jurisdicional é caracterizada pela capacidade de formar
coisa julgada.
Nesse sentido, o professor salienta um dos primeiros artigos do CPC/2015: Art.4 “As partes
tem o direito de obter um prazo razoável para a resolução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa.”
Esse “incluída a atividade satisfativa” quer dizer que o judiciário não simplesmente certifica o
direito, ele também é responsável pela atuação do estado no sentido do cumprimento e da
efetivação de sua própria decisão.
Professor salienta que no Brasil temos dois vetores do processo, dois autores que são passíveis
de crítica que o Dinamarco e Álvaro de Oliveira.
ÁLVARO DE OLIVEIRA: Se para o Dinamarco o processo é o meio para o fim, o Álvaro de Oliveira
vai dizer que o processo é forma, a forma também tem valor e esse valor é aquele valor que as
partes dão a ela. Juiz e as partes tem que entrar em dialogo e uma cooperação para resolver o
litígio. Ele diz que a sociedade é quem vai resolver o litígio.
Ademais, seguindo a dimensão do fato jurídico e suas três sub-dimensões, o professor salienta
que nem todo fato jurídico sujeita as três dimensões. Temos uma classificação dos fatos
jurídicos:
• Fatos jurídicos em sentido estrito – Onde não temos a participação da vontade humana.
• Ato fato jurídico: aqui a vontade humana tem relevância, no ato fato jurídico o que é relevante
é a ação humana se produza.
• Atos jurídicos latu sensu: Os atos jurídicos latu sensu são diferenciados de duas formas: todo
ato jurídico é caracterizado por ser um fato jurídico na qual tenho uma ação humana e na qual
a vontade é um elemento relevante. O ato jurídico latu sensu se divide em Ato Jurídico em
sentido estrito e em negócio jurídico.
Vale destacar que o processo não é a única forma de solução de conflitos, temos outras:
• AUTOTUTELA: 2 PARTES.
Exemplos de autotutela:
• Legitima defesa (CP, Arts. 24 e 25): Se eu tenho uma ameaça indevida a um bem próprio.
Eu estou legitimado pelo ordenamento a defender aquele bem jurídico.
• Desforço imediato (CC,Art, 1210, §1º): é o caso da posse, se eu tenho a posse esbulhada,
contestada, eu tenho autorização do ordenamento para manter uma ordem de reaver minha
posse.
• Greve (CF,Art. 9º): Instrumento social como luta trabalhista, tutela dos direitos do
proletariado.
• Sem participação de terceiros é quando eu reconheço que eu quanto réu errei e pago ou se
estabelece uma forma de encerrar minha obrigação. Fico livre daquela obrigação.
# Reconhecimento do pedido.
# Desistência e renúncia.
• Com a participação de terceiros: esse terceiro vai ser o facilitador da ação. E temos duas
dimensões:
# Mediação: o mediador não tem tanta liberdade para oferecer soluções, ele vai procurar
sensibilizar as partes.
# Conciliação: o facilitador já pode propor soluções, mas não faz muita coisa na prática.
• PROCESSO JURISDICIONAL LATO SENSU: Nesse processo temos um processo nas mãos de um
terceiro imparcial e essa decisão se torna imutável. Ex: processo judicial comum como o penal,
civil etc.
Nesse sentido, no processo jurisdicional temos a presença de um arbitro que pode ser
qualquer coisa (um engenheiro, desenhista etc), e esse terceiro se coloca sobre as partes. Esses
processos são passíveis de coisa julgada.