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Fenômenos de Transferência III

Aula 10
BALANÇO DE MASSA PARA TORRES
DE CONTATO CONTÍNUO

Prof. Rodrigo Azevedo dos Reis


INTRODUÇÃO

Absorção e Dessorção (Stripping)

Absorção - um ou mais componentes contidos em uma corrente


gasosa são, seletivamente, absorvidos pelo contato íntimo com
um líquido (usualmente a água) no qual o referido soluto é
solúvel. O foco dessa operação é, portanto, remover venenos catalíticos,
impurezas, contaminantes, poluentes ou evitar a poluição
atmosférica.

Dessorção - o interesse maior é recuperar traços de componentes


voláteis presentes em efluentes líquidos.
Em muitos casos a operação de dessorção é utilizada em conjunto
a uma operação de absorção para recuperação e reciclagem do
líquido absorvente.
INTRODUÇÃO

Influencia da Temperatura e Pressão na Absorção

Fator de Absorção: (FA  L mG )


Para absorver uma dada fração de soluto especificada, quanto maior o
valor de FA, menor será o número de estágios requerido.

Eurística econômica: 1,25 < FA < 2; valor ótimo FA = 1,4


Diminuindo T e aumentando
Cresce exponencialmente com T P, m cai e, portanto, podemos
m operar com menores valores
Inversamente proporcional a P de L para um mesmo FA.
Dimunuindo L precisamos de
colunas com D menores.
INTRODUÇÃO

Influencia da Temperatura e Pressão na Dessorção

Fator de Dessorção: (FS =1 FA = mG L )

Para reduzir a vazão de gás desorvedor, é desejado operar a coluna


com elevadas temperaturas e baixas pressões.

Os valores recomendáveis de FS também estão em torno de 1,4.


INTRODUÇÃO

Operação de Absorção Típica


EQUIPAMENTO

Torres Recheadas e de Pratos

Colunas de Recheio :
• Randômico → colunas de D 2 ft e L  20 ft;
Condições corrosivas;
• Estruturado → menor P e maior capacidade
e eficiência;
Mais caras
Colunas de Pratos : Projetos e scale up mais
confiáveis. Velocidade da
fase líquida baixa.
Colunas com recheios estruturados são, usualmente,
mais caras, porém são preferidas em novas instalações
que demandam de quedas de pressão muito baixas ou
na substituição de torres de pratos existentes que
demandam de capacidades e um grau de separação
maior daquele estipulado no projeto original.
EQUIPAMENTO

Colunas de Recheios

A função do recheio é aumentar a área


de contato para a transferência de
massa entre as fases.
EQUIPAMENTO

Recheios Randômicos

Mais
antigos Mais
modernos e
eficientes

Alta eficiência
EQUIPAMENTO

Recheios Estruturados
EQUIPAMENTO

Colunas de Pratos
EQUIPAMENTO

Tipos de Pratos

Perfurados

Valvulados

Distribuidor
EQUIPAMENTO

Regime de Contato Líquido/Vapor

Spray Névoa Emulsão

Borbulhamento Espuma
CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA O PROJETO

O projeto ou análise de um absorvedor ou um desorvedor (stripper)


requer:
1. Fluxo, composição, temperatura e pressão do gás de alimentação (ou do
líquido no caso de desorvedores);
2. Grau de recuperação desejado de um ou mais componentes alimentados;
3. Escolha do absorvente (ou do agente desorvedor);
4. Pressão e temperatura de operação e queda de pressão permitida;
5. Taxa molar de absorvente (ou do agente desorvedor) mínima e taxa molar
de absorvente (ou do agente desorvedor) real necessária para a separação
desejada como um múltiplo da taxa molar mínima;
6. Número de estágios de equilíbrio;
7. Efeitos térmicos e necessidade de resfriamento (ou aquecimento);
8. Tipo de coluna;
9. Altura da coluna;
10. Diâmetro da coluna.
CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA O PROJETO

A absorvente ideal deve apresentar as seguintes características:

(a) ter uma alta solubilidade pelo soluto;


(b) apresentar baixa volatilidade nas condições de operação para reduzir a
perda de solvente e facilitar sua recuperação;
(c) ser estável para maximizar sua vida útil e reduzir a necessidade make up;
(d) ser não corrosivo para permitir o uso de internos metálicos;
(e) ter baixa viscosidade para permitir baixas quedas de pressão e altas taxas
de transferência de massa e calor;
(f) não formar espuma quando em contato com o gás;
(g) ser não tóxico e não inflamável para maior segurança durante a operação; e
(h) estar disponível no mercado por um preço que viabilize o projeto.
CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA O PROJETO

Em geral, a pressão de operação na absorção deveria ser alta e a


temperatura baixa para minimizar o número de estágios requeridos
e/ou a taxa molar de absorvente e para reduzir o volume requerido
para acomodar a taxa de vapor especificada.

Na desorção, deve-se operar em baixas pressões e elevadas


temperaturas para minimizar o número de estágios requeridos e/ou a
taxa molar de agente desorvedor (gás).

As condições de operação na absorção devem evitar a condensação


do gás alimentado e na dessorção evitar a evaporação do líquido.
CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA O PROJETO

Para se projetar ou dimensionar um equipamento de separação, são


necessárias informações sobre a termodinâmica (equilíbrio de fases
ou solubilidade) e de transferência de massa.

Além desses, torna-se importante o conhecimento das condições de


operação do equipamento, tais como, retenção de líquido, perda de
carga (que promove um perfil de pressão na coluna), entre outros.

Deverá haver o contato entre as fases que compõe o sistema, que


permitirá a troca de calor e massa entre as mesmas. A partir de balanços
de matéria e energia na coluna é possível estimar a altura efetiva de uma
coluna operando em regime contínuo.
PROJETO PARA EQUIPAMENTOS
DE CONTATO CONTÍNUO
São quatro fundamentos importantes que constituem a base de
projeto para equipamentos de contato contínuo:

1) Balanço material e de entalpia, envolvendo equações de conservação


da massa e energia: forma a expressão para avaliar a composição bulk das
duas fases em contato em algum ponto da torre, bem como a mudança
nas composições bulk entre dois pontos da torre.
2) Equilíbrio interfase (leis termodinâmicas)
3) Equações de transferência de massa: desenvolvidas nas formas
diferenciais, combinadas com o balanço diferencial de massa, e quando
integrado sobre a área interfacial de contato fornece o comprimento
requerido na troca de massa.
4) Equações de transferência de momento: importante para avaliar a
queda de pressão no equipamento.
COLUNAS DE RECHEIO

No projeto de torres recheadas, considera-se que o líquido é


homogeneamente distribuído pelo recheio, de forma a garantir que a película
em torno de cada partícula sólida seja aproximadamente uniforme.

Absorção/dessorção são freqüentemente efetuadas em colunas de recheio


quando:
• Colunas com diâmetro inferior a 60 cm;
•Quedas de pressão baixas (quando for necessário usar vácuo, por
ex.);
• Problemas de corrosão requerem uso material cerâmico ou
polimérico.

Colunas contínuas, de contacto diferencial que não possuem unidades físicas


distintas (pratos) onde se efetua o ELV

A sua análise requer considerando os processos de transferência de massa


em vez do conceito de estágio de equilíbrio
MODOS DE OPERAÇÃO DE
COLUNAS DE RECHEIO
Para operações de transferência de massa no estado estacionário,
o contato de duas fases imiscíveis pode ser feito em contra-
corrente ou cocorrente.

Contra-corrente Cocorrente
MODOS DE OPERAÇÃO DE
COLUNAS DE RECHEIO

Para uma coluna de absorção (ou de dessorção), defini-se:


COLUNAS DE RECHEIO OPERANDO
EM CONTRA-CORRENTE

O balanço global macroscópico de massa para o componente A na


coluna operando em contra-corrente no estado estacionário:

G1 y A ,1 + L2 x A ,2 = G2 y A ,2 + L1 x A ,1

ou G1 y A ,1 + Lz x A ,z = Gz y A ,z + L1 x A ,1 um plano arbitrário z
As equações ficam mais fáceis de manipular se forem designadas
concentrações por unidade de concentração livre de soluto como:
GS YA ,1 + LS X A ,2 = GS YA ,2 + LS X A ,1 GS = G1 (1 − y A ,1 ) = G2 (1 − y A ,2 )
LS = L1 (1 − x A ,1 ) = L2 (1 − x A ,2 )
onde

ou GS (YA ,1 − YA ,2 ) = LS ( X A ,1 − X A ,2 )
COLUNAS DE RECHEIO OPERANDO
EM CONTRA-CORRENTE

O balanço global macroscópico de massa para o componente A na


coluna operando em contra-corrente no estado estacionário:

ou ainda
LS
=
(YA ,1 − YA ,2 )
GS ( X A ,1 − X A ,2 )
A equação de uma reta que passa por
(XA1,YA1) e (XA2,YA2) e tem inclinação LS/GS.
LS LS
YA ,z = X A ,z + YA ,1 − X A ,1
GS GS
A equação acima é uma expressão geral relacionando as
composições bulks das duas fases para algum ponto da coluna.
Esta define as condições operacionais dentro do equipamento: é
linha de operação para operações contra-corrente.
COLUNAS DE RECHEIO OPERANDO
EM CONTRA-CORRENTE
A figura abaixo ilustra a localização da linha de operação relativa a
linha de equilíbrio para transferência de soluto da fase G para a fase
L - ABSORÇÃO.
COLUNAS DE RECHEIO OPERANDO
EM CONTRA-CORRENTE
A figura abaixo ilustra a localização da linha de operação relativa a
linha de equilíbrio para transferência de soluto da fase L para a fase
G- DESSORAÇÃO (stripping).
COLUNAS DE RECHEIO OPERANDO
EM CONTRA-CORRENTE
No projeto de equipamentos de transferência de massa, a vazão de
pelo menos uma fase e três das 4 composições de entrada e saída
devem ser fixadas pelo requisito do processo.

A vazão da segunda fase é muitas vezes a variável projetada.


O mínimo LS, que deve ser usado,
corresponde a linha de operação
que toca a linha de equilíbrio. Para
o ponto de tangencia, a força
direcional é zero, e a transferência
de massa entre as duas fases não
ocorre.

Reparem que a inclinação Isto representa a condição


decresce quando o valor da limite, a razão mínima LS/GS
vazão LS decresce.
para transferência de massa.
COLUNAS DE RECHEIO OPERANDO
EM CONTRA-CORRENTE

Fluxo molar de absorvente mínimo

Nesta condição, a relação de equilíbrio pode ser escrita da seguinte forma para
o ponto de tangência:

ytag Ytag (1 + Ytag ) Ytag


m= = X tag =
xtag X tag (1 + X tag ) m + Ytag (m − 1)

Substituindo XN na reta de operação aplicada para o estágio N, tem-se

GS (Ytag − YA ,2 )
LS min =
Ytag
− X A ,2
m + Ytag (m − 1)
MÉTODO BASEADO NA TAXA DE
TRANSFERÊNCIA PARA ESTÁGIOS DE
EQUILÍBRIO PARA COLUNAS DE RECHEIO
Fluxo molar de absorvente mínimo

Quando a linha de equilíbrio tiver uma


concavidade voltada para cima:
• Traçamos a partir de (XA,2, YA,2) uma
reta à linha de equilíbrio como mostra
a figura ao lado.
• O declive desta reta dá o valor de
(Ls/Gs)min.
• Na prática, tomamos a inclinação da
reta de operação como 1,4 (até 2.0)
vezes superior ao valor da inclinação
mínima.
MÉTODO BASEADO NA TAXA DE TRANSFERÊNCIA PARA
ESTÁGIOS DE EQUILÍBRIO PARA COLUNAS DE RECHEIO
MÉTODO BASEADO NA TAXA DE
TRANSFERÊNCIA PARA ESTÁGIOS DE
EQUILÍBRIO PARA COLUNAS DE RECHEIO
Balanço para o soluto na fase gasosa em um elemento de
volume da coluna operando em contracorrente
Vazão molar Vazão molar Taxa molar Taxa molar
 de entrada  −  de saída  +  transferida  =  de acúmulo
       
 
FAz − FAz + rA" ac ( Ac z ) = 0
z z + z
 Ac z e z → 0
d (Gy A )
− − N Aa = 0
dz
(
− GS dYA = K y a y A − y* dz )
yA dyA
YA = então dYA =
(1 − y A ) (1 − y A )2
(
− GS dy A = K y a y A − y A (1− y A ) dz
*
) 2
MÉTODO BASEADO NA TAXA DE
TRANSFERÊNCIA PARA ESTÁGIOS DE
EQUILÍBRIO PARA COLUNAS DE RECHEIO
Na absorção, é possível se deparar com duas situações distintas:
(i) absorção simples, (ii) absorção com reação química.

A taxa de transferência de massa do soluto por unidade de


área de transferência de volume de coluna recheada é dada por
massa por unidade de
volume de coluna w = k y a( y AG − y Ai ) = k x a(xAi − xAL )
recheada

É denominado por coeficiente de É denominado por coeficiente de


transferência de massa local do transferência de massa local do
soluto na fase vapor e depende do soluto na fase líquida e depende do
coeficiente de difusão do soluto no coeficiente de difusão do soluto no
gás, da espessura da camada limite líquido, da espessura da camada
(parâmetro hidrodinâmico que limite (parâmetro hidrodinâmico
depende das condições de que depende das condições de
escoamento), do volume molar da escoamento), do volume molar da
mistura gasosa mistura líquida
MÉTODO BASEADO NA TAXA DE
TRANSFERÊNCIA PARA ESTÁGIOS DE
EQUILÍBRIO PARA COLUNAS DE RECHEIO

( ) (
w = K y a y AG − y* = K x a x* − x AL )

1 1 m 1 1 1
= + = +
K y k y kx K x k x mk y

m é a constante de equilíbrio termodinâmico

y* é a composição que estaria em equilíbrio com a composição x AL


x * é a composição que estaria em equilíbrio com a composição y AG
MÉTODO BASEADO NA TAXA DE
TRANSFERÊNCIA PARA ESTÁGIOS DE
EQUILÍBRIO PARA COLUNAS DE RECHEIO

Para sistema diluídos (1-yA)0, então pode-se escrever

− Ac GS dyA = K y a y A − y A ( *
) A dz volume
c
elemento de
da coluna
quantidade absorvida
no elemento de taxa de transferência de massa
volume da coluna do soluto por unidade de
volume de coluna recheada
K ya lT y A ,2 dy GS y A ,1 dy
 dz = − 
(y ) lT =
K y a y A ,2 y A − y*
= H oy N oy
GS 0 y A ,1
AG −y *
( )
número de
altura de cada unidade de transferência H oy unidades de
N oy transferência
MÉTODO BASEADO NA TAXA DE
TRANSFERÊNCIA PARA ESTÁGIOS DE
EQUILÍBRIO PARA COLUNAS DE RECHEIO

1 1 m 1 1 1
= + = +
K y k y kx K x k x mk y

Quando a constante de equilíbrio é muito maior que 1, significa que a


resistência na fase líquida predomina e a transferência de massa será
controlada pela difusão do soluto no líquido. Quando for pequeno, a
resistência na fase gasosa predomina no transporte do soluto.

lT = H oy Noy lT =
GS y A ,1 dyA
K y a y A ,2 y − y *

GS YA ,1 dYA
K y a YA ,2 Y − Y *
( A A ) AA
( 
)
Soluções Diluídas
MÉTODO BASEADO NA TAXA DE
TRANSFERÊNCIA PARA ESTÁGIOS DE
EQUILÍBRIO PARA COLUNAS DE RECHEIO

Método Gráfico

Pela curva de equilíbrio e a linha de operação podemos avaliar YA - YA*


e calcular o recíproco 1/(YA - YA*) plotando contra YA e encontrando a
área sob a curva. Simpson de 1/3
h 
N oy =  0
f + f n +  (4 f ( 2 j −1) + 2 f )
(2 j ) 
3 
f j =1

YA(j)
1
f ( j +1) =
YA( j ) − Y *A( j )
Y*A(j)

XA(j) YA(j)
MÉTODO BASEADO NA TAXA DE
TRANSFERÊNCIA PARA ESTÁGIOS DE
EQUILÍBRIO PARA COLUNAS DE RECHEIO
Quando as linhas de operação e de equilíbrio forem descritas por retas, o
número de unidades de transferência pode ser calculado por:

LS YA ,z − YA ,2 LS YA ,z − YA ,2
= ou =
GS Y * A ,z m − Y * A ,2 m mGS Y * A ,z −Y * A ,2

YA ,z − YA ,2 YA ,z − YA ,2
FA = Y * A ,z = + Y * A ,2
Y * A ,z −Y * A ,2 FA
YA ,1 dYA ,z
N oy = 
YA , 2 
1  YA ,2
1 − YA ,z + − mX A ,2
 FA  FA
MÉTODO BASEADO NA TAXA DE
TRANSFERÊNCIA PARA ESTÁGIOS DE
EQUILÍBRIO PARA COLUNAS DE RECHEIO
Quando as linhas de operação e de equilíbrio forem descritas por retas, o
número de unidades de transferência pode ser calculado por:

1  YA ,1 − mX A ,2  1  1 
N oy = ln  1 −  + 
 1   YA ,2 − mX A ,2  FA  FA 
1 − 
 FA 
onde (FA  L mG )
Ainda em se tratando do contato em contra-corrente, pode-se mostrar que
para a dessorção envolvendo retas de operação e de equilíbrio, tem-se:

Ls  X A ,2 − YA ,1 m 
H ox = N ox =
1
ln (1 − FA ) + FA 
K xa (1 − FA )  X A,1 − YA,1 m 
COLUNAS DE RECHEIO OPERANDO
EM COCORRENTE

O balanço global macroscópico de massa para o componente A na


coluna operando em cocorrente no estado estacionário:

GS YA ,1 + LS X A ,1 = GS YA ,z + LS X A ,z

ou GS (YA ,1 − YA ,z ) = − LS ( X A ,1 − X A ,z )
ou ainda −
LS
=
(YA ,1 − YA ,z )
GS ( X A ,1 − X A ,z )
A equação da reta que passa por (XA1,YA1) tem inclinação - LS/GS.
COLUNAS DE RECHEIO OPERANDO
EM COCORRENTE
A figura abaixo ilustra a localização da linha de operação relativa a
linha de equilíbrio para transferência de soluto da fase G para a fase
L - ABSORÇÃO.
COLUNAS DE RECHEIO OPERANDO
EM COCORRENTE
A figura abaixo ilustra a localização da linha de operação relativa a
linha de equilíbrio para transferência de soluto da fase L para a fase
G- DESSORAÇÃO (stripping).
MÉTODO BASEADO NA TAXA DE
TRANSFERÊNCIA PARA ESTÁGIOS DE
EQUILÍBRIO PARA COLUNAS DE RECHEIO

Fluxo molar de absorvente mínimo


COLUNAS DE RECHEIO OPERANDO
EM COCORRENTE

A equação acima é uma expressão geral relacionando as


composições bulks das duas fases para algum ponto da coluna.

LS LS
YA ,z =− X A ,z + YA ,1 + X A ,1
GS GS
Esta define as condições operacionais dentro
do equipamento: é linha de operação para
operações cocorrente.

LS YA ,z − YA ,1
ou − =
GS X A ,z − X A ,1
MÉTODO BASEADO NA TAXA DE
TRANSFERÊNCIA PARA ESTÁGIOS DE
EQUILÍBRIO PARA COLUNAS DE RECHEIO
Quando as linhas de operação e de equilíbrio forem descritas por retas, o
número de unidades de transferência pode ser calculado por:

LS YA ,z − YA ,1 L Y − Y
− = ou − S
= A , z A ,1
GS Y * A m − Y * A ,1 m mGS Y * A ,z −Y * A ,1

YA ,z − YA ,1 YA ,1 − YA ,z
− FA = Y * A ,z = + Y * A ,1
Y * A ,z −Y * A ,1 FA
YA ,1 dYA
N oy = 
YA , 2 
1  YA ,1
1 + YA ,z − − mX A ,1
 FA  FA
MÉTODO BASEADO NA TAXA DE
TRANSFERÊNCIA PARA ESTÁGIOS DE
EQUILÍBRIO PARA COLUNAS DE RECHEIO
Quando as linhas de operação e de equilíbrio forem descritas por retas, o
número de unidades de transferência pode ser calculado por:

1  YA ,1 − mX A ,1 
N oy = ln   onde (FA  L mG )
  Y − mX
  A ,2 A ,2 
1
1 +
 FA 
Ainda em se tratando do contato em cocorrente, pode-se mostrar que para
a dessorção envolvendo retas de operação e de equilíbrio, tem-se:

Ls 1  X A ,2 − YA ,2 m 
H ox = N ox = ln 
K xa (1 + FA )  X A,1 − YA,1 m 
MÉTODO BASEADO NA TAXA DE
TRANSFERÊNCIA PARA ESTÁGIOS DE
EQUILÍBRIO PARA COLUNAS DE RECHEIO

Compêndio para retas de Equilíbrio e de Operação:

 YA ,1 − mX A ,2  1  1 
Contra − Corrente ( Absorção) N oy =
1
ln  1 −  + 
 1   YA ,2 − mX A ,2  FA  FA 
1 − 
 FA 
 X A ,2 − YA ,1 m 
Contra − Corrente (Dessorção) N oy =
1
ln (1 − FA ) + FA 
(1 − FA )  X A,1 − YA,1 m 

 YA ,1 − mX A ,1 
Cocorrente ( Absorção) N oy =
1
ln  
 1   YA ,2 − mX A ,2 
1 + 
 FA 

 X A ,2 − YA ,2 m 
Cocorrente (dessorção) N oy =
1
ln 
(1 + FA )  X A,1 − YA,1 m 
MÉTODO BASEADO NA TAXA DE
TRANSFERÊNCIA PARA ESTÁGIOS DE
EQUILÍBRIO PARA COLUNAS DE RECHEIO

Altura da Unidade de Trasnferência

GS y A ,1 dyA
K y a y A ,2 y − y *
lT = H oy Noy lT =
( A A )
GS
onde H oy =
K ya

VAMOS PENSAR: Como vamos calcular o Coeficiente de


Transferência de Massa?
Como vamos calcular o a?
a=
(área int erfacial específica para T .M .)
(Unidade de volume da Coluna)
Os Fluxos locais são obtidos pressupondo que se conheça a área
onde está havendo o transporte do soluto.

Em se tratando de colunas de recheios, há uma dificuldade para se


determinar a área interfacial de contato entre as fases,
principalmente para recheios aleatórios (randômicos).
É importante frisar que a área de transferência de massa (a) não é
necessariamente a área superficial de recheio seco (as), tão pouco
a área molhada da coluna (aw).
Quanto menos eficiente for o tipo de recheio maiores serão as
diferenças entre a e as. A área molhada (aw) inclui aquela
relacionada às zonas estagnadas, que não sofrem renovação e,
portanto, logo se saturam no soluto não sendo portanto efetivas
para a Transferência de Massa (a/aw<1).
a=
(área int erfacial específica para T .M .)
(Unidade de volume da Coluna)
Correlações para estimativa da área interfacial para a
Transferência de Massa em recheios randômicos.
Correlações para estimativa do Coeficiente de
Transferência de Massa em recheios.
Correlações para estimativa do Coeficiente
Volumétricos locais de Transferência de
Massa em recheios.
Exemplo 1:
Construiu-se uma torre com Anéis de Rasching de 13 mm na
intenção de absorver CO2 do ar, utilizando-se água pura a 20oC
como solvente com velocidade superficial de 0,013 m.s-1.
Considerando que o dióxido de carbono esteja diluído em relação
aos inertes das duas fases e sabendo que a fase líquida é que
controla a operação, estime o valor do coeficiente volumétrico
local de transferência de massa.
Dados: g=9,81 m.s-2; por se tratar de uma corrente diluída, as
propriedades da fase líquida serão tomadas como as da água pura. Na
Tabela 11.1 e 11.2 das pags. 636 e 637 do Cremasco 2ª Edição vocês
encontrarão os dados de recheios secos.

 L (kg  m −3 )  L (m 2  s −1 )  L (N  m −1 ) M L (kg  kmol −1 ) DAB (m 2  s −1 )


L

998,2 1,0110−6 72,47 10−3 18,015 1,69 10−9

Solução: Vamos estimar de forma unificada pela expressão de Norman (1961)


ou Mohunta et al. (1969) e de forma individual por Onda et a. (1968).
Exemplo 1:
0 ,75
  L  u L  L
Norman (1961) → (k x a ) = 530 DABL    Sc ,onde ScL =
12

 M L   L 
L
DABL

L 1,0110−6
ScL = = −9
= 597,63
DABL 1,69 10
0 ,75

(k x a ) = 530(1,69 10−9 ) 998,2  0,013 


−6 
(597,63)1 2 = 1,466 kmol  m−3  s −1
 18,015  1,0110 
−2 3 5 36
  L  −1 2 3 4   L as   L 
Mohunta et al. (1969) → (k x a ) = 0,0025 ScL (u L as )    2 
 ML   g  g 
−2 3 5 36
3 4  1,01 10  400   1,0110−6 
−6
 998,2 
(k x a ) = 0,0025 (597,63) (0,013 400) 
−1 2
   = 1,28 kmol  m −3  s −1
 18,015 
2
 9,81   9,81 
Exemplo 1:
23
 L  a 
Onda et al. (1968) → k x = 5,110 −3
(d s as )  (g L )1 3  s ReL  ScL−1 2
0 ,4

 ML   aw 

aw   c 
0 ,75

= 1,0 − exp 1,45  ReL FrL WeL 
0 ,1 − 0 ,05 0 ,2

as  L  
uL 0 ,013
ReL = = = 32,178
as L (400)(1,01 10 )
−6

as u L2 (400)(0,013)
2
FrL = = = 6 ,89 10−3
g 9,81

WeL =
 Lu L2
=
(998,2)(0,013)
2
=  −3

as L (400)(72,47 10−3 )


5 ,82 10

  61 10 −3

0 ,75

aw
= 1,0 − exp 1,45


−3 
(32,178)0 ,1
6(,89  10 −3
) (5,82 10 )
− 0 ,05 −3 0 ,2
 = 0 ,562
as   72,47 10  
Exemplo 1:
= 0 ,562  aw = (0 ,562)(400) = 224,8 m 2 m 3
aw
as

23
 L  1 3  as 
k x = 5,110 −3
(d s as ) 0 ,4
 (g L )  ReL  ScL−1 2
 ML   aw 
23

( )
k x = 5,1 10−3 13 10−3 (400) 0 ,4  998,2 
 ( ) 
1 3  400 
 1,01 10 (9 ,81) 
−6 
(32,178) (597,63)−1 2
 18,015   224,8  

k x = 7,1310−3 kmol  m−2  s −1

(kx a) = (7,1310 )(224,8) = 1,603 kmol  m


−3 −3
s −1

Que está superestimado, uma vez que não foram consideradas as zonas
estagnadas, isto é a/aw=1.
Exemplo 2:
Uma torre de 2 m de diâmetro será utilizada para absorção de um
certo contaminante A. 1000 kmol/h de gás, contendo 0,9% em
mols de soluto, alimentam a base da torre.

80% do contaminante deverá ser absorvido por uma corrente


líquida que entra isenta no topo da torre. Seguindo a experiência
prévia, pretende-se trabalhar com 1,4 vezes a razão mínima entre
as vazões das correntes a temperatura e pressão constantes. Nestas
condições, a torre opera com coeficientes de transferência de
massa constante, sendo que o coeficiente volumétrico local da
fase gasosa é 400 kmol/(h.m3) e a resistência nessa fase é 60% da
Global. Sabendo que a constante de Henry para esse sistema é 1,
determine a altura da torre.

Solução: Trata-se de um projeto de torre de Absorção (G→L) em contra-


corrente e que m é igual a 1.
Exemplo 2:
Balanço de Massa para a Fase gasosa:
Q.M . de A que entra no Gás = (0,009)(1000) = 9 kmol  h −1

Q.M . de inertes que entra = (1 − 0,009)(1000) = 991 kmol  h −1


9
YA ,1 = = 9,08210−3
991

Q.M . de A absorvido = (0,8)(9) = 7 ,2 kmol  h −1

Q.M . de A que sai no Gás = (9 − 7 ,2) = 1,8 kmol  h −1


1,8
YA ,2 = = 1,81610−3
991
Exemplo 2:
Balanço de Massa para a Fase gasosa:
o líquido entra isento de A X A ,2 = 0,0

Q.M . de A que sai no Liquido = 0,0 + (0,8)(9) = 7 ,2 kmol  h −1


Coeficiente Volumétrico Global de Transferência de Massa da
Fase Gasosa:

→ K y a = 0,6k y a → K y a = 0,6(400) = 240 kmol  h −1  m −3


1 1
0,6 =
K ya kya
4(991) −1 − 2
Fluxo Gasoso isento de A Gs = = 315,445 kmol  h m
 (2 )2

GS 315,445
H oy = = = 1,314 m
K ya 240
Exemplo 2:
G (Y − Y )
=
S tag A ,2
LS min
Ytag
− X A ,2
m + Ytag (m − 1)

LS min
=
(
9,08210−3 − 1,81610−3
= 0,8
)
−3
GS 9,08210
− 0,0
1 + 9,08210 (1 − 1)
−3

LSOp
= 1,4(0,8) = 1,12
GS

LSOp YA ,1 − YA ,2
= = 1,12  X A ,1 = 6,487 10−3
GS X A ,1 − X A ,2
Exemplo 2:
LS 1,12
FA = = = 1,12
mGS 1

1  YA ,1 − mX A ,2  1  1  1  9 ,08210−3  1  1 
N oy = ln  1−  + = ln −3 
1− +  = 3,33
 1   YA ,2 − mX A ,2  FA  FA  1 − 1   1,81610  1,12  1,12 
1 −   
 FA   1,12 

lT = H oy Noy = (1,314m)(3,33) = 4,38 m


Exemplo 2:
Calculando o Número de Unidades de Transferência pelo Método
Gráfico: 9 ,082 − 1,816 −3 −3
h= 10 = 1,81610
4

YA ,z − YA ,1 YA ,z − 9,08210−3
X A ,z = + X A ,1 = + 6,487 10−3
LSOp GS 1,12 Y * A ,z = mX A ,z

1
f ( j +1) =
YA( j +1) − Y * A( j +1)
YA x 103 1,816 3,63 5,45 7,27 9,082
Y*A x 103 0,000 1,62 3,24 5,0 6,6

f(YA) 550,66 492,6 444,4 440,5 387,3


f0 f1 f2 f3 f4
Este resultado poderia ser melhorado
h 
N oy =  f 0 + f n +  (4 f (2 j −1) + 2 f (2 j ) ) = 3,37 aumentando o número de intervalos da
3 j =1  integração Numérica
MÉTODO GRÁFICO PARA
ESTÁGIOS DE EQUILÍBRIO PARA
COLUNAS DE PRATOS

Gráficos das composições do soluto no


vapor em função das composições do
soluto.

Processos de separação por absorção e dessorção:


• Baseiam-se nas diferenças de concentração do componente a ser transferido
existentes na fase onde se encontra e o valor de equilíbrio;
• A transferência de massa é tanto maior quanto mais afastada estiver a
concentração real do soluto do valor correspondente ao equilíbrio de fases;
• Atingido o equilíbrio, já não existe transferência efetiva do componente.
MÉTODO GRÁFICO PARA
ESTÁGIOS DE EQUILÍBRIO PARA
COLUNAS DE PRATOS

Inicialmente, considera-se uma coluna de absorção (ou de


dessorção) de soluções diluídas operando em contra-corrente:

• A entalpia de absorção é desprezível;

• A coluna é isotérmica e isobárica;

• O solvente líquido é não volátil;

• O gás diluente é insolúvel no solvente líquido.


MÉTODO GRÁFICO PARA
ESTÁGIOS DE EQUILÍBRIO PARA
COLUNAS DE PRATOS

Para uma coluna de absorção (ou de dessorção), defini-se:

Ls = Fluxo molar de absorvente livre de soluto;


G s = Fluxo molar de gás carreador livre de soluto;

X = razão molar de soluto na fase líquida em base seca de soluto;

Y = razão molar de soluto na fase gasosa em base seca de soluto.


LN =  = L j =  = L0 = Ls = constante

GN +1 =  = G j =  = G1 = Gs = constante

área

área

área

área
MÉTODO GRÁFICO PARA
ESTÁGIOS DE EQUILÍBRIO PARA
COLUNAS DE PRATOS

inclinação
MÉTODO GRÁFICO PARA
ESTÁGIOS DE EQUILÍBRIO PARA
COLUNAS DE PRATOS

Taxa molar de absorvente mínima

Traçar a reta que une (X0, Y1) e o ponto de


intersecção da linha de equilíbrio com a linha
Y= YN+1, isto é, o ponto que corresponde ao
valor de XN(que sai da base da coluna) em
equilíbrio com YN+1.

neste ponto é nula a força motriz de transferência


de massa, pois (XN)max = (XN)eq (o “solvente”
está saturado).

precisamos de um número infinito de andares


para efetuar a separação.
MÉTODO GRÁFICO PARA
ESTÁGIOS DE EQUILÍBRIO PARA
COLUNAS DE PRATOS

Fluxo molar de absorvente mínimo

Quando a linha de equilíbrio tiver


uma concavidade voltada para baixo:
• Traçamos a partir de (X0, Y1) uma
reta tangente à linha de equilíbrio
pois neste ponto de estrangulamento
é igualmente nula a força motriz da
transferência do soluto
• O declive desta reta dá o valor de
(Ls/Gs)min.
• Na prática, tomamos a inclinação
da reta de operação como 1,4 (até
2.0) vezes superior ao valor do
declive mínimo.
• Representar os dados de equilíbrio líquido-vapor, Y em função de X,
convertendo previamente, se necessário, as frações molares em razões molares.
• Marcar os pontos (que, em problemas de absorção
são geralmente conhecidos), X0, YN+1, Y1e Ls/Gs.
• Marcar o ponto (X0, Y1) que está sobre a reta
de operação representa correntes de passagem.
•Traçar a linha operatória com o declive Ls/Gs.
• Começando pelo topo da coluna, isto é, pelo ponto (X0, Y1), traçar os andares
de equilíbrio, alternando, como de costume, entre a linha operatória e a linha de
equilíbrio de fases.
• Na linha de equilíbrio líquido-vapor, contar o número de andares de
equilíbrio.
• Para sistemas muito diluídos (concentrações de soluto inferiores a 1%)
podemos usar frações molares ou mássicas (x, y) em vez das razões molares ou
mássicas (X, Y) e taxas molares ou mássicos totais de líquido e de gás (L, G) em
vez de taxas molares ou mássicos de líquido e de gás isentos de soluto (Ls, Gs).
MÉTODO GRÁFICO PARA
ESTÁGIOS DE EQUILÍBRIO PARA
COLUNAS DE PRATOS
SOLUÇÕES CONCENTRADAS

No caso de soluções concentradas, a curva de operação e a de equilíbrio


não serão lineares e precisaremos fazer o balanço de energia (entalpia)
junto ao balanço de matéria.

Quando grandes quantidades de soluto são transferidas, o calor de mistura pode


produzir um aumento de temperatura na fase receptora. Se a temperatura da fase
muda, a solubilidade no equilíbrio do soluto será alterada, e a força de difusão
também se alterará. Considerando um processo contracorrente, um balanço
entalpico no plano z = z2 e um plano arbitrário z, temos:

Onde: H = entalpia molar da corrente em uma determinada temperatura, pressão


e composição. As entalpias são normalmente baseadas sobre uma referencia de
solvente livre de soluto e soluto puro para uma temperatura base escolhida, T0.
A entalpia normal de uma mistura líquida é avaliada sobre uma temperatura base
pela relação:
Onde: HL = entalpia da corrente liquida [kJ/mol]; cpL = capacidade calorífica da mistura sobre
uma base mássica [kJ/kg.K]; TL = temperatura da mistura [K]; Mavg = massa molecular média da
mistura; HS = calor integral da solução em T0 e para a concentração da mistura [kJ/mol].
SOLUÇÕES CONCENTRADAS

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