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3/18/2021 Estimulado por Bolsonaro, Congresso derruba veto e perdoa dívida bilionária de igrejas - 17/03/2021 - Mercado - Folha

SENADO (HTTPS://WWW1.FOLHA.UOL.COM.BR/FOLHA-TOPICOS/SENADO)

Estimulado por Bolsonaro, Congresso derruba veto e


perdoa dívida bilionária de igrejas
Proposta foi inserida em um projeto de lei sobre a resolução de litígios com a União

17.mar.2021 às 19h12

EDIÇÃO IMPRESSA (https://www1.folha.uol.com.br/fsp/fac-simile/2021/03/18/)

Bernardo Caram (https://www1.folha.uol.com.br/autores/bernardo-caram.shtml)


Danielle Brant (https://www1.folha.uol.com.br/autores/danielle-brant.shtml)
Renato Machado (https://www1.folha.uol.com.br/autores/renato-machado.shtml)

BRASÍLIA Com o respaldo de Jair Bolsonaro, o Congresso derrubou nesta


quarta-feira (17) os vetos presidenciais ao dispositivo que concede anistia em
tributos devidos por igrejas, que têm mais de R$ 1 bilhão em dívidas
registradas com a União (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/09/equipe-economica-recomenda-
veto-a-perdao-tributario-de-igrejas-que-devem-mais-de-r-1-bi.shtml).

Na Câmara, os vetos foram votados em bloco e rejeitados com outros


dispositivos que faziam parte Sua de
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um acordo, como itens do pacote anticrime,
ENTENDA
da lei de falências e da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Ao todo, 439
deputados votaram pela derrubada do veto. No Senado, a votação também
foi em bloco, com o veto sendo derrubado por 73 votos - eram necessários
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3/18/2021 Estimulado por Bolsonaro, Congresso derruba veto e perdoa dívida bilionária de igrejas - 17/03/2021 - Mercado - Folha

Presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco
(DEM-MG), após Congresso Nacional promulgar a PEC Emergencial - Raul Spinassé -
15.mar.2021/Folhapress

O perdão às dívidas de igrejas é criticado pela equipe econômica, que destaca


o impacto fiscal da medida. Conforme já mostrou a Folha, somente na
Receita Federal o total de débitos pendentes de entidades religiosas é de
aproximadamente R$ 1 bilhão, de acordo com informação colhida pelos
auditores a pedido do Congresso em meados do ano passado.

O presidente Bolsonaro afirmou na ocasião


Sua assinatura valeque era obrigado a vetar o
muito.
perdão para as igrejas, alegando que poderia passar por um processo de
ENTENDA
impeachment, por desrespeito à LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e
também a Lei de Responsabilidade Fiscal. No entanto, pediu ao Congresso
que derrubasse o veto (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/09/bolsonaro-veta-anistia-em-tributos-
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outros R$ 462 milhões em dívidas registradas.
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A proposta que beneficia entidades religiosas foi criada pelo deputado David
Soares (DEM-SP) e inserida em um projeto de lei sobre a resolução de litígios
com a União. Ele é filho do pastor R. R. Soares, fundador da Igreja
Internacional da Graça de Deus (entre as principais devedoras).

O texto altera a lei de 1988 que instituiu a CSLL (Contribuição Social sobre
Lucro Líquido) para remover templos da lista de pessoas jurídicas
consideradas pagadoras do tributo, além de anular autuações que
desrespeitem a premissa. A justificativa é que a Constituição dá proteção
tributária às igrejas, mas o argumento é contestado.

Em outro trecho, o projeto concede anistia retroativa à cobrança de


impostos previdenciários nas remunerações pagas a membros religiosos
(como os pastores). A proposta busca aplicar o entendimento que os valores
não são remunerações.

Na visão de membros do Fisco, as igrejas muitas vezes pagam salários a um


grande número de pessoas, de empregados a pastores, e classificam os
repasses com outros nomes (doações, por exemplo). Como muitas vezes as
igrejas têm um grande número de empregados, a União deixa de recolher um
volume significativo de recursos em Imposto de Renda e contribuições
previdenciárias.

Nem todas as igrejas seguem a prática. Auditores afirmam que há casos em


que os empregados e pastores são registrados conforme rege a lei, inclusive
sob o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

O dispositivo foi inserido em setembro na Câmara no projeto que


Sua assinatura vale muito.
regulamentava o pagamento de precatórios e mantido pelo Senado, mas
ENTENDA
vetado por Bolsonaro. Na ocasião, o presidente afirmou que, se fosse
deputado ou senador, votaria pela derrubada do veto.

NaJornalismo
tentativa que
de manter
fiscalizaooveto,
podero público
Ministério da Economia
e veicula tentou
notícias úteis argumentar
e inspiradoras.
que poderia apresentar uma proposta para futura avaliação desse tema pelo
Congresso. ASSINE
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“O veto não impede a manutenção de diálogos, esforços e a apresentação de


instrumentos normativos que serão em breve propostos pelo Poder
Executivo com o intuito de viabilizar a justa demanda”, informou na
justificativa do veto.

Também foram derrubados vetos a dispositivos da nova Lei de Falências.


Entre os trechos que terão a validade mantida, alguns provocarão perda de
receitas para a União, sem indicar uma fonte de compensação.

Há, por exemplo, o artigo que amplia as compensações tributárias que


podem ser feitas por empresas em recuperação judicial ou falência
decretada. Outro trecho mantido define que receitas obtidas pela companhia
em processo de recuperação não serão usadas para calcular a cobrança de
PIS/Cofins.

Os parlamentares ainda rejeitaram vetos a trechos da Lei de Diretrizes


Orçamentárias de 2021, que fornece a base para a elaboração do Orçamento
do ano. Um dos dispositivos deve ampliar o volume de recursos indicados
pelos parlamentares para serem aplicados em obras nas suas bases
eleitorais.

O artigo cria marcadores de despesas para emendas indicadas por comissões


temáticas e pelo relator do Orçamento. Ao vetar o dispositivo, o governo
argumentou que a medida aumenta a rigidez do Orçamento e contraria a
Constituição.

Ainda na LDO, a derrubada de outro veto fará com que, na prática, seja
ampliado o volume de recursos que os ministérios poderão empenhar para
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obras. O empenho é a primeira etapa do gasto público, fase na qual o
ENTENDA
governo se compromete a reservar o valor daquela obra ou serviço.

Com a nova regra, será possível extrapolar o Orçamento do ano, com a


liberação do que
Jornalismo gasto para um
fiscaliza período
o poder maise longo.
público veiculaO governo
notícias argumenta
úteis que o
e inspiradoras.
dispositivo fere o princípio da anualidade do Orçamento, já que será
obrigado a empenhar em um ano ASSINE A FOLHA
ggastos que irão extrapolar para outros
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exercícios.
(https:/A medida cria mais pressão sobre as contas públicas.
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Outro dispositivo que teve veto derrubado libera o empenho de recursos do


governo federal para obras que ainda não receberam licença ambiental ou
não têm projeto de engenharia concluído.

Em outro, o Congresso derrubou um dos vetos presidenciais ao Programa


Casa Verde Amarela, que substituiu o Minha Casa Minha Vida. Com isso,
volta a vigorar um regime especial de tributação para as empresas que vão
construir unidades habitacionais no âmbito do programa no valor de até R$
124 mil.

De acordo com esse dispositivo, essas construtoras ficam autorizadas a pagar


de maneira unificada os tributos equivalentes a 4% da receita mensal
auferida pelo contrato de construção.

Em uma vitória do governo, o Congresso manteve os vetos de Bolsonaro


referentes ao novo marco do saneamento
(https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/06/entenda-propostas-do-novo-marco-do-saneamento-basico-no-

brasil.shtml#:~:text=O%20novo%20marco%20regulat%C3%B3rio%20do,milh%C3%B5es%20est%C3%A3o%20sem%20%C3%A

1gua%20tratada.).

Enquanto a maior parte dos vetos foram votados em bloco, a legislação


referente à nova legislação do saneamento foi uma das que precisou ser
votada em separado na Câmara, em decorrência da falta de acordo entre os
líderes.

A resistência maior estava no Senado, mas a votação naquela casa só


aconteceria em caso de derrubada na Câmara, o que não aconteceu. O veto
foi mantido pelos deputados por 292 votos, contra 169 e uma abstenção.
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Eram necessários 257 votos para a sua derrubada.
ENTENDA

O principal dispositivo em discussão era o polêmico artigo 16. A manutenção


do veto elimina a possibilidade de renovação dos atuais contratos celebrados
entre municípios
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que fiscaliza com as
o poder empresas
público estaduais
e veicula notíciasde água
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saneamento.
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O projeto de lei aprovado no/LOGIN.FOLHA.COM.BR/ASSINATURA/391202)
(HTTPS:/ Congresso abria a possibilidade de
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OK
renegociação e renovação
folha-de-spaulo.shtml), paradesses contratos
recomendar conteúdopor
e um período de 30 anos,
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desde que isso fosse feito até 2022. Serviços prestados hoje sem contrato
poderiam ser regularizados.

O dispositivo foi duramente criticado pela equipe econômica, que


argumentava que iria atrasar em muitos anos a entrada da iniciativa privada
nesse mercado.

A oposição tentou retirar o veto ao marco do saneamento da pauta, sem


sucesso.

“Aqui as empresas de saneamento são extintas, porque se extingue os


contratos de programas. E o que o art. 16 prevê é a possibilidade de 2 anos
para a renovação desses contratos. Tirando esses 2 anos, não há mais chance
de contrato de programa. As empresas públicas não vão mais poder fazer a
prestação dos municípios”, afirmou o deputado Afonso Florence (PT-BA).

“Vai cair o valor das empresas, porque o que elas têm de ativo é isso. A
abertura de capital e a venda de ação depreciam. Isso é um crime de lesa-
humanidade contra o povo brasileiro”, completou.

O novo marco do saneamento foi aprovado no Congresso em junho do ano


passado, com o objetivo de universalizar o saneamento básico no país até
2033.

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