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Respostas – Caderno de Exercícios 3

se é verdade que este é parente do estrategista de

Redação Napoleão em Waterloo, e se é verdade que as carac-


terísticas de um ser são transmitidas geneticamente a
seu descendente, o fracasso na Batalha de Waterloo
– que leva a questionar a competência do assisten-
te de Napoleão – faz pressupor que as qualidades

capítulo 1 profissionais do estrategista da tirinha são também


desastrosas.
4. Na parte esquerda da imagem, lê-se “O nosso papel
Descrição, narração e dissertação no seu projeto” e observa-se o desenho de uma
a serviço dos gêneros ponte; na direita, lê-se “é tirar seu projeto do papel” e
observa-se a fotografia da ponte já construída. Assim,
1. E nos dois casos, as partes da frase reforçam o sentido
2. D produzido pelas imagens, já que a parte esquerda
é uma imagem que remete ao projeto, enquanto
3. B a direita mostra o projeto realizado. Há, pois, entre
4. D imagem e frase, entre os elementos visuais e verbais,
5. A uma relação de ênfase.

6. A 5. D
7. A única passagem narrativa é “Saí, afastando-me dos 6. Resposta pessoal.
grupos, e fingindo ler os epitáfios”. A predominância 7. Resposta pessoal.
de palavras de sentido concreto e a sequência de
ações, indicando progressão temporal, definem o texto
8. Resposta pessoal.
narrativo. 9. Resposta pessoal.
8. A 10. B
9. Resposta pessoal. 11. E
10. Resposta pessoal. 12. a) O enunciado define “atalho” como “a distância mais
11. Resposta pessoal. longa entre dois pontos”, enquanto o princípio mate-
mático parodiado afirma que “a reta é a menor dis-
12. Resposta pessoal.
tância entre dois pontos”. A legenda da ilustração, ao
substituir “reta” por “atalho”, inverte o sentido original,

capítulo 2 o que configura a paródia. Ou seja, o “atalho”, que


deveria ser, como a “reta”, “a menor distância entre
dois pontos”, nessa situação concreta é justamente o
contrário. Isso se ajusta ao enunciado fundamental
Publicidade, quadrinhos

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da Lei de Murphy: o “atalho” se torna um problema,
e fotojornalismo: entre a é valorizado negativamente (já que não encurta a
descrição e a narração distância), confirmando a ideia de que “se alguma
coisa pode dar errado, dará”.
1. C
b) Os elementos visuais da ilustração de Jaguar rea-
2. D firmam o significado da legenda: o “atalho” é uma
3. a) A tira faz alusão à Batalha de Waterloo, em que escada, e carros não sobem escadas. O atalho sob
Napoleão foi derrotado. forma de escada seria comemorado com euforia por
b) A personagem consultada busca a explicação para um caminhante; para um motorista, porém, nada
as qualidades profissionais do “estrategista militar”: poderia haver de mais errado.

29
5. As ações de Vicente Lemes são: Ele lê os autos. Ele
capítulo 3 lavra o despacho pela segunda vez. Ele se levanta do
tamborete. Ele olha pela janela.
6. Ele é uma pessoa honesta e íntegra, pois exige que o
Artigos, editoriais e resenhas: inventariante arrole todos os bens. Ao mesmo tempo, ele
variações dissertativas se mostra condescendente quando admite que nem
todos os bens costumam ser arrolados num inventário.
1. E Além disso, ele ainda é determinado, já que ele não
desiste de seu propósito.
2. A
7. a) Pressupõe-se que ele está numa sala (provavelmente
3. C
de um fórum), que permite avistar o cartório, numa
4. E cidade pequena do interior.
5. Resposta pessoal. b) Ele é juiz.

6. Resposta pessoal. 8. a) Numa cidade pequena, provinciana, rural, em que


todas as pessoas se conhecem.
7. Resposta pessoal.
b) Percebe-se que se trata de uma pequena cidade
8. Resposta pessoal. rural pelo seguinte trecho: “A vila inteira, embora nin-
9. Resposta pessoal. guém nada dissesse claramente, estava de olhos
abertos assuntando se tais bens entrariam ou não
10. Resposta pessoal.
entrariam no inventário. Lugar pequeno, ah, lugar
pequeno, em que cada um vive vigiando o outro!”.

capítulo 4 9. Resposta pessoal.


10. a) Distante. O narrador, identificado com o “hoje”, distin -
gue de seu tempo com os meirinhos de antigamente,
Elementos da narrativa do “tempo do rei”.
b) O fato de o narrador manter-se temporalmente afas-
1. I – C; II – B; III – D; IV – A tado da época em que se dão os acontecimentos
da narrativa é mais um indício de que se trata de um
2. No primeiro fragmento, o texto tem uma dimensão
narrador implícito, ou seja, em terceira pessoa, que
descritiva, sem que o narrador demonstre preocupação
não participa da história como personagem.
em penetrar no universo passional ou mental das
personagens. É o típico caso de narrador observador. No 11. Não. O uso de formas verbais e pronomes na primeira
segundo, o narrador é personagem, como se percebe pessoa não garante que a narrativa seja conduzida por
pelo uso de expressões como “na minha família” ou um narrador personagem. No caso desse fragmento,
“em minha terra”, que o colocam como personagem fica claro que as personagens são D. Antônio, D. Diogo,
da narrativa. Porém, o protagonista parece ser Tio Isabel, Cecília e D. Lauriana. O narrador é implícito e só
Man’Antônio, o que indicaria um narrador testemunha. usa a primeira pessoa para explicar ao leitor como será
No terceiro trecho, o narrador, ao dizer que “Bertoleza a condução da narrativa. Não há nenhum indício de
fez-se ainda mais concentrada e resmungona” e ao usar que o narrador vá tornar-se personagem da história.
expressões como “olhares de desconfiança”, “abismos 12. Resposta pessoal.
de constrangimento” ou “cheia de apreensões”, mostra
13. Resposta pessoal.
que sabe tudo sobre as personagens, o que caracteriza
14. Resposta pessoal.
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a onisciência. Por fim, no quarto, o narrador é uma


personagem, Ponciano de Azeredo Furtado, que se 15. Resposta pessoal.
apresenta como protagonista na narrativa.
16. C
3. a) Trata-se de um narrador protagonista, que contribui
17. E
para produzir um efeito de sentido de subjetividade.
b) É possível citar as constantes referências ao interlo- 18. D
cutor, por meio do pronome de tratamento “senhor” 19. B
e do vocativo “moço”, e o uso repetido de frases ex-
20. A personagem é um palhaço, conforme inúmeras pistas
clamativas. disseminadas no percurso da letra: logo no início do
4. D texto, é caracterizado com “cara de palhaço” e “pinta

30
de boneco” (mas ainda poderia apenas parecer 26. O adjetivo “rápido” está presente em vários produtos
um palhaço, sem sê-lo de fato); mais adiante isso e serviços oferecidos na cidade, inclusive em inglês
também é evidenciado pelos trechos “pinta a cara”, (coerente com o que dissemos sobre o caráter global
“muito colorido”, “pula” e “gesticula”. Esses elementos da metrópole), como em fast-shop, fast-food, etc.
contextuais são pistas que levam à conclusão de que Uma das características marcantes da cidade é sua
esse é o esboço de um palhaço. vocação para o trabalho, como mostra o trecho “povo
21. O texto não define com precisão o momento das ações. que trabalha o dia todo”. O tempo para fazer tantas
Não há uma progressão clara entre os fatos, ou seja, atividades, portanto, nunca parece suficiente. Por isso,
não se nota de modo evidente uma sequência narrativa tudo deve ser feito de forma veloz. Essas noções estão
com começo, meio e fim. Em algumas passagens, na expressas, por exemplo, em passagens como “sai
verdade, é possível percebê-la, como quando chega correndo” e “não tem tempo”. A falta de tempo inclusive
para tomar banho é o que justifica, num interessante
à Bela Vista e cumprimenta todos os frequentadores
jogo de humor, a criação do “lava-rápido de gente”.
do local, depois “dá uma passadinha nos botecos de
Pinheiros” para “então” procurar o centro da cidade, 27. Resposta pessoal.
chegando à Liberdade e, depois, “no fim da noite”, 28. Resposta pessoal.
passar pelo Bom Retiro, ponto final de sua caminhada 29. Resposta pessoal.
pela cidade (como se percebe pelo trecho “último
30.Resposta pessoal.
giro”). Não se sabe exatamente se o percurso começou
de manhã, à tarde ou no início da noite, mas o término é 31. Resposta pessoal.
definido pela expressão adverbial “no fim da noite”. Mas

cap’tulo 5
isso não permite dizer que a “história” se passa no período
de um dia inteiro. Aliás, outros trechos sugerem que a
personagem repete ações em dias diferentes, como em
“lá ele aparece algumas vezes” (na Liberdade). Em outra
passagem, a duração de tempo é bem maior: ao entrar Reportagem e crônica: dois
na USP e sair com diploma, imagina-se pelo menos 4 ou gêneros narrativos clássicos
5 anos (tempo de duração dos cursos universitários).
22.a) Ao como narrar, já que o narrador, em vez de contar 1. C
sua história, está comentando como deve ser o início 2. a) As aulas na Escola Estadual Fernão Dias Paes foram
de sua narrativa. retomadas.
b) À trama. b) Os membros da comunidade escolar.
c) Não. Na verdade, em Memórias póstumas de Brás c) Na Escola Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros,
Cubas, o início da trama corresponde ao final da na zona oeste de São Paulo.
fábula, já que o narrador começa a contar sua vida d) Na quarta-feira, dia 6 de janeiro de 2016, 55 dias após
pelo final, isto é, pela morte. a ocupação pelos estudantes.
23. A e) As aulas foram retomadas de uma forma menos formal
e mais “humana” por parte dos professores. Ao invés
24.Trata-se de um homem com faro comercial, que de dispostas em fileiras, as carteiras de quase todas
observa uma determinada situação, constata uma
as salas agora estão organizadas em círculo, o que
necessidade e propõe uma solução. Hoje são os
deixou os estudantes mais próximos dos professores.
chamados empreendedores – aqueles que têm uma
f) Porque, no período da ocupação, os alunos ficaram
visão oportunista, no sentido de que sabem aproveitar
sem estudar e as aulas foram perdidas.
o contexto para ganhar dinheiro.
3. Resposta pessoal.

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25. A qualificação das personagens pela nacionalidade,
4. A
marcada pelos adjetivos pátrios “japonês”, “siciliano”
e “libanesa”, indica que a cidade é uma metrópole, 5. A
portanto um espaço que abriga pessoas vindas de 6. Resposta pessoal.
diferentes países, representando diferentes culturas. Isso 7. Resposta pessoal.
confere a São Paulo um traço global, característica, aliás,
8. Resposta pessoal.
de toda metrópole. Além das pessoas que vêm de outros
países, a letra também faz menção ao pernambucano,
9. Resposta pessoal.
representando as pessoas que migram de outros estados 10. Resposta pessoal.
para a cidade (principalmente do Nordeste). 11. Resposta pessoal.

31
externo e concreto de que uma pessoa é casada.

Gramática e Texto Elas representam alguns temas abstratos que são


considerados desejáveis em um casal: a afetividade
e a cumplicidade, ou seja, o compromisso mútuo que
os une.
b) Sugere que se trata de um vínculo mais importante do

capítulo 1
que um mero relacionamento comercial despersona-
lizado; ao contrário, a mensagem pretende associar
essa parceria a uma das relações mais pessoais,
profundas e duradouras da vida de alguém, o ca-
Textos temáticos e figurativos samento.
c) A associação entre a relação comercial e a relação
1. E conjugal vem reforçada pela oração “Há 65 anos”,
que enfatiza a noção de que se trata de um compro-
2. A misso duradouro, senão indissolúvel, pelo pronome
3. B pessoal “nós”, que se refere à empresa como se ela
4. C fosse um ente personificado, e pelo pronome de tra-
5. A tamento informal “você”, que individualiza e identifica
o destinatário.
6. C
22. Além de a marca estar estampada no lugar em que
7. B usualmente é gravado o nome do cônjuge, pode-se
8. A notar que o nome da empresa (Johnson & Johnson)
9. E já sugere uma parceria sólida entre dois sócios que
10. A compartilham inclusive o mesmo sobrenome.

11. O relato da viagem serve como um exemplo, ou seja, 23. A referência à marca do anunciante, desta vez
uma figura, que torna mais concreto para o leitor o usando apenas as letras iniciais, reforça a ideia de
conceito abstrato da importância da diversidade. Um parceria, simulando o monograma de um casal;
mundo em que só existissem sequoias, apesar da beleza a oração “há 65 anos”, que vem repetida logo em
dessas árvores, seria um mundo tedioso, pois não teria seguida, e a conjugação do verbo viver no gerúndio
nenhuma diversidade. (“vivendo”) reiteram a noção de durabilidade e de
permanência do compromisso. A escolha do verbo
12. a) A mensagem inicial é temática; a atual é figurativa.
“viver” para referir-se à atuação comercial da empresa
b) Houve uma grande vantagem, pois as mensagens enfatiza a noção de que essa atuação não se resume
figurativas tornam os malefícios do tabagismo con- a um vínculo impessoal, tornando-se carregada de
cretos e mais próximos do consumidor. Com isso, afetividade. A locução “dia a dia”, por fim, além de
afetam mais diretamente os sentidos, mobilizando reiterar simetricamente a ideia de um casal em uma
as emoções. Isso com certeza é mais eficaz, não só relação de parceria já presente no início da frase,
para convencer racionalmente, mas também para acrescenta a noção de constância: o “casamento” da
motivar afetivamente, encorajando aqueles que empresa com o consumidor não é apenas duradouro,
eventualmente queiram abandonar o vício. mas também constante.
13. E
14. B
capítulo 2
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15. I. b); II. d); III. c); IV. a.


16. E
17. D
18. D Textos não verbais e sincréticos:
procedimentos de leitura
19. A
20.C
21. a) A palavra mais diretamente relacionada à fotografia 1. A
é o substantivo abstrato “compromisso”. Em nossa 2. A
cultura, as alianças, como todos sabem, são um sinal 3. D

32
4. C 17. D
5. A 18. E
6. D 19. E
7. E 20.C
8. C 21. a) A polissemia da palavra “veículo” desencadeia no
9. D contexto uma ambiguidade, responsável pelo efeito
10. B de humor da tirinha. Na fala do garoto, tem o sentido
11. a) A impressão digital, por ser exclusiva de cada de “meio” utilizado para a transmissão da cultura.
indivíduo, é largamente utilizada como meio de Na fala de Mafalda, é interpretada com o sentido
de “meio de locomoção” usado para o transporte
identificação. No anúncio, por uma relação de
da cultura.
similaridade, ela constitui uma metáfora daquilo que
o texto verbal promete: a identificação inequívoca do b) Sim. O efeito crítico está na denúncia de que a televi-
morador de São Paulo. A presença de um rosto no são não atua de fato como meio de transmissão da
meio da impressão digital reforça a ideia de que se cultura, mas como veículo, por exemplo, de ideias
conseguirá ter de fato um “retrato” desse morador, ligadas à banalização da vida pela violência, como
e o sorriso ostensivo que o rosto estampa faz supor sugerem as onomatopeias do terceiro quadro da
que as características selecionadas comporão uma tirinha. Por isso, Mafalda diz sarcasticamente que,
se ela fosse a cultura, saltaria do veículo (“TV”) para
imagem positiva, de um cidadão despreocupado,
seguir a pé.
jovial, etc.
b) “Descubram quem são e o que pensam os moradores 22. a) Do ponto de vista visual, há uma fotografia de um
de São Paulo.” novo ponto de ônibus, com uma pessoa dormindo
em cima dele. Verbalmente, existe, nas laterais do
12. a) Há entre a imagem e o texto verbal uma relação
ponto, uma propaganda justamente dizendo que os
de sentido de contiguidade, na qual um elemento
benefícios dos novos pontos (“conforto, segurança e
x é usado em lugar de um elemento y: o carimbo,
beleza”) são permanentes. Relacionando esses dois
no texto visual, é usado em lugar de “burocracia”,
aspectos, percebe-se que, de fato, os pontos são mais
no texto verbal. Em outros termos, o carimbo é
novos, mais funcionais e mais agradáveis; porém, a
o objeto escolhido para representá-la, já que em
presença do morador de rua confere um viés crítico
geral é associado aos trâmites burocráticos. A
à fotografia, pois ele transforma o ponto em uma
tecla “delete”, no texto visual, também em relação
cama confortável e segura. Ainda existe, no anúncio
metonímica, representa a informatização: o mundo
publicitário, a exploração de um trocadilho, pois a
digital acabaria com a necessidade de carimbar
palavra “passageiros” produz uma ambiguidade
papéis, de acumulá-los, pondo fim aos expedientes
programada: como substantivo, indica aqueles que
burocráticos.
usam o transporte coletivo e, como adjetivo, sugere
b) Com o verbo “desburocratizar”, derivado do substan- que as vantagens dos pontos novos serão perenes.
tivo “burocracia”, pode-se formar a seguinte frase:
b) Podem ser consideradas expressões comuns da lin-
“É fundamental desburocratizar as relações cotidia-
guagem oral informal: “ninguém te incomoda”, “calor
nas, para que o homem disponha de mais tempo de matar”, “Cato lata” e “o que dá”.
para si”. Outro exemplo: “Deve haver uma reforma no
Judiciário para desburocratizar o acesso à Justiça,

cap’tulo 3
tornando-a mais ágil”.
c) Outra locução formada com o substantivo “dia” é “per-

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der o dia”, como exemplifica a frase a seguir: “Perdi o dia
tentando ser atendido nesta repartição pública”. Outro
exemplo, agora com a locução “valer o dia”: “Você me Combinação de palavras:
ligou / naquela tarde vazia / e me valeu o dia” (Edgard mecanismos de coesão frasal
Scandurra e Ricardo Gasparini. Tarde Vazia.).
13. E 1. C
14. A 2. D
15. C 3. E
16. B 4. E

33
5. D reforça essa analogia. Só que a figura do queijo,
como símbolo de um objeto de desejo, torna pos-
6. A
sível e justificável a passagem de “um aparte” para
7. C “uma parte”. Assim, o quadrinho se apresenta como
8. E crítica ao universo dos parlamentos onde, em última
análise, cada um busca seu próprio proveito. Temos,
9. B
portanto, no quadrinho, uma metáfora que satiriza a
10. D conjuntura da política nacional.
11. a) Pode-se interpretar que o adjetivo “acusada” esteja 20.a) Há ambiguidade em III e em IV. Nos dois casos, não
qualificando “polícia” ou “família”. é possível saber se o pai é encorajado pelo filho ou
b) Há mais de uma solução: se é o filho que é encorajado por seu pai.
• Acusada de cometer repetidos sequestros, uma fa- b) III. O pai ao filho encoraja; IV. Ao filho o pai encoraja.
mília paranaense, há cerca de dez anos, desafia a c) Se pusermos uma preposição marcando as relações
polícia do Sudeste brasileiro. entre as palavras, a ordem será secundária para a
• Membros de uma família paranaense, há cerca de interpretação do sentido, tal como se percebe nesta
dez anos, desafiam a polícia do Sudeste brasileiro, frase: “Ao filho encoraja o pai”.
acusados de cometer repetidos sequestros.
21. a) Em I, “raramente” está relacionada à oração “a
12. a) Pode-se entender que a garota toma uma vitamina população civil não leva vantagem”; em II, ao
de frutas batidas com leite de arroz ou com leite de segmento “os combatentes não têm como se
soja, ou que ela toma uma vitamina de frutas batidas defender”.
com arroz. b) Segundo I, o normal nas guerras é que a popula-
b) Uma vitamina de frutas batidas com arroz seria muito ção civil seja poupada e os combatentes sofram as
incomum, porque a consistência do arroz não parece maiores baixas; segundo II, normalmente ocorreria
adequada para a preparação de vitaminas. Além o oposto: as maiores perdas atingiriam os civis, pois
disso, a combinação de arroz com frutas não faz os combatentes armados quase sempre podem se
parte dos hábitos dietéticos brasileiros. defender.
13. C 22. I. As margens plácidas do Ipiranga ouviram
14. D O brado retumbante de um povo heroico.

15. C II. Teus risonhos, lindos campos têm mais flores


Do que a terra mais garrida.
16. B
III. Salve, lindo pendão da esperança,
17. E Salve, símbolo augusto da paz!
18. C Tua nobre presença nos traz
19. a) O espaço institucional do qual é típica a expressão A grandeza da pátria à lembrança.
“Vossa Excelência me permite um aparte” é o
parlamento: os membros dessas casas legislativas

cap’tulo 4
costumam tratar-se por “Vossa Excelência”. A outra
palavra que permite essa identificação é “aparte”,
vocábulo por meio do qual um parlamentar solicita
ao que está falando licença para fazer um comentário
ao seu discurso. Como se sabe, a ocorrência de Sujeito e predicado: manobras de
apartes é rotineira no debate parlamentar. construção de sentidos no texto
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b) Na segmentação “um aparte”, temos o artigo inde-


finido “um”, seguido do substantivo “aparte”, cons-
tituindo uma unidade fônica com o sentido de in- 1. A
terrupção, intromissão. Essa mesma unidade fônica
2. E
pode, também, ser morfologicamente segmentada
em “uma parte”, na qual o artigo indefinido “uma” se 3. C
refere ao substantivo feminino “parte”, que significa 4. D
“pedaço ou porção de um todo”.
c) O termo “Vossa Excelência” estabelece analogia
5. A
entre deputados e ratos. O pedido de “um aparte” 6. B

34
7. E 6. C
8. C 7. D
9. A 8. A
10. E 9. E
11. B 10. D
12. C 11. E
13. Se sujeito composto é definido como aquele que 12. C
representa mais de um ser, então uma “senhora grávida”
13. A
serve de exemplo para ilustrar essa definição. Da mesma
forma, o sujeito de “acudiram” também seria composto, 14. A expressão “a essa técnica” já vem expressa na frase
já que duas pessoas representam mais de um ser. por meio do pronome oblíquo “a”, colocado antes de
“transformou”. A repetição cumpre o duplo papel de
A falha está em usar a palavra “ser” em vez de “núcleo”
dar ênfase ao termo repetido e dar mais clareza ao
para definir sujeito composto (aquele que contém mais
enunciado.
de um núcleo, isto é, mais de uma forma lexical no papel
de núcleo). 15. E
14. D 16. A
15. D 17. E
16. A 18. E
17. B 19. B
18. D 20. a) A I quer dizer que os prisioneiros provocaram a
demissão do diretor da penitenciária (que é o paciente
19. A da ação verbal). A II significa que os prisioneiros
20.B deram depoimento ao diretor da penitenciária (que
21. A é o destinatário da ação verbal).
b) “O diretor da penitenciária” é objeto direto, e “ao
22.Os sujeitos dos verbos viu e foi não estão expressos,
diretor da penitenciária”, objeto indireto.
embora possam ser reconhecidos. Na oração que se
inicia depois do ponto-e-vírgula, há elipse de poeta, 21. C
núcleo do sujeito, e do verbo canta, núcleo do 22.B
predicado. Explicitando-se todos os termos elípticos, o
23. B
período passa a ter a seguinte redação:
24.D
Canta um poeta, entre nós, um Partenon de Atenas,
que ele nunca viu; outro poeta canta os costumes de 25. D
um Japão a que ele nunca foi. 26. D
27. D
28. E
cap’tulo 5 29. D
30.C

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31. D
Satélites do verbo: papel semântico dos
objetos, adjuntos e agente da passiva 32. A
33. a) “[...] o governo vai alterar o projeto de lei em tramitação
no Congresso [...].”
1. D
b) Segundo o projeto original, as empresas só obteriam
2. C empréstimos caso não atrasassem o pagamento de
3. B seus funcionários, o que as forçaria a manter em
dia a remuneração de seus empregados. Como a
4. A modificação no projeto consiste em suprimir essa
5. A exigência, as empresas são favorecidas, pois deixam

35
de ser obrigadas a pagar seus funcionários na data
prevista. Estes, consequentemente, são prejudicados.
c) A voz passiva é um recurso linguístico que, ao desta-
cap’tulo 6
car o paciente da ação, faz com que o agente não
seja o centro das atenções, permitindo inclusive que
Argumentação: recursos de persuasão
ele seja omitido da frase. No contexto em análise, o
enunciador se valeu desse recurso para colocar em
evidência a modificação sofrida pelo projeto de lei e,
1. C
ao mesmo tempo, desviar a atenção sobre o agente,
no caso, o governo. 2. E
Observação: pode-se discutir ainda o quanto o contexto 3. B
político do país à época, em que a imprensa era alvo 4. D
de forte censura, provavelmente levou o enunciador a
amenizar a identificação do governo como responsável
5. A
pela medida impopular noticiada. 6. B
34.E 7. B
35. D 8. E
36. a) Por 50 mil dólares. 9. B
b) • Firmas particulares adquiriram, por 50 mil dólares, he- 10. D
licópteros que haviam sido desativados pela polícia.
11. E
• Firmas particulares adquiriram helicópteros que, por
50 mil dólares, haviam sido desativados pela polícia. 12. a) É evidente a intenção de criar a imagem de uma fera
aprisionada, de um animal selvagem perigoso, mas,
37. a) “Foi morta” é a voz passiva do verbo “matar”, que exige
naquele momento, inofensivo, dominado pelas forças
dois acompanhantes: um agente e um paciente
do governo.
afetado; “morrer” exige apenas um, o paciente
afetado. b) Há inúmeros detalhes que contribuem para criar a
imagem de fera confinada: a jaula, com grades de
b) Como “foi morta” exige um agente e um paciente,
ferro; a vestimenta listrada (semelhante – ao longe – a
pressupõe-se que alguém tenha praticado a ação
de matar a velhinha, o que causa estranheza por um tigre); o gesto ameaçador; a vigilância cerrada
ela ser idosa e, por pressuposto, inofensiva. “Morreu” de homens armados; a distância que as pessoas
exige apenas um paciente afetado e pressupõe que guardam da jaula, apesar de o prisioneiro estar to-
ela tenha deixado de viver por causa natural, o que talmente neutralizado; o ar de espanto e a aparência
é aceitável no caso da velhinha. de medo dos repórteres e dos guardas à paisana.
c) “Nós estávamos sendo manipulados”, do fotógrafo
38. C
americano Wesley Bocxe.
39. B
13. A
40.C
14. C
41. B
15. D
42.A
16. D
43.
não haviam sido por uma para a terra de 17. C
Os portugueses
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empurrados tempestade Santa Cruz


18. C
Verbo na voz Agente da Adjunto
Sujeito
passiva voz passiva adverbial 19. A
20.C
44.O prefeito anterior nos deixou uma dívida incalculável.
21. E
Para a solução dessa herança traiçoeira, serão
adotadas medidas implacáveis: os impostos serão 22.A
aumentados, 30% dos funcionários serão demitidos; 23. B
taxas de estacionamento em locais públicos serão
criadas e serão cobrados juros altos pelo atraso de
24.E
pagamento. 25. A

36
26. C
27. C cap’tulo 7
28. B
29. a) A água. Funções do pronome se: papel
b) A expressão é: “Vende que nem água”. argumentativo
c) O texto publicitário cria a impressão de que a ex-
pressão conhecida já perdeu a força expressiva se
1. A
comparada com a venda de seu produto, ou seja,
em vez de a água ser usada como protótipo de pro- 2. B
duto altamente consumido, os chinelos do anúncio 3. C
é que seriam os mais apropriados para isso.
4. C
d) O argumento de quantidade, pois o texto não fala de
nenhuma outra propriedade do produto, apenas de 5. C
seu alto consumo. O que é muito consumido tende 6. C
a ser preferido ao que é menos consumido.
7. D
30.a) Não há. Prova disso é que o mesmo boné de 65
8. A
dólares chega a ser vendido por 400 reais.
b) O principal motivo é o fato de ele cobrir cabeças 9. D
coroadas (de Madonna a Daniella Cicarelli) e ser 10. D
praticamente exclusivo de pessoas endinheiradas.
11. Não. Em I, o pronome se é reflexivo. Tal frase pode
c) No plano pragmático, real, traz o benefício dos bonés
ser assim parafraseada: O povo engana a si próprio
em geral: cobrir a cabeça, protegê-la do sol, etc. O
(a ele mesmo) com frequência. Em II, o pronome se
benefício maior é de ordem emocional, pois traria
é partícula apassivadora. Parafraseando, teríamos: O
prestígio social: comprar um objeto como esse é, no
povo é enganado com frequência.
plano da fantasia, igualar-se a uma das celebridades
que o usam. Na verdade, é ilusão: usar um atributo 12. Os verbos citados, além de remeter a etapas da pesquisa
de uma “pessoa coroada” é como adquirir status de científica, teoricamente neutra, apresentam-se na voz
“coroado”. passiva sintética. Assim, há uma indeterminação do
31. B agente da ação. Logo, referem-se apenas aos fatos
em si, e não a quem os pratica. Essa estratégia de
32. C construção leva Rubem Alves a concluir com ironia:
33. D “Quem? Não faz diferença...”.
34.A 13. D
35. B 14. C
36. D 15. A
37. D 16. D
38. B 17. A
39. a) “Mas eles adiarão sua entrada no Primeiro Mundo 18. D
se continuarem a dar pouca atenção à saúde e à 19. A
educação de seus pobres.”
20. a) Para identificar os termos que estão elípticos, é

Respostas Ð Caderno de Exerc’cios


b) A citação entre aspas quer dizer que o trecho foi
necessário levar em conta o trecho no qual se afirma:
transcrito com as próprias palavras do autor citado, o
“No livro fingido contam-se as cousas como era bem
que dá mais crédito à citação. É uma demonstração
que fossem e não como sucederam, e assim são mais
de que o jornalista não alterou nenhuma palavra do
aperfeiçoadas”. A partir desse trecho, deduz--se que
que foi dito pelo ilustre economista.
no livro “fingido” contam-se as coisas ao contrário
40.a) O aposto é “prêmio Nobel de Economia de 1992”. do que realmente são. Portanto ficaram implícitos
b) A importância argumentativa desse aposto é que ele os vocábulos se não (ou não se): não se favoreçam
serve para aumentar a credibilidade do autor citado humildes, não se amparem fracos, não se sirvam
e, por consequência, do próprio jornalista. Um prêmio donzelas, não se cumpram palavras, não se guardem
Nobel credencia qualquer pessoa. juramentos e não se satisfaçam boas obras.

37
b) A função de sujeito da oração “se não destruam 17. B
soberbos” é desempenhada pelo termo “soberbos”.
18. D
Prova disso é que o verbo “destruam” está concor-
dando com esse termo. Um artifício para localizar o 19. a) Pode-se entender que a mãe, consternada, deixou
sujeito da voz passiva sintética é reescrevê-la na voz a filha (isto é, distanciou-se da filha com o
passiva analítica: coração entristecido) ou que a mãe fez a filha ficar
• “se não destruam soberbos” – voz passiva sintética; consternada ou que a mãe se distanciou da filha
que é consternada.
• soberbos não sejam destruídos – voz passiva analítica.
b) A ambiguidade deve-se à possibilidade de o adjetivo
O termo que desempenha a função de sujeito na voz consternada poder estar se referindo tanto ao sujeito
passiva sintética é o mesmo na analítica. (mãe) quanto ao objeto (filha).

20.a) Está associada a “cliente”.

capítulo 8
b) Pelo que se diz no segundo período, presume-se que
a intenção do redator da manchete poderia ser a de
relacionar “de banco” ao verbo “defenderá”.
c) Adjunto adnominal.
Satélites do nome e vocativo d) Objeto indireto (do verbo “defenderá”).
e) Código defenderá cliente “contra” banco.
1. D 21. E
2. C
22.A
3. A
23. B
4. A
24.B
5. C
25. A
6. B
7. A 26. C
8. E 27. E
9. A 28. A
10. B 29. C
11. a) Na frase I. 30.C
b) Na estrutura I, a pessoa é descrita como constante-
31. a) Porque a frase poderia ser interpretada com o sentido
mente estressada e, por isso, mais sujeita aos pro-
oposto pelos adeptos do General Kroll.
blemas decorrentes dessa condição. Associado ao
b) Evidentemente. A expressão “do General Kroll”, asso-
nome “pessoa”, sem a mediação de verbo, o termo
ciada ao nome “degola”, poderia estar indicando o
“estressada” está indicando um estado constante,
alvo da ação.
isto é, independente do momento em que ocorre a
c) Do modo como está redigida, a frase permite tam-
ação verbal. Trata-se de um adjunto adnominal.
bém interpretar General Kroll como o agente da de-
12. a) A ambiguidade decorre da possibilidade de se gola. Nessa versão (a mais provável no contexto), o
interpretar o adjetivo inabitável como adjunto tirano dava seu apoio à degola dos insubordinados,
adnominal ou como predicativo do objeto. Em outros decretada pelo General.
termos, admite-se a interpretação de que o hotel já
32. E
Respostas – Caderno de Exercícios

era inabitável independentemente da ação dos


turistas ou a de que o hotel passou a ser inabitável a 33. D
partir da intervenção deles. 34.E
b) Os turistas abandonaram o hotel inabitável.
35. C
Os turistas fizeram o hotel ficar inabitável.
36. A
13. B
37. Sim, existe. Na primeira, Marcos (vocativo) está indicando
14. A
aquele a quem o falante se dirige (o interlocutor).
15. B Na segunda, Marcos (aposto) é o nome do amigo
16. E apresentado ao interlocutor.

38
38.a) Confrontando os dois períodos, percebe-se que, 10. C
enquanto o primeiro diz que 3 mil soldados brasileiros
11. a) Ambas as formas são corretas. A repetição do sujeito
poderão atuar no Haiti, o segundo possibilita
(ele) pela expressão com ele mesmo é usual no uso
compreender que tropas seriam enviadas ao Brasil
culto da língua. O pronome consigo também está
e a mais quatro países. Como “o Haiti não é aqui”, o
correto, porque é reflexivo.
texto se mostra incoerente.
b) A única forma correta é: Deixe o livro aí, para eu
b) A ordem em que se distribuem na frase dá a impres-
estudar. No caso, a preposição para não precede o
são de que os termos ao Brasil e a mais quatro países
pronome eu, mas a oração toda: para [eu estudar].
estejam ligados a envio, do qual estão mais próximos,
e não a solicitou, como pretendeu o autor do texto. 12. a) O pronome oblíquo nos em despejam-nos.
c) A Organização das Nações Unidas (ONU) solicitou b) Sentido 1: Nós seríamos despejados na Baía de Gua-
ao Brasil e a mais quatro países o envio de tropas... nabara.
39. O termo destacado é um aposto que procura explicar Sentido 2: Eles (os tonéis cheios de bactérias) seriam
que Paul Hickson é um especialista respeitado da área despejados na Baía de Guanabara.
de Astronomia. Desse modo, o jornalista dá credibilidade c) Quando o verbo termina em m ou ditongo nasal (ão,
à opinião de Hickson, que aposta na capacidade do õe), aparece um n antes dos pronomes o, a, os, as, ori-
telescópio Lama de revolucionar a observação do ginando as formas no, na, nos, nas. Foi o que ocorreu
espaço. Sem o aposto, essa opinião teria um peso em despejam 1 os 5 despejam-nos, que, traduzido
argumentativo pequeno, porque a maioria das pessoas na variedade popular, seria despejam eles.
não saberia dizer quem é Paul Hickson.
13. B
14. A
15. E
capítulo 9 16. A
17. B
Sintaxe dos pronomes pessoais 18. C
na norma-padrão
19. Nós formamos uma equipe de três. Portanto, sem mim,
sem ti e sem ele (ou ela) não será possível fazer o
1. B trabalho, já que é para eu comprar o material, para tu
preparares o projeto para ele (ou ela) executá-lo.
2. B
20. Na frase dada como exemplo, o pronome consigo
3. B
é um anafórico que tem como referência o sujeito
4. C da frase (o vento). Trata-se, pois, de um pronome
5. C reflexivo, única forma em que tal pronome ocorre
na variedade culta escrita da língua no Brasil. Na
6. C frase do presidente, consigo não está se referindo ao
7. C sujeito da frase (eu, implícito), mas ao destinatário da
carta. Não está, pois, sendo usado como reflexivo,
8. D
contrariando uma norma da variedade culta escrita
9. A do português do Brasil.

Respostas – Caderno de Exercícios


anotações

39
protagonista ao adultério, analisa as circunstâncias

Literatura e as consequências dele, em especial a desagre-


gação familiar. Como se vê, a obra apresenta uma
estrutura racional de inspiração científica.
10. D
11. D
capítulo 1 12. C
13. Com o advento das correntes filosóficas do final do
século XIX (Determinismo, Positivismo, Darwinismo e
A estética realista Experimentalismo), Eça de Queirós justifica em Idealismo
e Realismo a alteração de comportamento do escritor
perante um novo público que exige uma estética voltada
1. D
para a observação da realidade e não mais para a
2. A
idealização fantasiosa que o Romantismo oferecera no
3. B passado. Ao citar Claude Bernard e ao outorgar-lhe a
4. D verdadeira autoria do Naturalismo, o escritor expressa
5. E a necessidade de se adaptar à nova estética através
de recursos verificáveis em O primo Basílio. Assim, ao
6. B
desvendar a essência de Luísa, vítima de uma sociedade
7. A
burguesa aculturada, Eça desmonta a idealização típica
8. B do Romantismo que norteava as ações do protagonista.
9. a) O romance O primo Basílio integra o movimento Ao invés de um sentimento amoroso profundo, Luísa aceita
realista/naturalista português e tem como protago- o pedido de casamento com Jorge por conveniências
nista Luísa, jovem casada, frívola e ociosa, fruto de sociais (“Que alegria, que descanso para a mamã!”),
uma cultura aprendida nos folhetins românticos. desejos reprimidos (“ela sentia o calor daquela palma
Desse modo, forjou-se nela uma consciência ar- larga penetrá-la, tomar posse dela”) e manifestações
tificial e alienada da realidade, uma expectativa físicas incontroláveis (“sentia debaixo do vestido de
sentimental e idealizada da existência que contras- merino dilatarem-se docemente os seus seios”).
tava com o cotidiano medíocre de “burguesinha 14. C
da Baixa”. O retorno a Lisboa de seu primo Basílio,
15. D
novo-rico arrogante, pretensioso e mulherengo, cria
ocasião para ela vivenciar as aventuras sensuais de 16. D
suas leituras. A partir desses fatos, a obra manifes- 17. D
ta dura condenação ao movimento romântico e à
18. C
“arte sensual e idealista”, que leva a protagonista a
idealizar uma realidade muito diferente da dela e 19. O conselho de Brás Cubas revela certa dose de hipocrisia
a predispõe ao adultério. da parte dele, visto que, tendo nascido rico e sustentado
b) No fragmento transcrito, Eça de Queirós opõe, de um pelos privilégios de sua classe, jamais precisou trabalhar
lado, a “arte pela arte, o romantismo, a arte sensual e em sua vida, desfrutando comodamente da condição
idealista” e, de outro, a “arte moral [...] Realismo, [...] de herdeiro.
arte experimental e racional”. Assim, o experimental 20. Tendo trabalhado a vida inteira, D. Plácida morrera na
e o racional estão em clara oposição ao idealismo
Respostas Ð Caderno de Exerc’cios

miséria. Assim, sua história é um desmentido à eficácia do


e ao sentimentalismo românticos. conselho de Brás e uma crítica à desvalorização do traba-
Em O primo Basílio, a análise do adultério feminino é o lho na sociedade escravocrata brasileira do século XIX.
motivo a partir do qual se revê as contradições sociais
21. B
marcadas tanto pela hipocrisia quanto pelos conflitos
de classe. O escritor português se propõe, então, a 22.B
fazer uma arte de crítica social radical, aproximan- 23. E
do-se dos postulados do escritor naturalista francês
24.C
Émile Zola, precursor do romance experimental, ou
seja, de tese. Trata-se de um estudo de caso: o autor 25. A
faz um levantamento dos pressupostos que levaram a 26. A

40
27. C
28. Na reconstrução de seu passado, o narrador se vê obri- capítulo 3
gado a confiar em uma memória inevitavelmente falha,
como ele mesmo confessa. Assim, suas recordações
Arte brasileira na virada do século XIX-XX
oscilam entre a luminosidade das certezas e o sombrio
(ou “fusco”) das dúvidas. 1. B
29. No trecho “a malícia está antes na tua cabeça perversa”, 2. A
o interlocutor é o leitor, a quem se atribui a desconfiança 3. C
em relação aos atos dos adolescentes. Na passagem “a 4. D
vocação eras tu, a investidura eras tu”, a interlocutora é 5. D
Capitu, como se evidencia pelo vocativo “oh! minha doce
6. D
companheira de meninice”, com o qual a personagem
7. D
é evocada pelo narrador.
8. E
30.E
9. O texto compara o sertanejo combatente em Canudos
31. C
a um “troglodita’, isto é, um homem primitivo, selvagem
32. D e bárbaro em seus costumes.
33. B 10. Nos dois casos, as personagens alimentam fantasias
34.A a respeito do contexto em que vivem, criadas a
partir das leituras ingênuas que faziam. Além disso,
35. E
as narrativas de que são protagonistas mostram o
quanto as duas personagens sofrem no trato com a

capítulo 2 sociedade.
11. O narrador nos mostra o jornal como uma instituição
capaz de inventar mitos com a mesma facilidade com
Estética da Belle Époque que os destrói (“aparelho de aparições e eclipses”) e de
criar fatos baseados no nada (“tablado de mágica”),
1. E entregando à “estupidez das multidões” uma ilusão
2. A enganadora (“espelho de prestidigitador”).

3. B 12. No texto de Lobato, a região paulista é associada ao


atraso, avessa ao progresso. Nas obras dos autores pré-
4. D -modernistas, ganha destaque a imagem de um Brasil
5. B igualmente atrasado e subdesenvolvido.

6. C 13. Com a criação da personagem Zé Brasil, Monteiro Lobato


tenta resgatar a figura de Jeca Tatu, acrescentando-lhe
7. D
uma dimensão que não estava presente no Jeca original:
8. B a condição de trabalhador explorado e injustiçado pelos
9. B donos da terra.

Respostas Ð Caderno de Exerc’cios


10. E 14. A
15. a) Do Parnasianismo, o texto apresenta o apuro formal
11. E
(regularidade métrica, rimas raras); do Simbolismo,
12. B a musicalidade (como no primeiro verso: “Eu e o
13. A esqueleto esquálido de Esquilo”).

14. A b) Sim. Há referência à religiosidade quando o poeta


associa Deus a uma “energia intracósmica”, tornan-
15. C do-a geradora da existência humana: “é o pai e é a
16. C mãe de todas as energias”.

41
referência à campainha do telefone e aos bondes,
capítulo 4 símbolos claros de modernidade.
b) O quadro de Tarsila do Amaral se aproxima da ten-
dência cubista porque, além de geometrizar as figu-
Vanguardas artísticas europeias ras representadas (vagões de trem, sinais de trânsito,
casas e até copas das árvores), também apresenta
1. D a sobreposição de diferentes planos da paisagem.
2. a) O poema é composto de versos livres, característica Com relação ao Futurismo, podemos considerar que
relacionada também ao Cubismo. Com substantivos a temática escolhida (a estação do trem de ferro)
soltos, sem adjetivos e poucos verbos, as imagens e também as torres e os postes de iluminação são
compõem um quadro fragmentado em que vários claras referências à modernidade, tema diretamente
acontecimentos se sobrepõem: o maxixe tocado ao relacionado à vanguarda desenvolvida por Marinetti.
piano por Gilberta, as cartas do baralho, a decoração 3. A
de cretone e as roupas feitas de jérsei. O Futurismo, 4. E
por sua vez, pode ser claramente identificado na 5. B

anotações
Respostas Ð Caderno de Exercícios

42

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