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A SUPER-MÃE ATACA NOVAMENTE

Se você quiser saber o quanto Dona Julinha representou para


mim, é só dar uma espiadinha no artigo desta série, As Vozes de um
Amor Eterno. A minha aproximação com a TCI (leia o artigo desta série,
“O que é a Transcomunicação Instrumental”) nasceu da dor profunda
que a separação da minha querida mãe me causou. Esse sofrimento só
pode ser medido por quem passou por ele, acredite ou não na
sobrevivência da alma.

O seu rosto paciente fica ao lado do nosso amado Jesus, num


desenho inspirado do pintor Rembrandt, recebido por uma dedicada
senhora fluminense. Duas obras de arte, se você pode desculpar um
coração dolorido. Agora mesmo eu pausei o trabalho de digitar o artigo
para contempla-los um pouco e buscar inspiração. Mais acima, o
incansável relógio redondo marca 12 para as 11 da noite, depois de um
dia de intensas comunicações (16 ao todo), que finalizaram com a sua
doce voz, dizendo “Meu filho...”

Dona Julinha também não me esqueceu... Em várias ocasiões eu


me indaguei se tanto fervor poderia prejudicar o seu processo evolutivo,
como se eu fosse uma espécie de obsessor encarnado (não a cor).
Pedi mentalmente a ela que, se isto estivesse acontecendo, me fizesse
saber. Mas os seus contatos persistiram (como até hoje, dia
10/10/1997). Brava Dona Júlia, ziraldiana Super-Mãe incapaz de ver os
defeitos do seu filho, fonte eterna de amor e de perdão...

Só agora tenho a coragem de relatar um fato estranho que se


passou no dia seguinte ao seu passamento, na noite de 10 para 11 de
Maio de 1996. Esgotado com as providências do funeral, eu ainda
precisei tomar um comprimido de Somalium.

Ela me repreendia todos os dias por dormir sem camisa, e vinha


docemente cobrir-me para eu não adoecer. Isso me parecia piegas
demais da conta, mas... quanto eu daria para ter esse ritual de novo!
Pela primeira vez eu dormiria sem camisa sem a presença de minha
mãe... Pois eu acordei (não sei ainda como!) com o cobertor (que ficara
dobrado nos meus pés) até o pescoço, e deitado ao contrário, como
Julinha costumava dormir... Norman Bates strikes again, mr. Hitchcock.

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Nessa noite tão feliz, eu me dou o presente de dividir este “causo”


com você.

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