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FECAP
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
São Paulo
2020
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São Paulo
2020
Resumo
Este trabalho tem por objetivo a análise de duas empresas do mercado de varejo brasileiro,
Magazine Luiza e Via Varejo, verificando o comportamento dos indicadores financeiros e
comparando-os com os seus respectivos valores de mercado, buscando observar se existe
alguma relação de causa e efeito entre essas variáveis. O estudo foi desenvolvido a partir de
uma pesquisa quantitativa, com procedimentos baseados na pesquisa descritiva e documental.
Teve como fonte de informação para coleta de dados as demonstrações financeiras das
respectivas empresas nos anos analisados para o cálculo dos indicadores financeiros; e a base
de dados do Economatica® para a obtenção dos valores de mercado na data de publicação das
demonstrações. A comparação dos indicadores com os valores de mercado se deu por meio do
cálculo da correlação de Pearson entre as variáveis. A pesquisa foi dividida em 3 etapas,
sendo elas: coleta e obtenção de dados, análise dos indicadores e as correlações obtidas. Os
resultados obtidos demonstram que os indicadores de Liquidez da Magazine Luiza são
satisfatórios e possuem uma forte relação com o valor de mercado, ao passo que a Via Varejo
apresentou quedas ao longo do período ocasionando uma correlação forte, todavia negativa.
Nos indicadores de rentabilidade, destaca-se negativamente o ROE apresentado pela Via
Varejo no ano de 2019 de -111,21%. Por último, com relação aos indicadores de estrutura e
endividamento, observa-se um comportamento contrário dos indicadores de Participação de
Capitais de Terceiros e Imobilização de Patrimônio Líquido, ao passo que na Magazine Luiza
diminuia nos 5 anos analisados, na Via Varejo aumentava significativamente.
1 Introdução
O mercado varejista tem como objetivo levar as mercadorias aos consumidores,
fazendo a intermediação desses bens entre as indústrias e distribuidores, para as pessoas
físicas e jurídicas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE VAREJO E CONSUMO, 2019). De
acordo com a última Pesquisa Anual do Comércio (2017) realizada pelo IBGE em 2017, o
setor do comércio varejista possuía uma grande participação na economia, representando
45,50% das receitas líquidas, empregando 74,29% do total da população ocupada. Segundo a
Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (2019), o setor representa 62,50% do produto
interno bruto (PIB), apurado em R$ 6,8 trilhões em 2018.
Tendo em vista os dados apresentados e a importância do setor de varejo para a
economia, a Via Varejo e a Magazine Luiza destacam-se como as principais empresas
brasileiras de capital aberto no segmento de eletromóveis. Tendo como base o faturamento
bruto dessas companhias em 2018, sendo de R$ 30,5 bilhões (Via Varejo) e 18,9 bilhões
(Magazine Luiza), nota-se, segundo a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (2019) que
elas ocupam o 1° e o 2° lugar do segmento, respectivamente. Observa-se também uma notável
evolução no valor de mercado destas 2 companhias durante os 5 anos de análise, o que será
detalhado no levantamento de dados
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2 Referencial Teórico
2.1. Setor de Varejo
O varejo compreende todas as atividades referentes a comercialização de bens ou
serviços voltados ao consumidor final, para fins de uso pessoal e não comercial. Entende-se
como varejista, qualquer negócio comercial do qual a maior parte do volume de vendas
provenha do varejo. Qualquer empresa que comercializa com consumidores finais, seja ela
fabricante, atacadista ou varejista, está vinculada com o varejo, independente da forma como
os bens são vendidos e onde serão vendidos (KELLER; KOTLER, 2006). De acordo com
IBGE (2017) em sua Pesquisa Anual do Comércio, havia cerca de 1,5 milhão de empresas
comerciais que geraram uma receita operacional líquida em torno de R$ 3,4 trilhões, além
disso possui cerca de 10,2 milhões de empregados a quais foram pagos R$ 226,7 bilhões,
entre salários e outros benefícios.
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O varejo teve uma grande evolução com o avanço tecnológico por todo o mundo,
facilitando o acesso de produtos aos consumidores, ocasionando o aumento da concorrência
no setor. De acordo com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (2019), no seu ranking
de maiores empresas de varejo e consumo do país, temos na categoria de maiores E-
COMMERCES ocupando o segundo e terceiro lugar a Via Varejo e a Magazine Luiza
respectivamente, com seus R$ 6,8 bilhões e R$ 6,7 bilhões de vendas representando 22,6% e
35,7% do total de receita bruta do ano de 2018.
receita líquida de -15% se comparado ao ano anterior. Este resultado atípico perdurou-se
ainda no ano de 2016 e foi recuperado nos anos posteriores. Nos anos seguintes, foi notável o
crescimento na receita operacional. De acordo com Via Varejo (2018), a companhia alcançou
uma receita líquida de R$ 26,9 bilhões em 2018, que já era 5% superior ao exercício anterior.
também podem se interessar, uma vez que é de seu interesse que as empresas que desejam
obter crédito tenham um bom índice de liquidez, garantindo que seus empréstimos,
financiamentos e afins sejam pagos de forma tempestiva e seus encargos remunerados. Além
desses, a Administração também utiliza os indicadores a fim de supervisionar a situação
financeira e econômica da organização, comparar com os períodos anteriores e assim tomar
decisões tempestivas e mais qualificadas (GITMAN, 2010).
Dentre as ferramentas utilizadas pelos analistas e interessados pelos índices
financeiros, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado são as duas demonstrações
contábeis utilizadas com mais frequência. O objetivo do Balanço Patrimonial é apresentar um
resumo financeiro e patrimonial numa determinada data, assim sendo, apresentando a posição
estática da organização (GELBCKE; IUDÍCIBUS; MARTINS, 2003). Esse deve ser
organizado de modo a colaborar com o conhecimento e a análise da situação financeira da
companhia. Para isso, as contas do ativo devem ser apresentadas em ordem decrescente de
liquidez, e são classificadas em ativo circulante e ativo não circulante) (BRASIL, 1976, Art.
178. § 1º). Quanto ao passivo, as contas são classificadas em passivos circulantes, não
circulantes e patrimônio líquido (BRASIL, 1976, Art. 178. § 2º). A Demonstração de
Resultado de Exercício apresenta o desempenho em um dado período baseado na
confrontação das receitas e despesas. Esse demonstrativo é capaz de informar quando as
receitas excedem as despesas, ou seja, quando há lucro líquido, e quando há um prejuízo
líquido, no caso de as despesas excederem as receitas (DUCHAC; REEVE; WAREEN, 2010).
Todavia, antes de discutir sobre cada índice especificamente, é de suma importância
realizar algumas ponderações a título de precaução quanto a análise de índices financeiros.
Para chegar, com maior assertividade, na causa de um problema econômico ou financeiro de
uma empresa, usualmente são realizadas análises mais aprofundadas do que somente a análise
dos índices financeiros. Além disto, não é possível determinar o desempenho de uma empresa
com base em apenas um índice, contudo, se aquele que analisa tem o objetivo de determinar
um aspecto econômico ou financeiro específico da empresa, a reunião de alguns índices pode
atender as suas demandas (GITMAN, 2010).
proporção de Ativo Circulante para cada real alocado no Passivo Circulante, e é dada pela
seguinte fórmula:
LIQUIDEZ CORRENTE = ATIVO CIRCULANTE / PASSIVO CIRCULANTE
Liquidez Seca
O conceito de liquidez seca é semelhante ao de liquidez corrente, com o adendo de que
devemos excluir os estoques e as despesas antecipadas da fórmula para obtermos a equação.
Matarazzo (apud Martins, Diniz e Miranda, 2012, p. 190) entende liquidez seca como a
“capacidade de pagamento de curto prazo da empresa mediante uso basicamente de
disponível e valores a receber”. A fórmula utilizada para análise é dada abaixo:
LIQUIDEZ SECA = (ATIVO CIRCULANTE – ESTOQUES –DESPESAS
ANTECIPADAS) / PASSIVO CIRCULANTE
Este índice tem como objetivo verificar a eficiência dos atuais recursos financeiros da
entidade. Se, comparado a empresas do ramo, o índice estar abaixo de certos limites, poderá
indicar algum problema quanto a liquidez da empresa. Todavia, tal conclusão só deverá ser
tomada quando o índice de Liquidez Seca, colocado em consonância com o índice de
Liquidez Corrente, apresentarem resultados abaixo dos limites padrões do ramo, uma vez que,
um baixo índice de Liquidez Seca não implica diretamente no comprometimento da saúde
financeira no curto prazo da empresa (MATARAZZO, 2010).
Giro do Ativo
O Giro do Ativo demonstra a capacidade da empresa em utilizar os seus ativos com a
finalidade de gerar vendas e produzir resultados. De acordo com Matarazzo (apud Martins,
Diniz e Miranda, 2012, p. 223) o Giro do Ativo indica “quanto a empresa vendeu para cada
R$1,00 de investimento total”, e é dado pela fórmula:
GIRO DO ATIVO = VENDAS LÍQUIDAS / ATIVO TOTAL
Margem Líquida
Para Matarazzo (2010, p. 112) a margem líquida “indica quanto a empresa obtém de
lucro para cada R$100 vendidos”. Segundo Gitman (2010, p. 59) ela “[...]mede a porcentagem
de cada unidade monetária de vendas remanescentes após a dedução de todos os custos e
despesas, inclusive juros, impostos e dividendos de ações preferenciais.
MARGEM LÍQUIDA = LUCRO LÍQUIDO / VENDAS LÍQUIDAS
Rentabilidade do Ativo
A Rentabilidade do Ativo, segundo Gitman (2010, p. 60) “[...]mede a eficácia
geral da administração na geração de lucros a partir dos ativos disponíveis. Quanto mais
elevado o retorno sobre o ativo total de uma empresa, melhor”. Para Matarazzo (2010, p.114),
esse quociente é “[...]uma medida da capacidade da empresa em gerar lucros líquidos e assim
poder capitalizar-se. Obtemos os resultados aplicando a seguindo fórmula:
RENTABILIDADE DO ATIVO = LUCRO LÍQUIDO / ATIVO TOTAL
Rentabilidade do Patrimônio Líquido
Este quociente mede a rentabilidade dos recursos investidos pelos acionistas na
empresa, de acordo com Gitman (2010), e quanto maior a razão, melhor para seus
investidores. O índice de rentabilidade do patrimônio líquido também pode ser colocado em
contraste com outras taxas de rendimentos de papéis oferecidos no mercado, com a finalidade
de atestar se os investimentos dos proprietários do negócio oferecem rentabilidade mais
atraente que as outras opções (MATARAZZO, 2010).
RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO = LUCRO LÍQUIDO /
PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÉDIO
responsável por relacionar as duas fontes de financiamento das empresas e demonstrar o nível
de sujeição dos financiamentos de terceiros. É dado pela seguinte fórmula:
PERCENTUAL DE CAPITAIS DE TERCEIROS = PASSIVO TOTAL / PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
Composição do Endividamento
De acordo com Matarazzo (apud Diniz, Martins e Miranda, 2012, p. 219) esse
quociente indica “qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às obrigações
totais”. Este indicador pode denotar como a empresar assume o seu perfil de dívida, se ela
prefere dar atenção às políticas de pagamento no curto prazo, ou se prefere atribuir mais
tempo a fim de gerar mais recursos e pagar as dívidas no longo prazo.
COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO = PASSIVO CIRCULANTE / PASSIVO
TOTAL
L iquidez
Liquidez Corrente
Passivo Circulante
Ativo Ciculante - Estoques - Despesas Antecipadas
Liquidez Seca
Passivo Circulante
Vendas Líquidas
Giro do Ativo
Ativo Total
R entabilidade
Lucro Líquido
Margem Líquida
Vendas Líquidas
Lucro Líquido
Rentabilidade do Ativo
Ativo Total Médio
Rentabilidade do Patrimônio Lucro Líquido
Líquido Patrimônio Líquido Médio
A tividade E strutura e Endividamento
Podemos inferir que com base nos dados de Liquidez Corrente e Seca, que a Magazine
Luiza desenvolveu ainda mais propriedade de liquidar suas dívidas de curto prazo com seus
recursos de curto prazo ao longo dos anos. A Via Varejo em contrapartida, possuía em 2015
esta capacidade de liquidação de recursos de curto prazo, o que foi reduzido ao longo do
período analisado, principalmente pelo fato do aumento desproporcional de suas dívidas
operacionais em comparação aos seus ativos de curto prazo.
Ambas as empresas apresentaram uma queda no giro do ativo ao longo dos anos, fato
que na Magazine Luiza se deu de maneira mais expressiva. Ao comparar as Margens Líquidas
das duas empresas, observa-se que a Magazine Luiza desenvolve ao longo dos 5 anos, uma
boa capacidade de transformar a receita líquida em lucro líquido, em contrapartida, a Via
Varejo perdeu ao longo do tempo esta capacidade de transformação. Analisando a
Rentabilidade do Ativo e do Patrimônio Líquido, percebe-se que na Magazine Luiza e na Via
Varejo, existe uma disparidade, pois enquanto a Magazine Luiza possui um crescimento
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gradual, observa-se uma redução significativa por parte da Via Varejo, principalmente do ano
de 2018 para 2019.
Matarazzo (apud Martins, Diniz e Miranda, 2012) aponta que o Giro do Ativo é a
relação entre as vendas e o investimento total da empresa. Verifica-se que no ano de 2015, a
Magazine Luiza auferiu R$163,00 de receita de vendas para cada R$100,00 investidos no
ativo. Com um investimento considerável em sua infraestrutura no decorrer dos anos, no final
do período analisado a companhia apresentou proporções semelhantes entre a receita auferida
e o valor de investimento total da empresa. Quanto a Via Varejo, no ano de 2015, a
companhia obteve R$118,00 de vendas líquidas para cada R$100,00 de ativo total. Essa
proporção diminuiu de forma tênue ao longo dos anos, apresentando em 2019 R$105,00 de
receita auferida para cada R$100,00 de investimento total.
Quanto a Margem Líquida, indicador que aponta a capacidade da empresa de
transformar suas receitas em lucro líquido, observa-se que a Magazine Luiza parte de uma
margem negativa, que fora revertido em 2016, apresentando uma capacidade de transformar
0,91% de suas receitas em lucro líquido, que evoluiu ao longo dos anos, apresentando
potencial de converter em lucro líquido, 4,64% de suas receitas líquidas. Referente a Via
Varejo, que perdeu gradualmente sua capacidade de transformação, com destaque para o ano
de 2018 para 2019, é importante salientar que, em 2019 a Via Varejo incorreu de despesas
com reestruturação nas áreas administrativas e operacionais, incluindo readequação logística,
demandas judiciais trabalhistas e rescisões contratuais trabalhistas. Devido a esses pontos, a
conta de despesas com reestruturação sofreu uma variação de 165%, além da conta de
impairment com 264%, segundo notas explicativas do ano de 2019.
Para Gitman (2010) a Rentabilidade do Ativo mede a eficiência da empresa em gerar
lucros a partir dos investimentos totais realizados, e o Retorno do Patrimônio Líquido como a
rentabilidade dos recursos investidos pelos acionistas na empresa e ambos, quanto maior,
melhor para a companhia. Quanto a Magazine Luiza, observa-se que ela parte de um resultado
negativo em ambos os indicadores, que são revertidos nos anos conseguintes, demonstrando
uma capacidade, em 2018, de transformar 7,37% seu ativo total e 27,30% do seu patrimônio
líquido em lucro líquido. Quanto a Via Varejo, a companhia apresentou um cenário inverso da
sua concorrente, partindo de um cenário de conversão de ativos de 0,09% e capital próprio de
0,36% em lucro líquido, melhor resultado obtido dentre os cinco anos analisados, gerando
prejuízos que consumiram uma parte significante dos recursos investidos pelos acionistas e
dos seus ativos investidos.
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dos acionistas. Quanto a Via Varejo, ao contrário da Magazine Luiza, abriu mão do
financiamento de capital próprio para auferir recursos de terceiros, chegando, em 2019, a
possuir R$41,26 de dívida para cada R$1,00 de capital próprio.
A Composição do Endividamento denota como a empresar assume o seu perfil de
dívida, se ela prefere dar atenção às políticas de pagamento no curto prazo, ou se prefere
atribuir mais tempo a fim de gerar mais recursos e pagar as dívidas no longo prazo. Quanto a
Magazine Luiza, a companhia apresentou um aumento gradual até o ano de 2018, chegando a
possuir 82,98% de suas dívidas alocadas no curto prazo. Observando a Via Varejo constata-se
que a relação entre os passivos de curto prazo e os passivos total, diminui de forma gradual,
saindo de 78,62% em 2015 para 65,98% em 2019, a participação de dívidas de curto prazo em
relação ao total de dívidas.
A Imobilização do Patrimônio Líquido tem como finalidade medir o percentual
aplicado no Ativo Permanente, que compreende o Imobilizado, Investimentos e o Intangível,
para cada real investido pelos proprietários (MATARAZZO, 2008; apud Diniz, Martins e
Miranda, 2012). No caso da Magazine Luiza, no início do período analisado, apresentou um
resultado de R$240,00 alocados nos Ativos Permanentes para cada R$100,00 de recursos
próprios, a companhia tinha maior dependência de recursos de terceiros para financiar os seus
ativos de curto prazo. No decorrer dos anos, essa relação diminuiu notoriamente, chegando
em 2019, a uma relação de R$69,00 investidos nos Ativos Permanentes para cada R$100,00
de capital próprio, atribuindo mais propriedade para financiar seus ativos de curto prazo com
recursos dos acionistas. Referente a Via Varejo, observa-se um aumento gradual nos quatro
primeiros anos de análise, indo de R$61,00 para R$316,00 de recursos alocados nos Ativos
Permanentes, para cada R$100,00 de capital próprio. Em 2019, visto o capital próprio
consumido pelo prejuízo acumulado apresentado nas demonstrações financeiras deste mesmo
ano, a companhia aumentou significativamente sua dependência de recursos de terceiros para
financiar seus recursos de curto prazo, dado que a empresa alocou R$1.107,00 para cada
R$100,00 investidos pelos proprietários da companhia.
5 Considerações Finais
A pesquisa teve como propósito analisar o comportamento dos indicadores financeiros
da Magazine Luiza e Via Varejo, verificando se estes possuem influência significativa que
explique o valor de mercado dessas empresas na data de publicação de balanço.
De acordo com o que foi visto ao longo do trabalho, estas são as duas empresas mais
significantes do setor de eletromóveis no varejo brasileiro (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
VAREJO E CONSUMO, 2019). A respeito dos indicadores financeiros, de acordo com
Matarazzo (2010), possuem o objetivo de demonstrar a posição econômica ou financeira de
uma entidade. Além disso, é possível comparar os resultados obtidos com empresas
semelhantes, do mesmo setor e porte, a fim de analisar os desvios em relação à concorrência.
(SILVA, 2017).
De acordo com os resultados da pesquisa, podemos inferir que em relação aos
indicadores de liquidez, a Magazine Luiza apresentou no decorrer do período analisado uma
evolução considerável e satisfatória, demonstrando assim capacidade de honrar suas dívidas
de curto prazo. A Via Varejo em contrapartida, apresenta os menores indicadores de liquidez
quando comparada à sua concorrente, sendo que a partir de 2016, não possuía capacidade de
honrar suas dívidas de curto prazo utilizando seus recursos de curto prazo.
Em relação aos indicadores de rentabilidade, nota-se que o giro do ativo de ambas as
empresas, apresentaram resultados semelhantes. Vale destacar que as empresas vão em
sentido oposto quanto a evolução da margem líquida, ao passo que, no ano de 2019, a
Magazine Luiza apresentava uma margem positiva e a Via Varejo, uma margem negativa. O
mesmo contexto se aplica a Rentabilidade dos Ativos e do Patrimônio Líquido de ambas as
empresas, com destaque para 2019, onde a Via Varejo apresentou um ROE de -111,21%.
Ao analisar os indicadores de estrutura e endividamento, observando na Participação
de Capital de Terceiros um comportamento inverso entre as empresas, pois, enquanto na
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Magazine Luiza, a relação entre dívidas com terceiros e capital próprio diminuía, na Via
Varejo aumentava de forma significativa O mesmo contexto ocorre na Imobilização do
Patrimônio Líquido para ambas empresas. A Composição do Endividamento se comportou de
maneira semelhante nas duas varejistas.
Adicionalmente, ao verificar a correlação entre os indicadores de liquidez e os valores
de mercado de ambas as empresas, observa-se que no caso da Magazine Luiza há uma forte
relação de causa e efeito entre as duas variáveis, porém, quanto a Via Varejo, há uma relação
inversa entre os seus indicadores e o valor de mercado. Ao analisar a correlação dos
indicadores de rentabilidade, os resultados mostram que o giro do ativo em ambas as
empresas possui correlação inversa com os seus respectivos valores de mercado, e os demais
indicadores não apresentam evidências significativas que expliquem o seu valor de mercado.
Os indicadores de estrutura e endividamento não apresentaram resultado satisfatórios que
expliquem a relação de causa e efeito entre os indicadores e seus valores de mercado.
De acordo com os resultados, deve-se apontar como limitação de pesquisa, a
amostragem reduzida, margem temporal utilizada. Além disso, há outros fatores externos as
demonstrações contábeis que podem influenciar o valor de mercado das empresas. Como
sugestão para futuras pesquisas, recomenda-se a utilização de mais empresas varejistas como
amostragem a fim de observar o mercado varejista como um todo e verificar qual é o tipo de
correlação predominante no mercado, além da utilização de uma margem temporal maior que
cinco anos.
Referências
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de Dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.
Brasília, DF, 1976. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm>. Acesso em 26 mai. 2020
ESTADÃO Pão de Açucar Compra Casas Bahia por meio da Globex. 2009. Disponível
em <https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,pao-de-acucar-compra-a-casas-bahia-por-
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21
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. 14. ed. São Paulo:
Pearson, 2012. xxvi, 765 p. ISBN 9788581430003.
SILVA, José Pereira da. Análise financeira das empresas. 13. ed. rev. e ampl. – São Paulo,
SP: Cengage Learning, 2017. [recurso digital]
23
VIA VAREJO S.A. Demonstrações Financeiras VIA VAREJO S.A. 2013. Disponível em
<http://ri.viavarejo.com.br/informacoes-financeiras/central-de-resultados/>. Acesso em 29
mar. 2020.
1. Sei o que é plágio e reconheço que copiar trabalhos científicos ou parte deles, bem como submeter
como próprio trabalho que foram feitos por outras pessoas, sejam elas conhecidos ou “prestadores de
serviços acadêmicos”, vai contra os princípios declarados no Código de Ética da FECAP.
2. Afirmo que, para realizar este trabalho acadêmico, utilizei a normalização da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) e American Psychological Association (APA) com as adequações
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interpretado nesse Trabalho de Conclusão de Curso que foi extraído do(s) trabalho(s) de outras
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