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BEBIDAS

Perfil de um mercado

o segmento de bebidas pode apresentar um crescimento de


69,7% entre 1990 e 2005, sendo que as bebidas mais saudáveis
como água e sucos terão um destaque especial nesse período
devido às mudanças de hábitos alimentares da população

N o ano passado, o segmento de dados interessantes não só no Brasil


bebidas apresentou grandes como em todo o mundo. Mudou muito
transformações no que diz respeito ao o tipo de bebida consumida e um dos
consumo, criação de novas embalagens, motivos é a mudança de hábito da
entre outras características. O consumo população que pede, hoje em dia,
de bebidas nos últimos anos nos mostra produtos mais saudáveis, não só alimentos como bebidas inclusive. É
aqui que encontramos a explicação para
o aumento das vendas de bebidas como
Consumode bebidas no Brasil água engarrafada e sucos nos últimos
(volume
emmilhões
delitros) tempos. Mas a cerveja não perde
mercado, sendo muito bem consumida
Bebidos()lc06lic()s 1990 1998 1999 200Sp em todo o mundo.
Aguardente 1.052 1.010 1.056 ...1.092 No Brasil, o consumo per capita de
Destilados , 232 227 221 ~ 226 bebidas em 1998, correspondente a
Vinho 284 185 272 ~ 282 328 litros, foi bastante baixo quando
Cerveia 5.820 8.222 ] .975 ...9.884 comparado aos Estados Unidos e à
BebidllSnõ011lco61icas Europa, que apresentaram naquele ano
Refrigerantes. 5] 69 11.032 11.052 . 3.972 números correspondentes a 620 litros e
Água mineral. ]98 2.516 3.254 . .5.021 553 litros, respectivamente. Entretanto,
Ch6 903 971 932 ..999 a evolução do consumo de bebidas no
Café. 4.114 6.183 6.685 . .8.417 Brasil tem confirmado que o potencial
Sucosde frutIJ de crescimento pode se tornar
Sucode larania 1.675 2.66r 2.820 3.589 crescimento real. Segundo o Datamark,
Sucos 531 1.351 1.191 1.733 entre 1990 e 1998 houve um
Refrescosempó 1.421 2.109 2.332 1.881 crescimento de 55% no mercado
Bebidastônicas 46 177 162 ..240 brasileiro e as estimativas de
leite crescimento são grandes.
Leitepasteurizado 4.291 2.961 2]88 :1.922
O Brasil é o sexto produtor mundial de
Leitesem embalagem. 4.253 6.811 ] .354 9.028
cerveja, tendo produzido, em 1998,
Leitelonga vida. 233 ; ...3.296 3.613 5.980
8, 17 bilhões de litros desta bebida em
Leitereconstituído 1.930 1.935 1.929 2.137
55 fábricas existentes no país.
Achocolatadoem pó. 538 886 874 1.141
Entretanto, seu consumo per capita, de
Concentrado. 320 696 ] 42 1.055
cerca de 50 litros, é bastante baixo,

To1o1. 34.211 53.235 , ..55.253


quando comparado ao de outros países.
69.667

Fonle.
Dotomork
Na Europ;t Ocidental varia entre 70 e
p-previsão
80 litros e nos Estados Unidos é de
Reportagem

integral, desnatado e infantil soma o


t0(al de 268.276 tone~d~,
representando um aumento de 16%
em relação a 1994. Outras bebidas,
como os refrescos e chás, também
comercializados na forma em pó,
também são representativos em volume,
equivalendo aos totais de 63.460 e
7.758 toneladas, respectivamente,
com aumentos de 30% e 6% em
84 litros. Em relação aos refrigerantes, relação a 1994.
embora tenha sido verificado um O mercado de água mineral
crescimento de consumo expressivo engarrafada no Brasil, que tem 230
nos últimos anos (de cerca de 100% empresas atuantes, merece aqUI um
entre 1990 e 1999), com produção destaque já que demonstrou
em 1999 de 11,05 bilhões de litros, características bastante interessantes nos
seu consumo ainda é muito inferior ao últimos anos. O consumo de água
potencial, prevendo-se a continuidade mineral natural no Brasil dobrou em
do crescimento que é causada também 5 anos. De 1,552 bilhão de litros
pelo aumento do número de empresas registrados em 1995, o consumo passou
produtoras (atualmente, existem cerca a 3,005 bilhões de litros em 1999,
de 520 indústrias). Segundo o conforme balanço divulgado pelo
Datamark, o segmento de refrigerantes
no Brasil posiciona-se em terceiro
lugar no ranking mundial, atrás apenas
dos Estados Unidos, com 57,7 bilhões
de litros e México, com 13,3 bilhões
de litros. 79,6% da bebida é
comercializada em PET resultando
num aumento de 2% nas vendas de
PET em 1999.
Departamento Nacional de Produção
Como já foi citado acima, outras
Mineral (DNPM) e pela Associação
classesde bebidas que têm apresentado
Brasileira da Indústria de Aguas
crescimento destacado são a água, os
Minerais (Abinam). O índice de
sucos de frutas, chás e reidratantes,
crescimento em relação a 1998, que
além do leite comercializado na forma
registrou um volume de 2,497 bilhões
líquida. O leite em pó nas versões
de litros, foi de 20%, superior à
expectativa da própria Abinam, que
previa uma evolução de 12 a 15%.
Somente nos anos de 1997 a 1999 este
mercado cresceu 55,5%. O consumo
per capita dos brasileiros, que era de 9,8
litros/ ano em 1995, também continua
crescendo: passou de 15,13 litros/ ano
em 1998 para 17,67 litros/ ano em
1999. De acordo com a Abinam, os
garrafões de 20 litros, distribuídos em
empresas e residências, continuam
liderando o mercado, sendo

26. Embalagem & (ia. Outubro 2001


Reportagem

responsáveis por quase 60% do Brasil ainda continua


consumo nacional. Analisando o
, importando água
desempenho deste mercado mineral natural.
regionalmente, os grandes destaques Em 1999,
no ano de 1999 foram o Nordeste, foram quase
que ampliou sua produção em 42%, 1,4 milhão de litros,
chegando a 754 milhões de litros, e o correspondentesa
Sul, com aumento de 31 %, chegando US$ 472 mil.
a uma produção de 318 milhões de Mas estevolume
litr~s. A região Sudeste continua importado em 1999
sendo responsável por mais da metade corresponde a apenas
da produção nacional (53%), ficando 1/3 das importações de 1998, que predomina no mercado de
em segundo lugar a região Nordeste, somaram 4,16 milhões de litros. determinadbs tipos de bebidas.
com 25,1% (cresceu 3,9% em relação As exportaçõestambém caíram, Ou seja, enquanto as garrafas de vidro
a 1998). Em seguida vêm as regiões de 962 mil litros em 1998 para retornáveis predominam no mercado
Sul, com 10,6%, Centro-Oeste, 5,9%, 779 mil litros no ano passado,que de cerveja, ocorre o mesmo com as
e a Norte, com 5,2%. Os maiores renderam ao país US$ 150 mil. garrafas de PET no mercado de
produtores nacionais são os Estados de refrigerantes. O leite líquido, por sua
São Paulo (36,9% ou 1,1 bilhão de vez, é quase que dominado pelas
litros); Minas Gerais (8,5%); embalagens cartonadas.
Pernambuco (8,3%); Rio de Janeiro As embalagens metálicas são utilizadas
(5,9%); Paraná (5,3%) e Bahia para o acondicionamento de cervejas,
(4,1%). Porém, apesar do crescimento o segmento de bebidas é um dos refrigerantes, sucos de frutas prontos
contínuo da produção interna, o maiores consumidores de para beber e concentrados, chás, água e
embalagens, exercendo grande bebidas isotônicas e energéticas.
influência sobre a indústria. Em 1998, De acordo com dados do Datamark, as
o mercado brasileiro de embalagem foi latas de alumínio com capacidade de
estimado em US$ 12,5 bilhões (5,8 350 ml representaram, em 1997,
milhões de toneladas), embora, com a 19,1% do volume de cerveja e 7,2%
desvalorização do Real no início de do volume de refrigerantes
1999, estes números tenham sofrido acondicionados. Uma característica que
uma significativa redução. Destes, 34% tem sido muito observada nas
são destinados a bebidas. Muitas são as embalagens metálicas para bebidas é o
matérias-primas utilizadas pelo aumento da abertura das tampas, que
segmento -vidro, plásticos, metais, atualmente contam com opções de
cartonados -, sendo que cada uma
abertura maiores em cerca de 45%,
resultando em maior facilidade de
remoção do produto e conseqiiente
conforto para o consumidor. Esta
alternativa foi introduzida no mercado
mundial principalmente em latas para
cerveja a partir de 1998.
As embalagens plásticas apresentam
diversificada aplicação no segmento de
bebidas, sendo o principal material de
embalagem para o acondicionamento
em volumes não institucionais de
refrigerantes, água mineral, reidratantes
e chá pronto para beber. As principais

28. Embologem & Cio. Outubro 2001


Reportagem

embalagens plásticas utilizadas no utilizada para o acondicionamento de matérias-primas, algumas alterações


acondicionamento de bebidas são as bebidas e a que foi exclusiva para o têm sido feitas. Uma,delas é a redução
garrafas de PET, que se destacam no segmento por muitOS anos. O vidro é do peso das embalagens de vidro.. As
segmento de refrigerantes. Além destas, utilizado para cerveja, refrigerantes, garrafas long neck, por exemplo,
as garrafas de PEAD são utilizadas para água, bebidas alcoólicas, sucos e chás tinham 270 gramas em 1996 e hoje
leite pasteurizado e os copos de prontos para beber e reidratantes. No pesam apenas 225 gramas. A aplicação
polipropileno dividem o mercado de entanto, devido à concorrência que o de embalagens cartonadas no
água com as garrafas de PVC, PET e vidro vem enfrentando com outras acondicionamento de bebidas
embalagens do tipo institucional, concentra-se principalmente no
dominado pelo policarbonato e segmento de leite fluido, sucos de
que também tem sido foco de frutas e chás prontos para beber.
aplicação do PET, material que As principais evoluções verificadas
chegou ao Brasil em 1988 e neste {Jegmento são a introdução
começou a expressar-se fortemente de novos formatos e a
no mercado de embalagens, implementação de acessórios de
principalmente de refrigerantes, fácil abertura da embalagem e
em 1993 e continua exercendo refechamento.
grande influência sobre o O mercado de embalagens stand-
segmento de bebidas. A grande up pouches para bebidas é ainda
tendência é a sua utilização para a pequeno comparado ao de latas,
produção de embalagens para garrafas de vidro e de PET e
cerveja, devido aos seus exigentes l embalagens cartonadas, sendo
I utilizado principalmente no
requisitos de proteção.
O vidro é a matéria-prima mais acondicionamento de sucos .

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