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LINS, 2017
Leal, Guilherme Bridi
L471m Mídia, quarto poder e princípios fundamentais: o conflito de
princípios à luz da ponderação / Guilherme Bridi Leal.– – Lins, 2017.
61p. 31cm.
CDU 34
GUILHERME BRIDI LEAL
LINS, 2017
GUILHERME BRIDI LEAL
Primeiramente agradeço a Deus que permitiu que este momento fosse vivido
por mim, pois sem sua permissão esse sonho não seria possível, proporcionando
imensa alegria a minha mim, minha mãe, a minha família e a todos aqueles que
contribuíram e participaram da realização deste trabalho.
Agradeço de forma especial à minha mãe Ivonete, por todo amor, carinho,
paciência e seus ensinamentos. Sobretudo por não medir esforços para me ver
sorrir. Palavras para expressar minha gratidão jamais existirão. A você, mãe, meu
muito, muito obrigado! Te amo!
Agradeço também a minha família, por confiarem em mim e mesmo estando
longe, sempre estarem do meu lado, nas mais diversas formas, amo todos vocês.
Agradeço a meu orientador, pela paciência, dedicação e ensinamentos que
possibilitaram que eu realizasse este trabalho, sem sua ajuda, tal realização não
seria possível.
A meus amigos, que também auxiliaram na elaboração deste, bem como
durante todo o decorrer da graduação, sendo indeferidos, por vezes, em nome da
nossa amizade. A vocês galera, meus sinceros votos de que “sejam felizes”!
Agradeço também a aquelas pessoas, das quais considero mais que
especiais e que de alguma forma auxiliaram e me apoiaram ao decorrer da
elaboração deste trabalho, sem vocês, minha vida não estaria completa.
A esta universidade e todo seu corpo docente, além da direção e a
administração, que realizam seu trabalho com tanto amor e dedicação, trabalhando
incansavelmente para que nós, alunos, possamos contar com um ensino de extrema
qualidade.
“Não faz diferença quem a pessoa é ao
nascer, mas o que ela vai ser ao crescer.”
A.P.W.B.D
RESUMO
O presente trabalho foi elaborado adotando o tema da mídia como um quarto poder
e tratando sobre a sua violação aos direitos fundamentais, em especial quanto a
presunção de inocência, tendo foco na colisão entre o referido princípio e a liberdade
de imprensa, tendo em vista do princípio da ponderação. Em um primeiro momento
fez-se uma abordagem acerca dos meios de comunicação em massa, colocando em
foco seu poder perante a sociedade, bem como sua influência, e em tempo,
relacionando a com o princípio da presunção de inocência. Em um segundo
momento foi elencado os principais princípios garantidos pela Constituição Federal e
demostrado sua relação com a mídia, bem como uma breve introdução acerca do
tema princípios e garantias constitucionais. Após, aborda-se a relação conflituosa
que decorre da utilização exasperada que faz a mídia com a liberdade de imprensa,
com os demais princípios mencionados, em especial com a presunção de inocência,
e verificando-se a possibilidade da aplicação do princípio da proporcionalidade, junto
ao método da ponderação, buscando-se uma possível conciliação entre os
princípios.
The present work was elaborated adopting the theme of the media as a fourth power
and dealing with its violation of fundamental rights, especially as regards the
presumption of innocence, focusing on the collision between said principle and
freedom of the press, in view of the principle of weighting. At first, an approach was
made to the mass media, focusing its power on society as well as its influence, and
in time, relating it to the principle of presumption of innocence. In a second moment it
was listed the main principles guaranteed by the Federal Constitution and
demonstrated its relation with the media, as well as a brief introduction on the theme
constitutional principles and guarantees. Afterwards, it addresses the conflictual
relationship arising from the media's exasperated use of press freedom, the other
principles mentioned, in particular the presumption of innocence, and the possibility
of applying the principle of proportionality, method of weighting, seeking a possible
reconciliation between principles.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10
5 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 54
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 57
10
1 INTRODUÇÃO
Tamanha é a dimensão deste poder e, bem como sua influência que, por
essa expressão, ficou caracterizado, mesmo séculos após, como um “igual” perante
os nosso três reais poderes, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Estes três
poderes, são tratados como reais, por terem sido de fato nomeados e constituídos,
de forma democrática, diferentemente do ocorrido com a mídia, que se viu perante
tamanho poder junto à população, as vantagens que isto lhe traria, e como dito, se
pôs definitivamente e de forma autônoma como o Quarto Poder.
Desta forma, como nos traz Silvia Morettzsohn, “nada é inocente, a começar
pela conceituação de ‘quarto poder’, que subverte o sentido da mediação jornalística
e a apresenta como uma espécie de fiel da balança, escondendo os interesses na
seleção e hierarquização da informação”. (Morettzsohn, 2008, p. 13)
De tal forma, cria-se sobre a população certo anseio por este tipo de
“espetáculo”, além de preconceito sobre os seus condenados. Tal espetáculo
atualmente tem sido trocado, antes utilizava-se da praça pública onde teriam mais
visibilidade, hoje utiliza-se os meios de comunicação em massa como rádio,
televisão e internet como palco para o espetáculo.
A imprensa, portanto, não tem como ficar alheia ao interesse causado pelo
crime, mesmo porque a imprensa é o “olho da sociedade”. Jornais
impressos, revistas, o noticiário televisivo e radiofônico dedicam significativo
espaço para este tipo de notícia. Acontece que, muitas vezes, a divulgação
reiterada de crimes e a abordagem sensacionalista dada por alguns
veículos de comunicação acabam por potencializar um clima de medo e
insegurança. A criminalidade ganha máxime e a sociedade começa a
acreditar que está assolada pela delinquência. Cria-se uma falsa realidade
que foge aos verdadeiros números da criminalidade (ALMEIDA, 2007, p.33).
Assim desta forma, instigando-o a uma visão superficial dos fatos, ao lhes
passar um mínimo de informações, sendo estas da forma como melhor os convém,
ou até mesmo, por vezes, omitindo certos fatos e exasperando outros.
Nesse sentido o Professor René Dotti nos diz que, “a influência ‘nociva’ dos
veículos de comunicação no direito penal, com seus padrões sensacionalistas, é
responsável pela subversão do princípio da presunção de inocência e também por
alimentar a fogueira da suspeita que é a justiça das paixões, consagrando a
responsabilidade objetiva.” (DOTTI. 2017)
Sendo assim, a mídia, ao tratar de casos que geram uma repercussão maior
e também comoção na população, utilizando-se de seu grande alcance quando se
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trata de publicidade, juntamente com o fato de ser formadora de opiniões, visto que
para muitos dos seus expectadores não há quaisquer dúvidas quanto ao noticiado, e
ao não cuidar com o que é noticiado gera e impõe sobre a população preceitos e
opiniões diversas a realidade.
Devido aos fatos de que um suposto crime não são totalmente expostos,
certos e claros, uma vez que ainda não se findaram as investigações, o que a mídia
passa ao seu público, no geral, são fragmentos de informações, fragmentos estes
que por vezes são adulterados, exasperados e não é dado o devido cuidado de uma
verificação quanto a procedência ou a sua legitimidade, podendo terem sido obtidos
por meios ilícitos, sendo que tal cuidado pode ser ignorado intencionalmente, bem
como quanto as questões legais do que é noticiado para fique a critério e controle da
mídia o rumo e o desfecho de fatos que a ela interessam manipular, haja vista todo o
referido poder de persuasão que a ela cabe e a vantagem que lhe pode gerar com a
manipulação do enlace.
Senão vejamos:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes
(...)
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
(...)
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
(...)
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da
fonte, quando necessário ao exercício profissional; (BRASIL. 1988)
Dessa forma, André Ramos Tavares diz que “para determinada ação tenha
como fundamentação a liberdade de expressão, tem-se como requisito que o
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A imprensa é a vista da nação. Por ela é que a nação acompanha o que lhe
passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe
ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe
alvejam, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que
lhe interessa, e se acautela do que a ameaça. (BARBOSA. 2004. p. 33)
Através dessa manipulação, a mídia acaba por violar não só seu código de
ética, como também seu direito de informar, e os direitos fundamentais dispostos
pela Constituição Federal, juntamente com os princípios basilares do nosso
ordenamento jurídico.
Todo ser humano nasce com direitos e garantias, além de deveres. Isto é
inerente a condição de ser humano, não sendo passiveis a consideração de que
estes direitos sejam como uma permissão dada pelo Estado, pois como conceitua
Alexandre de Morais, tais direitos “surgiram como produto da fusão de várias fontes,
desde tradições arraigadas nas diversas civilizações, até a conjugação dos
pensamentos filosóficos-jurídicos, das ideias surgidas com o cristianismo e como
direito natural.” (MORAES, 1999, p. 178)
Nesse sentido Gilmar Mendes nos traz que “[...] essa distinção conceitual não
significa que os direitos humanos e os direitos fundamentais estejam em esferas
estanques, incomunicáveis entre si. Há um interação reciproca entre eles.” (Mendes.
2015 p.234)
Nesse sentido, conforme Rodrigo Cesar Rebello Pinho, tendo em vista sua
ampla disseminação, pode-se dizer que os direitos fundamentais devem ser:
imagem, propriedade, liberdade, vida, entre outros. Nesse sentido cito Luiz Alberto
David Araújo:
Desta forma, não há equívocos ao dizer que todos os seres humanos são
titulares dos direitos fundamentais e que estes buscam proteger a todos os seres
humanos e dar-lhes ao menos as condições mínimas e essenciais para sua
existência, porem estes mesmos direitos consagrados pela Constituição Federal
possuem suas peculiaridades e limites.
Ainda nesse sentido, Pedro Lenza afirma que “o que pode ocorrer é o seu não
exercício, mas nunca a sua renunciabilidade.” (LENZA. 2014, p.1146)
Porém, tais direitos jamais devem ser utilizados com a finalidade de acobertar
a pratica de atos ilícitos ou, de qualquer forma nocivos aos princípios basilares do
Direito, tampouco como argumento para afastar a sua responsabilidade por atos já
praticados, nesse sentido Alexandre de Moraes nos traz que:
Princípio este que “deve ser interpretado como principal vetor da atuação
punitiva do Estado”, e do mesmo modo os demais princípios constitucionais que
deste emanam, principalmente com relação ao direito penal, pois é o ramo do direito
que trata da liberdade do indivíduo. (FAVORETTO, 2011, p. 69).
acontecer que venha a ser absolvido. A lógica indica que seja absoluta a
visão concordante sobre isto, já que os efeitos de uma publicidade em
relação ao arguido ou indiciado é invariavelmente negativa, pois estará ele
sendo vinculado, justifica ou injustificadamente a um crime. (BAITISTI,
2009, p. 218)
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
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Nesse sentido, temos que o devido processo legal é uma das garantias
fundamentais mais importantes disposta na Constituição. E justamente por isso ele
também é base legal para a aplicação de todos os demais princípios do nosso
ordenamento jurídico, independentemente do ramo do direito processual, incluindo
se aqui o direito processual penal.
Artigo 8. Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais
competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos
fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
(...)
Artigo 11. 1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de
ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de
acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido
asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
Infringindo assim não só o devido processo legal, mas também boa parte,
senão todos os direitos, princípios e garantias fundamentalmente previstos pela
nossa Constituição Federal.
Sendo assim, este princípio nos traz que todos os atos e termos
processuais devem sempre e imprescindivelmente priorizar a bilateralidade das
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Desta forma, Rogerio Lauria Tucci sustenta que para garantir a liberdade e a
atuação da defesa, existe a necessidade de uma contraditoriedade efetiva e real em
todas as fases da persecução, inclusive quanto a fase pré-processual. (TUCCI,
2004, p. 63)
A verdade atingida pela justiça publica não pode e não deve valer em juízo
sem que haja oportunidade de defesa do indiciado. É preciso que seja o
julgamento precedido de atos inequívocos de comunicação ao réu: de que
vai acusado; dos termos precisos dessa acusação; e de seus fundamentos
de fato (provas) e de direito. Necessário também é que essa comunicação
seja feita a tempo de possibilitar a contrariedade: nosso está o prazo para
conhecimento exato dos fundamentos probatórios e legais da imputação e
para oposição da contrariedade e seus fundamentos de fato (provas) e de
direito. (ALMEIDA. 1973, p.86)
Vale lembrar que tal princípio é sumariamente posto de lado pela mídia
sensacionalista, acusando sem dar espaço de resposta, acusando, e fazendo assim
um julgamento antecipado e até mesmo sugerindo as sanções cabíveis, sem ao
menos dar lhe o direito essencialmente previsto, como exposto, da sua defesa,
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Ignorada pela mídia, também, fica o princípio da ampla defesa, que é inerente
ao indiciado, para que em defesa dos seus direitos, alegue fatos e produza provas
afim de afastar as acusações que lhe são impostas. Exercendo nada mais que seu
direito de defesa.
Nesse sentido temos que o princípio da ampla defesa como núcleo, e que ao
seu derredor desenvolve-se o processo penal.
Princípio este que se encontra disposto no artigo 5º, inciso IX, sendo uma
garantia de forma mais ampla e artigo 93, inciso IX, dispondo este sobre os
julgamentos do poder judiciário, ambos artigos da Constituição Federal, mas
também é amparado pelo Código de Processo Civil no artigo 792.
Senão vejamos:
O já mencionado artigo 5º, “caput”, em seu texto diz que: “Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade...”
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Para Pedro Lenza, não deve-se buscar somente a igualdade formal, ou seja,
não deve se buscar apenas o direito em si, mas principalmente a igualdade
material, com a forma que esse direito será aplicado. (LENZA, 2014, p.1072)
O princípio da isonomia, desta forma, acaba por perder sua essência, sua
premissa de garantir a igualdade aos cidadãos, sendo corrompido pelo sistema
midiático, e dentre outros.
Desta forma, tal norma nos orienta que devemos dispensar à aqueles que de
algo estejam sendo investigados, um tratamento de condenado ou culpado, pois de
tal maneira estaríamos fazendo um julgamento antecipado e assim praticando de
maneira inconstitucional um ato em desrespeito as garantias fundamentais.
Para Nucci, as pessoas nascem inocentes, sendo essa sua forma natural,
razão pela qual, para quebrar tal regra, torna-se indispensável que o Estado-
acusação evidencie, com provas suficientes, ao Estado-juiz, a culpa do réu, por meio
do devido processo legal. (NUCCI, 2014, p. 65)
Para Saguiné:
Desta forma, também não se pode excluir a importância que é imposta aos
meios de comunicação em massa, em favor da veiculação de notícias e exposição
de informações perante à população, bem como a garantia que lhe é conferida para
tal, sendo agraciada com a liberdade de imprensa, liberdade de informação e a
inadmissibilidade de censura.
É comum ao se observar nos noticiários, que a forma com que a mídia traz ao
seu público a notícia de um crime, por motivos insondáveis vem sobrecarregadas de
preconceitos e pré-julgamentos, como exposto no primeiro capítulo do presente
estudo.
acaba por ferir não só a moral e caráter, já abalado do suspeito, mas, bem como o
ordenamento jurídico, com ênfase no princípio da presunção de inocência, pois não
lhe é oferecido a devida oportunidade da ampla defesa e o contraditório, ou seja,
não ensejando o devido processo legal que lhe deveria ser garantido.
Desta forma, caso haja a colisão entre o interesse dos meios de comunicação
em massa ao informar, utilizando-se da prerrogativa da liberdade de imprensa e a
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Além de alertar para tal risco, Souza já traz também a forma de minimiza-lo
de forma significativa, apenas com o cumprimento da exigência de fundamentação
dos atos judiciais, expressa no artigo 93, inciso IX da nossa Carta Magna. (SOUZA.
2013, p. 84)
princípio ou direito que deve prevalecer. E a decisão sobre qual prevalecera, está
sob a luz do caso concreto.
5 CONCLUSÃO
Dessa forma acaba por criar um choque entre princípios constitucionais, como
por exemplo o princípio da presunção de inocência e isonomia e a dignidade da
pessoa humana, perante a liberdade de imprensa.
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Talvez o mais crítico destes, e abordado pelo presente trabalho, seja a colisão
entre a liberdade de imprensa e a presunção de inocência. Pois conforme visto no
decorrer do segundo capitulo, é um dos que são mais desprezados quando se trata
da veiculação de notícias exacerbadas em nome da liberdade de imprensa e da
“condenação midiática”.
Pois, ainda que dessa forma a mídia acabe acusando o indiciado, violando
seu direito de ser presumido inocente, este tem o direito de o exerce-lo, bem como a
todos os demais direitos garantidos a ele. É licito a prevalência da presunção de
inocência em casos em que a exposição midiática pode influenciar de alguma forma
o decorrer do devido processo legal, em prejuízo do acusado, ou mesmo do
ordenamento jurídico brasileiro
Por sua vez, a mídia também não pode ser silenciada, pois são incontáveis as
possibilidades do direito da liberdade de imprensa prevalecer, pois é fundamental ao
desenvolvimento da sociedade e para a elucidação de casos de pratica ilícita, bem
como, acarreta uma correta instrução perante a população, quando aplicada de
forma imparcial e idônea.
tais conflitos, pois ao passo que busca encontrar, junto ao caso concreto, os
princípios em conflitos e o seu âmbito de atuação, para assim uma conciliação entre
ambos, ponderando sobre o âmbito de sua aplicação.
Desta forma não se estipula uma hierarquia entre princípios, mas sim, a
decisão de qual princípio prevalecerá ira decorrer de extensa análise do caso
concreto, perfazendo assim uma decisão fidedigna e crível.
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REFERÊNCIAS
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constitucional. 9.ed. rev. atual. São Paulo: Saraiva, 2005.
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Fundamento de prisão preventiva. In: SHECARIA, Sérgio Salomão (Org.).
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Edição atualizada. Editora Saraiva. São Paulo, 1996.
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SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais: uma teoria geral
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Livraria do Advogado, 2010.
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Malheiros, 2001