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Mergulho recreativo

O mergulho amador com garrafa consiste numa atividade recreativa e desportiva realizada em
meio aquático em que os mergulhadores progridem em profundidade recorrendo à utilização
de equipamento específico entre os quais garrafas com ar ou misturas respiratórias. O DL n.º
16/2007 veio regulamentar esta atividade, abrangendo igualmente o mergulho com fins
científicos e culturais.

De acordo com este Decreto-Lei consideram-se “prestadores de serviços de mergulho


quaisquer entidades, públicas ou privadas, colectivas ou singulares, com ou sem fins lucrativos,
que, por meio dos recursos humanos, materiais e outros ao seu dispor, ofereçam os seguintes
serviços na área do mergulho, para os quais tenham sido

devidamente licenciadas:

Escolas de mergulho: Formação e treino de mergulhadores e instrutores de mergulho, aluguer


de equipamento de mergulho; Centros de mergulho: Disponibilização de mergulhos
organizados ou guiados a mergulhadores qualificados, aluguer de equipamento de mergulho;
Estações de enchimento e fornecimento de misturas respiratórias: Enchimento e fornecimento
de misturas respiratórias. As entidades prestadoras de serviços de mergulho devem nomear
um diretor técnico (DT), cujas funções passam pelo planeamento, programação, gestão e
implementação das atividades, bem como pela garantia do cumprimento da legislação. O nível
de formação exigida aos diretores técnicos depende da tipologia de atividade exercida (Quadro
2).

SERVIÇO DE MERGULHO AMADOR FORMAÇÃO MÍNIMA DO DT

Centro de mergulho Mergulhador nível 3

Escola de mergulho Instrutor de mergulho nível 2

Aluguer de equipamento Mergulhador nível 3

Estação de enchimento e fornecimento de

misturas respiratórias

Formação específica para a atividade que se pretende desenvolver

QUALIFICAÇÃO COMPETÊNCIA

Mergulhador nível 1 Mergulhador supervisionado

Mergulhador nível 2 Mergulhador autónomo

Mergulhador nível 3

Instrutor de mergulho nível 1

Instrutor de mergulho nível 2

Líder de mergulho

Quadro 2 | Formação mínima do DT para cada tipologia de serviço de mergulho

Quadro 3 | Níveis de formação do mergulhador


Aos praticantes de mergulho é exigida uma certificação válida, excepto para realizar a formação
inicial e experiências de mergulho quando enquadradas. O praticante deve

condicionar a sua prática de forma a respeitar os limites do seu nível de certificação

e conhecimentos técnico. Os turistas estrangeiros podem apresentar qualquer

título internacional devidamente reconhecido, sendo exigido ao nacionais a apresentação

do Título Nacional de Mergulho (TNM), requerido através dos serviços disponibilizados

pelo Instituto do Desporto de Portugal (IDP) na sua página de Internet em

http://www.idesporto.pt/conteudo.aspx?id=73&id

Menu=9. Este documento contém o nível de certificação do seu titular e as actividades

autorizadas (Quadro 3) e deve ser apresentado

ao prestador do serviço, acompanhando o praticante até ao local onde o mesmo se equipa.

Formador

Formador

Nível de formação

Requisitos para acesso à actividade por parte das empresas

Os agentes que pretendam constituir-se como escolas ou centros de mergulho

necessitam de obter uma licença, válida por dois anos, junto do Instituto do Desporto de

Portugal (IDP), assim como requerer o seu licenciamento junto da Direcção Regional

dos Transportes Aéreos e Marítimos”. Tratando-se de uma empresa de animação

turística ou marítimo-turística, a licença é substituída por uma autorização, emitida

pelo IDP, sem prejuízo de serem observadas as demais disposições regulamentares.

As entidades interessadas em licenciar-se ou renovar a licença de prestação de serviços de

mergulho (a renovação bienal das licenças é realizada repetindo-se o processo inicial de

licenciamento) deverão endereçar um pedido formal ao IDP, a que anexam:

O formulário existente para o efeito devidamente preenchido, disponível em

http://www.idesporto.pt/conteudo.aspx?

id=73&idMenu=9;

Personalidade jurídica da entidade prestadora de serviços;

Contrato de seguro de acidentes pessoais em conformidade com o definido na regulamentação


em vigor;
Formação específica do diretor técnico na área do manuseamento de gases, quando aplicável.
O licenciamento das entidades é efetuado com base na avaliação do nível de formação do
director técnico, garantia do cumprimento das normas europeias e nacionais em vigor e
condições logísticas mínimas para o funcionamento da entidade.

Seguros

Todos os agentes que prestem serviços de mergulho amador são obrigados a celebrar e manter
válido um seguro de acidentes pessoais que cubra a atividade de mergulho.

Como as empresas de animação turística já são obrigadas a ter um seguro de acidentes


pessoais, as que prestarem serviços de mergulho só têm de acautelar que esse seguro seja
extensível às atividades de mergulho e cubra os capitais mínimos exigidos para essa atividade,
que são superiores aos exigidos à animação turística.

Caso o agente esteja registado como operador marítimo-turístico, dado que nos

Açores de momento não é exigida a celebração de um seguro de acidentes pessoais para as


actividades marítimo-turísticas (ao contrário do que se passa no Continente), estes terão de
celebrar um seguro de acidentes pessoais próprio para o mergulho amador. A Portaria n.º
1340/2007, de 11 de Outubro, estabelece os capitais mínimos exigidos para esse seguro, sendo
os capitais indexados à Retribuição Mínima Mensal

Garantida (RMMG), que era de 485€ no

início de 2011:

Morte: 60 vezes a RMMG;

Invalidez permanente:

- Invalidez permanente absoluta - 60

vezes a RMMG;

- Invalidez permanente parcial - 60 vezes

a RMMG, ponderada pelo grau de

incapacidade parcial fixado;

Despesas de tratamento: 10 vezes a

RMMG;

Despesas com substituição e reparação

de próteses e ortóteses existentes:

máximo de 10 % do valor das despesas

de tratamento referidas na alínea

anterior;

Despesas de funeral: 5 vezes a RMMG.


Deverá ser enviada anualmente para o IDP a confirmação da renovação do seguro, de forma a
assegurar a validade da licença.

Regulamentação e normas específicas

Decreto-Lei n.º 16/2007, de 22 de

Janeiro – Regime jurídico do mergulho amador e serviços recreativos de mergulho;

Portaria n.º 12/2009, de 12 de Janeiro

– Características do título nacional de mergulho e regras para a sua emissão, substituição e


actualização;

Despacho n.º 17793/2009, de 20 de Julho – Sistemas de formação de mergulhadores e


instrutores de mergulho e respectivos quadros de equivalência –

FPAS, CMAS, PADI, SSI, SDI;

Portaria n.º 1340/2007, de 11 de

Outubro – Regulamentação do seguro obrigatório de acidentes pessoais dos mergulhadores;

Despacho n.º 11814/2010, de 22 de Julho de 2010 – Reconhecimento de curso da Professional


Association of Diving Instructors (PADI) - Junior Open Water; Decreto-Lei n.º 371/2007, de 6 de

Novembro – Obrigatoriedade de disponibilização de livro de reclamações.

Existem normas aplicáveis aos níveis de formação de mergulho, desde os requisitos mínimos de
segurança na formação de mergulhadores recreativos até aos de instrutores de mergulho: NP
EN 14153-1,

NP EN 14153-2, NP EN 14153-3, NP EN

14413-1, NP EN 14413-2.

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