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Resumo
O conteúdo do presente estudo é o desenvolvimento de um ambiente
construtivista de aprendizagem para a formação alunos de Matemática da
Educação Básica, cujo objetivo é analisar a relação existente entre a
matemática evidenciada na escola e o cotidiano dos alunos da educação
básica, a partir da reflexão sobre problemas autênticos da sua prática e do
cotidiano. No presente estudo, buscou-se a enfocar pontos de vista
evidenciados por alguns autores citados. A análise de conteúdo permitiu a
sugestão de algumas metodologias voltadas para o êxito docente. A partir da
análise de avaliação dos temas que compõe as categorias Currículo e Ensino-
Aprendizagem foi identificada uma série de problemas comuns a professores
de Matemática da Educação Básica. Os resultados apontam para a inserção de
metodologias voltadas para o conhecimento real do aluno e de suas
características socioeconômicas.
ABSTRACT
The contents of this study is the development of a constructivist learning
environment for training students in Mathematics for Basic Education, aiming to
examine the relationship between mathematics evident in school and daily life
of students of basic education from the reflection on authentic problems in their
practice and daily life. In this study, we sought to focus on points of view
highlighted by some authors. Content analysis led to the suggestion of some
methodologies geared to successful teaching. From the evaluation analysis of
the themes that compose the categories of Curriculum and Teaching and
Learning has identified a number of problems that teachers of Mathematics in
Basic Education. The results point to the inclusion of methodologies aimed at
the real knowledge of students and their socioeconomic characteristics.
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Professor de Matemática e Física da Rede Pública de Ensino. Graduado em Matemática pela
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA e discente do Curso de Pós-Graduação em Matemática da
Especialização e Estudos Avançados ESEA.
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INTRODUÇÃO
O ensino de matemática no Brasil, principalmente nas escolas públicas, tem
mostrado uma face de exacerbada deficiência no que diz respeito à aprendizagem
escolar. Os altos índices de reprovação ou de formação sem qualidade tem refletido
na pouca produção de profissionais graduados na área de exatas e por
conseqüência, na inabilidade de indivíduos para ingressar no mercado de trabalho,
já que o mundo contemporâneo está fortemente voltado para as ciências
tecnológicas e a globalização “força” os países a desenvolverem uma sociedade
com forte potencial lógico-matemático.
De acordo com Druck (2004),
Resultados tão desastrosos mostram muito mais do que a má formação de
uma geração de professores e estudantes: evidenciam o pouco valor dado
ao conhecimento matemático e a ignorância em que se encontra a
esmagadora maioria da população no que tange à matemática. Não é por
acaso que o Brasil conta com enormes contingentes de pessoas privadas
de cidadania por não entenderem fatos simples do seu próprio cotidiano,
como juros, gráficos, etc. - os analfabetos numéricos -, conforme atesta o
recente relatório Inaf sobre o analfabetismo matemático de nossa
população. (DRUCK, 2004, p. 142)
Por mais que tal potencial exista de forma inata, percebemos que, ao longo
da jornada escolar, o indivíduo vai perdendo suas potencialidades e entregando-se a
um formalismo escolar depressivo, tornando-se um sujeito fruto das exigências
técnicas e curriculares oferecidas pela escola.
O presente estudo resultou de questionamentos sobre a prática escolar
cotidiana e sua relação com o cotidiano dos alunos, de onde decorre uma
problemática preocupante: Existe relação entre a matemática evidenciada na escola
e o cotidiano dos alunos da educação básica?
Para compreender tais indagações e procurar norteá-las dentro de um
contexto científico, buscou-se fazer uma pesquisa bibliográfica o que resultou em
uma revisão de literatura voltada para as premissas da educação matemática
brasileira. Trata-se de um artigo de revisão, portanto, far-se-á uma retórica voltada
para o pensamento científico atual e os diversos conceitos desenvolvidos ao longo
de experiências anteriores de profissionais da área da educação.
Partiremos de objetivos bem simples, tais quais: Compreender em quais
aspectos a matemática escolar difere da realidade dos alunos da educação básica,
além de analisar práticas pedagógicas que aproximam a matemática do cotidiano
dos alunos.
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Não é raro, hoje, encontrar alunos da Educação Básica que trabalham como
vendedores, feirantes, comerciantes, designers, técnicos em geral e que vivem às
voltas com a disciplina quando trabalhada na escola. A razão disso? Ora, não existe
um motivo principal, porém, diversos fatores que distanciam a escola da vida. Ainda
segundo Miguel (2008, p.375),
As diversas tentativas de explicação do problema transitam pelas idéias de
formação inadequada do professor, condições inadequadas de trabalho no
magistério, dificuldades de aprendizagem dos alunos, desvalorização da
escola, currículos e programas de ensino obsoletos, etc., e, via de regra,
cada aspecto dessa problemática merece a devida consideração e cumpre
um papel determinante para o desempenho das crianças nessa área do
conhecimento. (MIGUEL, 2008, p.375)
É óbvio que mesmo nessas situações, tais cursos podem formar excelentes
profissionais, no entanto, acabam por ser um número tão pequeno, que muitos,
desmotivados pelos esdrúxulos planos de carreiras do magistério, acabam por
“migrar” para outras profissões acessíveis por concursos públicos ou contratos de
carreira (bancários, oficiais de justiça, consultores em geral, entre outros cargos do
funcionalismo público e privado).
Sob este ponto de vista ainda nos reportamos à outra problemática
contemporânea, muitos profissionais mal qualificados frequentemente, usam e
abusam das concepções pedagógicas em sala de aula como se tais substituíssem
pura e simplesmente o domínio do conteúdo.
Nos últimos 30 anos, implementou-se no Brasil a política da
supervalorização de métodos pedagógicos em detrimento do conteúdo
matemático na formação dos professores.
Comprovamos, agora, os efeitos danosos dessa política sobre boa parte
dos nossos professores. Sem entender o conteúdo do que lecionam,
procuram facilitar o aprendizado utilizando técnicas pedagógicas e
modismos de mérito questionável. (DRUCK, 2004, p. 142)
domínio dos conteúdos, para, pelo menos apresentar pontos de vista distintos sobre
determinados assuntos e assim contextualizar seu discurso.
Segundo Druck (2004, p.143),
O bom treinamento em matemática é efetuado, necessariamente, com
ênfase no argumento lógico, oposto ao autoritário, na distinção de casos, na
crítica dos resultados obtidos em comparação com os dados iniciais do
problema e no constante direcionamento para o pensamento independente.
Esses hábitos são indispensáveis em qualquer área do conhecimento e
permitem a formação de profissionais criativos e autoconfiantes - e a
matemática é um campo ideal para o seu exercício. (DRUCK, 2004, p.143)
pública situada na área metropolitana ou rural, por que os alunos têm vontade, ou
não têm, de estudar matemática?
uma atividade lúdica, que envolve o desejo e o interesse do jogador pela própria
ação do jogo, e envolve a competição e o desafio que motivam o jogador a conhecer
seus limites e suas possibilidades de superação de tais limites, na busca da vitória,
adquirindo confiança e coragem para se arriscar.
Quando são propostas atividades com jogos para alunos (experiência
realizada nas escolas Djalma Cruz e Carlindo Alves da Silva nos respectivos
municípios de Cândido Mendes e Santa Luzia do Paruá), a reação mais comum foi
alegria e prazer pela atividade a ser desenvolvida. O interesse pelo material do jogo
pelas regras ou pelo desafio proposto envolve o aluno, estimulando-o à ação.
É necessário que a atividade de jogo proposta, represente um verdadeiro
desafio ao sujeito despertando-o para a ação, para o envolvimento com a atividade,
motivando-o ainda mais.
Quando nos referimos à utilização de jogos nas aulas de matemática como
um suporte metodológico, consideramos que tenha utilidade em todos os
níveis de ensino. O importante é que os objetivos com o jogo estejam
claros, a metodologia a ser utilizada seja adequada ao nível que se está
trabalhando e, principalmente, que represente uma atividade desafiadora ao
aluno para o desencadeamento do processo. (GRANDO, 2008, p.4)
É na ação do jogo que o sujeito, mesmo que venha a ser derrotado, pode
conhecer-se, estabelecer o limite de sua competência enquanto jogador e reavaliar o
que precisa ser trabalhado, desenvolvendo suas potencialidades, para evitar uma
próxima derrota.
Considera-se que o jogo, em seu aspecto pedagógico, se apresenta produtivo
ao professor que busca nele um aspecto instrumentador, e, portanto, facilitador na
aprendizagem de estruturas matemáticas, muitas vezes de difícil assimilação, e
também produtivo ao aluno, que desenvolveria sua capacidade de pensar, refletir,
analisar, compreender conceitos matemáticos, levantar hipóteses, testá-las e avaliá-
las com autonomia e cooperação.
Segundo Grando (2008, p.6),
Diante das situações-problema de jogo que se apresentam ao sujeito,
quando ele age sobre o jogo e o constante desafio em vencê-lo, novos
espaços para a elaboração de estratégias de jogo são abertos. A análise de
possibilidades é marcada por tomada de decisões sobre quais estratégias
poderiam ser eficazes. Os jogos de estratégia favorecem a construção e a
verificação de hipóteses. As possibilidades de jogo são construídas a partir
destas hipóteses que vão sendo elaboradas pelos sujeitos. (GRANDO,
2008, p.6)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Algo certo a ser dito, é o que volto a frisar, que não existe uma maneira única
de ser ensinar matemática. Na verdade o que existe são metodologias e maneiras
de pensar defendidas por educadores matemáticos, claro que logo depende do
docente decidir se ira utilizá-lo ou não. Entre as propostas apresentadas,
defendemos no presente trabalho a utilização dos jogos e uma abordagem de
ensino por meio da resolução de problemas, já que não se pode ensinar sem utilizar
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exemplos, completos e reais, que tenham sua descrição e resolução cuidadosa, sem
deixar de ser explorado nenhum conceito ao redor de tal conteúdo, muito menos
formalizar o ensino da matemática de maneira a torná-lo inacessível.
Ensinar é na verdade uma arte, pois com certeza ela não é uma ciência exata
que tenha uma forma única de ser feita. Ensinar pode ser encarado como uma ação,
que depende na maior parte de seus integrantes (alunos e professores) e as
condições do local de ensino. O que demonstra o que foi dito que nenhum método
pode ser encarado como o melhor. Logo não será nenhuma surpresa, encontrar
discordâncias sobre o trabalho apresentado com as paginas anteriores.
Em suma, o que propomos foram metodologias de ensino voltadas para um
objetivo comum, a aprendizagem matemática. Sabemos que outros pesquisadores
poderão encontrar outros métodos que se encaixarão melhor a sua realidade. Pois,
ensinar é uma arte não uma ciência exata.
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REFERÊNCIAS
SILVA, Veleida Anahi da. Relação com o saber na aprendizagem matemática: uma
contribuição para a reflexão didática sobre as práticas educativas. Revista
Brasileira de Educação, v. 13, n. 37, jan./abr. 2008.
TONDO, Luciane Maria; LOPES, Rodrigo Ribeiro. O ensino de matemática por meio
da resolução de problemas. Colegiado do Curso de Matemática, Cascavel, 2009.