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Dimensionamento

de Pisos Industriais
Um guia Prático
De um Jeito
Prático
Este ebook é tudo que você
precisa para dimensionar
pisos industriais
A Primeira vista o dimensionamento de pisos parece
extremamente complicado, teórico e feito com uso
de softwares especializados.

Porém todo processo é baseado em conceitos de


fácil compreensão. A partir destes conceitos foi
criado uma planilha que automatiza o cálculo
Minha História
Como cheguei ate aqui

2010 2014 2019- 2020


Ingressei de fato na engenharia Finalizei a graduação e iniciei os
Executei muitas obras industriais
civil em 2010, na cidade de Belo estudos mais profundos de
neste período e iniciei o canal no
Horizonte. cálculo estrutural. Comecei com
youtube, para difundir os
Mas a minha vida na construção projetos mais simples de
conhecimentos de engenharia
começou bem antes. Em 2001 ja residencias e sobrados. Depois
civil.
trabalhava de servente em obras passei para estruturas menos
Me especializei em calculo de
na cidade de Betim. Passei um usuais como cortinas de estacas
estruturas pouco usuais.
tempo dando aulas de física em e base de tanques e torres
2009 inicei o bacharel em
engenharia civil.
Pavimentos
Rígidos Sub Base
Os pisos industriais são um tipo de pavimento
Um dos componetes principais da estrutura do
rígido. Amplamente utilizado em indústrias,
piso. No Brasil a grande maioria das sub bases são
supermercados e galpões comerciais, o piso se
feitas em BGS (ou bica corrida). Mas pode-se
caracteriza pela sua durabilidade e desempenho.
utilizar o solo cimento com resultados melhores.
Existem 3 escolas. O metodo utilizado neste
A sub base tem a função aumentar a resistência
ebook é o de Losberg.
do solo e com isso reduz a espessura da placa de
concreto e a área de aço necessária.

Ainda que seu uso seja generalizado, o


aparecimento de patologias em pisos industriais
(como trincas) é recorrente e sempre resultado da
falta de conhecimento a respeito dos conceitos
principais envolvidos na concepção e na execução.
CBR

Principais Indice de Suporte Califórnia.

Avalia a resisitencia do solo

Parametros
da sub base
Calculo Estrutural
Módulo de
Reação K
Avalia a força necessária
para deformar o solo.
Quanto mais alto, maior a
força necessaria para causar
uma deformação no solo
Sub Bases Solo Cimento
Granulares Uma mistura de solo cimento que da origem ao
chamado BGTC. Devido a presença do cimento atinge
valores de K maiores para os mesmo CBR. (entre 50 ate
230MPa/m. O teor de cimento é de 4% a 8%
Amplamente utilizadas no Brasil. Sendo a mais
conhecida o BGS ou Bica corrida. É indicado BGS Existe ainda o concreto rolado, uma mistura com teor
com CBR de 8% a 30%v e com isso K de 20 até mais elevado de cimento, e consequentemente , um
90MPa/m coeficiente de recalque maior ainda.
Concreto
A caracteristica  preponderante do
concreto no pavimento rígido é sua
resistência a tração

Recomendações para
Escolha
Relação A/C
Consumo mínimo d e cimento: 320Kg/m³
A relação ao desgaste do piso é
Slump: Entre 8 e 12cm
diretamente proporcional a
resistência a compressão e
consequentemente a relação
água/cimento Resistência Mínima: 30MPa

Consumo de Água: menor que 175kg/m³ (ou >0,5)


Dimensionamento R|R

Armação e espessura

Escolas Losberg Meyerhof PCA

As principais são a Americana e Pavimento com armação dupla. Nesse método utiliza-se uma O método desenvolvido pela
a europeia. Essencialmente a armadura armação simples para combater Portland Cement Association em
No lado Europeu temos Losberg superior para combater a os esforços. Meyerhof é 1966, tem como fundamento a
e Meyerhof, cujo diferencial são retração e a inferior para resistir conhecido por suas equações fadiga.
pisos com espessuras menores aos momentos. simples para determinação dos
esforços no pavimento
Esforços Empilhadeiras
Solicitantes

as cargas móveis mais comuns no ambiente industrial e


comercial. O esforço pode ser calculado a partir de:

Tipo de rodagem: simples ou duplo


Os pisos industriais recebem esforços basicamente de:
Carga no eixo mais carregado
Cargas Móveis (Empilhadeiras)
Pressão de enchimento dos pneus
Cargas Permanentes distribuidas
Distância entre rodas
Cargas De montantes (prateleiras)
Coeficiente de recalque da Fundação
Roteiro de
Cálculo para Momento Fletor
rodagem simples

Cargas Móveis
Raio de Rigidez Área de contato Raio da Área de
Contato

E Módulo de Elasticidade do Pr é a carga atuante por roda


Concreto
q é a pressão de enchimento
h é a espessura do concreto
Esse é o momento no interior da
μ coeficiente de poisson do placa de concreto. Na borda o
concreto momento e o dobro do calculado

k Coeficiente de recalque
Cargas
Permanentes
Neste equação o termo λ é o
módulo de deformação dado por:

Carga Máxima Admissível (Distribuida)


Os carregamentos distribuidos são os mais comuns como prateleiras. Os quais geram
momentos negativos nos corredores entre duas cargas. Esse fato é conhecido como corredor
crítico é determinado pela equação:
K: módulo de reação

h: espessura da placa de concreto

E: Módulo de elasticidade do concreto


O momento então é
Corredor Crítico
A distancia entre cargas distribuidas na qual, o momento negativo

tem seu maior valor é chamada de corredor crítico, é dada por

E a carga Máxima é

recomenda-se um fator de segurança de 2.0

K: módulo de reação

w: Carga distribuida

σ: Tensão admissivel à tração do concreto


Cálculo na
prática
Carga máxima

Carga Máxima
Neste execmplo temos um piso já dimensionado com espessura
16cm, com tela dupla Q196, Fck 35MPa e resistência a tração do
concreto 4,5Mpa, e está sob carregamento de 5Ton/m².

O sub leito indicado em projeto é bica corrida com espessura 5cm


com CBR 8%.
Cálculo na Momento Fletor

prática Em outras palavras este piso resiste a 13,1Ton em cada m²!

Podemos aproveitar o exemplo e calcular o momento causado por


uma carga distribuida de 5Ton/m²
De posse do modulo de deformação achamos o momento ne
devido a carga distribuida:

Carga máxima
Resolução
Utilizando a tabela de equivalencia entre K e CBR, encontramos que
para um CBR de 8% tem-se k=50Mpa/m

assim

Aplicando a equação:
ad otnemanoisnemiD
Meyerhof
Na metodologia de Meyerhof, a
placa de concreto possui
somente 1 tela de aço. Localizada
a 2/3 da altura da placa de
concreto.
De maneira semelhante a lajes, a
armadura é determinada pelo
momento positivo da seção Momento Negativo Resistente
É determinado diretamente pela tensão admissivel do concreto a flexão.
Adotando-se um fator de seguranaça de varia de 1,5 a 2,0.

Momento Positivo Resistente


arudamra
A partir da especificação da espessura do concreto e
da tela adotada no projeto, é possivel consultar na
tabela ao lado o valor do momento positivo
resistente.
Num piso de h=16, com tela 196, temos um momento
positivo de 42,90Tf.cm/m.
Ou ainda:
4,29KN.m/m

O momento total resistente da seção é a soma de


ambos momentos:
Mr=Mn+Mp

Tabela B-30
ad onemanoisnemiD
Modelo Losberg
Losberg conseguiu provar que o
momento resistente total da placa de
concreto é a soma dos momentos
resistentes negativo e positivo, como foi
visto na página anterior. Ele também
determinou as equações que definem a
área de aço a ser adotada:
Área de Aço
É calculada por 100cm (b). Mk é o momento solicitante de cálculo. d é a altura
util disponivel. K6 e K3 são coeficientes apresentados nas tabelas a seguir

Modelo Concreto
arudamrA
Armado
O dimensionamento se baseia nos
príncipios da NBR 6118.
A similaridade entre as equações é
imediata. Alterando somente os
coeficientes Para Kc e Ks. A tabela A-25
traz a relação entre estes coeficientes
otercnoC od aicnêtsiseR ad
oãçnuf me 3k ed serolaV - 1 alebaT
cK ed oãçnuf
me sk ed serolaV -52A alebaT
Armadura
Armadura de Mínima

Retração
Para combater os efeitos da retração recomenda-se uma
armadura dada pela equação:

f é o coeficiente de atrito, para BGS 1,7

b e L são o comprimento e largura da placa

fyd é a resistencia a tração do aço


Um projeto do
Zero
Um projeto do
Critérios de Projeto

Zero
O projeto da página anterior possiu 2 áreas distintas, com carregamentos:

Almoxarifado e depósito de resíduos

Receberá tráfego de empilhadeiras de 7,5Ton e prateleiras com carga de


5Ton/m²
Área de manutenção

Tráfego de empilhadeiras de 2,5ton e carga distribuida de 1Ton/m²

Divisão das Placas


O dimensionamento das placas depende das dimensões que possuem. As divisões devem obedecer aos seguintes
critérios:
Dividir as áreas de forma que os pilares NUNCA fiquem no centro de uma placa.
Sejam favoráveis a execução do piso
Indica-se placas com dimensiões máximas de 10m quando utilizar o método de Losberg

Onde existir um junção entre placas, ou entre placa de concreto e outro elemento ocorre uma Junta de dilatação.

O dimensionamento das juntas e também das barras de transferência será tratado mais a frente.
Solo
Pelo relatório de sondagens, trata-se de um solo com alta
resistencia nas primeiras camadas. Ideal para pisos e
fundações diretas.

Nas profundidades de 4 a 7m há uma redução drastica da


resistência, quando aparece uma camada de argila. O que
inviabilizaria fundações do tipo sapata, mas não para
pavimentos rigidos como é o caso.

Como se trata de um solo arenoso com SPT elevado


podemos supor que o CBR natural deste solo está entre 8%
e 20%.

Para a camada da sub base vamos utilizar uma camada de


BGS com CBR de 17%, o que é ainda um valor conservador.
Concreto
Em relação ao concreto vamos estabelecer:

Fck: 30MPa

Fctmk: 4,2MPa

Relação a/c <0,5

Consumo mínimo de cimento: 320kg/m³

Slump: 10+-2

Módulo de Elasticidade: 30.673MPa

Coeficiente de Poisson: 0,15


Esforços
Solicitantes
Primeiro vamos determinar o raio de rigidez da placa de concreto. Pra isso
é preciso denifir a espessura. Como tem se cargas consideráveis,
adotaremos h=16cm

Trata-se de uma área industrial para empilhadeiras de 7,5ton. Também


será considerado uma carga distribuida de 5Ton/m² para a área de
O coeficiente de poisson (μ=0,15) e o módulo de elasticidade do concreto
almoxarifado e depósito de residuos.
foram definidos como críterios de projeto para o concreto

Ja o valor do coeficiente de recalque foi tirado do gráfico na página 5.

Com CBR de 17%, tem se um coeficiente de recalque de 65MPa/m


Esforços
Solicitantes
A pressão de enchimento de pneus é 0,77MPa, para empilhadeiras de
pneus maciços é 1,75MPa. Aqui vamos considerar o pior caso.

O segundo passo é determinar a área de contato.

A carga crítica é dada pelo carregamento do eixo mais carregado. uma Já o raio da área de contato:
empilhadeira de 7,5Ton tem peso aproximado de 10ton que serão
distribuidos pelas 2 rodas. Considerando o movimento e frenagem
podemos assegurar que essa carga chega a 15ton e consequentemente
cada roda recebe 7,5ton.
Podemos utilizar a equação e determinar a áea de aço necessaria no
interior da placa:

Na tabela A-25 esse valor traz o resultado de


Ks=0,023

O momento acima é o momento no interior da Placa. Na borda o valor é:

Mn=116Ton.cm
Vamos estipular também que o piso possui uma tela Q138. Com isso e
Nas bordas temos o momento de Mn=116Ton.cm. Mas antes de calcula- com a tabela B-30, temos um momento positivo resistente de 30,56tf.cm
lo, vamos utilizar o conceito de Meyerhof:
Com isso temos um momento resistente Total de 115,06Tf.cm
O momento resistente da Seção é a soma dos momentos
posivitivos e negativos
Considerando que apenas 20% do esforço será absorvido pela placa de
Calculando o Momento negativo resistente da placa: concreto, temos que o novo esforço solicitante é:

Esse esforço deve ser absorvido pelo aço e utilizando as equações


novamente:
Carga Distribuida
Com o módulo o cálculo do momento negativo e a armadura são
Cálculo do Móclulo de deformação automáticos:

É possivel calcular também a armadura necessária para combater a


retração. Podemos Dividir a área do almoxarifado de forma a ter
placas que se limitam pelos pilares. A maior delas em 625x671cm,

Um valor alto, podemos indicar o uso de lona e reduzir o fator de atrito


para 1,2:
Tabela resumo de esforços e Telas
Temos então a tela inferior de Q138 e a superior de Q196, o que
inidica maiores esforços de momentos negativos, adivindos das
cargas móveis e nas bordas das placas.

Fizemos até agora a área de almoxarifado e depósito, onde os


esforços são maiores. Falta a área da manutenção

Utilizando a planilha de calculo automático, chega-se aos resultados


para a área de manutenção:

h=12cm

Tela superior: Q138

Tela Inferior: Q138

Na próxima página, temos o cálculo da área da manutenção com a


planilha e na página seguinte projeto completo. Já com os tipos de
juntas de dilatação locados.
Calculo- Piso Manutenção R|R
Projeto Finalizado
R|R

Juntas de Dilatação
Um item de extrema importancia para o projeto de pisos
industriais.Existem 3 tipos de juntas:
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De construção - Serrada - De encontro.
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Obrigado!
Espero de verdade, que este ebook te ajude a se
tornar um profissional mais completo

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