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de Ganhos
Dos pré-amplificadores da mesa de som às caixas acústicas.
Em cada estágio do sistema de sonorização é preciso ter
cuidado com os ajustes de ganho das entradas e saídas dos
equipamentos, a fim de que o potencial do sinal de áudio seja
utilizado plenamente.
Miguel Sá
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para o pré-amplificador, do pré Como fazer
Fotos: Divulgação
para a somatória da mixagem, No aspecto puramente téc-
daí para o crossover, deste para nico, o processo de construção
os amplificadores e, finalmente, da estrutura de ganho pode ser
daí para as caixas acústicas (ou descrito da seguinte forma: au-
gravador, no caso do estúdio). mentar ao máximo o ganho dos
“Você relaciona todas essas trans- pré-amplificadores dos canais
ferências de sinais entre os equi- da mesa, mas sem deixar satu-
pamentos para que, lá no final, Luis Cysne chama a atenção para as diferenças entre
o analógico e o digital
rar, e aumentar ao máximo os
tenha o mínimo de ruído e o faders de canal, mas levando-
máximo de ganho possível. Sem distorcer”, explica se em conta “as contribuições relativas dos canais para
Marcelo Claret, técnico de som e professor do Institu- se chegar à mixagem desejada”, ressalta Luiz Fernan-
to de Áudio e Vídeo. do Cysne. Depois, o master deve ser ajustado até que
Neste momento é bom falar um pouco a respeito o nível da mixagem geral atinja +4dBu em uma mesa
da interação entre equipamentos analógicos e digi- analógica. Na mesa digital, o nível de saída deve che-
tais, que continua forte. A relação entre eles é possibi- gar a 0 dB, sem clipar. Nos processadores, depois dos
litada pelo conversor AD/DA. “O AD, que transfor- ajustes, deve ser assegurado que eles estejam traba-
ma analógico em digital, e o DA, que faz o inverso. E lhando com ganho unitário. Ou seja, se o sinal na en-
tudo anda bem assim. Há exceções? Claro. Mas tam- trada for + 4dBu esse também deverá ser o nível na
bém há problemas de analógicos ligados com analó- saída. O último estágio é ajustar o atenuador dos am-
gicos e mesmo de digitais ligados com digitais”, expli- plificadores da posição de máxima atenuação até o
ca Cysne. Os equipamentos utilizam, inclusive, uni- nível desejado. Para fazer o ajuste dos ganhos Dênio
dades de medidas diferentes (veja box). Grosso modo, Costa gosta de utilizar o ruído rosa “porque é o que
o 0 dB do analógico corresponde a +4dB do digital. mais se aproxima (da resposta de freqüência ) do
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programa musical”, afirma. “Eu alguma freqüência o volume
módulo 0dB (no ganho) na do sinal é afetado para valores
mesa com o ruído rosa. A partir mais altos ou mais baixos. “Se
daí, faço a modulação de 0dB você aumenta uma grande
em todos os equipamentos da quantidade de decibéis em
cadeia de áudio”. uma determinada região, você
No caminho entre os pré-am- está aumentando a energia
plificadores da mesa e as caixas média, e isso vai mudar a rela-
acústicas há vários fatores que Marcelo Claret fez palestras nas AES regionais sobre
estrutura de ganho
ção de estrutura de ganho fi-
influenciam na estrutura de nal. Muitas vezes você pode es-
ganhos. Em um grande sistema de sonorização, a se- tar distorcendo o sinal na equalização. Tanto que al-
qüência dos equipamentos é formada por um microfo- guns meters de mesa têm a opção de você monitorar o
ne, o pré-amplificador da mesa de som, um compressor, sinal antes e depois do equalizador para comparar o
um equalizador, o divisor de freqüências, os amplifi- que está acontecendo com a estrutura de ganho da-
cadores e as caixas acústicas. Quando há um equali- quele sinal”, explica Claret. O local do show acaba
zador, por exemplo, no momento em que se mexe em sendo fator importante no ajuste da estrutura de ga-
dBu ou dBFS?
Os equipamentos analógicos e digitais utilizam medi- mesmo o fundo de escala. Ou o fim da escala. E essa
das em dB que, apesar de se relacionarem, são diferen- foi a intenção de Calotti ao introduzir a idéia do dBFS.
tes. Luiz Fernando Cysne explica : “o dBu é um tipo de Para entender o que pensou Calotti imaginemos um
decibel diferente do dBFS. O primeiro é do gênero sistema digital de 16 bits. Ele comporta 216 níveis de
absoluto. O segundo é do gênero relativo. O decibel quantização, sendo o menor deles o 000000-
torna-se absoluto quando o dB, relativo de berço, ga- 0000000001 e o maior deles o 1111111111111111.
nha um rótulo como o “m” do dBm ou o “W” do dBW. Então, é tecnicamente impossível gravar digitalmente
As referências para os decibéis absolutos são fixas e qualquer nível acima de 1111111111111111. Caso o
imutáveis. Como 1 miliwatt (0 dBm) para o dBm e 1 watt sinal em gravação supere a marca 0 dBFS, o sistema
(0 dBW) para o dBW. Já o decibel relativo pode ter irá ignorar o nível real e gravará apenas níveis
quaisquer referências. Em geral, esses decibéis ape- 1111111111111111. E aqui temos o mecanismo primá-
nas expressam a relação entre duas potências elétricas rio da distorção digital, o equivalente do ceifamento
ou duas outras grandezas elétricas quaisquer. Ou até analógico. Só que o efeito audível da distorção digital é
mesmo distâncias, para irmos mais longe. Assim, um muito desagradável. Muito mesmo! Então, bem mais
aumento de 3 decibéis indica que a potência dobrou. do que nos sistemas analógicos, no domínio digital é
Mas tanto pode ser de 5 para 10 miliwatts quanto de de imperativo não ultrapassar o nível 0 dB. Ou 0 dBFS.
15.000 quilowatts para 30.000 quilowatts. Já 3 dBm Não há correspondência exata entre o absoluto
representam 2 miliwatts e nenhum outro valor. Embora dBu, cuja referência é a voltagem 0,775 volts, e o rela-
o dBFS tenha recebido o rótulo FS, a intenção de quem tivo dBFS. Em geral, a referência deste último é arbitra-
colocou esse rótulo foi muito específica. Cunhado na da como o nível nominal do aparelho em questão. Que
década de 80 por J. Calotti ao falar sobre conversores pode variar de aparelho para aparelho. Note que o
AD e DA de alta velocidade, o dBFS resultou da combi- mesmo ocorre com o 0 dB dos indicadores VI
nação de dB, abreviatura de decibel, com FS, abrevia- analógicos. Porque a marca 0 dB também refere-se à
tura para “Full Scale”. Creio ser mais fácil compreen- voltagem nominal do aparelho analógico. Por exemplo,
der o significado de “Full Scale”, que poderia ser tra- num K7 de consumo o 0 dB é tipicamente – 10 dBu,
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duzido como “Fundo de equivalente a 0,245 volts. Já num mixer analógico pro-
Escala” em português, se fissional a marca 0 dB do indicador VI significa tipica-
olharmos para a ilustração mente + 4 dBu, equivalentes a 1,228 volts. E é assim
da figura ao lado. com os decibéis relativos, porque podemos arbitrar
Nela, estão dois indica- sua referência, que, como disse, pode ser qualquer.
dores usados em gravações. À esquerda, um indica- Tive oportunidade de medir alguns aparelhos digi-
dor VI convencional, do tipo que ajudou gerações a tais. Nestes, quando o indicador mostrava a marca 0
gravarem analogicamente. Note que a escala deste dBFS a voltagem estava tipicamente entre 2,0 e 2,2
dispositivo prossegue além do 0 dB. O outro indica- Vrms, o que corresponde a 8,23 dBu e 9,06 dBu,
dor é a versão digital do primeiro. Perceba que a respectivamente. Apenas lembrem que minhas medi-
escala deste termina no 0 dB (clip). Ou seja, o 0 dB é ções não estabelecem nenhuma regra, certo?”
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nho. “No caso de
um show, a es-
trutura de ganho
deve ser pensada
inicialmente pe-
la pressão sonora
que você quer
atingir e em que
ponto do espa- Kalunga fala sobre a falta de cuidado com a estrutura
de ganho nos trios elétricos
ço”, explica Mar-
celo Claret, em raciocínio complementado por Tomaselli.
“Eletronicamente, o dimensionamento do equipamento ao
local do show não faz parte da estrutura de ganho, mas acaba
fazendo parte como um todo. Se o equipamento não estiver
bem dimensionado para o local, o técnico vai exigir o que o
equipamento não tem para dar. Aí, não tem estrutura de
ganho correta que vá funcionar”. Normalmente, as grandes
empresas de sonorização trabalham com um sistema
superdimensionado.
Analógico e digital
Há uma diferença importante entre a operação de me-
sas analógicas e digitais. Na plataforma analógica ge-
ralmente a somatória é feita antes do fader master, e o
VU é depois do fader master. Mesmo que o VU pare de
clipar a distorção continua. Na digital é mais complexo.
Isto depende do nível de resolução do processamento da
somatória do master. Se, por exemplo, o conversor for de
24 bits e o processamento da somatória do master de 32
bits, haverá 8 bits a mais de resolução para usar na
somatória. Se cada bit equivale a aproximadamente 6 dB,
o técnico terá um falso headroom de 48 dB acima do
0dBFS. Neste caso, se o sinal clipar, basta abaixar o
master até ele parar de clipar e distorcer. “O problema é
que se o pico de sinal for ainda maior do que a capacida-
de de processamento, mesmo que o técnico abaixe o
master mais de 48dB a distorção não irá desaparecer”, ex-
plica Claret. “Como a maioria dos processamentos
de somatória de master das mesas digitais é de apenas
2dB a mais, o técnico só poderá ter no máximo 12 deci-
béis acima do zero dBFS.
Picos superiores a esse valor sofrerão distorção mesmo
que o fader master esteja abaixo de -12dBFS”. Portanto, é
bom ficar atento. Mesmo que a somatória no mundo digital
ocorra de forma diferente do mundo analógico é sempre
bom evitar ultrapassar os limites e resolver a estrutura de
ganho desde a fonte e não apenas na somatória.
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Os erros mais comuns normalmente, por um pré de microfone,
O repertório de erros que podem ser por um estágio de equalização, e aí en-
cometidos em um sistema de som é tra no fader”, explica Marcelo Claret.
infindável. No que diz respeito à estrutu- Outros fazem o contrário. Entram
ra de ganhos, os resultados podem ser es- com o ganho baixo e acabam tentan-
pecialmente desastrosos. Kalunga, téc- do compensar na saída da mesa, se
nico de P.A. de Ivete Sangalo, chega a aproveitar a melhor relação sinal/ruí-
comentar que nos trios elétricos poucos do dela, como no exemplo de Toma-
Fábio Tomaselli enfatiza a importância dos
se preocupam com uma estrutura de amplificadores com sensibilidades bem ajustadas selli. “Assim você tem uma cadeia de
ganhos correta. “Acho que uns dois no ganho errada. O pré com nível míni-
máximo utilizam a estrutura de ganho correta, pois o que costu- mo (na entrada) não vai ter a melhor situação na relação
mo ver freqüentemente são os amplificadores trabalhando no sinal-ruído”. Como neste caso o técnico acaba tendo de
vermelho”, enfatiza. compensar a falta de ganho inicial em outros estágios, for-
Começando pelos pré-amplificadores, há aqueles técni- ma uma cadeia mal trabalhada e mal equilibrada, cheia de
cos de som que acabam saturando o canal já no ganho do “compensações” que podem fazer os equipamentos traba-
pré-amplificador da mesa e tenta segurar o volume que sai lharem fora das condições ideais.
dela. A moral disso é que algumas pessoas utilizam o fader Dênio Costa lembra de uma situação que diminui bastante
da saída do canal para uma função que seria do controle de o controle do técnico sobre a dinâmica da música. “Peguei
ganho, o que pode não trazer resultados muito bons. “O bo- muita situação na estrada onde as pessoas usam um compres-
tão de ganho é da estrutura do pré de microfone. O fader é sor apenas para dar ganho, e não para trabalhar comprimindo.
a somatória de um canal de uma mesa de som que passou, O que acontece? Você tem a sensação de que o som daquela
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empresa fala mui- “Essa prática er-
to. Às vezes a mesa rada, mas muito
de som nem mo- difundida, obriga
dula e o sistema já a trabalhar com ga-
está com um volu- nho não unitário nos
me absurdo”, ex- processadores e, pi-
põe. A conseqüên- or, sair do mixer
cia sobre a estrutu- com níveis muito
ra de ganhos é, mais Dênio Costa já trabalhou em sistemas com
equipamentos nas funções erradas
reduzidos”, comen-
uma vez, o prejuízo ta Luiz. Isso afeta
na relação sinal-ruído. diretamente, de forma negativa, a rela-
ção sinal/ruído.
Os amplificadores Já no sistema que é configurado com
O amplificador é parte importante da um amplificador de sensibilidade muito
seqüência. E justamente aí é que, muitas baixa e um crossover, também de sensibili-
vezes, o pessoal peca. Luiz Fernando dade baixa, pode fazer com que a mesa de
Cysne já viu diversos profissionais de som tenha de ser excessivamente modu-
áudio começando o ajuste de estrutura lada para excitar o sistema.
de ganho sem a ação dos atenuadores Quando há amplificadores com sen-
dos amplificadores, com os botões total- sibilidades e/ou potências diferentes em
mente virados no sentido horário. O que uma mesma via podem acontecer pro-
significa dizer que a sensibilidade do blemas sérios. Até mesmo a queima dos
amplificador está no seu máximo. alto-falantes.
Tomaselli ressalta que se deve tra-
Ao vivo x estúdio balhar com amplificadores com a po-
tência correta e sensibilidade coeren-
O conceito é o mesmo em te, de preferência do mesmo modelo.
estúdio e no som ao vivo, mas Kalunga reforça a importância de que
há uma especificidade no estú- o sinal chegue sem distorção e ruídos
dio. Há a estrutura de ganho no processamento. “Qualquer ganho
que vai da captação até o regis- ou equalização mal utilizada vai cau-
tro na máquina multipista, e o sar distorção”, finaliza.
da mixagem, que é a somatória
desses vários sinais gravados A arte e a técnica
em multitrack para os dois ou O ajuste da estrutura de ganho é
seis canais que formam o resul- mais uma prova de que a sensibilidade
tado final do CD ou DVD. A e o conhecimento técnico devem an-
importância de uma boa confi- dar lado a lado. Até o músico subir ao
guração de estrutura de ganho palco e o técnico de som poder tirar
continua, mas o componente “aquele” som, muita água rola. Por trás
final é o gravador. A principal de toda mágica há alguma ciência, e
preocupação do técnico é o re- quem souber aliar o conhecimento à
gistro correto do sinal elétrico sensibilidade sempre leva vantagem.
na fita ou HD, e não o público Nada como uma estrutura de ganhos
de um show ao vivo em uma justa para tirar um som bonito e a pla-
casa de shows. téia perceber todo o talento dos profis-
sionais envolvidos no show.
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Dênio Costa
e os erros mais cometidos na montagem
da Estrutura de Ganhos
Formado em eletrônica, Dênio Costa é fundador da DGC Áudio e Vídeo. O
profissional trabalha com projetos e consultorias, além de já ter sido
técnico de som em shows de artistas como Ana Carolina, 14 Bis, Ivan Lins
e Pato Fu. Também dá aulas no Núcleo de Formação Profissional, escola
que ensina os fundamentos do áudio em estúdios, eventos e instalações
Miguel Sá
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uma sonorização ao vivo, da chegada ção, o ruído de fundo será maior. determinado modelo de mesa, ampli-
do som aos microfones até o ajuste dos ficadores e demais equipamentos sem
amplificadores que enviarão estes sinais Pode dar exemplo de especificações que pensar no conjunto. Outro procedi-
para as caixas acústicas. Para isso, deve- não batem do crossover e do amplificador? mento não muito “saudável” é a mistu-
se considerar o nível de sinal da fonte, Dênio - Por exemplo: um amplificador ra de amplificadores com sensibilida-
para que sejam ajustados os ganhos dos que precisa em sua entrada de 1,7 V para des e potências diferentes para opera-
microfones (PADs), os ganhos de en- fornecer a potência total e um crossover rem em uma mesma faixa de freqüên-
trada dos pré-amplificadores das conso- que envia sinal de áudio com a referência cia. Assim, alguns amplificadores po-
les, suas saídas e, seqüencialmente, os de 0 dBu. O equipamento que envia o si- dem chegar antes ou depois dos demais
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à potência máxima, podendo causar saída e possui um ganho de 40X será em que o ganho não é alterado digital-
danos aos alto-falantes. O ideal é que necessário 1 volt em sua entrada, para mente, apenas mecanicamente. Assim,
não se misture modelos de amplificado- que forneça a potência máxima. Muitos os ganhos são todos ajustados em um de-
res em uma mesma faixa de freqüência, amplificadores possuem chaves sele- terminado ponto e cada técnico, de cada
e, se misturar, fazer os ajustes para que toras de sensibilidade, geralmente no banda participante do evento, ajusta os
operem com a mesma sensibilidade. painel traseiro, além do controle variá- volumes e se necessário altera o ganho
vel em seu painel frontal. digital no software da console. Este é um
Pode dar um exemplo de equipa- erro básico. Tudo irá depender da ampli-
mentos com sensibilidades incom- Então, entre os procedimentos que tude do sinal que vem dos microfones e
patíveis entre eles? fazem ter uma estrutura de ganhos instrumentos. Se o sinal for muito alto, irá
Dênio - O que encontramos no correta está verificar a sensibilidade e distorcer logo na entrada e se for muito
mercado? Equipamentos com sensibili- a potência dos amplificadores... baixo, não se irá utilizar todo o poder dos
dade de 0 dBv, cuja referência é 1 volt, Dênio - Se não puder utilizar equi- conversores analógico-digitais, afetando
equipamentos em 0 dBu, de referência pamentos com a mesma sensibilidade diretamente a qualidade do áudio. Ou-
0.775 V, equipamentos em +4 dBu, no sistema inteiro, que seja, ao menos, tra prática comum é o endereçamento do
com 1,23 V e ainda equipamentos com sinal para mais de um sugbgrupo para que
ganho fixo, onde para cada nível de po- se tenha mais ganho, onde o ideal é a al-
tência haverá uma sensibilidade. E o Outra prática comum é o teração do ganho de entrada. Outro de-
que quer dizer a sensibilidade de um talhe importante é que mesmo que se te-
amplificador de potência, por exemplo?
endereçamento do sinal nha feito um bom ajuste na estrutura de
Significa que quando se aplicar esse si- para mais de um ganhos, percebe-se que a pressão sono-
nal de referência em sua entrada, com ra está abaixo do ideal para o ambiente.
sugbgrupo para que se
o volume todo aberto, o amplificador irá O problema pode não estar mais na es-
fornecer potência total na saída. Então, tenha mais ganho, onde o trutura de ganhos e sim na falta de po-
um amplificador que possui sensibilida- ideal é a alteração do tência elétrica e acústica do sistema.
de de 0 dBv (1 volt), ao receber 1 V em Em outras palavras, faltam caixas acús-
sua entrada e estando o volume todo ganho de entrada ticas e amplificadores, porque o sistema
aberto, fornecerá sua potência total na foi subdimensionado.
saída. O mesmo acontece com qual-
quer outro equipamento, respeitando- em cada via e equalizando suas sensibi- Uma das recomendações é ter, se pos-
se as sensibilidaddes individuais. Um lidades. Como disse, o que a maioria sível, equipamento superdimensionado
equipamento cuja sensibilidade é +4 das pessoas chama de volume é na ver- para o local?
dBu precisa de 1,23 volts em sua entra- dade um ajuste de sensibilidade. Dênio - Não para uma estrutura de
da para fornecer toda a potência em sua ganhos adequada, mas sim para que se
saída. Lembrando que isso vale para o No que mais se erra por aí na es- exija menos do sistema. Dentro da estru-
volume todo aberto. Ao alterar o volu- trutura de ganhos? tura de ganhos o importante é as pessoas
me, varia-se a sensibilidade do amplifi- Dênio – Em minha opinião, o primei- conhecerem a sensibilidade dos equipa-
cador e não sua potência máxima. ro fator está no ajuste de ganho de entra- mentos que elas estão interligando, ajus-
Abaixando-se o “volume” no painel do das nos prés das consoles. Muitas pessoas, tar corretamente o ganho de entrada
amplificador, será necessário maior ten- por uma questão de praticidade ou des- conforme o sinal gerado e ajustar toda a
são na entrada para que forneça toda a conhecimento técnico, posicionam todos cadeia de equipamentos interligados.
potência. Para amplificadores de ganho os ajustes de ganho em um mesmo ponto Equipamento superdimensionado reduz
fixo, a sensibilidade será dada pela ten- e trabalham apenas nos faders de contro- custos de manutenção e quem trabalha
são máxima de saída dividida pelo gan- le de volume. Esta é uma prática utiliza- com locação sabe bem o que isto signifi-
ho do amplificador. Se um amplificador, da em festivais por diversos técnicos de ca para o resultado da empresa. Mas este
por exemplo, fornece 40 volts em sua locadoras que possuem consoles digitais é outro a$$unto.
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