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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

SARAH REGINA MOTA BARBOSA


MATRÍCULA: 220118470

Relatório de experimento- Pêndulo Simples


Resumo do experimento
Foi montado um pêndulo simples, a fim de observar e descrever quais variáveis
afetavam o movimento de um pêndulo, então se mediu o tempo de 8 oscilações do
pêndulo com 10 comprimentos diferentes do fio para um primeiro objeto (Etapa 1), e
depois utilizando 3 comprimentos diferentes para um segundo objeto (Etapa 2). Depois
se desenhou os gráficos em escala linear e também em escala logarítmica do período T
(s) em função do comprimento L (m), obtendo o melhor ajuste de curva para o
experimento e estimando o valor da constante física que o experimento nos possibilitou
obter.

Dessa forma, foi possível fazer uma descrição quantitativa de como o período de
um pêndulo depende da variável comprimento e da constante gravitacional e independe
da massa m do corpo que oscila.

Também foi possível determinar a aceleração gravitacional e analisar


graficamente a relação existente entre o período de oscilação do corpo e o comprimento
do fio. Bem como, achar a relação matemática existente entre as variáveis comparando-
as com a equação do pêndulo simples.

As unidades utilizadas a seguir foram do SI, e os resultados foram aproximados


até a segunda casa decimal (Ex: Gravidade (g) = 9,807 = 9,81).

Procedimento experimental
Descrição dos materiais utilizados

• 2 objetos pequenos de massas diferentes, aproximadamente esféricos;

Figura 1: Objeto 1 de maior Figura 2: Objeto 2 de menor


massa massa
• 1,5 metros de fio de náilon de massa desprezível;

Figura 3: fio de náilon

• Cronômetro e câmera (de um celular motoG6);

Figura 4: cronômetro Figura 5: câmera

• Régua de 30 cm e transferidor;

Figura 6: régua Figura 7: transferidor


Uma extremidade do fio de náilon foi presa aos objetos (um de cada vez,
conforme a etapa) e a outra extremidade foi fixada em um suporte de violão adaptado
com fitas, de modo que não houvesse variação no ponto de fixação e o objeto oscilasse
livremente embaixo do suporte, conforme é mostrado nas fotos.

Figura 8: suporte fixo onde o fio foi preso Figura 9: fixação do fio no objeto 1

Figura 10: fixação do fio no objeto 2 Figura 11: fita marcada utilizada para
ajudar na visualização do eixo central
Figura 12: visão ampliada do pêndulo com o objeto 1 em posição de equilíbrio em
L = 1,5 m

Etapa 1
1- Foi medido o comprimento L do fio, desde a aresta do suporte até o centro do
objeto 1 para 10 configurações diferentes de L.
2- O objeto 1 foi deslocado da posição de equilíbrio em aproximadamente 15°
(para cada L escolhido, correspondeu a um deslocamento na horizontal em
relação ao ponto de equilíbrio, conforme mostra a tabela).
i 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Li (m) 0,3 m 0,4 m 0,5 m 0,6 m 0,7 m 0,8 m 0,9 m 1,2 m 1,3 m 1,5 m
Li (m) x tg(15º) 0,08 m 0,11 m 0,13 m 0,16 m 0,19 m 0,21 m 0,24 m 0,32 m 0,35 m 0,40 m
Tabela 1: deslocamento de 15º em relação a L

Figura 13: deslocamento de 15° Figura 14: Objeto 1 suspenso com


usando transferidor centro em 1,5 m na etapa 1

3- O objeto 1 foi solto observando-se um movimento oscilatório.


4- Foi cronometrado (2 vezes) o tempo de 8 oscilações ininterruptas após deixar
que o objeto oscilasse por 3 vezes sem nenhuma interferência. Esse
procedimento foi repetido para as 10 configurações de L da tabela acima.
5- Calculou-se a média dos 2 tempos, registrando-o junto com cada L respectivo e
criou-se uma tabela com os valores obtidos.
6- A partir da tabela criada, para cada comprimento, foi calculado o período de
oscilação (que é o tempo de 1 única oscilação) a partir da equação
𝐿(𝑖)
T(i)=2π√ ;
𝑔

Etapa 2
Na etapa 2, utilizou-se o objeto 2 com massa diferente do anterior, os mesmos
procedimentos foram realizados. Porém, nesta etapa, foram feitas apenas 3
configurações de comprimentos do experimento anterior.

Tabela 2: deslocamento de 15° para


objeto 2
i 1 2 3
Li (m) 0,3 m 0,4 m 0,5 m
Li (m) x tg(15º) 0,08 m 0,11 m 0,13 m
Figura 15: objeto 2 em posição
de equilíbrio
Resultados e tratamento de dados
• Tabela gerada com os dados obtidos na Etapa 1:

i 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Li (m) 0,3 m 0,4 m 0,5 m 0,6 m 0,7 m 0,8 m 0,9 m 1,2 m 1,3 m 1,5 m
t1 (s) 9,12 s 10,40 s 11,61 s 12,52 s 13,63 s 14,43 s 15,40 s 17,69 s 18,49 s 19,63 s
t2 (s) 9,18 s 10,37 s 11,56 s 12,62 s 13,58 s 14,35 s 15,34 s 17,84 s 18,31 s 19,68 s
tmedio (s) 9,15 s 10,39 s 11,59 s 12,57 s 13,61 s 14,39 s 15,37 s 17,77 s 18,40 s 19,66 s
Ti (s) 1,10 s 1,27 s 1,42 s 1,55 s 1,68 s 1,79 s 1,90 s 2,20 s 2,29 s 2,46 s
Tabela 3: dados gerados a partir das oscilações do objeto 1

• Tabela gerada com os dados obtidos na Etapa 2:

i 1 2 3
Li (m) 0,3 m 0,4 m 0,5 m
t1 (s) 9,14 s 10,19 s 11,47 s
t2 (s) 8,96 s 10,26 s 11,43 s
tmedio (s) 9,07 s 10,23 s 11,45 s
Ti (s) 1,10 s 1,27 s 1,42 s
Tabela 4: dados gerados a partir das oscilações do objeto 2

• Gráficos do período de oscilação (T) versus comprimento (L), em escala


linear e logarítmica.

T (s) versus L(m)


3

2.5 y = 1.1139x + 0.8526

2
Período T (s)

T (s)
1.5
Linear
1 (T (s))

0.5
ESCALA
LINEAR
0
0 0.5 1 1.5 2

Comprimento L (m)
Gráfico 1: Período de oscilação versus comprimento, em escala linear
T (s) versus L(m)
10

T (s)
Período T (s)

y = 0.8507ln(x) + 2.0348

ESCALA
LOG LOG
1
0.1 1 10
Comprimento L (m)
Gráfico 2: Período de oscilação versus comprimento, em escala logarítmica

• Relação matemática entre esses parâmetros e a equação do pêndulo simples

Através dos parâmetros observados, a função, que melhor descreve a


relação entre período e comprimento, pôde ser linearizada e aproximada por uma
reta do tipo y = ax + b.
𝐿
Pela equação do pêndulo simples, temos que: T=2π√
𝑔

Desse modo, para achar a relação entre a equação do pêndulo e os


parâmetros da equação da reta, seguiram-se as seguintes deduções:

Figura 16: Deduções feitas em caderno por questão de praticidade


• Aceleração gravitacional local a partir da relação matemática encontrada

Para encontrar a gravidade local, foi imprescindível observar que a


mesma é expressa em m/s² (metros por segundo ao quadrado). Assim, ao invés
de usar a linearização de T(s), usou-se T(s²), satisfazendo a relação y = T² que
foi encontrada nas deduções.
Para achar a nova equação linear (y = ax + b.), usou-se o método dos
mínimos quadrados, observe:

L (m) T(s²) Como foram n = 10 pontos, temos:


0,3 1,21
0,4 1,61 ∑10
𝑖=1 Li = 8,2
0,5 2,02 10
∑𝑖=1 Li² =8,18 10𝑏 + 8,2𝑎 = 33
0,6 2,4 { }
8,2𝑏 + 8,18𝑎 = 32,935
0,7 2,82 ∑10
𝑖=1 Ti =33
0,8 3,2 ∑10
𝑖=1 Li . 𝑇𝑖 =32,935
0,9 3,61
1,2 4,84 A solução deste sistema é a = 4,035027473 ≈
1,3 5,24
4,0350 e b = −0,008722527473 ≈ −0,0087. Assim,
1,5 6,05
a reta que melhor se ajusta à tabela de pontos dada
Tabela 5: Comprimento
versus período ao quadrado é: y ≈ 4,0350x - 0,0087.

T(s²) versus L(m)


7

y ≈ 4,0350x - 0,0087
6
R² = 1

5
Período T (s²)

4
T²(s)
3
Linear
2 (T²(s))

1 ESCALA
LINEAR
0
0 0.5 1 1.5 2
Comprimento L (m)
Gráfico 3: Período de oscilação ao quadrado versus comprimento, em escala linear
T² (s) versus L(m)
10

y = 3.0066ln(x) + 4.2499
R² = 0.9483

Período T ² (s)
1 T²(s)
0.1 1 10
Log.
(T²(s))

ESCALA
Log log
0.1

Comprimento L (m)
Gráfico 4: Período de oscilação ao quadrado versus comprimento, em escala logarítmica

Depois de descobrir a equação (y = ax + b y ≈ 4,0350x - 0,0087) foi


só relacioná-la com as deduções feitas anteriormente (Figura 16), onde “ax” é
relacionado à aceleração gravitacional, segue que:

4𝜋2 4𝜋2 4𝜋2


𝑎= 𝑔= 𝑔≈ 𝑔 ≈ 9,78 𝑚/𝑠²
𝑔 𝑎 4,0350

Comparando Resultados
Através da comparação entre os dados da Etapa 1 e os da Etapa 2, percebemos
que a variável massa dos objetos não é tão significativa ao avaliar o período do pêndulo.

Na tabela abaixo, analisou-se os tempos médios das 8 oscilações de cada objeto,


para os respectivos comprimentos L. Também foram anotados os valores de referência
(Ti), obtidos pela formula do pêndulo, multiplicados pelas 8 oscilações.

Li (m) 0,3 0,4 0,5


tmédio(s) Objeto 1 9,15 10,39 11,59
tmédio(s) Objeto 2 9,07 10,23 11,45
Ti (s) x8 8,8 10,16 11,36
Tabela 6: Relações entre as etapas
Dessa forma, foi possível perceber que o objeto 1 (de massa maior) e o objeto 2
(de massa menor), para os mesmos comprimentos L, obtiveram períodos de oscilação
bem próximos. Por exemplo, se calcularmos o desvio padrão (б) dos tempos médios,
para a configuração de L = 0,3, acharemos б = 0,4, mostrando que os valores estão
dentro de 1 desvio, significa dizer que a massa foi insignificante para medir o período,
que dependeu basicamente das mudanças de comprimento L.

Comparando os tempos médios também com os valores de referência (Ti(s) x8),


notaram-se pequenas diferenças nos valores, o que pode ser explicado pelo fato do
experimento não ter sido realizado em ambiente controlado, podendo sofrer
interferência do ar, por exemplo. Porém, de qualquer forma, essa discrepância não
10,39+11,59
chegou a ser tão relevante. Se compararmos a média dos tempos médios ( )
2
para a configuração de L = 0,4, com o valor de referência (Ti(s) x8) igual a 10,16,
achamos um desvio padrão de 0,075. Ou seja, os valores estão dentro de 1 desvio,
mostrando mais uma vez que o período só dependeu do comprimento do fio e da
gravidade.

No que se refere ao comprimento do fio, à medida que este diminuía o período


também diminuiu, por outo lado quanto maior o comprimento L do fio, maior o tempo
para completar 1 oscilação completa.

E por fim, no que se refere à aceleração gravitacional, podemos perceber que o


experimento foi bem sucedido, visto que a gravidade local encontrada (9,78 m/s²) foi
muito próxima da gravidade terrestre (9,81 m/s²) usada como valor de referencia.
Referências
• Pêndulo Simples. Mundo Educação. Disponível em: <
https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/pendulo-simples.htm>. Acesso em:
22/10/2020.

• HALLIDAY, Resnick. Cap.15 - Oscilações. Disponível em


<file:///C:/Users/Andrea/Desktop/FISICA%202/Halliday-vol%202-
Oscilações.pdf>. Acesso em 22/10/2020.

• Atividade de Laboratório Experimental. Pêndulo Simples. Disponível em


<file:///C:/Users/Andrea/Desktop/FISICA%202/LE%20-
%20Pêndulo%20simples.pdf>. Acesso em 18/10/2020.

• Toda Matéria. Desvio Padrão. Disponível em


<https://www.todamateria.com.br/desvio-padrao/>. Acesso em: 22/10/2020.

• Métodos Numéricos. Ajuste de Curvas pelo Método dos Quadrados


Mínimos. Disponível em
<http://www.decom.ufop.br/prof/marcone/Disciplinas/MetodosNumericoseEstat
isticos/QuadradosMinimos.pdf>. Acesso em: 22/10/2020.

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