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JOINVILLE
2016
GEOVANI TULIO MENEZES
Orientadores:
Prof. MSc. Newton N. Tasso Faraco
Prof. MSc. Aluízio Jobede R. Vilar
Joinville/SC
2016
FOLHA DE APROVAÇÃO
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 12
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 59
APÊNDICES.......................................................................................................................................... 62
ANEXOS ............................................................................................................................................... 64
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 MANUTENÇÃO
Segundo Monchy (1989, p.5) “a função manutenção é uma das três funções
técnicas da indústria: Estudos (do produto), Produção e Manutenção (do parque).”
Tavares (1996) define manutenção como sendo o conjunto de todas as ações
necessárias para que um item (equipamento, obra ou instalação) seja conservado ou
restaurado, de modo a poder permanecer de acordo com a condição especificada.
De acordo com a Norma NBR-5462-1994, da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), Manutenção “é a combinação de ações técnicas e administrativas,
incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado
no qual possa desempenhar uma função requerida.”
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Kardec (2010, p.21) cita que “o único produto que a operação deseja comprar
da manutenção é a maior confiabilidade ao menor custo, lembrando que às vezes o
aumento da confiabilidade é feito com prejuízo da disponibilidade.”
Souza (2009) afirma que durante muito tempo as indústrias funcionaram com
o sistema de manutenção corretiva e acredita-se que uma boa parte destas
empresas, nem manutenção corretiva tem, vive ainda na era do ”quebra e conserta”.
À partir daí, acompanhe-se a sequência evolutiva da manutenção ao longo dos
anos:
“O termo manutenção tem sua origem no vocabulário militar, cujo sentido era
manter, nas unidades de combate, o efetivo e o material num nível constante. O
aparecimento do termo manutenção na indústria ocorreu por volta do ano de 1950
nos Estados Unidos da América” (MONCHY, 1989, p. 3).
Segundo Souza (2009, p.61)
Para Mortelari (2011, p.30) e Souza (2010, p.21) o período de 1914 a 1930 (1ª
Guerra Mundial), é quando aparecem as primeiras ações desenvolvidas por
profissionais com conhecimento e dedicação exclusiva para ocorrências de falhas. A
indústria não era altamente mecanizada, portanto, os períodos de inatividade à
espera de recuperação de falhas não eram muito importantes. Muitos equipamentos
eram superdimensionados, isso os tornava confiáveis e fáceis de consertar. Eram
necessárias apenas atividades de limpeza, assistência e lubrificação. O objetivo era
corrigir as falhas quando estas surgissem. A Manutenção surge como parte
integrante do organograma das empresas.
De 1930 a 1940 (2ª Guerra Mundial) traz ao mundo um aumento demasiado
da demanda por itens de todos os tipos, ao mesmo tempo que o contingente de
mão-de-obra industrial diminui consideravelmente. Esses fatos levaram ao aumento
da mecanização (MORTELARI, 2011).
Conforme Souza (2010, p.21), com o objetivo de prevenir a ocorrência de
uma falha, aparece a Manutenção Preventiva atuando juntamente com a corretiva
com uma ação periódica antes da quebra, considerando a vida útil dos
equipamentos e seus componentes. Essa manutenção consistia portanto
basicamente de revisões gerais dos equipamentos feitas em intervalos fixos.
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EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO
Primeira Geração Segunda Geração Terceira Geração Quarta Geração
Ano
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
# Conserto após a falha # Disponibilidade # Maior Confiabilidade; # Maior Confiabilidade;
expectativas em
Manutenção
relação à
se desgastam com a idade se comportam de acordo de falhas (Nowlan & Heap falhas prematuras dos
e, por isso, falham. com a curva da banheira. e Moubray) padrões A e F
Este tipo de manutenção, de acordo com Souza (2009), exige que se tenha à
mão alguns equipamentos mínimos, bem como a existência de oficinas adequadas
para poder concluir rapidamente os serviços solicitados.
Para Souza (2009, p.25) é uma atividade técnica de manutenção que tem
como objetivo principal a prevenção da ocorrência de uma falha ou uma parada do
equipamento por quebra, também apoiar a Manutenção Corretiva através da
aplicação de uma metodologia de trabalho periódico, ou ainda a responsável pela
intervenção que poderá interromper ou não a produção de maneira planejada e
programada. Toda manutenção preventiva deve ser planejada e prevista.
A norma brasileira NBR 5462-1992 descreve como a manutenção efetuada
em intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destinados a
reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento do item.
Este tipo de manutenção não deve ser confundida com as famosas paradas
para manutenção que se baseiam no princípio de paradas previstas, mas com
atividades muitas vezes não previstas (SOUZA, 2009).
Kardec e Xavier (2009) reforçam que como nem sempre os fabricantes de
máquinas, equipamentos e componentes fornecem dados precisos para a adoção
nos planos de manutenção preventiva, além das condições operacionais e
ambientais influírem de modo significativo na expectativa de degradação dos
equipamentos, a definição de periodicidade e substituição deve ser estipulada para
cada instalação ou no máximo plantas similares operando em condições também
similares. Isso leva à existência de duas situações distintas na fase inicial de
operação:
aspecto técnico, como sob o econômico, uma vez que a intervenção não é feita
durante o período em que o equipamento ainda está em condições de prestar o
serviço, nem tampouco no período em que suas características operativas já se
encontram comprometidas.
Assim, tanto na adoção da manutenção corretiva não planejada quanto na
manutenção preventiva sistemática, é crucial que se pare o equipamento o mínimo
possível, ou seja, que a intervenção da manutenção no processo produtivo seja a
menor possível, consequentemente, os tempos de parada terão relação direta com
os custos da Organização (TAVARES, 2005).
Fica claro por várias das definições citadas que cabe à engenharia de
manutenção enquanto um setor de apoio da manutenção, tanto quanto à gestão da
manutenção, enquanto executante da metodologia “engenharia de manutenção”,
estudar, elaborar, criticar e calcular os custos de manutenção, com vistas à
elaboração da peça orçamentária mais adequada e otimizada para este
departamento.
Uma falha é uma condição não satisfatória. Existindo dois tipos de falhas: as
falhas funcionais relatadas pelas equipes de operação, e as falhas potenciais,
geralmente descobertas pelas equipes de manutenção. Uma falha funcional é a
incapacidade de um item, ou do equipamento que o contém, em reunir um padrão
de desempenho especificado. Uma falha potencial é uma condição física
identificável que indica que uma falha funcional é iminente. (MORTELARI, 2011).
Qualquer falha crítica não antecipada induz a uma resposta imediata em
prevenir as repetições, no entanto, em outros casos é necessário conhecer o quanto
frequentemente um item falhará, a fim de planejar uma operação confiável. É
portanto importante que se conheça a taxa de falhas, que é o total do número de
falhas dividido por alguma medida da orientação da operação (horas de operação,
ciclos de vôo, tempo calendário, bateladas, quantidades produzidas) (MORTELARI,
2011).
Para Branco (2006, p.79) a taxa de falhas permite que se saiba a razão de
variação com a qual um componente ou uma máquina falha, em relação a uma outra
variável, normalmente o tempo. No entanto, esta razão de variação normalmente
está associada ao tempo de funcionamento, o que é fácil de determinar para
máquinas em que se tem um registro bem apurado de tempo de funcionamento. O
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λ = _ K_ (Eq.1)
T
Onde:
λ – taxa de falhas
K – número total de falhas no período observado
T – total de horas em operação no período observado
2.2 CUSTOS
Custo é o que deve ser despendido para se obter, para fabricar, para se ter a
posse de, ou para usar algo. (BRANCO, 2010)
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É importante que não se confunda custos com gastos, pois gastos são
compromissos assumidos ou consumo de recursos que a empresa faz para
obtenção de um ativo, produto, ou qualquer serviço, por exemplo: aquisição de
imobilizado, de matérias-primas, de embalagens, com mão-de-obra, com honorários,
com pesquisa e desenvolvimento, com seguros, com ações, com aluguéis, etc.
Assim, entendemos que custos são formas de gastos. Os gastos ocorrem a todo
momento e em qualquer setor da empresa. (CARVALHO, 2007).
Outro conceito importante de se destacar é sobre o que são despesas, que
são os gastos incorridos no processo de geração de receitas (SCHIER, 2013), e fica
bastante claro através da observação da Figura 5.
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Para Carvalho (2007) e Schier (2013) Custos fixos são tidos como o consumo
de recursos que, dentro de determinada capacidade de produção da empresa,
tendem a permanecer constantes em seu total, apesar da variação do volume de
produção e/ou das vendas. Alguns exemplos são: salários da gerência industrial,
manutenção, salários da supervisão industrial, aluguéis de prédios e barracões,
depreciação de máquinas e equipamentos.
Para Carvalho (2007, p.75) apud Oliveira e Perez (2003), também chamados
de custos da produção de bens, os custos industriais são a soma dos gastos com
bens e serviços aplicados ou consumidos na produção de outros bens. Para apurar
com precisão o custo de produção de um bem é necessário ter em mãos um
relatório detalhado com todas as despesas gerais, subdivididas em despesas
variáveis e fixas, diretas e indiretas, bem como, utilizar um bom critério de rateio, os
apontamentos de utilização de mão de obra, um relatório de apontamento das horas
máquinas efetivamente trabalhadas e um setor de suprimentos que exerça
efetivamente o controle das saídas tanto de matérias primas, quanto de materiais
secundários, como as peças de reposição das máquinas e equipamentos. Tais
gastos são classificados e ordenados, na maioria das indústrias, em três grandes
grupos: materiais, mão-de-obra e custos gerais de produção.
Fazem parte dos custos industriais, sendo que o custo total é uma referência
importante no gerenciamento da atividade de manutenção. Segundo a Associação
Brasileira de Manutenção de Ativos (ABRAMAN), em 2013 (Figura 6), o indicador de
desempenho da manutenção considerado mais importante pelas empresas foi o de
custo, seguido pela disponibilidade operacional.
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Uma boa manutenção é responsável pelos gastos que efetua. Assim, se for
uma equipe perdulária, os custos de manutenção serão altos. Se for por
demais ávara, poderemos ter problemas de paradas frequentes devido à má
qualidade de sobressalentes ou de deficiência de mão-de-obra, em
quantidade ou qualidade. (BRANCO, 2006)
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Souza (2009, p.262) cita que existem seis indicadores chamados “Índices de
Classe Mundial” e que tal denominação se justifica pelo fato de que a maioria dos
países do ocidente os utiliza, se são eles:
a) MTBF – Mean Time Between Failures, ou TMEF – Tempo Médio Entre Falhas;
b) MTTR – Mean Time To Repair, ou TMPR – Tempo Médio Para Reparo;
c) MTTF – Mean Time do Fail, ou TMPF – Tempo Médio Para Falhar;
d) Disponibilidade Física da Maquinaria;
e) Custo de Manutenção por Faturamento;
f) Custo de Manutenção por Valor de Reposição.
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Com este indicador verifica-se o volume dos recursos aplicados com relação
a um indicador financeiro, que no caso é o faturamento bruto. Largamente difundido
e utilizado, pode fornecer referências para se poder traçar a relação entre os
diversos segmentos (benchmark). Por não necessitar de interpretações técnicas por
parte da manutenção industrial, este índice pode ser processado pelo próprio órgão
de contabilidade ou controladoria da empresa.
Segundo a ABRAMAN (2013), existe um valor médio elaborado à partir das
pesquisas realizadas em diversos segmentos industriais e de serviços, iniciadas nos
anos de 1995 conforme a Figura 7.
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Para Faraco (2010, p.49) este indicador é determinado pela relação entre o
custo total acumulado na manutenção de um determinado equipamento (ΣCTMN), e
o valor de compra desse equipamento novo (VLRP – valor de reposição) – Equação
3.
de custos de outra área. Agindo desta maneira a empresa consegue com maior
clareza e rapidez, traçar um diagnóstico dos custos reais com manutenção.
Branco (2006b, p.119) comenta que além destes dois indicadores de custos
utilizados como de Classe Mundial, existem diversos outros índices de custo, os
quais devem estar sempre prontos para serem divulgados, porém, apenas alguns
devem ser divulgados sistematicamente. Entende-se que nenhuma empresa irá usar
todos os indicadores existentes, portanto, deverá encontrar aqueles que dentro de
sua estratégia de gerenciamento lhes auxiliem a entender o que se passa e a lhe
mostrar uma direção à seguir, visando o atingimento de suas metas e objetivos
organizacionais.
Branco (2006b, p.120) define que este indicador tem como finalidade
conhecer o quanto a manutenção influi no preço final da unidade de produto
acabado. Calcula-se dividindo o Custo Total de Manutenção (CTMN) pelo Total de
Unidades Produzidas (TUP) – Equação 4.
2.3 ORÇAMENTO
Para que uma empresa seja avaliada financeiramente, para saber como está
usando o dinheiro da empresa e com quais resultados, é necessário que se faça
uma estimativa de gastos para o período apurado, usualmente esse período é de um
ano. Esta estimativa de gastos, estimativa de desembolso é chamada de
Orçamento. (BRANCO, 2010)
Branco (2010, p.16) orienta que a gestão de manutenção deve fazer o seu
orçamento ou uma estimativa das despesas de manutenção de uma unidade
qualquer de produção, junto com os proprietários, os donos, ou com os
usuários/operadores das máquinas. Nunca sozinhos. Desta forma, os valores serão
os mais próximos da realidade esperada de uso, então, dos reparos. Entende-se
que a operação ou a produção, é a entidade, na empresa que mais e melhor sabe o
que precisa e vai produzir, consequentemente sabe o quanto vai necessitar e
solicitar das máquinas e equipamentos. Assim, não é competência da Manutenção
discutir a carga de trabalho das máquinas, mas sim, quantificar os custos da
prevenção e dos reparos para que tal carga de trabalho seja executada.
Gil (1991) destaca que, quanto a sua natureza a pesquisa pode ser de dois
tipos: básica, quando objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da
ciência sem aplicação prática prevista. O segundo tipo, pesquisa aplicada a qual
objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigida à solução de problemas
específicos.
A pesquisa científica pode ainda ser classificada quanto a dois critérios
básicos: quanto aos fins (seus objetivos) e quanto aos meios de investigação (os
procedimentos técnicos). (VERGARA, 2007)
Baseado nas definições anteriores, este trabalho é de natureza de pesquisa
aplicada, pois tem necessidade de resolver problemas que já existem na prática, de
forma imediata ou não. Quanto aos fins tem caráter exploratório, pois é realizada em
áreas de pouco conhecimento sistematizado, não comportando hipóteses na sua
fase inicial, porém no decorrer da pesquisa estas poderão surgir naturalmente. O
caráter exploratório fica evidente a partir do momento que essa monografia procura
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo explícito.
Em paralelo, o estudo possui em seu fim um caráter descritivo, ou seja, expõe
características claras e bem delineadas de determinada população ou fenômeno,
para isso envolve técnicas padronizadas e bem estruturadas de coletas de seus
dados. O que evidencia-se pois o estudo procura: delinear as atividades de
manutenção no processo de produtivo de laminação de chapas de compensado,
conforme citado no objetivo específico a); apresentar as características de
determinado fenômeno, que são as ocorrências de falhas; utilizar técnicas
padronizadas de coleta de dados; fazer uma observação sistemática.
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4 RESULTADOS OBTIDOS
a) Equipamentos industriais
- Materiais de manutenção;
- Manutenção de motosserras (serviços terceirizados);
- Materiais para manutenção de pátio;
- Serviços de terceiros;
- Lubrificantes e combustíveis;
- Manutenção industrial (rateio).
b) Equipamentos Veiculares
- Materiais de manutenção;
- Serviços de terceiros;
- Consertos e compras de pneus;
- Lubrificantes;
- Despesas com oficina própria;
- Combustíveis.
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Agrupa-se então os dados das duas variáveis em uma única plataforma (Figura
17) e pode-se visualizar a evolução praticamente paralela dos valores levantados,
aumentando e diminuindo interligadamente.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Qtd Falhas 44 44 38 51 27 31 28 55 41 33 32 38
Custo de
Manutenção 126.107 126.652 102.852 166.107 77.325 101.680 88.764 189.143 97.547 82.306 82.236 94.333
(R$)
Figura 17 - Quantidade de falhas x custos de manutenção
Fonte: Menezes (2016)
Ainda assim, ressalta-se que cada uma está desenhada na sua unidade de
grandeza de mensuração e mesmo assim percebe-se tal delineamento tendencioso
entre ambas.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
44 44 38 51 27 31 28 55 41 33 32 38
Qtd Falhas
10% 10% 8% 11% 6% 7% 6% 12% 9% 7% 7% 8%
Δ Falhas 0,0% 0,0% -1,3% 2,8% -5,2% 0,9% -0,6% 5,8% -3,0% -1,7% -0,2% 1,3%
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Custo de
126.107 126.652 102.852 166.107 77.325 101.680 88.764 189.143 97.547 82.306 82.236 94.333
Manutenção
(R$) 9% 9% 8% 12% 6% 8% 7% 14% 7% 6% 6% 7%
Δ Custo 0,0% 0,0% -1,8% 4,7% -6,7% 1,8% -1,0% 7,5% -6,9% -1,1% 0,0% 0,9%
Figura 19 - Variação da ocorrência de falhas e dos custos de manutenção
Fonte: Menezes (2016)
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5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇOES
REFERÊNCIAS
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.
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