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Aula 04

Medição de Distâncias
Horizontais
Topografia Básica

Prof. Reinaldo Reis


Engenharia Civil
Introdução

❖ Medição de distâncias e ângulos possibilita o posicionamento de um


ponto em um determinado sistema de referência;
❖ Distâncias podem ser determinadas por processos diretos ou indiretos;

❖ Processo Direto
❖ Percorrendo o alinhamento do início ao fim, medindo diretamente a
grandeza procurada;
❖ Processo Indireto
❖ A partir de observações que estejam ligadas implícita ou
explicitamente à distância procurada;

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Introdução

❖ Distância Horizontal ou distância Topográfica

✓ Em topografia, a distância de interesse é sempre a distância horizontal.

✓ A distância horizontal não é a distância que se mede no terreno, mas a


distância que se obtém quando se utiliza um mapa topográfico (mapa
planimétrico) para medir a distância entre dois pontos. Por isso, essa
distância também é chamada de distância topográfica.

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Introdução
❖ Distância Horizontal ou distância Topográfica

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Distâncias

❖ A distância inclinada ou espacial (DI), entre dois pontos pode ser decomposta
em Horizontal e Vertical;
❖ Distância Horizontal (DH)
❖ Também conhecida como distância reduzida;
❖ Distância entre dois pontos medida em um plano horizontal;
❖ ‘Distância legal’;
❖ Distância Vertical (DV)
❖ Também conhecida como Diferença de Nível (DN);
❖ Distância entre dois pontos medida ao longo da vertical;

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Processo Direto

❖ O seguimento a ser medido deve ser percorrido do início ao fim;


❖ Obstáculos como lagos, rios, construções, etc. entre os extremos do
seguimento a ser medido podem impedir o emprego deste processo;
❖ Principal instrumento utilizado: trena;
❖ Se o seguimento a ser medido é maior que a trena utilizada ou o terreno é
muito íngreme, divide-se o seguimento em seções, alinhadas com os
extremos do seguimento;

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Mensuração da Distância Horizontal

❖ Em terrenos muito declivosos, é necessário considerar a declividade ao se


medir a distância.

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Mensuração da Distância Horizontal

❖ Uma delas é medir a distância de interesse (AB) por meio de uma série de
lances (distâncias horizontais curtas – Ri): AB=∑Ri.

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Fontes de erros na medição direta de distâncias horizontais

❖ Erros de Leitura;
❖ Dilatação térmica;
❖ Elasticidade;
❖ Catenária;
❖ Curvatura ou barriga que se forma ao tencionar a trena;
❖ Falta de horizontalidade da trena;
❖ Erro de alinhamento das seções;
❖ Inclinação da baliza;
❖ Pode ser evitado com o uso do nível de cantoneira ou substituindo a baliza
por um fio de prumo.

Catenária ao medir um comprimento l aplicando uma tensão T em uma trena de peso p


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Fontes de erros na medição direta de distâncias horizontais

❖ A trena é o instrumento mais simples e mais frequentemente utilizado para


medir distância nos levantamentos florestais. Uma trena de 30 ou 50m é um
instrumento pessoal que todo profissional florestal deve possuir.

Catenária ao medir um comprimento l aplicando uma tensão T em uma trena de peso p


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Fontes de erros na medição direta de distâncias horizontais

❖ Sua utilização é fácil e simples, mas é necessário tomar o cuidado de estendê-


la adequadamente. Ao se estender a trena, a formação de um certo arco
(“barriga'') é natural, mas uma certa tensão deve permanecer e ser sentida
pelos operadores.

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Fontes de erros na medição direta de distâncias horizontais
Inadequação da Trena

A trena se torna inadequada no trabalho de campo quando qualquer combinação


dos seguintes fatores acontecer:

1. uma alta exatidão é requerida no levantamento;


2. a distância a ser medida em um único lance for superior a 50m;
3. o terreno possui alta declividade, de modo que muitos lances são necessários
para se obter a distância horizontal desejada.

Quando isso acontece, a solução medir a distância indiretamente utilizando-se


instrumentos ópticos.

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Processo Indireto

❖ Não há necessidade de percorrer todo o alinhamento e podem ser


empregados os seguintes instrumentos e métodos:
❖ Teodolito + mira vertical (Taqueometria);
❖ Teodolito + mira horizontal;
❖ Estação total + refletor;
❖ Satélite de navegação + receptor + antena;

❖ Deve ser sempre empregado caso haja algum obstáculo no alinhamento;

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Taqueometria

❖ Processo de medida indireta de distância;

Teodolito
❖ Taqueômetro ou teodolito: goniômetro que além de medir ângulos horizontais e
verticais é dotado de fios estadimétricos;
❖ Com os fios estadimétricos de um teodolito pode-se determinar as
distâncias horizontal e vertical;

Fios do retículo e distância entre o fio superior e o inferior (h)

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Taqueometria

❖ Processo de medida indireta de distância;

Teodolito

Fios do retículo e distância entre o fio superior e o inferior (h)

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Taqueometria

Mira Estadimétrica
❖ A menor célula gráfica é o cm;
❖ Numeradas de dm em dm;
❖ Metros são indicados por pontos ou
números romanos;

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Taqueometria

Mira Estadimétrica
FS+FI
❖ Verificação da leitura: =FM± 1mm
2

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Taqueometria

Mira Estadimétrica
FS+FI
❖ Verificação da leitura: =FM± 1mm
2

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Taqueometria

Mira Estadimétrica
FS+FI
❖ Verificação da leitura: =FM± 1mm
2

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Taqueometria

Mira Estadimétrica
FS+FI
❖ Verificação da leitura: =FM± 1mm
2

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Taqueometria

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Taqueometria

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Taqueometria

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Taqueometria

❖ A razão entre a distância da localização dos fios ao centro do aparelho e a


distância do fio superior ao inferior é conhecida como constante estadimétrica;
❖ Normalmente igual a 100;
❖ Ângulo w é muito pequeno: aproximadamente 34’;

Posição dos fios do retículo em relação ao centro de um teodolito

❖ A constante estadimétrica (𝑔) de um teodolito é dada por :


𝑶𝒃
𝒈=
𝒂𝒄

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Taqueometria

❖ Ângulo Vertical: é o ângulo formado entre a linha do horizonte (plano


horizontal) e a linha de visada, medido no plano. Varia de 0º a + 90º (acima do
horizonte) e 0º a - 90º (abaixo do horizonte).
❖ Ângulo Zenital: é o ângulo formado entre a vertical do lugar (zênite) e a linha
visada, medido no plano. Varia de 0º a 180º, tendo a origem no zênite.

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Taqueometria

Medição com a luneta na horizontal


❖ Ângulo zenital 𝑍=መ 90° ou Ângulo vertical 𝑖=
Ƹ 0°
❖ Intervalo de leitura na Mira: 𝐼 = 𝐹𝑆 − 𝐹𝐼

𝑫𝑯 = 𝑰 ∙ 𝒈

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Taqueometria

Distância Horizontal - Visada Horizontal


❖ A figura a seguir (GARCIA, 1984) ilustra um teodolito estacionado no ponto P e
a régua graduada no ponto Q. Do ponto P visa-se o ponto Q com o círculo
vertical do teodolito zerado, ou seja, com a luneta na posição horizontal.
Procede-se a leitura dos fios estadimétricos inferior (FI), médio (FM) e superior
(FS).

Da Figura tem-se:
• f = distância focal da objetiva
• F = foco exterior à objetiva
• c = distância do centro ótico do aparelho
à objetiva
• C = c + f = constante do instrumento
• d = distância do foco à régua graduada
• H = AB = B - A = FS - FI = diferença entre
as leituras
•M = FM = leitura do retículo médio

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Taqueometria

Distância Horizontal - Visada Horizontal

❖ A distância horizontal com visada horizontal é dada pela Equação.

𝑫𝑯 = 𝟏𝟎𝟎 ∙ 𝑯 + 𝑪

C é a constante de Reichembach, que assume valor 0 cm para equipamentos


com lunetas mais modernas e valores que variam de 25 cm a 50 cm para os
demais equipamentos.
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Medição com a luneta inclinada

𝑫𝑯 = 𝑰 ∙ 𝒈 ∙ 𝒄𝒐𝒔²𝒊Ƹ
𝑫𝑯 = 𝑰 ∙ 𝒈 ∙ 𝒔𝒆𝒏²ො𝒛
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Taqueometria
Distância Horizontal - Visada Horizontal
❖ Neste caso, para visar a régua graduada no ponto Q há necessidade de se
inclinar a luneta, para cima ou para baixo, de um ângulo (a) em relação ao
plano horizontal. Como indicado na figura abaixo, a distância horizontal poderá
ser encontrada através da seguinte equação:

𝑫𝑯 = 𝟏𝟎𝟎 ∙ 𝑯 ∙ 𝒄𝒐𝒔2 𝜶 + 𝑪

𝑫𝑯 = 𝟏𝟎𝟎 ∙ 𝑯 ∙ 𝒄𝒐𝒔2 𝜶
𝑫𝑯 = 𝟏𝟎𝟎 ∙ 𝑯 ∙ 𝒔𝒆𝒏²ො𝒛

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Taqueometria
Distância Vertical - Visada Ascendente
A figura a seguir ilustra a luneta de um teodolito inclinada no sentido ascendente
(para cima). Assim, a diferença de nível ou distância vertical entre dois pontos
será deduzida da seguinte equação:
𝑫𝑵 = 𝟓𝟎 ∙ 𝑯 ∙ 𝒔𝒆𝒏 𝟐𝜶 + 𝑰 − 𝑭𝑴
Onde: FM = leitura do retículo médio; I =
altura do aparelho (distância vertical entre
o eixo ótico do aparelho até o plano de
referência).
A interpretação do resultado desta relação
se faz da seguinte forma:
• se DN for positivo (+) significa que o
terreno, no sentido da medição, está em
ACLIVE.
• se DN for negativo (-) significa que o
terreno, no sentido da medição, está em
DECLIVE.

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Taqueometria
Distância Vertical - Visada Descendente
A figura a seguir (GARCIA, 1984) ilustra a luneta de um teodolito inclinada no
sentido descendente (para baixo). Assim, a diferença de nível entre dois pontos
será deduzida da mesma forma que para o item anterior, porém, com os sinais
trocados.
𝑫𝑵 = 𝟓𝟎 ∙ 𝑯 ∙ 𝒔𝒆𝒏 𝟐𝜶 + 𝑭𝑴 − 𝑰
Onde: FM = leitura do retículo médio; I =
altura do aparelho (distância vertical entre
o eixo ótico do aparelho até o plano de
referência).
A interpretação do resultado desta relação
se faz da seguinte forma:
• se DN for positivo (+) significa que o
terreno, no sentido da medição, está em
DECLIVE.
• se DN for negativo (-) significa que o
terreno, no sentido da medição, está em
ACLIVE.

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Fontes de Erro

❖ Leitura na mira: função da refração atmosférica, da capacidade de aumento da


luneta, de defeitos na graduação da mira, da paralaxe, etc;
❖ Imprecisão na constante estadimétrica;
❖ Não verticalidade da mira;
❖ No caso da luneta inclinada, a hipótese simplificativa adotada para se chegar à
equação da Distância Horizontal;

❖ Para minimizar os erros:


❖ Não realizar medidas, na mira, abaixo de meio metro, principalmente em
dias e/ou lugares quentes;
❖ Erros devido à paralaxe são evitados se as leituras FS, FM e FI são feitas
de uma única vez, sem que o observador altere seu ponto de vista de
leitura, como se abaixar o se mover para um lado entre o momento da
leitura de um fio estadimétrico e outro, por exemplo;
❖ Evitar medir distâncias grandes, acima de 70 metros;
❖ A verticalidade da mira pode ser garantida empregando um nível de
cantoneira ou um fio de prumo. Recomenda-se não realizar leituras na
parte superior da mira.

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Fontes de Erro

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Medida eletrônica de distâncias

❖ Estações totais;
❖ Instrumentos que além de medir distâncias, também são capazes de
medir ângulos horizontais e verticais eletronicamente;

❖ Num dos extremos do seguimento a ser medido é posicionado o medidor;


❖ Instrumento que gera sinais eletromagnéticos, emite-os, recebe-os de
volta e realiza medidas e cálculos;
❖ No outro extremo é posicionado o refletor;
❖ Função de refletir para o medidor os sinais por ele emitidos;

❖ Há instrumentos que emitem o laser visível e dispensam o refletor para


distâncias pequenas, menores que 300 metros;

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