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O valor eficaz (norma Euclidiana) de 𝑣𝑣̂ pode ser escrito 𝑖𝑖 = 𝑖𝑖𝑎𝑎 + 𝑖𝑖𝑟𝑟 + 𝑖𝑖𝑣𝑣 (8)
como:
𝑊𝑊𝑟𝑟
𝑖𝑖𝑟𝑟 = 𝑣𝑣̂ = 𝛤𝛤𝑒𝑒 𝑣𝑣̂ (10)
𝑉𝑉̂ 2
𝑃𝑃1
𝐺𝐺1 = . (26)
𝑉𝑉12
Fig. 2. Circuito equivalente baseado na decomposição do fator de
potência.
Susceptância fundamental [S]:
IV. CARACTERIÇÃO DE CARGAS LINARES E NÃO- 1 𝑊𝑊𝑟𝑟1 𝜔𝜔2 𝑄𝑄1 1 𝑄𝑄1
LINEARES = 2 = 2 ⇒ = 𝐵𝐵1 = 2 . (27)
𝐿𝐿1 ̂
𝑉𝑉1 𝜔𝜔𝑉𝑉1 𝜔𝜔𝐿𝐿1 𝑉𝑉1
A idéia central deste método é a de extrair, a partir das
formas de onda de tensão e corrente e parcelas de potência Pode-se afirmar que se 𝐺𝐺1 e 𝐿𝐿1 forem alimentados pela
medidas no PAC, um modelo de carga equivalente que tensão fundamental (𝑣𝑣1 ), estes devem absorver exatamente a
represente uma carga genérica (caixa preta). corrente fundamental da carga (𝑖𝑖1 ). Assim:
Baseado na decomposição de corrente/potência
1
apresentada no item II, porém pressupondo que a fonte de 𝑖𝑖1 = 𝐺𝐺1 𝑣𝑣1 + 𝑣𝑣̂ . (28)
tensão que alimenta as cargas genéricas é puramente senoidal, 𝐿𝐿1 1
e levando em conta o sinal da energia reativa fundamental,
uma carga genérica pode ser caracterizada mediante a Figura Fonte de corrente harmônica [A]:
3. 1
𝑗𝑗ℎℓ = 𝑖𝑖ℓ − 𝐺𝐺1 (𝑣𝑣
⏟ 1 + 𝑣𝑣ℎ ) − (𝑣𝑣
⏟̂ + 𝑣𝑣̂ℎ )
𝐿𝐿1 1
𝑣𝑣 𝑣𝑣̂ (29)
1 1
𝑗𝑗ℎℓ = 𝑖𝑖ℓ − 𝑖𝑖1 − 𝐺𝐺1 𝑣𝑣ℎ − 𝑣𝑣̂ℎ = 𝑖𝑖ℎ − 𝐺𝐺1 𝑣𝑣ℎ − 𝑣𝑣̂ℎ .
𝐿𝐿1 𝐿𝐿1
𝑃𝑃1
𝑅𝑅1 = . (30)
𝐼𝐼12
a) b)
Fig. 3. Circuito equivalente após a caracterização da carga. (a) Fonte
Capacitância pela fundamental [F]:
de corrente harmônica (𝑊𝑊𝑟𝑟1 > 0). (b) Fonte de tensão harmônica
(𝑊𝑊𝑟𝑟1 < 0). 𝐼𝐼̂12 𝜔𝜔𝐼𝐼12 𝐼𝐼12
𝐶𝐶1 = − = − 2 ⇒ 𝐶𝐶1 = . (31)
𝑊𝑊𝑟𝑟1 𝜔𝜔 𝑄𝑄1 𝜔𝜔𝑄𝑄1
Observa-se que, diferentemente do circuito equivalente
mostrado na Figura 1, este método apresenta uma Fonte de tensão harmônica [V]:
caracterização mais apropriada para a carga, onde o circuito
paralelo é composto por uma condutância fundamental (𝐺𝐺1 ), 𝑖𝑖̇̂ℓ 𝑖𝑖̇̂ℎ
𝑒𝑒ℎℓ = 𝑣𝑣1 − 𝑅𝑅1 𝑖𝑖ℓ − = 𝑣𝑣ℎ − 𝑅𝑅1 𝑖𝑖ℎ − . (32)
uma susceptância fundamental (𝐵𝐵1 ) e uma fonte de corrente 𝐶𝐶1 𝐶𝐶1
harmônica (𝑖𝑖ℎℓ ). Por outro lado, o circuito série é composto
por uma resistência fundamental (𝑅𝑅1 ), um capacitor Percebe-se que tanto a fonte de corrente harmônica quanto
fundamental (𝐶𝐶1) e uma fonte de tensão harmônica (𝑒𝑒ℎℓ). a fonte de tensão harmônica ficam em função das
Neste caso, as fontes de tensão e corrente apontam os componentes harmônicas de tensão e corrente, bem como das
harmônicos oriundos da conversão de energia na carga. suas parcelas harmônicas das integrais parciais de tensão e
Supondo que o equipamento de medição é capaz de corrente. Com os parâmetros calculados, pode-se descrever o
decompor a tensão em componente fundamental e circuito equivalente que caracteriza uma carga genérica.
harmônicas, a potência ativa fundamental e a energia reativa Observa-se que estes circuitos (Figura 3) são mais gerais que
fundamental, podem ser calculadas por: aqueles propostos em [5], [6], onde foi introduzido o conceito
de carga tipo fonte de tensão e tipo fonte de corrente, mas onde
𝑇𝑇
1 as do tipo fonte de tensão só podiam ser caracterizadas por
𝑃𝑃1 = ∫ 𝑣𝑣1 𝑖𝑖1 𝑑𝑑𝑑𝑑 (24) uma fonte de tensão harmônica, assim como a de corrente
𝑇𝑇 apenas por uma fonte de corrente harmônica.
0
𝑃𝑃𝐺𝐺 𝑃𝑃 − 𝑃𝑃𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹
𝜆𝜆𝐺𝐺 = = (34)
√𝑃𝑃𝐺𝐺2 + 2
𝑃𝑃𝑛𝑛𝑛𝑛 √(𝑃𝑃 − 𝑃𝑃𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 )2 + 𝑃𝑃𝑛𝑛𝑛𝑛
2
tal que 𝑃𝑃𝑛𝑛𝑛𝑛 = √𝑄𝑄2 + 𝐷𝐷2 é potência não ativa demandada pela
carga. Nota-se que o fator de potência depende da produção
de energia da fonte local (𝑃𝑃𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 ) e da demanda de 𝑃𝑃, 𝑄𝑄 e 𝐷𝐷 da
carga. De (34), observa-se que o fator de potência pode variar
em função da energia produzida pela FLE. Estas condições de
operação são muito comuns em unidades de geração com
características intermitentes como são a fotovoltaica e eólica.
Portanto nestes sistemas podemos ter as seguintes situações: Fig. 4. Circuito equivalente baseado na decomposição de corrente
da CPT considerando geração de energia local.
Se a FLE não produz energia (𝑃𝑃𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 = 0), o fator de
potência do lado da rede resulta igual ao da carga (𝜆𝜆𝐺𝐺 = Neste caso, a injeção de potência ativa (𝑃𝑃𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 ) gerada pela
λ). A carga pode ser caraterizada conforme a definição FLE é realizada pela corrente 𝑖𝑖𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 a qual é obtida do produto
do fator de potência; da condutância equivalente (𝐺𝐺𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 = 𝑃𝑃𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 /𝑉𝑉 2) multiplicado
Se a potência gerada pela FLE é igual a potência pela tensão. Da Figura 4, a corrente no lado da rede resulta:
demandada pela carga (𝑃𝑃𝐹𝐹𝐿𝐿𝐿𝐿 = 𝑃𝑃), o fator de potência
resulta nulo (𝜆𝜆𝐺𝐺 = 0). Neste caso não é possível
𝑖𝑖𝑠𝑠 = 𝑖𝑖 − 𝑖𝑖𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 = 𝑖𝑖𝑎𝑎 − 𝑖𝑖𝑟𝑟 − 𝑖𝑖𝑣𝑣 − 𝑖𝑖𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 . (35)
caracterizar a carga, mediante a definição do fator de
potência;
Se a potência gerada é maior que a potência demandada Uma vez que a corrente que está sendo injetada na rede
pela carga (𝑃𝑃𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 > 𝑃𝑃) o fator de potência resulta (−) e (𝑖𝑖𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 ) deve ser senoidal e em fase com a tensão, a corrente
pode ser menor que sem FLE (𝜆𝜆𝐺𝐺 < 𝜆𝜆). Neste caso, por reativa e residual drenada pela carga é fornecida pela rede,
exemplo, um autoprodutor que injeta potência ativa na diminuindo assim o fator de potência da unidade consumidora.
rede estaria sendo penalizado ainda mais pela diminuição No entanto, neste caso o problema para a rede não é o valor
do fator de potência. Assim a caracterização de carga do fator de potência, mas sim as correntes indesejadas (reativa
mediante o fator de potência pode não ser a mais e distorciva) que circulam através da impedância de linha
adequada; incrementando as perdas na linha. Assim, num cenário onde o
Se a potência gerada é menor que a potência demanda consumidor também é um produtor de energia, não faz sentido
pela carga (𝑃𝑃𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 < 𝑃𝑃) o fator de potência resulta (+) e limitar o fator de potência, uma vez que a diminuição do fator
também pode resultar mais baixo que sem FEL (𝜆𝜆𝐺𝐺 < 𝜆𝜆). de potência é devido à injeção da corrente ativa (potência
Portanto, também neste caso a caracterização da carga ativa) que está sendo gerada pela FLE. Neste caso, deveriam
mediante o fator de potência pode não ser a mais ser limitadas as correntes indesejadas (reativa e distorciva)
adequada. como vem sendo realizadas em [24]-[26], ou utilizando outras
técnicas de controle multifuncional de conversores
Do anterior, quando a potência ativa é negativa, o fator de eletrônicos. Discussões adicionais sobre outros indicadores de
potência por definição é negativo. Quando a potência ativa é qualidade da energia elétrica podem ser encontrados em [27].
positiva, por definição o fator de potência resulta positivo.
Embora a norma IEEE 1459 [23] não se refira explicitamente
a) b) c) d)
Fig. 5. Circuitos analisados: a) Exemplo # 1, carga resistiva controlada por Triac, b) Exemplo # 2, motor CC alimentado por uma fonte de
tensão CA, c) Exemplo # 3, carga RL, resistiva indutiva, d) Exemplo # 4, carga RC, resistiva capacitiva.
a) b) c)
Fig. 6. Tensão, corrente e decomposição da corrente no PAC, de acordo com a CPT para os circuitos analisados: a) Exemplo # 1, carga resistiva
controlada por Triac, b) Exemplo # 2, motor CC alimentado por uma fonte de tensão CA, c) Exemplo # 3, carga RL, resistiva indutiva.
a) b) c)
Fig. 7. Parâmetros estimados para os circuitos analisados: a) Exemplo # 1, característica tipo fonte de corrente harmônica, b) Exemplo # 2,
característica tipo fonte de corrente harmônica, c) Exemplo # 3, característica tipo fonte de corrente harmônica.