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186 NICOLETTI1, G. et al.

Artigo DOI: 10.14295/2238-6416.v71i4.461

DESENVOLVIMENTO DE QUEIJO TIPO COTTAGE


SEM LACTOSE COM ADIÇÃO DE FIBRAS
E REDUÇÃO DE SÓDIO E GORDURA

Development of cottage cheese lactose free with fiber


addition and reduction of sodium and fat

Gabrieli Nicoletti1*, Kátia Joana Verdi1, Creciana Maria Endres1

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi desenvolver, caracterizar e determinar a vida útil


de queijo tipo cottage sem lactose, com adição de fibras e redução de sódio e gordura.
Foram realizados testes experimentais para determinar a formulação final do queijo,
a qual foi avaliada em diferentes tempos de armazenamento, de acordo com ensaios
microbiológicos preconizados pela legislação vigente e paramêtros físico-químicos.
O produto desenvolvido atendeu aos padrões físico-químicos se comparado ao queijo
controle, apresentando 41% e 30% de redução de sódio e gordura, respectivamente e
acréscimo de aproximadamente 5,31% de inulina, sem alterar as características sen­
soriais. O queijo apresentou estabilidade durante os 42 dias avaliados, não sofrendo
nenhuma alteração físico-química (acidez) e microbiológica significativa que com­
prometesse a segurança e qualidade do produto. A adição de fibras e a redução de
sódio também não influenciaram negativamente na sensorialidade do produto, sendo
uma alternativa de produtos isento de lactose e com propriedades funcionais para
o mercado de lácteos.
Palavras-chave: produto lácteo; intolerância à lactose; alimentos funcionais.

ABSTRACT

The objective of this work was to develop, characterize and determine the shelf
life of lactose-free cottage cheese with fiber addition and sodium and fat reduction.
Experimental tests were performed to determine the final cheese formulation,

1 Instituto SENAI/SC de Tecnologia de Alimentos e Bebidas, Rua Frei Bruno, 201, bairro Parque das
Palmeiras, 89803-785, Chapecó, SC, Brasil. E-mail: gabrieli.nicoletti@sc.senai.br
* Autor para correspondência.
Recebido / Received: 12/02/2016
Aprovado / Approved: 07/06/2017

Rev. Inst. Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, v. 71, n. 4, p. 186-196, out/dez, 2016
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which was evaluated at different storage times according to microbiological tests


recommended by the current legislation and physicochemical parameters. The product
developed met the physical-chemical standards when compared to the control cheese,
presenting 41 and 30 % reduction of sodium and fat, respectively, and an increase of
approximately 5,31 % of inulin, without altering the sensorial characteristics. The
cheese presented stability during the 42 days evaluated, not suffering any physical-
chemical alterations (acidity) and microbiological significant that compromised the
safety and quality of the product. The addition of fiber and sodium reduction also
did not negatively influence the sensoriality of the product, being an alternative of
products lactose free and with functional properties for the dairy market.
Keywords: dairy product; lactose intolerance; functional food.

INTRODUÇÃO as características sensoriais muito atrativas


(BRITO et al., 2006).
O cottage é um tipo de queijo de massa Devido à alta incidência de doenças
fresca, de sabor levemente ácido e salgado, crônicas nos últimos anos, a demanda por
produzido pela coagulação ácida do leite alimentos saudáveis tem estimulado ino­va­
desnatado pasteurizado. A característica prin­ ções e desenvolvimento de novos produtos
cipal deste queijo é sua textura granular, com por todo o mundo. Ações que visam ao me­
partículas de massa coalhada de tamanho re­ lhoramento nutricional dos alimentos pro­
lativamente uniforme, que podem ou não estar ces­sados têm apresentado uma maior dis­se­
imersas em um líquido cremoso (dressing). minação, principalmente em relação à redu­
Contém cerca de 80% de umidade, com bai­ ção de gorduras, açúcares e sódio (OBANDO
xo teor de lipídio (4%) e apresenta-se com et al., 2010).
dressing em duas fases separáveis (VIANNA Os alimentos prebióticos fazem parte
et al., 2002). do grupo dos alimentos funcionais, pois
Existem diversas variedades de queijo além de suas qualidades nutricionais, afetam
cottage, com diferenças na consistência, teo­ beneficamente uma ou mais funções relevan­
res de gordura e de umidade. No Brasil, é co­ tes do organismo do consumidor (RIBEIRO
mercializado na forma de grãos secos, grãos et al., 2009). Esta classe é definida como oli­-
misturados ao dressing e, também, na forma gos­sacarídeos que não são digeríveis no in­
pastosa (RODRIGUES, 1999). A legislação testino delgado e atingem o intestino grosso
brasileira, até o momento, não possui padrões onde atua estimulando seletivamente o cres­
de identidade e qualidade específicos para o cimento de bactérias bífidas residentes no
queijo cottage, o que dificulta comparações trato gastro digestório, alterando a micro­
entre diferentes marcas comerciais, com base biota em favor de uma composição mais
na legislação (PARODIA, 2010). sau­dável. Os oligossacarídeos, como os fru-
O interessante desta variedade em sua to-oli­gossacarídeos e a inulina atendem as
forma original é que, apesar de seu baixo con­ con­dições de prebióticos (MANNING et al.,
teúdo de gordura, apresenta características 2004).
sensoriais muito apreciáveis, principalmen­te Além disso, muitos estudos mostram
seu aroma e gosto, devido à sua condição de que uma percentagem significativa da popu­
pro­duto fermentado, uma vez que os microrga­ lação mundial sofre com transtornos gastro­
nismos utilizados durante o processo deixam intestinais quando consome produtos lácteos.

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Tais sintomas são provenientes da deficiên- composição da literatura, fabricado da mes­ma


cia ou ausência da enzima lactase, respon­sável maneira que o produto desenvolvido nesta
pela quebra da molécula de lactose, o prin­ci­pal pesquisa. O queijo tipo cottage (com redução
açúcar do leite, sendo este trans­tor­no cha­ma­ de sódio, gordura, lactose e adição de inulina)
do de intolerância à lactose. Esta problemá­ foi fabricado de acordo com a formulação
ti­ca priva o intolerante à lactose da ingestão determinada na Tabela 1. Os ensaios foram
de pro­dutos lácteos que são uma excelente rea­lizados em triplicata.
fon­t e de cálcio e proteínas, como também A formulação do queijo tipo cottage
de outros minerais e vitaminas (ANTUNES; foi desenvolvida com embasamento teórico
PACHECO, 2009). atra­vés de pesquisas e artigos já publica­dos
O presente trabalho teve por objetivo relacionados à adição de fibras em pro­d u­
desenvolver um queijo tipo cottage com tos lácteos. Foram realizados testes ex­pe­ri­
adição de inulina, isento de lactose e com teor mentais, respeitando o Regulamento Téc­
reduzido de sódio e gordura e caracterizá-lo nico de Identidade e Qualidade de Queijos,
em relação aos parâmetros físico-químicos, apresentado pela Portaria nº 146 de 07 de
sen­soriais e microbiológicos durante o pe­ março de 1996 (BRASIL, 1996), até que se
ríodo de 42 dias de estocagem refrigerada encontrasse um produto característico.
(5 ± 2 ºC). A Tabela 1 apresenta a formulação
de­fi­nitiva do produto final. Salienta-se que
MATERIAL E MÉTODOS para produzir 1 kg de produto final, foram
uti­li­zados 3,55 L de leite desnatado. Os per­
Elaboração do queijo tipo cottage centuais adicionados estão estabelecidos em
intervalos, dessa forma, mantém em sigilo a
O estudo foi desenvolvimento no labo­ formulação desenvolvida em parceria com a
ratório de processamento de leites e derivados empresa.
do Instituto SENAI/SC de Alimentos e Be­ O queijo tipo cottage foi elaborado a
bidas, localizado na cidade de Chapecó/SC. partir de leite desnatado padronizado a 0,1 %
Foram avaliados dois tratamentos, o queijo de gordura (m/v), após o mesmo foi hidro-
controle (sem adição de inulina, sem redução lisado com a enzima lactase (Maxilact® LGX-
de gordura, lactose e sódio), considerada uma 5000, DSM, Holanda), para que ocorresse

Tabela 1 – Formulação para queijo tipo cotta­ge com adição de fibra e redução de sódio

Ingredientes Unidade de medida Percentual (%)


Dressing L 7a9
- creme (16% de gordura) L 95 – 98
- sal de sódio g 1 -– 1,9
- sal de potássio g 1,15 – 1,60
Sorbato de potássio g 0,15 – 0,85
Inulina g 3 – 5,5
Massa básica g 64 – 69
Dressing + inulina + sorbato g 36 – 41
* Formulação estabelecida para 1000g de produto.

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a hidrólise da lactose. O processo de hidróli­ água a 45 ºC (5% em relação ao volume de


se foi realizado na temperatura de 37ºC por leite trabalhado). A água foi adicionada de
três horas na proporção de 0,1% de enzima forma cautelosa para que os grãos, ainda
em relação ao volume de leite. A conversão frágeis, não fossem danificados e em seguida
dos açúcares foi avaliada através de ensaio agitou-se durante 20-30 min. Então, iniciou
la­boratorial, adaptado por Harvey (1988). o aquecimento da coalhada e concomitante
Posterior a este processo, o leite foi a sua agitação, essa etapa foi feita de forma
sub­metido à pasteurização e inativação enzi­ que, ao fim de uma hora ou uma hora e meia,
mática, essa foi realizada na temperatura de a temperatura da coalhada atingisse 44 ºCa
60 ºC a 65 ºC por 30 minutos. Após a pas­ 48 ºC com aumento de aproximadamente
teurização, procederam-se a fermentação, 1 ºC a cada 3-5 minutos. Salienta-se que o
cor­te da massa, cozimento, lavagens, adição aquecimento deve ser indireto e gradativo de
do dressing (leite, creme de leite e sal de só- maneira a não “queimar” os grãos (formação
dio e potássio), envase e estocagem. de película envolta do grão). Após atingir
Para realização do processo de fer­ a consistência ideal do grão, o qual deve
mentação foram utilizadas as culturas lio­ ser firme, retirou-se todo o soro e iniciou o
filizadas para inoculação direta (DVS) processo de lavagem da massa, adicionan-
com­posta por Lactococcus lactis spp. lactis, do-se uma boa quantidade de água pasteuri­
Lactococcus lactis spp. cremoris, Lactococcus zada com temperatura em torno de 40 ºC.
lactis spp. lactis biovar. dia­c etylactis e Escorreu-se toda a massa e lavou com água
Leuconostoc spp. (DELVO ® – TECDX33 pasteurizada com temperatura em torno de
ADSL, DSM, Holanda), na pro­p orção de 30 ºC. A última lavagem foi feita com água
1% a 3% e aguardou-se 30 mi­n utos para pasteurizada e gelada (máxima de 5 ºC). Nesta
hidratação da cultura. Após esta etapa, última etapa os grãos ficaram soltos e sem
adicionou-se solução de cloreto de cálcio a presença de soro. Por conseguinte, pesou-se
50% e o coagulante, conforme re­co­mendado a massa obtida e armazenou-se a temperatura
pelo fabricante, na proporção de 0,04% e máxima de 5 ºC, até misturar o dressing.
0,06% respectivamente. Aguardou-se apro- Na elaboração do dressing, inicialmen­
ximadamente 120 minutos até a coagulação te realizou-se a hidrólise do creme com 16%
completa. Ao final da coagulação, o pH al­ de teor de gordura, com utilização de 0,1%
cançado foi de pH 4,6-4,7, acidez de 65 ºD de enzima lactase na temperatura de 37 ºC
-70 ºD, além da massa se apresentar homo­ por um período de 2 a 3 horas. Posterior­
gênea, lisa e firme. mente, realizou-se a pasteurização do creme a
O corte da coalhada foi realizado com temperatura de 85 ºC por 5 minutos, logo este
a utilização de liras horizontais e verticais foi resfriado a 10 ºC para adição da cul­tura
para promover cortes em cubos pequenos láctea. O processo de fermentação do creme
(1,0 a 1,5 cm de aresta) que foi deixada em de leite ocorreu com a utilização dos mi-­
repouso durante 15 a 20 minutos, para que o crorganismos Lactococcus lactis ssp. lactis
grão de coalhada adquirisse a consistência. e Lactococcus lactis ssp. cremoris (DELVO®
Ao fim deste tempo, iniciou-se o processo – TEC LL 50A DSL, DSM, Holanda) na
de aquecimento, com agitação da coalhada, proporção de 1% a 3%, e foi armazenado a
de forma lenta para impedir que os grãos se 15 ºC a 20 ºC durante 18 horas.
aglomerassem. Para a realização do aque­ No dressing foi adicionado a substân­
cimento foi retirada uma quantidade de soro cia prebiótica inulina (Orafti ® HP, Beneo,
que foi substituída por igual quantidade de Alemanha) na proporção de 3% a 5,5% com

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acréscimo de leite desnatado (100 mL/kg de tipo cottage desenvolvido neste tra­b alho.
produto final) para efetuar a diluição deste Quan­to aos ensaios microbiológicos foram
ingrediente. A porcentagem (1,15% a 1,60%) determinados contagem total de Staphylo­
de sal light NEVE (Guss Industrial, Brasil) coccus coagulase positiva (ISO 6888-1:
foi adicionada, NaCl (1% a 1,9%) (Cisne, 1999), coliformes termotolerantes e bolores
Brasil) e sorbato de potássio (0,15% a 0,85%) e leveduras (BRASIL, 2003), detecção de
(All Chemistry – São Lucas), conforme indi­ Salmonella spp (método 2011.03) e Listeria
cado na Tabela 1. O dressing foi pasteuriza­do monocytogenes (método 2004.02), de acordo
novamente a 85 ºC por 5 minutos e resfriado com Horwitz (2005c, 2005d) respectiva­
a 5 ± 2 ºC por 12 horas. Após este processo, mente. Todas as análises foram reali­z adas
foi adicionado de 7% a 9% de dressing na em triplicata.
massa seguiu-se o envase e a estocagem sob Quanto aos parâmetros físico-quími­cos,
refrigeração por 42 dias a 5 ± 2 ºC. foram determinados pH, acidez em áci­d o
A Figura 1 apresenta o fluxograma com lático, lipídios, umidade, proteínas, re­sí­duo
as etapas de processamento para elaboração mineral fixo, matéria gorda no extra­to seco,
do queijo tipo cottage. para estes foram utilizados os métodos ofi-
ciais para as referidas análises, descritos na
Caracterização físico-química e mi­c ro­ Instrução Normativa nº 68, de 12 de dezem-­
biológica bro de 2006 (BRASIL, 2006). O ensaio de fi-
bra foi determinando através da metodolo­gia
O queijo tipo cottage foi avaliado nos de fruto-oligossacarídeos (método 999.03) e
tempos 0, 7, 14, 21, 28, 35 e 42 dias de ar­ma- o ensaio de sódio foi quantificado de acor­
zenamento de acordo com ensaios micro­ do com o método 985.35 e 984.27, ambos
bio­l ógicos e físico-químico (acidez), para baseados na AOAC (2005) (HORWITZ,
de­terminar a qualidade e a vida útil do pro­ 2005a; HORWITZ, 2005b). A quantifica­
duto. A acidez, foi avaliada apenas no queijo ção da lactose do produto final foi realizada

Figura 1 – Fluxograma do processamento na elaboração do queijo tipo cottage

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utilizando cromatografia líquida de alta efi- software STATISTICA 7.0 (Statsoft, Tulsa,
ciência (HPLC), de acordo com método EUA). A análise de variância (ANOVA)
adaptado de Harvey (1988). Todas as análi- foi aplicada para determinar as diferenças
ses foram realizadas em triplicata. significativas (p < 0,05) entre as amostras,
seguida pelo teste de Tukey.
Análise sensorial
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O teste de aceitabilidade foi realizado
com um grupo de julgadores não treinados Caracterização físico-química e
(n = 50), através de escala hedônica estrutu­ microbiológica
rada de nove pontos (1 - desgostei extrema­
mente a 9 - gostei extremamente), para os A Tabela 2 apresenta a média dos va­
atri­butos cor, odor, sabor, textura e aceita­bi­ lores encontrados para teor de umidade,
li­dade global. Já para a avaliação da in­tenção lipídios, proteína, pH, acidez, fibra alimen­
de compra foi utilizada uma escala estruturada tar, matéria gorda no extrato seco,sódio e
de cinco pontos (1 - certamente não compra­ria lactose do queijo tipo cottage (com redução
a 5 - certamente compraria). Aproximada­ de sódio, gordura, lactose e adição de inulina)
mente 25 g de cada amostra à 5 ± 1 ºC, fo­ desenvolvido e o queijo controle durante a
ram apresentadas monadicamente em co­pos estocagem a 5 ± 2 ºC.
plásticos (50 mL) codificados com núme­ros Para os queijos avaliados, houve di­fe­
de três dígitos aleatórios (MINIM, 2010). rença (p < 0,05) para os parâmetros de umi­
Colheres plásticas e torradas sem sal foram dade, lipídios, sódio, proteína e acidez ti­tu­
oferecidas junto às amostras. lável. O queijo controle apresentou maiores
médias para estas características, exceto para
Análise estatística proteína e umidade. Os diferentes teo­res de
umidade e lipídios avaliados podem ser ex­
Os resultados obtidos nas análises fí­ plicados pela adição da substância pre­bióti­
sico-químicas foram analisados através do ca inulina ao dressing do queijo. A inulina

Tabela 2 – Composição físico-química do queijo tipo cottage (com redução de sódio, gordura,
lactose e adição de inulina) e queijo controle

Parâmetros analisados Queijo tipo cottage Queijo controle


Umidade (%) 79,22a 74,33b
Proteína (%) 13,52a 11,13b
Lipídios (%) 2,75a 3,95b
Fibra Alimentar (%) 5,31 -
Matéria gorda no extrato seco (%) 19,33a 19,00a
Sódio (mg/100g) 219,5a 372b
Acidez titulável (% de ácido lático) 0,05a 0,25b
pH 4,61a 4,82a
Lactose (g/100g) < 0,1a < 0,1a
Os valores apresentados são as médias dos parâmetros avaliados. Na mesma linha, letras minúsculas sobrescritas
indicam as diferenças (p < 0,05) entre os queijos.

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além de função prebiótica, também foi uti­ a produção, a massa foi aquecida até 50 ºC,
lizada como substituto parcial de gordura, o que ocasionou a inativação da cultura me­
reduzindo 30% quando relacionada com o sofílica starter adicionada. Além disso, no
queijo controle. fi­n al do processo a massa passou por três
Inulina e oligofrutoses possuem baixo la­vagens consecutivas, contribuindo também
valor calórico em função de ligações ß (1-2) para redução da acidez.
entre as moléculas de frutose. As ligações O conteúdo de fibras no produto foi
tor­nam estas substâncias não digeríveis por outro diferencial, pois os queijos tipo cottage
enzimas intestinais humanas. Assim, estes convencionais não apresentam fibras em sua
prebióticos passam pelo trato gastro diges­ composição e o deste estudo contém em torno
tório sem serem metabolizados. Estudos in­ de 5,4%. O produto pode ser considerado
dicam que a inulina e oligofrutoses são com­ como “fonte de fibras”, pois apresenta mais
pletamente fermentados no cólon e produ­zem que 2,5g de fibra por porção do alimento pron­
ácidos graxos de cadeia curta e lactatos que to para o consumo, conforme a RDC nº 54
são metabolizados e contribuem com o valor de 2012 (ANVISA, 2012). A inulina pertence
calórico de 1,5 kcal/g (NINESS, 1999). à classe de carboidratos denominados frutanos
Constituída de cadeias longas, a inulina e são considerados ingredientes funcionais,
é menos solúvel que a oligofrutose e, quando uma vez que exercem influência sobre pro­
dispersa na água ou no leite, forma micro cessos fisiológicos e bioquímicos no orga­
cristais que interagem para dar origem a uma nismo, resultando em melhoria da saúde e
textura cremosa. Consequentemente é empre­ em redução no risco de aparecimento de di­
gada como substituto de gordura em produ­ ver­sas doenças (SAAD, 2006). Niness (1999)
tos lácteos, patês, molhos, recheios, cober­ des­taca que a inulina tem sido amplamente
turas, sobremesas congeladas e produtos de utilizada nas indústrias de alimentos para
panificação (NINESS, 1999). Além disso, no subs­tituírem gorduras e açúcares, reduzindo
dressing do queijo houve maior acréscimo assim o teor calórico.
de leite desnatado (100 mL) para efetuar a De acordo com a Tabela 2, observa-se
diluição do ingrediente prebiótico. Isto ex­ a redução de 41% de sódio e 30% de gordu­ra
plica a razão do queijo tipo cottage (com re­ no queijo desenvolvido quando compa­ra­do
dução de sódio, gordura, lactose e adição de com o controle. Segundo a RDC nº 54 de
inulina) ter apresentado maior teor de umida- 2012 (ANVISA, 2012), quando há uma re­
de em relação ao queijo controle. dução mínima de 25% destes atributos, pode-
A coagulação ácida necessária para pro­ se denominar o produto como light.
duzir o queijo tipo cottage consegue-se através Ao avaliar o teor de lactose nos pro­
do processo de fermentação com a adi­ç ão dutos, observa-se que não houve diferença
regular de culturas mesofilícas Lactococcus significativa entre as amostras. Por isso, pres-
lactis subsp. cremoris e Lactococcus lactis supõe-se que no queijo com uso de fermento
subsp. lactis. Uma das van­tagens da coa­gu­la­ na coalhada e na maturação do dressing não
ção ácida ocorre, pois a produção do coágu­lo há necessidade de utilizar a en­z ima lac­
menor e leve, se comparado ao queijo pro­ tase. Na Tabela 3 observou-se a variação da
duzido por coagulação enzimática, faci­lita aci­dez entre 0,04 e 0,16 g/100g determina-
a digestibilidade das proteínas (OBANDO da em ácido lático ao longo dos 42 dias de
et al., 2010). A baixa acidez após a fabrica­ ar­m a­z enamento do produto. A acidez do
ção obtida neste estudo para ambos os quei- quei­jo tende a aumentar com a multipli-
jos ocorreu em virtude das etapas processo cação dos microrganismos no decorrer do
de fabricação do queijo tipo cottage. Durante pe­río­d o de armazenamento, beneficiando o­

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produto por ini­bir a microbiota patogênica 2001), que determina um limite máximo de
(WOLFSCHOON- POMBO; LIMA, 1989). 5,0 x 10³ UFC/g para estes microrganis­mos
de queijo de muita alta umidade com bacté-
Tabela 3 – Variação da acidez em ácido lático rias láticas viáveis. As bactérias do grupo
em 42 dias de armazenamento co­lifor­me servem como indicadores de conta­
minação e a presença desses microrganis­mos
Tempo após Acidez (ácido lático) em alimen­tos processados indica falhas de
fabricação (dias) g/100g higieniza­ção no processamento, utensílios,
equi­p ament­o s ou manipuladores e/ou con­
0 0,04 ± 0,02
taminação pós processamento.
7 0,06 ± 0,13 Conforme a Tabela 4, os microrganis­
14 0,06 ± 0,01 mos Staphylococcus coagulase positiva,
21 0,05 ± 0,05 Listeria monocytogenes e Salmonella spp.,
28 0,10 ± 0,63 apre­sentaram-se coerentes com a legisla­ção
35 0,10 ± 0,89 vigente RDC nº 12/2001, que preza o limite
máximo de 10² UFC/g para Staphylococcus
42 0,16 ± 0,52
coagulase positiva e ausência em 25 g para
Listeria e Salmonella (ANVISA, 2001).
Conforme VIANA (2002), a acidez O número de bolores e leveduras variou
abai­xo de 0,3 g/100g ao longo da estocagem entre 1,0 x 102 a 4,4 x 103 UFC/g, adequan­
é considerada boa característica por conferir do-se a legislação vigente. Embora a RDC
ao produto um sabor mais suave e maior nº 12/2001 (ANVISA, 2001) não apresente
durabilidade. li­mites para bolores e leveduras para nenhum
Na Tabela 4 estão apresentados os re- alimento, a Portaria nº 146/1996 do MAPA,
sultados microbiológicos do queijo tipo onde contém os Regulamentos Técnicos de
cottage desenvolvido. Identidade e Qualidade dos Produtos Lác­teos,
Os resultados obtidos na contagem de determina o limite estabelecido para queijos
coliformes termotolerantes variou de < 10 de umidade superior a 55% de 5,0 x 10³
a 1,0 x 10² UFC/g, estando de acordo com UFC/g. Assim sendo, o produto desenvolvi­-
a Resolução – RDC nº 12/2001 (ANVISA, do neste estudo está apto para ser consumido

Tabela 4 – Parâmetros microbiológicos para formulação de queijo cottage

Tempo Staphylococcus Listeria Bolores


Coliformes/g
após coagulase monocytogenes Salmonella ssp. e
(45 ºC)
fabricação positiva Ausência /25g leveduras
(dias) (UFC/g) (UFC/g) em 25g (UFC/g)
0 < 10 < 1,0 x 102 Ausência Ausência 1,2 x 102
7 < 10 < 1,0 x 102 Ausência Ausência > 1,5 x 102
14 < 40 < 1,0 x 102 Ausência Ausência 1,0 x 102
21 < 10 < 1,0 x 102 Ausência Ausência 1,2 x 103
28 < 10 < 1,0 x 102 Ausência Ausência 6,3 x 102
35 < 10 < 1,0 x 102 Ausência Ausência 9,3 x 102
42 1,0 x 102 < 1,0 x 102 Ausência Ausência 4,4 x 103

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e indica as boas condições de processamento responderam que gostam de queijo tipo


e/ou armazenamento. cottage e 8 que não gostam. Por isso, nesta
O crescimento de fungos nos queijos pesquisa consideraram-se apenas os julga­
pode reduzir a quantidade de ácido lático, dores que apreciam o produto, ou seja, 42
favorecendo o desenvolvimento de outros pessoas. Destaca-se que esta avaliação foi
microrganismos potencialmente patógenos realizada apenas com o queijo tipo cottage
e ocasionando alterações nas característi- com redução, desenvolvido neste trabalho.
cas sensoriais (SALVADOR, 2001). De mo-­ Ao perguntar aos julgadores quanto à
do geral, os bolores e leveduras produzem frequência que consomem este tipo de queijo,
en­z imas que hidrolisam as proteínas, lipí­ 1 respondeu diariamente, 7 semanalmente, 6
dios e carboidratos, dando origem a degra­ mensalmente, 22 pessoas esporadicamente
dações que promovem modificações na co­ e 14 não consomem. Quando perguntados
loração, aparência desagradável, perda de quanto ao interesse de adquirir o produto se
sabor, podendo, em alguns casos, produzir estivesse à venda, 45,2% responderam que
metabólitos tóxicos conhecidos como mico­ “certamente comprariam”. Quanto ao hábi­
toxinas, o que pode torná-los impróprios para to de consumir alimentos funcionais, 85,7%
o consumo (LOURENÇO; SOUSA, 2005). dos provadores responderam que possuem o
Portanto o queijo tipo cottage com adi­ hábito.
ção de fibras e redução de sódio e gordura, A Figura 2 apresenta os resultados
apresentou-se estável em relação aos parâ­ obtidos, sendo que 4,8% optou pelo termo
metros microbiológicos e físico-químicos du­- “gostei extremamente”, 57,1% pelo termo
rante 42 dias de armazenamento. “gostei muito” e 38,1% pelo termo “gostei
moderadamente”, o que demonstra que o ali­
Avaliação sensorial mento foi bem aceito sensorialmente.
As notas obtidas utilizando a escala
Dos 50 provadores não treinados, 42 hedônica (Figura 2) apresentaram resultados

Figura 2 – Resultados do teste de aceitação em escala hedônica

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Desenvolvimento de queijo tipo cottage sem lactose com adição de fibras... 195

bastante satisfatórios para o produto (maior ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTI­


parte dos provadores optaram pelos escores CAL CHEMISTS (AOAC). Official methods
“gostei muito” e “gostei moderadamente”), of analysis of AOAC International. 18. ed.
ava­liando que a adição complementar da inu­ Gaithersburg: AOAC, 2005.
lina, redução de sódio e gordura e a hidróli­se
da lactose não interferiram nos resultados. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuá­ria e
Abastecimento. Portaria nº 146, de 07 de março
CONCLUSÕES de 1996. Aprova os Regulamen­tos Técnicos
de Identidade e Qualidade de Queijos. Diário
Oficial da República Federativa do Brasil, 11
O queijo cottage apresentou quantida­
mar. 1996. Seção 1, p. 3977.
de de fibras superior a 2,5%, podendo ser
considerado como “fonte de fibras”. Quanto
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária
à redução de sódio e gordura, o produto pode
e Abastecimento. Departamento de Ins­p eção
ser considerado um produto light. Em relação de Produtos de Origem Animal. Instrução
às análises microbiológicas e de acidez, o Normativa nº 62, de 26 de agosto de 2003.
produto apresentou estabilidade durante os Oficializa os métodos analíticos ofi­c iais para
42 dias verificados. análises microbiológicas para controle de
O queijo cottage com redução de só­ produtos de origem animal e água. Diá­r io
dio, gordura, lactose e adição de inulina Ofi­cial da República Federativa do Brasil,
teve uma boa aceitação pelos provadores. Brasília, 18 set. 2003. Seção 1, p. 14.
A adição complementar de fibras não afetou
negativamente a sensorialidade, resultando BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuá­
em um produto com boas perspectivas para ria e Abastecimento. Instrução Normativa
comercialização. nº 68, de 12 de dezembro de 2006. Oficiali­za
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