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Aquest llibre recull les ponències i comunicacions presentades a les Jornades sobre

Terrasses i Prevenció de Riscs Naturals celebrades a Palma els dies 14, 15 i 16 de


setembre de 2006 al Parc de Tecnologies Ambientals de Mallorca.

Les Jornades varen ser organitzades pel Consell de Mallorca en el marc del projecte
europeu TERRISC de la iniciativa comunitària INTERREG III B SUDOE.

© Consell de Mallorca
Disseny/Maquetació: Diana Farràs i Serra
Impressió: Trigono
Dipòsit legal: PM 3015-2007
ISBN: 978-84-96069-89-3

Departament de Medi Ambient. Consell de Mallorca


c/ del General Riera, 111. 07010 Palma de Mallorca
www.conselldemallorca.net/mediambient
ACTES DE LES JORNADES
SOBRE TERRASSES I PREVENCIÓ
DE RISCS NATURALS

ACTAS DE LAS JORNADAS


SOBRE TERRAZAS Y PREVENCIÓN
DE RIESGOS NATURALES

Mallorca, 14, 15 i 16 de setembre de 2006


Importância dos Socalcos na Mitigação
do Risco de Erosão após Incêndios Florestais.
Exemplos das bacias hidrográficas dos rios
Alva e Alvoco (Serras do Açor e da Estrela)
L. Lourenço1; J. Fialho2

Núcleo de Investigação Científica de Incêndios Florestais


Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
1
lourenco@nicif.pt; 2josefialho@nicif.pt
www.nicif.pt; www.fl.uc.pt

Resumo
As serras da Cordilheira Central de Portugal têm sido, desde há milhões de anos, palco de episódios
espectaculares, uns mais do que outros, mas todos eles protagonizados por intempéries mais ou menos
violentas que, umas vezes pela sua impressionante força e, outras vezes, pela sua repetição, “movem
montanhas”, como o comprovam alguns depósitos existentes no sopé.
Nos últimos tempos, os incêndios florestais, ao destruírem a vegetação e, por conseguinte, ao deixarem
o solo exposto directamente ao embate das gotas de água da chuva, vieram contribuir para acelerar os
efeitos erosivos provocados por estas intempéries.
Com efeito, como a água das chuvas passa a precipitar-se sobre vertentes desnudadas, a sua acção ero-
siva intensifica-se, mesmo com valores normais de pluviosidade, e aumenta significativamente quando,
por vezes, a chuva se manifesta de forma mais violenta e concentrada, situações que originam uma
erosão mais vigorosa.
Como estruturas capazes de contrariar estes processos erosivos, mormente após os incêndios florestais,
surgem os socalcos, pois enquanto se mantêm conservados funcionam como verdadeiras estruturas anti-
erosão. Com efeito, a comparação de dados referentes à erosão dos solos, recolhidos após incêndios
florestais em socalcos e em vertentes naturais, não deixa qualquer dúvida sobre a acção anti-erosiva dos
socalcos, mesmo em situações de temporal.
Apresentam-se, pois, resultados concretos de casos de estudo, que ilustram a evolução de vertentes em
condições hidrometeorológicas adversas.
Palavras chave: situações meteorológicas adversas, riscos hidrológicos, torrencialidade, campos em
socalcos, TERRISC.

ResumEN
Las sierras de la Cordillera Central de Portugual han sido, desde hace millones de años, palco de epi-
sodios espectaculares, unos más que otros, pero todos ellos protagonizados por tormentas más o menos
violentas que, unas veces por su impresionante fuerza y, otras, por su repetición, “mueven montañas”,
como lo comprueban los depósitos existentes en su base.
En los últimos tiempos, los incendios forestales, al quemar la vegetación y, en consecuencia, dejar el
suelo expuesto directamente al embate de las gotas de agua de lluvia, contribuyen a acelerar los efectos
erosivos provocados por estas tormentas.
En efecto, como el agua de lluvia corre sobre vertientes desnudadas, su acción erosiva se intensifica, in-
cluso con valores normales de pluviosidad, y aumenta significativamente cuando, algunas veces, la lluvia
se manifiesta de forma más violenta y concentrada, situaciones que originan una erosión más vigorosa.

Jornades sobre terrasses i prevenció de riscos naturals · Mallorca · 14, 15 i 16 setembre 2006 213
Las terrazas surgen como estructuras capaces de contrariar estos procesos erosivos, mayormente des-
pués de los incendios forestales, ya que mientras se mantienen conservadas funcionan como verdaderas
estructuras antierosivas. La comparación de datos referentes a la erosión de suelos, recogidos después de
incendios forestales en terrazas y en vertientes naturales, no nos dejan dudas sobre la acción antierosiva
de las terrazas, incluso en situaciones de tormenta.
Se presenta pues resultados concretos por medio de casos de estudio que ilustran la evolución de ver-
tientes en condiciones hidrometeorológicas adversas.
Palabras clave: condiciones meteorológicas adversas, riesgos hidrológicos; torrencialidad, bancales,
TERRISC.

Introdução
Em Portugal, os processos de erosão hídrica acelerada verificados após a ocorrência de incêndios flores-
tais, acarretam um aumento do risco de grandes movimentos em massa, normalmente, com consequên-
cias muito graves para as populações que, após sofrerem enormes prejuízos causados pelo fogo, são de
novo afectadas, agora pela água, a qual vem provocar novos e avultados danos às suas infra-estruturas
e campos agrícolas.
Nas áreas serranas, a vincada morfologia, com declives muito elevados, obrigou o Ser humano a adaptar
as técnicas de agricultura, de forma a conseguir um pouco de terra para cultivar. Deste modo, as verten-
tes encheram-se de socalcos, que, para além de proporcionarem solos férteis para as culturas agrícolas,
funcionam como óptimas estruturas anti-erosão, dado que geram rupturas de declive, reduzem a veloci-
dade da água de escorrência e consequentemente, aumentam as taxas de infiltração.
Em condições normais de precipitação, os socalcos servem para travar a erosão. Contudo, nas áreas
queimadas e em condições meteorológicas severas, por vezes estas estruturas são danificadas e os riscos
podem manifestar-se plenamente.
Para avaliar a importância dos processos erosivos neste contexto, comparámos situações atmosféricas
normais e extremas, em áreas afectadas por grandes incêndios florestais, dando particular destaque aos
episódios ocorridos em 1987 e 2006, na serra do Açor, permitindo, desta forma, retirar conclusões sobre
a importância da preservação dos campos de socalcos e da vegetação.
Esta investigação foi desenvolvida no âmbito do projecto TERRISC, que tem como principais objecti-
vos a inventariação das estruturas de socalcos existentes e caracterização do seu estado de conservação,
a ocupação e o uso do solo, com vista a uma definição de estratégias de preservação e valorização dessas
paisagens. Estuda paisagens de socalcos em diferentes condições geológicas e em contextos geomorfo-
lógicos e edafoclimáticos diferenciados, bem como a regularização hídrica das vertentes e a prevenção
de riscos naturais, nomeadamente da ocorrência de incêndios florestais e da erosão hídrica acelerada.

Metodologia
Para atingir os objectivos deste trabalho, recorreu-se a dados de escorrência e erosão obtidos entre 1988 e
1989, em parcelas de erosão e pluviómetros totalizadores instalados na serra da Lousã (Lourenço,1989)
e a dados recolhidos nos 6 campos experimentais do projecto TERRISC, dos quais, 3 são constituídos
por uma parcela de erosão e uma estação meteorológica (Cabeça, Porto Silvado e Cimo da Ribeira) e os
restantes, apenas com parcela de erosão (Loriga, Piódão e Colcurinho), todos eles instalados em campos
de socalcos (Fig.1).
Foram ainda efectuados reconhecimentos de campo, com o intuito de verificar, in loco, o resultado dos episó-
dios de precipitação intensa ocorridos nos dias dezasseis de Junho de 2006 e catorze de Julho de 2006, dentro
da área de estudo do já referido projecto. Alem dos registos obtidos nos campos experimentais, a metodologia
baseou-se na interpretação das imagens e informações obtidas, bem como na observação directa e nas medi-
ções efectuadas no campo, permitindo focar os aspectos essenciais do funcionamento de pequenas ribeiras e
ravinas, perante chuvas anormalmente violentas, revelando os resultados reais da erosão hídrica acelerada.

214 Importância dos Socalcos na Mitigação do Risco de Erosão após Incêndios Florestais. Exemplos das
bacias hidrográficas dos rios Alva e Alvoco (Serras do Açor e da Estrela)
Figura 1. Enquadramento geográfico da área de estudo.

Resultados
1. Caracterização física da área estuda
A área estudada pelo TERRISC é demasiado vasta para ser aqui caracterizada com pormenor, tanto mais que
os episódios que iremos apresentar, forma muito limitados tanto no tempo como no espaço, separados por
apenas alguns quilómetros, dentro da área de estudo do TERRISC. Estes factos levam-nos a apenas apresen-
tar uma caracterização geral da área de estudo do TERRISC, onde se inserem as bacias hidrográficas do rio
Alvoco e da ribeira de Pomares, que protagonizam os episódios que se caracterizam com mais detalhe.
Estas duas bacias hidrográficas pertencem ao mais importante maciço montanhoso do centro de Portugal, a
Cordilheira Central, com a serra da Estrela a desenvolver-se em materiais predominantemente graníticos e
a serra do Açor em xisto. A altitude ultrapassa os 1.000 m em ambas as serras, atingindo 1.993 m na Torre,
ponto mais alto da serra da Estrela e 1.342 m, em São Pedro do Açor, ponto culminante da serra do Açor.
A litologia desta área deixa prever um aumento da vulnerabilidade, dada a baixa permeabilidade das rochas
magmáticas presentes, que, juntamente com os xistos e os grauvaques, contribuem para baixas taxas de infil-
tração e coeficientes de escoamento superficial elevados. Assim, podem observar-se, com alguma frequência
ravinamentos e movimentos em massa, tais como desabamentos, desmoronamentos e deslizamentos, proces-
sos erosivos muito acentuados pela perda de coberto vegetal, em consequência dos incêndios florestais.
Morfologicamente, observa-se uma rede de drenagem bem organizada, com um encaixe vigoroso, apro-
veitando, na maioria dos casos, linhas de fragilidade, como falhas e fracturas. Deste modo, existe uma
rigidez muito grande em algumas linhas de água, que escoam quase em linha recta. Consequentemente,
verificam-se elevados declives, na maior parte da área de estudo (Fig. 2), em 147,46 km2 dos 162 km2,
correspondentes ao total da área de estudo.

Figura 2. Declives da área de estudo.

Jornades sobre terrasses i prevenció de riscos naturals · Mallorca · 14, 15 i 16 setembre 2006 215
Do ponto de vista climático, a imponência e orientação geográfica desta massa terrestre interfere na des-
locação das massas de ar húmidas vidas de Oeste, funcionando como barreira de condensação, fazendo
com que as vertentes expostas a poente registem maiores quantitativos pluviométricos, em detrimento
das vertentes expostas a nascente, onde a massa de ar já chega com muito menos humidade, dado que a
perdeu ao atravessar a montanha. Assim, nas 3 estações meteorológicas do TERRISC foram registados
quantitativos totais de 778 mm, no período de Janeiro a Julho de 2006, provando que é uma área com
uma grande disponibilidade de água para erosão. Por sua vez, as temperaturas médias rodaram os 13 ºC
e a humidade relativa média de 65%, (Quadro. I).
Temperatura Vento
Pressão atmos- Precipitação
média mensal (ºC) Humidade (%) férica
total mensal
Média Max. Min. Velocidade km\h Rajada máxima média (mb) (mm)
Colcuri-
nho 13,76 38,50 -3,50 64,53 3,85 85,30 946,22 578,74
Piódão 13,17 38,00 -3,40 65,42 1,21 69,20 927,35 778,10
Loriga 12,61 36,50 -4,70 71,26 2,22 67,60 950,40 687,24

Quadro I. Condições meteorológicas locais, no período de Janeiro a Julho de 2006.

2. Factores que contribuem para a erosão na área de estudo


A erosão, definida como o conjunto de processos – desgaste, transporte e acumulação – que modelam a
superfície da terra (Batouxas e Viegas, 1998), resulta da conjugação dos agentes naturais presentes, das
condições geomorfológicas e do tipo de coberto vegetal. Como tal, cada área será mais ou menos pro-
pensa a determinados processos erosivos, mediante as condições meteorológicas que se fizerem sentir,
o tipo de litologia presente e a existência ou não de vegetação.
De entre os processos que mais contribuem para a erosão na área de estudo contam-se a precipitação e
o gelo. Indirectamente são os incêndios florestais e em consequência, a inexistência de coberto vegetal,
que mais facilitam a actuação daqueles.
A precipitação é um dos principais, senão mesmo o mais importante, agente erosivo que actua neste
palco, onde tanto a quantidade como duração serão preponderantes. Quanto mais intensa for uma chu-
vada, ou seja, quanto mais quantidade de água cair em menos espaço de tempo, maior será a escorrência
superficial por ela originada, a qual transmite uma enorme energia à água que se concentra nas ravinas e
ribeiras e que, assim, ganha uma competência e capacidade de transporte muito grandes.
Se, nestas condições, houver material destacado, preparado para ser transportado, ele será certamente
arrastado. Também os processos ligados à queda da gota de água, que interferem na erosão hídrica, no-
meadamente o “Splash” ou salpico, que corresponde ao impacte gerado pela gota de chuva ao embater
o solo, podendo levar a que os efeitos deste sejam muito acentuados. No entanto, que são responsá-
veis pela criação das superfícies de “batance” ou OPS – organizações peliculares superficiais, Cordeiro
(2004), só são considerados se ainda não houver água de escorrência.
Por sua vez, o gelo assume uma importância significativa no tocante à preparação do material para pos-
terior arrastamento, através do destacamento das partículas minerais, efectuado pelas agulhas de gelo.
Estas formam-se em altitude, em noites muito frias, normalmente correspondentes a situações anticicló-
nicas e em locais onde o solo se apresenta desprovido de vegetação. Os pequenos clastos destacados fi-
cam, assim, disponíveis para serem transportados pelas primeiras chuva, podendo apresentar dimensões
que, nos casos observados, variaram entre mícrones e 3 cm.
Também o declive é um factor essencial para que se verifique erosão, sendo considerado como limiar
para desencadear a erosão o valor de 30% (Rebelo e Campar, 1986).
Pelo contrário, a vegetação é essencial como protecção das vertentes contra a erosão hídrica, dado que,
para além de aumentar a capacidade de infiltração do solo, em detrimento da escorrência superficial, fixa
não só as partículas minerais do solo, mas também calhaus de maior porte.
Deste modo, os incêndios florestais, ao eliminarem o referido factor de protecção que, antes, era ofere-
cido pela vegetação, aceleram a erosão hídrica, sendo indirectamente os principais responsáveis para os
episódios verificados, tanto em 1988 como em 2006, na serra do Açor.

216 Importância dos Socalcos na Mitigação do Risco de Erosão após Incêndios Florestais. Exemplos das
bacias hidrográficas dos rios Alva e Alvoco (Serras do Açor e da Estrela)
3. Os Socalcos enquanto estruturas anti-erosão
Os socalcos foram construídos para possibilitar a
prática de agricultura em vertentes declivosas, de
modo a evitar a erosão dos solos e, também a contri-
buir para a regularização hídrica das vertentes. Na
actualidade funcionam ainda como interface entre a
floresta e os pequenos aglomerados populacionais,
sendo, portanto, essenciais na protecção das aldeias
contra os fogos florestais, por apresentarem uma
descontinuidade horizontal no coberto florestal.
(Fig. 3).
A realidade mostra-nos que estas antigas estruturas se
têm revelado muito eficientes na protecção contra a
perda de material mineral dos campos agrícolas, favo-
Figura 3. Socalcos em bom estado, a jusante
recendo a infiltração da água das chuvas, contribuído do lugar da Cabeça.
assim para fazer aumentar a humidade do solo, essen-
cial para a instalação da vegetação.
No entanto, a ausência da sua utilização agrícola e, consequentemente, da sua conservação a médio e longo
prazo, vai acarretar uma destruição parcial ou total dos muros de suporte dos socalcos, levando ao aumento
do risco de movimentos em massa, que pode levar à perda de todo o solo agrícola presente no patamar. Neste
caso, a sua reconstrução será muito difícil, por razões de ordem sócio-económica, fazendo prever uma cres-
cente degradação destas paisagens, e um constante aumento do risco de movimentos em massa.
Para além disso, devido ao abandono a que muitas desta infra-estruturas estão votadas, a instalação de um
coberto vegetal arbustivo e/ou arbóreo, faz aumentar o risco de incêndio, tanto de ignição como de propaga-
ção, perdendo, deste modo, paulatinamente, a capacidade
de protecção que antes oferecia aos povoados.
Mas os campos de socalcos também necessitam de pro-
tecção da água proveniente da vertente a montante, que,
sendo em quantidades elevadas, pode levar à danificação dos
patamares e dos muros de suporte a jusante. Desta forma, fo-
ram construídas estruturas complementares para desviar esse
excesso de água dos campos agrícolas, nomeadamente diques
e valados. Quando se assiste à sua degradação e ao entulha-
mento ou ruptura de uma destas estruturas, e perante chuva
mais ou menos abundante, verifica-se que todos os patamares
a jusante vão começar a sofrer danos, podendo levar mesmo à
queda de muros e, consequente, à erosão dos solos (Fig. 4). Figura 4. Pormenor de um dique rebentado,
com a destruição parcial dos patamares.

4. Erosão após incêndios florestais em condições meteorológicas normais


Tanto os efeitos da erosão acelerada em vertentes, como a evolução de vertentes e a erosão dos solos nas ser-
ras de xisto do centro de Portugal, em consequência de incêndios florestais e, em particular, a análise de casos
observados em 1987, na sequencia do grande incêndio florestal que, entre 13 e 20 de Setembro, incinerou 10
900 ha de mato e floresta (Viegas, 1988), numa vasta área da serra do Açor, foram oportunamente objecto de
análise (Lourenço, 1988a e 1988b), pelo que não nos vamos agora deter nesses aspectos. Contudo, alguns
deles serão referidos porque permitem estabelecer análise quantitativa e comparativa entre os valores que, em
1989, registámos em parcelas experimentais instaladas na serra da Lousã (Lourenço, 1989a, 1989b, e 1991)
com os que agora, em 2006, recolhemos na serra do Açor. Com a informação disponível, foi assim possível
efectuar comparações de valores relativos a precipitação, escorrência e material erosionado, em vertente e
patamar, de forma a vincar, ainda mais, o papel dos socalcos na regularização hídrica das vertentes.
Deste modo, em coberto vegetal de castanheiros, verificou-se que, para valores idênticos de precipitação,
se registaram quantitativos de escorrência muito semelhantes, tanto em patamar como em vertente. No

Jornades sobre terrasses i prevenció de riscos naturals · Mallorca · 14, 15 i 16 setembre 2006 217
primeiro período, na parcela do Piódão, verificou-se que a escorrência foi mais elevada, comparativamente
ao resto da amostra. Este facto resultou das primeiras chuvadas terem sido obrigadas a escoarem-se à su-
perfície, em virtude da camada hidrofóbica criada após o grande incêndio. No que respeita á quantidade de
material erosionado, é quase inexistente em ambas as parcelas, nunca ultrapassando 10 g/m2. Deste modo,
verifica-se que, com vegetação, o comportamento da erosão é muito idêntico nos dois casos, (Figs. 5 e 6).

Figura 5. Análise comparativa dos valores da precipitação e da escorrência, registados nas parcelas GAHC,
na serra da Lousã em 1989 (à esquerda,) e do Piódão, em 2006 (à direita), ambas situadas sob coberto de castanheiros.

Figura 6. Análise comparativa dos valores da escorrência e do material erosionado, registados e na parcela GAHC,
na serra da Lousã, em 1989 (à esquerda,) e na parcela do Piódão, em 2006 (à direita), ambas sob coberto de castanheiros.

Em contrapartida, na área ardida, os valores de escorrência foram, em ambos os casos, mais elevados
do que na situação anterior. Na vertente, mesmo com precipitações inferiores às do patamar, regis-
tam-se quantitativos de água de escorrência muito superiores, o que facilmente se compreende, dado o
maior declive, que facilita a escorrência e dificulta a infiltração, levando a que a quantidade de material
erosionado fosse, de igual forma, muito superior, tendo-se registado, num dos períodos, cargas sólidas
transportadas de 300 g/m2, na parcela GAMO, valor que se pode considerar como muito relevante, em
termos de erosão (Figs. 7 e 8).

Figura 6. Análise comparativa dos valores da precipitação e da escorrência, registados nas parcelas do GAMO (à esquerda),
na serra da Lousã em 1989 e do Piódão, em 2006 (à direita), ambas situadas em área ardida.

218 Importância dos Socalcos na Mitigação do Risco de Erosão após Incêndios Florestais. Exemplos das
bacias hidrográficas dos rios Alva e Alvoco (Serras do Açor e da Estrela)
Figura 8. Análise comparativa dos valores da escorrência e do material erosionado, registados nas parcelas
do GAMO (à esquerda), na serra da Lousã em 1989 e do Piódão, em 2006 (à direita),
ambas situadas em área ardida.

5. Erosão após incêndios florestais em situações meteorológicas particularmente adversas


5.1. Consequências dos temporais anteriores a 2006
Os efeitos dos temporais na intensificação da erosão em vertentes afectadas por incêndios florestais
são também já bem conhecidos (Louren-
ço, 1988c; Lourenço, 2004; Lourenço e
Lopes, 2004). Do mesmo modo, também
estão identificados os locais onde o risco
de erosão normalmente se manifesta com
mais intensidade e que correspondem a
intervenções antrópicas nas vertentes,
que, no presente, a maior parte das ve-
zes estão relacionadas com a abertura de
estradas e caminhos florestais, enquanto
que no passado foram feitas para trans-
formar as vertentes declivosas em terras
agrícolas, através da construção de so-
calcos, que ficaram protegidos das en-
xurradas por diques que marginavam os
valados que recebiam a água proveniente
das chuvas.
As consequências dos maiores incêndios
ocorridos em Portugal, foram muito gra-
ves para as populações residentes, que,
após lidarem com os problemas imedia-
tos que um grande fogo florestal acarre-
ta, sofreram depois as consequências da
eliminação da vegetação que cobria as
vertentes.
Deste modo, são os efeitos posteriores, Figura 9. Localização das áreas mais afectadas na bacia hidrográfica
causados pela água das chuvas, que cau- da ribeira d Pomares, mostrando o limite do grande incêndio de 2005.
sam os maiores estragos, tanto ao nível 1 – Limite da área queimada.
da perda de solo agrícolas, como em to- 2 – Área mais afectada pelo temporal de Junho de 1988.
das as infra-estruturas construídas pelo 3 – Área onde os efeitos erosivos mais se fizeram sentir.
Homem.

Jornades sobre terrasses i prevenció de riscos naturals · Mallorca · 14, 15 i 16 setembre 2006 219
Refere-se, assim, a título de exemplo, a tragédia ocorrida na Sorgaçosa. Cerca de um ano após o referido
incêndio, uma intensa trovoada, que precipitou quantitativos de água anormalmente elevados e concen-
trados no tempo e no espaço. Duas pequenas ribeiras, subitamente transformaram-se em poderosas tor-
rentes de lama, pedras e água, tendo uma delas danificado o primeiro andar de uma casa (Figs. 10 e 11),
que desabou por não ter conseguido suportar o peso do material que entro pelas janelas. O largo da al-
deia ficou repleto de detritos tendo obstruído a movimentação das viaturas que se encontravam nesse local,
nomeadamente um camião de transporte de mercadorias.

Figura 10. Casa da Sorgaçosa construída numa antiga linha Figura 11. Casa da Sorgaçosa construída numa antiga linha de
de água, após a tempestade. água, depois da reconstrução.
Cliché: Comarca de Arganil

Na vertente oposta à da Sorgaçosa a mesma intempérie, também provocou erosão intensa, na


ribeira do Carvalhal, que passa nas proximidades do Espinho. Derivado ao rebentamento de vá-
rios diques o curso de água retomou o leito original, destruindo algumas quelhadas, a designação
local dada aos socalcos.
Os estragos destas chuvadas alastraram-se a toda a bacia hidrográfica da ribeira de Pomares.
Os danos centraram-se nas pequenas represas e pontões, das aldeias, que foram entulhados ou
levados pela corrente. Por sua vez a inundação de campos agrícolas, leva a que pastos e hortas
se transformem em amontoados caóticos de calhau.
Contudo, este tipo de fenómenos não está condicionado apenas a estas áreas. Tanto podem acontecer em
xistos, como sucedeu na Quinta de Belide, concelho de Góis, em granitos, como ocorreu na ribeira de
Albargueira, concelho de manteigas, ou em calcários, como se observoun na freguesia das Cortes e em
Vale Fernando, no concelho de Leiria (Lourenço e Lopes, 2004).
No primeiro caso as chuvadas após um in-
cêndio, desencadearam uma erosão muito
acentuada, principalmente numa estrada de
terra batida que serviu, no fundo, como tor-
rente. O entupimento das manilhas que de-
veriam permitir a circulação da água levou
a que a via ficasse completamente destruí-
da, tendo sido aberto um sulco com mais de
um metro de profundidade (Fig. 12).
A situação em Leiria foi em tudo semelhan-
te às anteriormente referidas, sendo que a
grande diferença está no material geológi-
co, já que são calcários. No entanto as ima-
gens são representativas de que o processo Figura 12. Estrada danificada, Figura 13. Estrada danificada,
erosivo funciona basicamente da mesma na Quinta de Belide, Góis em Cortes, Leiria.
forma. (Fig. 13).

220 Importância dos Socalcos na Mitigação do Risco de Erosão após Incêndios Florestais. Exemplos das
bacias hidrográficas dos rios Alva e Alvoco (Serras do Açor e da Estrela)
5.2. Consequências dos temporais ocorridos em Junho e Julho de 2006
A área afectada é sensivelmente a
mesma de 1988 (Fig. 14) e a conju-
gação dos factores foi análoga. Após
18 anos, a situação repetiu-se!
Em Julho de 2005, ocorreu um dos
maiores incêndios de que há registo,
em território nacional, tendo ardido
17.444 ha de floresta e mato. Em 16
de Junho de 2006, uma instabilida-
de atmosférica levou à formação de
trovoadas muito fortes, por todo o
país. A cidade de Coimbra, assim
como outras cidades portuguesas,
foram atingidas por vários desses
fenómenos atmosféricos, provocan-
do danos nas infra-estruturas, prin-
cipalmente, viárias.
Sobre a bacia hidrográfica da ribeira
de Pomares e da ribeira do Piódão
(Fig. 14), precipitaram-se, em me-
nos de uma hora, cerca de 22 mm de
Figura 14. Localização das áreas mais afectadas nas bacias hidrográficas
chuva, sendo este valor muito ele- das ribeiras de Pomares e Piódão, mostrando o limite
vado, se atendermos à curta duração do grande incêndio de 2005.
da trovoada, (Fig. 15). 1 – Limite da área queimada.
2 – Área mais afectada pelo temporal de Julho de 2006.

Figura.15. Diagrama termopluviométrico semi-horário do Piódão, do dia 16 de Junho de 2006.

As consequências do temporal, em termos erosivos, fizeram-se notar em toda a bacia, principalmente nas pisci-
nas fluviais de vários locais, como Soito da Ruiva, Sobral Magro, Pomares, Avô, Piódão, Foz de Égua e Vide.
Verificaram-se, também ravinamentos, nas proximidades das Fontes do Cide e na pequena sub–bacia
hidrográfica do Gondufo.
As piscinas fluviais encontravam-se total ou parcialmente cobertas por material mineral de todas as
dimensões. As estruturas encontravam-se completamente inutilizáveis e, no caso especifico de Soito da
Ruiva, a sua reabilitação será muito difícil, já que o acesso só se efectua a pé e a população envelhecida
não tem grande força anímica para reverter a situação (Fig. 16).
Nas restantes piscinas fluviais os problemas foram idênticos aos descritos anteriormente, com o blo-
queio da represa com troncos e posterior deposição de material.
 Registos da estação meteorológica do NICIF, nas proximidades da aldeia do Piódão. Contudo, nas cabeceiras da bacia hidrográfica esse valor
terá sido mais elevado, em função da maior altitude, de acordo com o testemunho de vários observadores locais.

Jornades sobre terrasses i prevenció de riscos naturals · Mallorca · 14, 15 i 16 setembre 2006 221
Nas proximidades das Fontes do Cide, ocorreu uma situação típica de entulhamento da manilha da es-
trada, que levou a que a água corresse por cima, levando consigo material sólido, não tendo, no entanto,
danificado a via. A particularidade desta situação, prende-se com o facto de ter sido apenas uma ribeira a
funcionar, dado que, outra, afastada por escassos metros, não tinha funcionado com a mesma violência.
Isto permite-nos aferir a localização do limite da trovoada.
No Gondufo, um ravinamento provocou a mobilização de muito material mineral, que causou estragos
na rede viária, (Fig. 17) e no rés do chão de algumas casas.

Figura 16. Piscina fluvial de Soito da Ruiva, Figura 17. Ravinamento próximo do Gondufo,
entulhada pelos calhaus trazidos na enxurrada. com danificação da estrada.

Por sua vez, no dia 14 de Julho de 2006, uma depressão de origem térmica, centrada na Península
Ibérica, gerou fortes chuvas de origem termo-convectiva, ligadas a nuvens do tipo cumulonimbo, com
um enorme desenvolvimento vertical. Verificou-se, inclusivamente, a queda de grandes pedras granizo,
provando que o arrefecimento das massas que ascendiam, era feito de forma muito brusca e em altitudes
muito elevadas. A estação meteorológica do Piódão registou uma queda pluviométrica, no espaço de
uma hora, de cerca de 40 mm (Fig. 18). No entanto, testemunhas locais afirmaram que a chuvada foi
concentrada em menos de meia hora, o que agrava ainda mais a situação.

Figura 18. Diagrama termopluviométrico semi-horário do Piódão, do dia 14 de Julho de 2006.

Se anteriormente considerámos 22 mm um valor elevado, estamos, assim, perante um valor extremo, que só
poderia causar muitos danos. Desta vez, e à semelhança dos temporais do mês anterior, existiram estragos
nas bacias hidrográficas das ribeiras de Pomares e do Piódão. Neste ponto, daremos destaque ao que se su-
cedeu na pequena aldeia histórica do Piódão, dado que foi a situação onde o risco se manifestou da pior
forma possível, já que para além dos avultados danos materiais, houve a registar a morte de um homem.

 Pelas razões indicadas na nota anterior, nas cabeceiras das ribeiras, coincidentes com o nível culminante da serra do Açor, os valores da
pluviosidade terão sido bem mais elevados.

222 Importância dos Socalcos na Mitigação do Risco de Erosão após Incêndios Florestais. Exemplos das
bacias hidrográficas dos rios Alva e Alvoco (Serras do Açor e da Estrela)
Figura 19. Perfil longitudinal da barroca dos Prados e perfis transversais da secção entre o viveiro das trutas e do aqueduto.

A intensa queda pluviomé-trica concentrou-se em três linhas de água, tributárias à ribeira do Piódão, a
montante da aldeia, provocando uma intensa erosão, principalmente no leito das ribeiras, sendo escava-
dos, em alguns locais, cerca de quatro metros de profundidade, (Fig. 19). Em termos erosivos, estamos a
referir-nos a uma quantidade colossal de materiais sólidos, que foram mobilizados pela enorme quanti-
dade de água que correu nas linhas de águas.
A montante da aldeia, um viveiro de trutas, instalado no leito da ribeira para aproveitar a água corrente,
pertencente ao senhor Francisco Fontinha, foi totalmente destruído pelas pedras transportadas pela en-
xurrada (Fig. 20).

Figura 20. Pormenor do leito da ribeira Figura 21. Viveiro das trutas atulhado como os materiais
escavado a montante do viveiro das trutas. trazidos pela enxurrada.

Na aldeia do Piódão, os estragos processaram-se ao longo da linha de água, mas os mais avultados foram
no parque de estacionamento e na piscina fluvial. O parque está instalado sobre a ribeira, que foi cana-
lizada para uma manilha de betão de 1,5 m de diâmetro e que foi completamente obstruída pela quanti-
dade de material da enxurrada, levando a que a água passasse a correr através do parque, provocando a
sua total destruição, (Fig. 22).

Jornades sobre terrasses i prevenció de riscos naturals · Mallorca · 14, 15 i 16 setembre 2006 223
Figura 22. Aspecto da destruição do parque de estacionamento, Figura 23. Aspecto geral das pontes pedonais após
visto da ponte antiga, onde se pode ver a manilha que canalizava a as enxurradas (a de jusante foi destruída).
ribeira. Eng.ª Cristina Almeida.

No local encontravam-se um contentor e alguns veículos, que foram arrastados, entre os quais uma
carrinha de grandes dimensões, que foi parar a um quilómetro e meio da sua localização inicial, tendo o
motor ficado separado do chassis. Este facto demonstra bem a força viva desta torrente. Imediatamente a
jusante do parque, existe uma ponte antiga de xisto, que suportou a passagem de todo o material, sem ser
destruída, (Fig. 23), ao contrário da ponte pedonal da piscina fluvial, que foi completamente destruída.
Na piscina fluvial da aldeia, os estragos foram de grande monta, já que a estrutura ficou totalmente
coberta por material, até à altura do pontão das comportas. O facto de uma das duas comportas, se
encontrar fechada, pode ter agravado a situação, já que não permitiu a livre passagem da água e, conse-
quentemente, da lama, pedras, troncos e ramos, apesar de que, perante tal violência, esse facto teria sido
quase irrelevante.
Mas, este caso, seria apenas uma grande enxurrada, que destruiu tudo na sua passagem, se não tivesse
havido vítimas humanas. António Leite, de Oliveira dos Azeméis, foi arrastado quando tentava passar a
ponte da piscina para ir ter com a sua família. Nesse momento, a onda de cheia passou, “levando a vida
do indivíduo”, que só foi encontrado 10 dias depois, a um quilómetro e meio da piscina, pelo presidente
da Junta de Freguesia do Piódão.

Considerações finais
A presença de uma morfologia movimentada como a que ocorre nas montanhas do centro de Portugal
proporciona aos processos erosivos um papel de enorme importância na modelação da paisagem. Por
vezes, os incêndios florestais, que tem vindo progressivamente a eliminar e alterar a vegetação que cobre
estas serras, têm igualmente, potenciado episódios impressionantes de erosão hídrica acelerada, após o
fogo, conforme ficou patente ao longo do artigo.
Ao compararmos o comportamento da erosão em socalcos e em vertentes, em condições físicas idênti-
cas comprovamos que os socalcos agrícolas são, efectivamente eficazes no combate à erosão hídrica. Os
muros de pedra solta que os suportam são uma peça chave para a preservação das áreas montanhosas,
funcionando por um lado como estruturas anti-erosão e, por outro, como estruturas que reduzem o risco
de ignição e propagação do fogo, razão pela qual devem ser mantidos e preservados, o que implicará um
esforço das entidades locais competentes, para levar a cabo esta tarefa, que tem tanto de difícil como de
audaciosa. A necessidade da sua preservação fica, desta forma, comprovada.

 É a massa de água e todo o material transportado, que se desloca a grande velocidade e com uma altura considerável, através do vale da
ribeira, em situações extremas de precipitação concentrada.

224 Importância dos Socalcos na Mitigação do Risco de Erosão após Incêndios Florestais. Exemplos das
bacias hidrográficas dos rios Alva e Alvoco (Serras do Açor e da Estrela)
Agradecimentos
Os autores agradecem à Eng.ª Cristina Almeida Melo a cedência de fotografias e ao Sr. Francisco Lopes
Fontinha a visita guiada à barroca dos prados. Estão reconhecidos a ambos e ao presidente da Junta de
Freguesia do Piódão a pronta disponibilidade que sempre demostraram para connosco colaborarem nas
explicações dos factos ocorridos.

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