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A SOCIEDADE DE

ISRAEL
... Como é bom e agradável
estar
juntos, fraternalmente
(Salmos 133:1)
Israel é o lar de uma população muito diversificada, com os
mais variados antecedentes étnicos, religiosos, culturais e
sociais. É uma sociedade jovem com antiqüíssimas raízes,
que está ainda se amalgando e evoluindo. De seus mais de
5,5 milhões de habitantes, 81% são judeus (mais da
metade nascidos no país, os demais provenientes de cerca
de 70 países de todo o mundo), 17,3% são árabes (em sua
maioria muçulmanos) e os restantes 1,7% incluem drusos,
circassianos e outras pequenas comunidades. A sociedade é
relativamente jovem (a média de idade é de 26,9 anos) e
se caracteriza pelo engajamento social, religioso e político-
ideológico, pela engenhosidade econômica e pela
criatividade cultural. Tudo isso contribui para o dinamismo
que propulsiona o contínuo desenvolvimento do país.
Sociedade Judaica

O Longo Caminho
de Volta ao Lar

Após sua expulsão da Terra de Israel há 2.000 anos atrás, os


judeus foram dispersos por outros países, principalmente da
Europa, África do Norte e Oriente Médio. No correr dos séculos,
eles estabeleceram grandes comunidades em terras próximas e
distantes, onde viveram longos períodos de crescimento e
prosperidade, mas durante os quais também sofreram impiedosa
discriminação, pogroms brutais e expulsões totais ou parciais.
Cada uma das ondas de perseguição e violência fortalecia sua
crença no conceito da 'reunião dos exilados' e inspirava indivíduos
e grupos ao retorno à sua pátria ancestral. O movimento sionista,
fundado no final do séc. XIX, transformou este conceito em modo
de vida, e o Estado de Israel o formalizou na lei que garante a
cidadania a todo judeu desejoso de se estabelecer no país.
A Formação de uma Nova Sociedade

A base institucional, política e cultural da sociedade judaica contemporânea de


Israel formou-se durante o período do Mandato Britânico (1918-1948).
Motivada ideologicamente pelo sionismo, a comunidade judaica do país
desenvolveu instituições sociais e políticas que exerciam a autoridade sem
soberania, em que todos estavam mobilizados para a consolidação e o
crescimento. O voluntarismo era a espinha dorsal política, o igualitarismo era o
cimento social.
A obtenção da independência política e a subseqüente imigração em massa, que
dobrou a população de Israel - de 650.000 a 1,3 milhão de habitantes durante
os primeiros quatro anos de existência do estado (1948-52) - modificaram a
estrutura e o tecido da sociedade israelense. O agrupamento social resultante
se compunha de dois elementos principais: a maioria, constituída por habitantes
veteranos e sobreviventes do Holocausto da Europa do pós-guerra; e um
grande grupo de imigrantes judeus dos países islâmicos da &Aaacute;frica do
Norte e do Oriente Médio. Enquanto a maioria da população da época pré-
estatal era dotada de fortes convicções ideológicas, espírito pioneiro e estilo de
vida democrático, muitos dos judeus que haviam vivido durante séculos em
terras árabes estavam acostumados a uma organização social patriarcal, não
eram familiarizados com o processo democrático nem com as exigências de
uma sociedade moderna, e tiveram dificuldade em se integrar à economia
israelense em rápido desenvolvimento.
No final dos anos 50, os dois grupos coexistiam praticamente sem
interação social e cultural, e os judeus originários da África do Norte e do
Oriente Médio expressavam sua frustração e alienação através de
demonstrações anti-governamentais. Durante os anos 60 e 70, eles
passaram a exigir maior participação política e a aplicação compensatória
de verbas e ação afirmativa no sentido de terminar com o desnível entre
eles e o grupo dominante da sociedade israelense. Além das tensões
geradas pela diversidade de sua população durante aqueles anos, a
sociedade israelense também teve de lutar pela independência econômica
e defender-se contra ações beligerantes dos árabes do outro lado de suas
fronteiras. Mesmo assim, os denominadores comuns - a religião, a
memória histórica e a coesão nacional - provaram ser bastante fortes para
enfrentar estes desafios. Durante a década de 80, os movimentos de
protesto que haviam gerado manchetes no passado tornaram-se
marginais, grupos anteriormente estigmatizados progrediram em todos os
níveis e uma grande porcentagem dos casamentos era inter-étnica. Hoje,
após meio século de independência, com uma economia cada vez mais
forte, a sociedade é essencialmente estável, testemunhando uma cultura
política baseada no entendimento entre os vários grupos sociais,
comprometidos a seus valores essenciais: um estado judaico em sua pátria
ancestral, governo democrático, o incremento da imigração, e a obtenção
da paz com seus vizinhos. De todos os modos, a diversidade étnica é parte
integrante da sociedade israelense, em todos os aspectos de sua vida
cultural, religiosa e política. As tensões sociais que tinham sido
consideradas no passado uma ameaça à integridade e à coesão da
sociedade, contribuem hoje para sua natureza pluralista.
No correr dos anos, Israel continuou a receber novos imigrantes
em números maiores ou menores, provenientes tanto de países
livres do mundo ocidental quanto de regiões tensas. A mais
recente massa imigratória se constitui de membros da grande
comunidade judaica da antiga União Soviética, que durante anos
lutou pelo direito de emigrar para Israel. Cerca de cem mil deles
já haviam conseguido vir nos anos 70, e desde 1989
estabeleceram-se no país outros 600.000. Dentre os recém-
chegados há muitos profissionais de formação elevada, cientistas
de renome e artistas e músicos aclamados, cujos talento e perícia
já vêm contribuindo significativamente à vida econômica,
científica, acadêmica e cultural do país.

As décadas de 80 e 90 também testemunharam a chegada, em


duas maciças operações de resgate aéreo, da antiga comunidade
judaica da Etiópia, a qual, acredita-se, remonta aos tempos do Rei
Salomão. Embora a transição destes 30.000 imigrantes, do
ambiente agrário africano a uma sociedade ocidental
industrializada deva ser prolongada, a ânsia dos jovens em se
adaptar contribuirá ao aceleramento da absorção desta
longamente isolada comunidade judaica.
Diversidade Religiosa
Desde os tempos bíblicos, os judeus têm sido um povo com uma única fé
monoteísta - o judaísmo - que incorpora tanto um conceito religioso
quanto nacional. No século XVIII, a maioria dos judeus do mundo vivia na
Europa, onde eram confinados nos guetos, com pouquíssima interação
com as sociedades que os cercavam. Dentro de suas comunidades, eles
administravam sua vida de acordo com o código de lei judaica ( Halachá),
desenvolvido e codificado pelos rabinos através dos séculos.

O espírito de emancipação e nacionalismo que varreu a Europa no século


XIX também penetrou os muros do gueto, dando origem a uma
abordagem mais liberal em questões de educação, cultura, filosofia e
teologia. Foi também a causa do surgimento de vários movimentos
judaicos, alguns dos quais desenvolveram linhas religiosas liberais,
enquanto outros adotavam ideologias nacionais e políticas. Em
conseqüência, um grande número de judeus (no final, a maioria)
abandonou a ortodoxia e seu modo de vida, alguns com o objetivo de se
integrar completamente à sociedade mais ampla. Hoje em dia, a sociedade
judaica de Israel é composta por judeus observantes e não-observantes,
numa escala que vai desde os ultra-ortodoxos até os que se consideram
seculares.
Comunidades Minoritárias
A população não-judaica de Israel conta com mais de um milhão pessoas, que
representam 19% do cômputo geral. Definidos coletivamente como "cidadãos árabes
de Israel", eles incluem vários grupos distintos que, embora basicamente sejam
todos de fala árabe, possuem diferentes características. Os árabes muçulmanos,
que somam mais de 815.000, em sua maioria sunitas, constituem 76% da população
não-judaica. Eles vivem principalmente em pequenas cidades e aldeias, sendo que
mais da metade deles habita no norte do país.
Os beduínos, que constituem aproximadamente 10% da população muçulmana,
pertencem a cerca de 30 tribos, a maioria das quais espalhadas por uma extensa
área no sul do país. Originalmente pastores nômades, eles vêm passando por um
processo de transição da organização social tribal para uma forma de vida
sedentária, e estão gradualmente se incorporando à mão-de-obra israelense.
Os árabes cristãos (cerca de 160.000) são o segundo maior grupo minoritário de
Israel, e vivem principalmente em áreas urbanas, como Nazaré, Shfar-am e Haifa.
Embora muitas denominações sejam apenas representadas nominalmente, a maioria
dos cristãos do país pertencem às igrejas greco-católica (42%), greco-ortodoxa
(32%) e católica-romana (16%).
Os drusos, cerca de 95.000, são uma comunidade separada, do ponto de vista
cultural, social e religioso, embora de fala árabe, vivendo em 22 aldeias no norte de
Israel. Apesar da religião drusa não ser acessível aos estranhos à seita, um aspecto
conhecido de sua filosofia é o conceito de taquiia, que prega a completa lealdade de
seus adeptos ao governo do país em que vivem.
Os circassianos, cerca de 3.000, concentrados em duas vilas na Galiléia, são
muçulmanos sunitas, embora não compartilhem nem a origem árabe nem a
formação cultural com a comunidade islâmica de Israel. Tendo mantido sua
identidade étnica distinta ao longo dos anos, eles participam hoje de vários ramos da
economia e da vida nacional, sem se assimilarem à sociedade judaica ou à
comunidade muçulmana em geral.
Comunidades Minoritárias

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