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EXCELENTÍSSIMO JUIZO DA VARA ÚNICA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

DA COMARCA DE SERRA TALHADA.

DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA PROCESSO Nº 345675-92.2018.8.17.3456


Kevin Luís Silva, nacionalidade, estado civil, profissão, devidamente escrito no RG
(Registro Geral) nº ..., residente e domiciliado no endereço ..., da cidade de ..., no estão
de ..., cep (Código de Endereçamento Postal) nº ..., email.... Vem respeitosamente
perante Vossa Excelência, por meio de seus advogados, com o fulcro nos artigos 674 e
seguintes do Novo Código de Processo Civil, apresentar;

EMBARGOS DE TERCEIRO
Em face de Lucas Santos Roriz, brasileiro, solteiro, profissão, devidamente inscrito no
RG (Registro Geral) sob o nº 4728488 SDS/PE e no CPF (Cadastro de Pessoa Física)
sob o nº 432.216.554-02, residente e domiciliado no endereço ..., da cidade ..., do estado
de ..., cep (Código de Endereçamento Postal) nº ..., email ... e Paulo André Cezário,
nacionalidade, estado civil, profissão devidamente inscrito no RG (Registro Geral) sob
o nº 5372694 e CPF (Cadastro de Pessoa Física) sob o nº 034.877.339-34, residente e
domiciliado ..., da cidade de ..., do estado de ..., cep (Código de Endereçamento Postal),
email.

I. PRELIMINARMENTE

I.1 DA TUTELA DE URGÊNCIA


Requer o deferimento liminar inaudita altera pars da tutela de urgência, tendo em vista
a presença dos requisitos as fundamentam para a concessão da mesma, quais sejam:
fumus boni iuris e periculum in mora.
O fumus boni iuris consiste na probabilidade de deferimento futuro da pretensão
meritória devido á plausibilidade do direito substancial invocado por quem pretende a
segurança. Já o periculum in mora está ligado ao perigo de dano próximo ou iminente
que se relaciona com uma lesão que provavelmente deve ocorrer antes da solução
definitiva ou de mérito.
Diante disso, e observando o caso, houve a boa-fé no pagamento da parte autora e o
imóvel vale mais que a ação trabalhista, onde não faz sentindo o autor sofrer está
ameaça onde o bem que o mesmo possui a posse ser leiloado. Em face disso, trago a
reversibilidade da medida, onde deverá determinar a suspensão do leilão imediatamente,
desta forma não gerando nenhum prejuízo irreversível.

II. DOS FATOS


A parte autora Kevin Luis Silva, adquiriu na data de 18/03/2016 uma casa pelo o valor
de R$ 300.00,00 (trezentos mil reais), de Lucas Santos Roriz. Casa esta com 400 metros
quadrados, com 6 (seis) cômodos e uma piscina, localizada na cidade de São José do
Belmonte, no Bairro de São José.
Ocorre que embora tenha pago o preço acordado entre as partes, Kevin demorou 3 (três)
anos para realizar o registro do negócio no Cartório de Imóveis, o que foi
impossibilitado, por verificar que havia uma penhora sobre o bem.
Lucas Santos, sobre uma Ação Trabalhista de seu ex empregado Tomaz Ferreira e
diante de uma condenação, teve o imóvel que já tinha vendido penhorado, estando
prestes a ser encaminhado para hasta pública.
Diligente, Kevin desesperado prestes a perder o bem, procurou seus advogados para que
assim pudesse tomar as devidas providencias.

III. DIREITO
Os embargos de terceiro está fundamentado na Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015,
nosso Novo Código de Processo Civil no seu artigo 674 que nos diz o seguinte:
“Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça da
constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato
constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de
terceiro.
§ 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.
§ 2º Considere-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
I – o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua
meação, ressalvado o disposto no art. 843;
II – o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da
alienação realizada em fraude á execução;
III – quem sofre constrição judicial de seus bens por foça de desconsideração da
personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;
IV – o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito
real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos
expropriatórios.”
O dispositivo tem como objetivo proteger a posse ou a propriedade de quem, não sendo
parte no processo, teve seus bens ilegalmente apreendidos em demanda judicial.
Ressalte-se que, a mera ameaça de constrição é causa para tal ação, no qual será de
inibição do ato judicial.
Portanto, resta demonstrado ser as embargantes partes legitimas para opor o embargos
de terceiro, visto que não foram citados, não participaram do processo e tiveram bens de
sua propriedade restringido pro ato judicial de penhora.
Vejamos também o artigo 678 que tem como objetivo afastar a restrição invasiva
imposta sobre o imóvel dos embargantes:
“Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse
determinará a suspenção das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos
embargos, bem como a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o
embargante a houver requerido. ”
Percebe-se que, mesmo não tenha sido registrada a escritura de compra e venda, afasta-
se qualquer restrição quando se trata de adquirente de boa-fé, conforme a súmula 84 so
Superior Tribunal de Justiça, cuja a descrição abaixo:
SÚMULA 84 – É ADMISSÍVEL A OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE TERCEIRO
FUNDADOS EM ALEGAÇÃO DE POSSE ADVINDA DO COMPROMISSO DE
COMPRA E VENDA DE IMÓVEL, AINDA QUE DESPROVIDO DO REGISTRO.
Assim, em que pese o fato de não haver registro da escritura de compra e venda do
referido bem, fato é que restou comprovado o exercício da propriedade/posse e a boa-fé
do adquirente, impondo a desconstituição da penhora.
Nesse sentido está jurisprudência do Tribunal de Justiça:
APELAÇÃO CÍVEL. POSSE. EMBARGOS DE TERCEIRO. PENHORA DE IMÓVEL.
CONTRATO DE COMPRA E VENDA SEM REGISTRO. Nos termos do art. 1.046, do Código
de Processo Civil, quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de
seus bens por ato de apreensão judicial, poderá requerer que lhe sejam manutenidos ou
restituídos por meio de embargos. É admissível a oposição de embargos de terceiros fundados
em alegação de posse advindas do compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que
desprovido de registro, nos termos da Súmula 84 do STJ. No caso em exame, não existindo
dúvida acerca da autenticidade do contrato de promessa de compra e venda, e da boa-fé da
embargante, a procedência dos embargos e a desconstituição da penhora é medida que se
impõe. DERAM PROVIMENTO À APELAÇÃO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº
70063223796, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Walda Maria Melo
Pierro, Julgado em 29/04/2015).

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO. PENHORA SOBRE BEM


ADQUIRIDO MEDIANTE CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA
NÃO-REGISTRADO.IMPOSSIBILIDADE. POSSUIDOR DE BOA-FÉ. SÚMULA
84 DO STJ. 1. Deve-se resguardar o terceiro possuidor e adquirente de boa-fé quando
a penhora recair sobre imóvel objeto de execução e não mais pertencente ao
devedor/alienante, uma vez que houve transferência do domínio, embora sem o rigor
formal exigido. 2. "É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em
alegação de posse advinda de compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que
desprovido de registro" (Súmula 84 do STJ).

(TRF-4 - AC: 2145 PR 2003.70.02.002145-0, Relator: MARGA INGE BARTH


TESSLER, Data de Julgamento: 13/12/2005, SEGUNDA TURMA, Data de
Publicação: DJ 18/01/2006 PÁGINA: 582).

Desta forma, tendo em vista que os presentes embargos encontram assentamento tanto
na legislação brasileira quanto na Súmula emanada pela mais alta corte, requer-se que
seja recebido, reconhecido e provido pelas razões de fato e direito explanadas.

IV. DOS PEDIDOS


Em face ao exposto, requer:
a) Seja deferida liminarmente a tutela de urgência determinando a suspensão
imediata do leilão, para que assim não gere nenhum prejuízo irreversível;
b) A indicação oportuna de testemunhas para a justificação prévia, se necessário;
c) A citação do embargado para responder aos termos da presente ação;
d) A condenação do embargante em custas processuais e honorários de
sucumbências a serem fixados na proporção de 20% sobre o valor da causa;
e) Seja, ao final, julgado procedente o presente pedido, com o levantamento da
penhora realizado sobre o bem de propriedade do embargante.

Dá se o valor da causa: 300.000,00


Nestes termos, pede e espera o deferimento.

Cidade, dia ..., mês ..., ano ...


Advogado
OAB nº

Maria Andréia Santos Araújo


Direito Civil – 6º período Vesperino.

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