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UFSJ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA - DEPEL
COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA ELÉTRICA - COELE
Agradeço primeiramente a Deus por todas as oportunidades, à minha família e amigos pelo
apoio e incentivo nas horas mais difíceis. Gratulo ao meu amigo Gabriel Vieira Barbosa pela parceria
na criação do software abordado nesse trabalho, onde esteve presente e teve participação igualitária em
todos os processos da criação do mesmo. Agracio o professor Jorge Nei Brito pela disponibilização de
equipamentos presentes no Laboratório de Sistemas Dinâmicos e esclarecimentos mediante à área de
análise de vibrações. Obrigado ao professor Paulo César Monteiro Lamim Filho por sua orientação nesse
trabalho e disponibilidade nos momentos de necessidade.
RESUMO
A análise de vibração vem sendo uma importante ferramenta no que diz respeito a predição de
defeitos e falhas em máquinas rotativas. O presente trabalho relata a criação e desenvolvimento de um
software de análise de vibrações de máquinas rotativas, sendo mostrado as possibilidades do
desenvolvimento utilizando programação gráfica G na plataforma LabVIEW. Para verificar a
veracidade do processamento do software desenvolvido, foi realizado testes em uma bancada junto a
um software de análises de vibrações consolidado no mercado, o @ptitude Analyst.
Figura 1 – Relação do sinal no domínio do tempo e no domínio da frequência. Autor: NTiAudio (2020),
editada...................................................................................................................................11
Figura 2 – Procedimento para análise de envelope usando a ‘‘Transformação de Hilbert’’ Autor: Robert
B.Randall. ..............................................................................................................................12
Figura 3 – Função de Hann (esquerda), e sua resposta em frequência (à direita) Autor: Olli Niemitalo
.............................................................................................................................................13
Figura 4 – Exemplo de janelas de programação e interface do LabVIEW. ......................................14
Figura 5 – Bibliotecas de programação G do LabVIEW. ..............................................................14
Figura 6 – Acelerômetro Industrial SKF CMSS2200 com fixação magnética .................................15
Figura 7 – SKF IMx-S 16 ........................................................................................................16
Figura 8 – Ni usb 6259 ............................................................................................................16
Figura 9 – Condicionador para acelerômetros .............................................................................16
Figura 10 – Diagrama da relação entre os módulos do Software ...................................................17
Figura 11 – Menu Principal do Software de análise de vibrações ..................................................18
Figura 12 – Árvore de Máquinas ...............................................................................................18
Figura 13 – Interface de registro de motor elétrico ......................................................................19
Figura 14 – Interface de registro de mancal ................................................................................20
Figura 15 – Registro de novo mancal no banco de dados .............................................................20
Figura 16 – Informações de nova aquisição ................................................................................22
Figura 17 – Progresso de aquisições em andamento ....................................................................22
Figura 18 – Download e Upload de nuvem.................................................................................23
Figura 19 – Diagrama de processamento do sinal ........................................................................24
Figura 20 – Interface para análise de vibrações ...........................................................................24
Figura 21 – Interface de Configurações .....................................................................................25
Figura 22 – VI solicitando arquivo a ser importado .....................................................................25
Figura 23 – VI solicitando aquisições a serem convertidas ...........................................................26
Figura 24 – Bancada didática ...................................................................................................27
Figura 25 – Pontos de coleta ................................................................................................27
Figura 26 – Gráfico no tempo no Software @ptitude Analyst coletado pelo Multilog IMx-S. ...........28
Figura 27 – Gráfico do espectro da velocidade no Software @ptitude Analyst coletado pelo Multilog
IMx-S. ...................................................................................................................................28
Figura 28 – Gráfico do espectro do envelope no Software @ptitude Analyst coletado pelo Multilog IMx-
S. ..........................................................................................................................................28
Figura 29 – Gráfico do tempo no Software proposto por esse trabalho coletado pelo NI usb 6259. ....29
Figura 30 – Gráfico do espectro da velocidade no Software proposto por esse trabalho coletado pelo NI
usb 6259. ...............................................................................................................................29
Figura 31 – Gráfico do espectro do envelope no Software proposto por esse trabalho coletado pelo NI
usb 6259. ...............................................................................................................................29
Figura 32 – Gráfico do tempo no Software proposto por esse trabalho coletado pelo Multilog IMx-S.
.............................................................................................................................................30
Figura 33 – Gráfico do espectro da velocidade no Software proposto por esse trabalho coletado pelo
Multilog IMx-S. .....................................................................................................................30
Figura 34 – Curva de Distribuição Gaussiana das Amplitudes do espectro de velocidade .................31
Figura 35 – Curva de Distribuição Gaussiana das Frequências do espectro de velocidade ................31
Figura 36 – Gráfico do espectro do envelope no Software proposto por esse trabalho coletado pelo
Multilog IMx-S. .....................................................................................................................32
Figura 37 – Curva de Distribuição Gaussiana das Amplitudes do espectro de envelope ...................32
Figura 38 – Curva de Distribuição Gaussiana das Frequências do espectro de envelope ...................32
LISTA DE TABELAS
Segundo Singiresu Rao (2008), qualquer movimento que se repita após um intervalo de tempo
é denominado vibração ou oscilação. O balançar de um pêndulo e o movimento de uma corda dedilhada
são exemplos típicos de vibração. A teoria de vibração trata do estudo de movimentos oscilatórios de
corpos e as forças associadas a eles.
Em sistemas mecânicos como equipamentos industriais, a vibração mecânica pode elevar a
temperatura do equipamento, desgastar prematuramente os mancais, rolamentos e sistemas engrenados,
causar rupturas e empenamentos em eixos, falhar a vedação e selagem e gerar afrouxamentos ou quebras
de parafusos de fixação, além de ruídos.
Para que diversos setores industriais acompanhem de forma competitiva no cenário industrial,
o investimento em tecnologias que aumente a eficiência de processos se faz necessário a cada vez mais.
A manutenção é o setor que está presente em qualquer indústria, no qual é responsável por manter em
ótimas condições o funcionamento de todas as máquinas presentes. A manutenção preditiva consiste em
analisar e acompanhar a saúde de maquinas e equipamentos, assim podendo prever futuras falhas e
planejar o melhor momento de reparo.
Na manutenção preditiva, a análise de vibrações demonstrou ser de alta importância e eficiência
na detecção de falhas, a qual identifica defeitos de natureza mecânica e o nível de intensidade se
apresentam. Sendo executada enquanto a máquina está em funcionamento, a análise de vibrações não
necessita da interrupção do funcionamento de uma linha de produção, e sendo realizada periodicamente,
pode monitorar o desenvolvimento de defeitos indicando quando se apresentará uma falha. Sem um bom
sistema de análise de vibrações os equipamentos rotativos de uma planta industrial estão sujeitos a
avarias críticas e inesperadas, resultando na interrupção do funcionamento de equipamentos em horários
não planejados, provocando em casos mais graves, uma parada na linha de produção.
Para a realização da análise de vibrações, necessita-se de sensores capazes de transforma a
vibração mecânica em sinais elétricos, sensores esses chamados de acelerômetros. Existem
acelerômetros de vários tipos, entre eles, o acelerômetro piezoelétrico é amplamente utilizado em
indústrias e laboratórios de pesquisa, seu funcionamento é baseado a qualidade especial de alguns
cristais que quando comprimidos produzem uma diferença de potencial, assim pode ser usado para
traduzir ondas mecânicas em sinais elétricos. Após esses sinais serem produzidos pelo sensor, são
enviados a um sistema, o qual filtra o sinal analógico e o converte em um sinal digital, e finalmente ser
lido por um software que o processa.
Este trabalho é sobre o desenvolvimento de um software de análise de vibração em máquinas
rotativas, construído de maneira modular para facilitar a implementação de futuras melhorias. Seu
desenvolvimento é realizado pela plataforma de programação gráfica LabVIEW, a qual permite a
criação da interface paralelamente à programação gráfica G. Criado para o ambiente da engenharia, o
9
LabVIEW proporciona incontáveis possibilidades quanto a evolução do software e com a sua
programação em blocos, possui em sua biblioteca centenas de funções pertinentes à análise de vibrações.
10
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Na prática a FFT converte uma função que está no domínio do tempo para o domínio da
frequência, separando os harmônicos presentes no sinal, dessa forma é possível detectar as respectivas
frequências e amplitudes desses harmônicos bem como a frequência dominante, SPAMMER (2009).
A Transformada Rápida de Fourier (FFT) é um algoritmo utilizado para calcular a Transformada
Discreta de Fourier (DFT), a qual é a soma de amostras temporais ponderadas pelo operador unitário de
rotação angular (𝑒 −𝑗𝜔𝑇 ) da mesma ordem n da respectiva amostra. A FFT utiliza a periodicidade de
senos, possibilitando a redução significativa da quantidade dos cálculos necessários para realizar a DFT.
Seu funcionamento se dá por meio da divisão das informações da série a ser transformada em séries a
cada vez menores. A Equação (2.1) demonstra a FFT a partir da DFT, onde o número de cálculos é
reduzido de 2N² para N.
𝑁−1 𝑁−1
𝑖2𝜋𝑘𝑛
𝐹𝑛 = ∑ 𝑓𝑘 𝑒 − 𝑁 = ∑ 𝑓𝑘 𝑊 𝑘𝑛 , 𝑛 = 0, … , 𝑁 − 1 (2.1)
𝑘=0 𝑘=0
Neste trabalho a FFT será utilizada para a conversão do sinal de vibração que está no domínio
do tempo para o domínio da frequência, separando os diferentes harmônicos presentes no sinal,
possibilitando identificar as amplitudes de cada frequência. Esta conversão será de suma importância
para a análise de vibração em maquinas rotativas, onde irregularidades refletem em variações da
amplitude em determinadas frequências. A representação do mesmo sinal nos dois domínios pode ser
observada na Figura 1.
Figura 1 – Relação do sinal no domínio do tempo e no domínio da frequência. Autor: NTiAudio (2020), editada
Criada pelo matemático alemão David Hilbert, a Transformada de Hilbert é usada em diversas
aplicações, tanto em análises de vibrações em motores e rolamentos, quanto modulação e demodulação
de sinais em sistemas de comunicação, processamento e codificação de imagens, eletro medicina e
11
análise de sinais sismológicos. Essa transformada pode compreendida como a relação entre as partes
real e imaginaria de uma função de transferência, podendo ser utilizada para demodulação em amplitude
dentro da aplicação da técnica do envelope. Definida pela Equação (2.2).
+∞ 𝑥
1 (𝜏)
ℎ(𝑡) = 𝐻[𝑋(𝑡) ] = ∙∫ ∙ 𝑑𝜏 (2.2)
𝜋 −∞ 𝑡 − 𝜏
Para aplicações práticas em análise de vibrações, utiliza-se a Técnica de Envelope a qual
consiste em aplicar a FFT no sinal e identificar uma faixa para demodulação, após isso, posicionar essa
faixa para o ponto zero e dobrar o comprimento do vetor, depois aplicar a Transformada Inversa de
Fourier e por último retificar o sinal, no domínio do tempo, efetuando a raiz quadrada da multiplicação
do sinal pelo seu complexo conjugado, obtendo-se o módulo. Esso processo pode ser visualizado na
Figura 2.
Figura 2 – Procedimento para análise de envelope usando a ‘‘Transformação de Hilbert’’ Autor: Robert B.Randall.
Segundo Randall (1987), a função de Hanning é considerada como sendo formada pela
limitação do comprimento de um cosseno contínuo elevado pela multiplicação por uma janela retangular
de comprimento igual a um período. A convolução dos dois espectros resulta em três funções sen (x/x)
sobrepostas, onde a central tem o dobro da escala das outras duas. O deslocamento das duas funções
menores é tal que seus lóbulos laterais estão fora de fase com os lóbulos laterais da função principal e
quase os cancelam. A situação geral é que um lóbulo lateral de ordem "n" é neutralizado pela soma de
dois lóbulos laterais (um de ordem "n + 1", o outro de ordem "n-1") em meia escala. Será apreciado que
quanto maior a ordem "n", mais completo é o cancelamento e, portanto, mais rápida a taxa de queda dos
lóbulos laterais resultantes.
Utilizada em processamento de sinais digitais para selecionar um subconjunto de uma série de
amostras, a fim de realizar uma transformada de Fourier. Sua vantagem é o seu baixo aliasing, porém
12
perde ligeiramente a resolução. A Janela Hanning pode ser vista junto à sua resposta no domínio da
frequência na Figura 3.
Figura 3 – Função de Hann (esquerda), e sua resposta em frequência (à direita) Autor: Olli Niemitalo
Cada máquina composta por peças mecânicas emite sinais vibracionais gerados por cada
elemento. A junção dos sinais de cada elemento mecânico do sistema forma um complexo de frequências
que caracterizam o sistema. Máquinas rotativas, quando em condições normais, possuem vibrações
características, o que é chamado de assinatura vibracional. Durante a fabricação, transporte, instalação
e em pleno funcionamento, máquinas podem sofrer desgastes, folgas, trincas ou outros defeitos que
alteram seu funcionamento, os quais produzirão uma resposta em uma ou mais frequências especificas,
frequências essas que alcançarão uma amplitude que indicará a gravidade do defeito.
13
Figura 4 – Exemplo de janelas de programação e interface do LabVIEW.
3 METODOLOGIA
3.1 Hardware
14
mecânico em elétrico, o condicionador que processa o sinal analógico e o Sistema de Aquisição de
Dados (DAQ).
3.1.1 Sensor
O sensor de vibração utilizado em testes é o acelerômetro industrial CMSS2200 da SKF, ele
converge a aceleração gravitacional em tensão com uma sensibilidade de 100mV/g. Para a fixação do
sensor nos equipamentos, é utilizada uma base magnética, a qual promove uma medição com maior
mobilidade. Segue a imagem do sensor com a fixação magnética na Figura 6.
15
Figura 7 – SKF IMx-S 16
16
sinais serve para um computador sem acesso a uma placa de aquisição, isso evitaria a instalação de
drivers e arquivos, reduzindo significativamente o tamanho do Software e o processamento.
O software de análise de vibrações foi separado em nove VIs, sendo oito deles com IHM e um
para processamentos repetitivos, assim chamado SubVI. A disposição da interação entre cada modulo
perante a VI do Menu Principal, como também a integração das SubVIs e o fluxo da transferência dos
arquivos de dados, podem ser observados na Figura 10.
Como visto anteriormente na Figura 10, a disposição dos módulos e SubVIs são:
Módulos:
• Menu Principal
• Árvore de Máquina
• Aquisição
• Nuvem
• Análise Manual
• Configurações
• Importar
SubVIs:
• Processamento
17
Figura 11 – Menu Principal do Software de análise de vibrações
3.3.3 Máquina
Dependendo de qual máquina será analisada, a mesma será composta por diferentes elementos
mecânicos, sendo assim, alterando a análise de falha que deve ser realizada para aquela máquina. Na VI
de registro de máquina, o usuário poderá escolher entre mancais e três tipos de motores elétricos, sendo
eles indutivo, corrente continua e síncrono. Para cada tipo de máquina, a interface se apresenta de
maneira distinta, assim o usuário terá uma clara visão das informações necessárias para o registro na
nova máquina. Registro esses que serão armazenados em um arquivo de texto que acompanhará a pasta
que organizará as aquisições de cada máquina. Nas Tabelas 1 e 2 se encontram, respectivamente, a
organização dos dados de registro de novos mancais e novos motores elétricos (neste caso o motor
elétrico indutivo).
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Tabela 1 – Organização de registro de dados de novos mancais
Mancal
Linha\Coluna 0 1 2 3 4 5
Nome da Tipo de
0
máquina máquina
Rolamento
1
FTF BSF BPFO BPFI Marca Modelo
Velocidade
2
Nominal [RPM]
Para o registro de novas máquinas, a VI recebe de entrada do Menu Principal o local onde serão
salvos o registro e a nova pasta, e um comando indicando se a VI criará um novo registro ou editará um
registro já criado anteriormente. Nas Figuras 13 e 14 mostram, respectivamente, a interface da VI de
registro de mancais e motores elétricos.
19
Figura 14 – Interface de registro de mancal
Pôde-se identificar nas Figuras 13 e 14 que o software oferece ao usuário uma lista de
rolamentos de diferentes marcas e modelos, isso se deve ao fato de o software possuir um banco de
dados com as frequências características de falhas em rolamentos. Caso o usuário possua um rolamento
não constado na lista, o mesmo tem a opção de adicionar um novo no banco de dados inserindo as
informações de dimensionamento do mesmo. A função de adição de novos enrolamentos é mostrada na
Figura 15.
Nesta parte da VI, usuário insere as informações de construção do rolamento e o software calcula
as frequências características de falhas daquele rolamento, frequências essas expostas nas Equações
(3.1), (3.2), (3.3) e (3.4),onde d = diâmetro do elemento rolante (mm); D = diâmetro primitivo do
rolamento (mm); N = número de elementos rolantes; β = ângulo de contato do rolamento; 𝑓0 =
frequência de rotação do eixo (Hz):
20
Frequência do elemento rolante (BSF):
𝑑 𝑑 2
𝑓𝑏𝑎𝑙𝑙 = 𝑓 (1 − ( ) cos 2 𝛽) (3.1)
2𝐷 0 𝐷
3.3.4 Aquisição
A aquisição de dados desenvolvida nesse software utiliza a função NI DAQmx presente na
biblioteca de funções do LabVIEW, ela permite a comunicação do software com placas de aquisições
da NATIONAL INSTRUMENTS por intermédio da porta USB do computador. A VI de aquisição tem
por função coletar, realizar um pré-processamento e armazenar os dados obtidos pela placa de aquisição.
No domínio do tempo, o a placa de aquisição coleta o sinal de tensão [V], o qual é convertido para g
(aceleração gravitacional) e salvo junto às informações da respectiva coleta, isso em um arquivo de texto
com o seu formato descrito pela Tabela 3.
Aquisição
Linha\Coluna 0 1 2 ... 2(n-1)+1 2(n-1)+2
Tempo de
0
coleta [s]
Posição do
1
sensor
Sentido do
2 Vetor de Vetor de
sensor Vetor de Vetor de
dados de dados de
3 Data/Hora tempo [s] ... tempo [s]
vibração [g] vibração [g]
Número de (Média 1) (Média n)
4 (Média 1) (Média n)
médias (n)
...
Número de
pontos de
coleta
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confere com a imagem indicada pelo software, além disso, a VI oferece a possibilidade de programar
mais de uma coleta e o intervalo de tempo entre cada. A interface inicial da VI de aquisição, onde é
inserido as informações da aquisição, pode ser visualizado na Figura 16.
3.3.5 Nuvem
A comunicação entre computadores dentro de um complexo industrial é de suma importância,
por esse motivo a VI Nuvem foi implementada. Nesta VI tem dois modos, o de Download de um drive
e o de Upload no mesmo drive, sendo assim, o usuário poderá realizar Backups na nuvem de sua
preferência. Para o funcionamento desta função, o computador local deverá conter a instalação de uma
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pasta de arquivos compartilhada com um drive, assim o software comunicará diretamente com a mesma
podendo realizar transferências de bancos de dados entre computadores logados na mesma conta do
drive. Na Figura 18 podem ser vistas as opções de Download e Upload de uma nuvem.
Após o sinal ser convertido para aceleração(a), ele é integrado para obter a velocidade(v), visto
em (3.2).
𝑣 = ∫ 𝑎 ∗ 𝑑𝑡 (3.6)
Por sua vez, a velocidade(v) é integrada para obter o deslocamento(d), conforme (3.3).
𝑑 = ∫ 𝑣 ∗ 𝑑𝑡 (3.7)
Para certas análises, tais como em rolamentos, é necessário se obter o Envelope (GE), para isso,
a aceleração gravitacional(g) é passada pela Transformada Rápida de Hilbert, o qual demodulariza o
sinal. Após todos os cálculos, a aceleração, velocidade, deslocamento e o envelope passam por um filtro
passa-faixa, de 5 a 1000 Hz no envelope e 5 a 2000 Hz nos demais. Após isso, os sinais passam pela
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Transformada Rápida de Fourier e Janela Hanning. A SubVI de Processamento pode ser demonstrada
pelo diagrama de blocos visualizado na Figura 19.
3.3.8 Configurações
A VI de Configurações foi desenvolvida para reunir todas as preferências do usuário em outras
VIs, é nela que o usuário configura as opções da aquisição, informações do sensor acelerômetro
utilizado, a localização da pasta compartilhada do drive, o local em que deseja salvar os relatórios e o
acesso a VI de importação de dados do @ptitude, vista no subitem 3.2.11. Sempre que iniciado, a VI lê
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as configurações salvas anteriormente, isso porque cada modificação é atualizada e salva imediatamente
e um arquivo presente no diretório do Software. A seguir, na Figura 21, a interface das VI de
Configurações.
25
Figura 23 – VI solicitando aquisições a serem convertidas
3.4.1 Bancada
A bancada utilizada nos testes é composta por um motor de indução trifásico de 1/8CV,
alimentado por um inversor de frequência, este motor é acoplado a uma polia, o qual um rotaciona um
segundo eixo por meio de uma correia, fixado por dois mancais. No outro lado deste segundo eixo é
acoplado um disco de balanceamento. Bancadas assim, são necessárias para a realização de estudos
práticos de análises de vibração, pois possuem em seu sistema diversos elementos mecânicos girantes
que geram excitações em inúmeras frequências. A foto da bancada didática pode ser visualizada na
Figura 24.
26
Figura 24 – Bancada didática
Na execução dos testes, foram realizadas coletas nos três pontos de coletas, nos sentidos
horizontal, vertical e axial. Por motivos de representatividade, foi selecionado o ponto de coleta 2,
mancal ao lado da polia, posicionado no sentido vertical para a realização das comparações presentes
no capítulo 4 deste trabalho.
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4 RESULTADOS
Figura 26 – Gráfico no tempo no Software @ptitude Analyst coletado pelo Multilog IMx-S.
Figura 27 – Gráfico do espectro da velocidade no Software @ptitude Analyst coletado pelo Multilog IMx-S.
Figura 28 – Gráfico do espectro do envelope no Software @ptitude Analyst coletado pelo Multilog IMx-S.
28
4.1.2 NI usb 6259 | Software proposto por esse trabalho
Neste subitem está presente coletas realizadas pelo sistema DAQ NI usb 6259 junto ao
condicionados de sinais para acelerômetros, e seu processamento foi realizado pelo software proposto
nesse trabalho, nas Figuras 29, 30 e 31 expõem, respetivamente, os gráficos do tempo e espectros da
velocidade e envelope gerados pelo Software de análise de vibrações em máquinas rotativas.
Figura 29 – Gráfico do tempo no Software proposto por esse trabalho coletado pelo NI usb 6259.
Figura 30 – Gráfico do espectro da velocidade no Software proposto por esse trabalho coletado pelo NI usb 6259.
Figura 31 – Gráfico do espectro do envelope no Software proposto por esse trabalho coletado pelo NI usb 6259.
Ao analisar visualmente os gráficos acima e compara-los aos gerados pelo Software @ptitude
Analyst, pode-se perceber a disparidade nítida entre os resultados. Normalmente, esperasse um grau de
variação entre as aquisições por serem realizadas em diferentes horários, pois sinais de vibração variam
constantemente, porém, além do gráfico do tempo, Figura 29, estar nitidamente diferente do da Figura
26, percebesse que o sinal do espectro da velocidade, mostrado na Figura 30, apresenta excesso de ruídos
em frequências abaixo de 100Hz, o que inviabiliza a execução de uma análise de vibração. Esses tipos
29
de ruídos podem ser gerados por más condições dos cabos entre o sensor e o condicionador para
acelerômetros, ou até mesmo pelo próprio condicionador apresentar defeitos.
Figura 32 – Gráfico do tempo no Software proposto por esse trabalho coletado pelo Multilog IMx-S.
Como o sinal do tempo é somente transferido, não sendo submetido a qualquer tipo de
processamento, é claramente idêntico ao gráfico do tempo mostrado no Software @ptitude Analyst,
mostrado na Figura 26. Assim, não necessitando de qualquer análise estatística para se comparar os
sinais.
Figura 33 – Gráfico do espectro da velocidade no Software proposto por esse trabalho coletado pelo Multilog IMx-S.
Para comparação do processamento do sinal realizado pelo Software deste trabalho, foi
construída as curvas de distribuição Gaussiana das amplitudes e frequências dos espectros de velocidade
gerados pelos Softwares @ptitude Analyst e o deste trabalho. Para a realização desta comparação, foram
utilizados 1503 pontos na construção das curvas. Curvas essas, expostas nas Figuras 34 e 35.
30
Curva de Distribuição Gaussiana da Amplitude
2,5
2
1,5
1
0,5
0
-0,56853 -0,36853 -0,16853 0,03147 0,23147 0,43147 0,63147 0,83147
Aptitude Analyst Software TCC
0,001
0,0005
0
-786,735 -286,735 213,265 713,265 1213,265 1713,265
Aptitude Analyst Software TCC
Amplitude Frequência
Software @ptitude Software Software @ptitude Software
Variação (%) Variação (%)
Analyst TCC Analyst TCC
Média 0,1577 0,1530 3,00% 701,6928 677,0042 3,518%
Desvio
0,1816 0,1705 6,09% 344,4923 365,9349 6,224%
Padrão
31
Figura 36 – Gráfico do espectro do envelope no Software proposto por esse trabalho coletado pelo Multilog IMx-S.
0,5
0
-1,08868 -0,58868 -0,08868 0,41132 0,91132 1,41132
Aptitude Analyst Software TCC
0,001
0,0005
0
-734,768 -234,768 265,232 765,232 1265,232 1765,232
Aptitude Analyst Software TCC
32
Tabela 5 – Estatísticas do espectro de envelope
Amplitude Frequência
Software Software Variação Software Software
Variação (%)
@ptitude Analyst TCC (%) @ptitude Analyst TCC
Média 0,1858 0,1783 4,02% 524,0448 496,5829 5,240%
Desvio
0,3186 0,2878 9,67% 314,7032 291,2099 7,465%
Padrão
33
5 CONCLUSÕES
34
7 REFERÊNCIAS
[3] NTi Audio, “Transformação rápida de Fourier FFT - Noções básicas,” 17 fevereiro 2017.
[Online]. Available: https://www.nti-audio.com/pt/suporte/saber-como/transformacao-
rapida-de-fourier-fft. [Acesso em 02 Novembro 2020].
[4] F. J. Harris, “On the use of windows for harmonic analysis with the discrete Fourier
transform,” Proceedings of the IEEE, vol. 66, nº 1, pp. 51-83, 1978.
[5] “Manual - SKF Multilog On-Line System IMx-S,” Abril 2018. [Online]. Available:
https://www.skf.com/binaries/pub12/Images/0901d196805b1699-IMx-S-User-
Manual_320877s0_UM-EN_tcm_12-285057.pdf. [Acesso em Outubro 2020].
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