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EMBARGOS DE TERCEIRO
Em face de Lucas Santos Roriz, brasileiro, solteiro, profissão, devidamente inscrito no
RG (Registro Geral) sob o nº 4728488 SDS/PE e no CPF (Cadastro de Pessoa Física)
sob o nº 432.216.554-02, residente e domiciliado no endereço ..., da cidade ..., do estado
de ..., cep (Código de Endereçamento Postal) nº ..., email ... e Paulo André Cezário,
nacionalidade, estado civil, profissão devidamente inscrito no RG (Registro Geral) sob
o nº 5372694 e CPF (Cadastro de Pessoa Física) sob o nº 034.877.339-34, residente e
domiciliado ..., da cidade de ..., do estado de ..., cep (Código de Endereçamento Postal),
email.
I. PRELIMINARMENTE
III. DIREITO
Os embargos de terceiro está fundamentado na Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015,
nosso Novo Código de Processo Civil no seu artigo 674 que nos diz o seguinte:
“Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça da
constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato
constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de
terceiro.
§ 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.
§ 2º Considere-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
I – o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua
meação, ressalvado o disposto no art. 843;
II – o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da
alienação realizada em fraude á execução;
III – quem sofre constrição judicial de seus bens por foça de desconsideração da
personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;
IV – o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito
real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos
expropriatórios.”
O dispositivo tem como objetivo proteger a posse ou a propriedade de quem, não sendo
parte no processo, teve seus bens ilegalmente apreendidos em demanda judicial.
Ressalte-se que, a mera ameaça de constrição é causa para tal ação, no qual será de
inibição do ato judicial.
Portanto, resta demonstrado ser as embargantes partes legitimas para opor o embargos
de terceiro, visto que não foram citados, não participaram do processo e tiveram bens de
sua propriedade restringido pro ato judicial de penhora.
Vejamos também o artigo 678 que tem como objetivo afastar a restrição invasiva
imposta sobre o imóvel dos embargantes:
“Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse
determinará a suspenção das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos
embargos, bem como a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o
embargante a houver requerido. ”
Percebe-se que, mesmo não tenha sido registrada a escritura de compra e venda, afasta-
se qualquer restrição quando se trata de adquirente de boa-fé, conforme a súmula 84 so
Superior Tribunal de Justiça, cuja a descrição abaixo:
SÚMULA 84 – É ADMISSÍVEL A OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE TERCEIRO
FUNDADOS EM ALEGAÇÃO DE POSSE ADVINDA DO COMPROMISSO DE
COMPRA E VENDA DE IMÓVEL, AINDA QUE DESPROVIDO DO REGISTRO.
Assim, em que pese o fato de não haver registro da escritura de compra e venda do
referido bem, fato é que restou comprovado o exercício da propriedade/posse e a boa-fé
do adquirente, impondo a desconstituição da penhora.
Nesse sentido está jurisprudência do Tribunal de Justiça:
APELAÇÃO CÍVEL. POSSE. EMBARGOS DE TERCEIRO. PENHORA DE IMÓVEL.
CONTRATO DE COMPRA E VENDA SEM REGISTRO. Nos termos do art. 1.046, do Código
de Processo Civil, quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de
seus bens por ato de apreensão judicial, poderá requerer que lhe sejam manutenidos ou
restituídos por meio de embargos. É admissível a oposição de embargos de terceiros fundados
em alegação de posse advindas do compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que
desprovido de registro, nos termos da Súmula 84 do STJ. No caso em exame, não existindo
dúvida acerca da autenticidade do contrato de promessa de compra e venda, e da boa-fé da
embargante, a procedência dos embargos e a desconstituição da penhora é medida que se
impõe. DERAM PROVIMENTO À APELAÇÃO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº
70063223796, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Walda Maria Melo
Pierro, Julgado em 29/04/2015).
Desta forma, tendo em vista que os presentes embargos encontram assentamento tanto
na legislação brasileira quanto na Súmula emanada pela mais alta corte, requer-se que
seja recebido, reconhecido e provido pelas razões de fato e direito explanadas.