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Cada dia que passa está reservada uma surpresa, um conhecimento que mexe
profundamente com os dogmas que nos foram ensinados. A gente pensa que sabe
tudo, mas eis que chega a TCI e carrega a certeza pra lá. Roda mundo, roda gigante,
roda a cabeça pequenina mas pretensiosa do homem. O Além é assim-assado,
pronto. Está escrito por Deus e não há o que discutir... Ou: segundo o eminente
filósofo Encerrabodes de Oliveira, morreu, tá morto, baseado na Física Quântica, em
combinação com o sistema 4-2-4, variando para o 4-3-3 se o campo estiver pesado.
Toneladas de papel, mares de tinta, milhões de calos nas pontas dos dedos...
derrubados por uma simples captação, obtida na cozinha com o auxílio de cinco
radinhos de camelô, tão sofisticados quanto um Chivas paraguaio. Essa sessão
ocorreu no dia 15 de Outubro de 1997, e o Lázaro, ocupado com outros assuntos,
nem pode dar a atenção e fazer perguntas, como ele costuma fazer. Dois dias depois,
ainda boquiabertos com as vozes, nós nos reunimos para redigir este arquivo.
Depois, o enigmático QUASE PAROU, e uma voz fininha chamando pelo meu
nome STIL... STIL, OI!... AH! Na minha TCI matinal eu tinha dito para a entidade
Richard que, se o Lázaro me convidasse, nesta noite eu estaria presente em sua
sessão para contatá-lo. No entanto, a TELERJ providenciou que os nossos telefones
ficassem incompatíveis o dia todo, e eu só vim a saber do resultado das captações no
dia seguinte, o Lázaro abismado com esse maremoto de novidades. Estava provado
que o Richard sabendo das minhas intenções, me chamou pelo nome, ainda que o
Lázaro desconhecesse a minha combinação com ele. Voltemos ao parto.
Uma voz masculina diz: PAULA, ESTOU AQUI, FALA, FALA... PAULA, FALA,
FALA... PAULA! Duas hipóteses (se o bebê for a tal Paula, a “mamãe” que fez a
passagem na noite do dia 15): esse ansioso senhor estaria vivo e no terrível momento
da constatação da morte da Paula; ou ele já estaria do Outro Lado à espera dela, e
então outro fenômeno estaria ocorrendo, um adulto desejoso de falar com um recém-
nascido. Soa engraçado, não é? Nem tanto, caro leitor, nem tanto. Perceba que
estamos diante de um fato inédito, mesmo que tenha sido citado nos livros de TCI.
Como estranho foi o ruído que cobriu a voz que finalizou a sessão (vinte
minutos), tendo o Lázaro agradecido os contatos recebidos enquanto ele teria
devorado quatro sandubas de queijo: DE NADA... DE NADA... OK! O ruído de uma
baita trovoada! Trovoadas no Além. Só faltava mais essa figurinha premiada para a
nossa coleção. Há tempestades no Além, graças ao bom Deus. Nada como a
Natureza em fúria, as nuvens cruzando os céus, empurrando-se umas às outras sem
destino, o vento úmido balançando as árvores e correndo as aves para os seus
ninhos. Sempre achava que as descrições do Outro Mundo eram sem graça e
sugeriam uma monotonia ímpar. Até hoje, nenhuma transfoto (que eles me perdoem,
pelo amor de Deus!) me entusiasmou mais do que a visão diária do Rio de Janeiro.
Não, eu não sou bairrista. E além de tudo, eu sentiria uma nostalgia terrível da
Natureza da Terra, tal como ela é. Pois bem, há trovoadas no Além.
pesquisadores. No entanto, respeitamos o livre arbítrio de cada um, ainda que nos
pareça que Eles esperam de nós justamente o que fazemos: boca no trombone,
com toda a humildade, sem sonegações de qualquer espécie.