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COSTA, Camilla. Quem foi Joaquim Pereira Marinho, o traficante de escravos que
virou estátua na capital mais negra do Brasil. Terra, 12/06/2020. Disponível em:
https://www.terra.com.br/noticias/brasil/quem-foi-joaquim-pereira-marinho-o-
traficante-de-escravos-que-virou-estatua-na-capital-mais-negra-do-
brasil,18c9e8b941f5a4cda879af65249c71e2u267i2us.html Acessado em: 07/08/2020.
Tese central: O texto traz debates sobre monumentos que homenageiam personagens
históricos em lugares como praças públicas nos centros das cidades, mas que trazem
marcas de violência e escravidão. Como, por exemplo, a estátua de Joaquim Pereira
Marinho, um dos principais traficantes de escravizados, que está inserido na história do
tráfico de escravos vindos para o território da Bahia, precisamente em Salvador.
Estrutura do texto:
Interlocução: Para compor uma perspectiva histórica desses monumentos, podemos ver
no texto a participação de outros olhares para o assunto a partir de entrevistas com
historiadores que pensam a respeito do tema. Por exemplo, o historiador Moreno
Pacheco, professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o historiador Carlos da
Silva Jr., professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), doutorando em
História da África pela Universidade de Hull e a professora Ana Lúcia Araújo,
professora da Universidade Howard, nos Estados Unidos e especialista na história
transnacional da escravidão, que escreveu sobre o traficante português. Além de ideias
de escritores baianos que ajudam a trazer novos olhares e pontos de vista a cerca do
assunto.
Trechos relevantes:
18º Parágrafo: “O elemento em comum entre todos esses traficantes é que eles
eram filantropos. Durante a vida eles se empenhavam em construir a imagem de pessoas
caridosas. E conseguiram, porque vemos que, no decorrer dos anos, a participação deles
no comércio de humanos foi sendo apagada justamente para ficar a memória das
benfeitorias,” diz Ana Lúcia Araújo.
19º Parágrafo: “Vemos isso até nas estátuas, tanto de Marinho quanto de
Colston. Ambos são apresentados acompanhados de crianças, ou em postura
benevolente. Isso é diferente do que ocorre nos EUA, por exemplo, onde a maioria dos
monumentos aos ex-donos de escravos projetam mais poder, são mais viris. Eles
aparecem cavalgando, empunhando armas.”
Importância para o Núcleo de Memória: A discussão sobre a história das pessoas que
são homenageadas e postas suas estátuas nos centros das cidades, pode ser pertinentes
para o contexto de homenagens à figuras e personagens do ambiente acadêmico da
PUC-Rio. Ao ler a reportagem, podemos ver exemplos práticos de casos que não
valorizam a história do Brasil, segundo a exposição das informações divulgadas sobre a
biografia das pessoas homenageadas. Portanto, essa leitura pode gerar nas pessoas que
se dedicam à preservação e manutenção da história, sobretudo de um ambiente
acadêmico, a necessidade de pesquisa e avaliação para escolher pessoas que fizeram
parte da história a serem homenageadas.