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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

Davi Antunes
Bruna Marianne
Joyce Caroline
Sheila Rodrigues
Vanessa Silva Dantas

VISTORIA DE EXECUÇÃO DE UMA OBRA - ESTUDO DE CASO: OBRA


RESIDENCIAL LOCALIZADA NA ORLA DE PETROLINA-PERNAMBUCO

Juazeiro – BA
2017
Davi Antunes
Bruna Marianne
Joyce Caroline
Sheila Rodrigues
Vanessa Silva Dantas

VISTORIA DE EXECUÇÃO DE UMA OBRA - ESTUDO DE CASO: OBRA


RESIDENCIAL LOCALIZADA NA ORLA DE PETROLINA-PERNAMBUCO

Estudo de Caso apresentado à


Universidade Federal do Vale do São
Francisco - UNIVASF, Campus Juazeiro,
como requisito de avaliação da
disciplina Tecnologia das Construções,
solicitado pelo professor Wagner
Santiago.

Juazeiro – BA
2017

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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Localização da Edificação.............................................................................5
Figura 2 - Ilustração da fachada....................................................................................6
Figura 3 - Ilustração do pavimento................................................................................6
Figura 4 - Fachada da Edificação.................................................................................8
Figura 5 - Local de Acesso à Obra................................................................................9
Figura 6 - Escorregados Para Entulhos - Antes............................................................9
Figura 7 - Escorregador Para Entulhos - Depois.........................................................10
Figura 8 - Escada de Acesso à Pavimentos - Antes...................................................11
Figura 9 - Escada de Acesso à Pavimentos - Depois..................................................11
Figura 10 - Central de Armações................................................................................12
Figura 11 - Central de Carpintaria...............................................................................13
Figura 12 - Central de Argamassa..............................................................................13
Figura 13 - Armazenamento de Cimento....................................................................16
Figura 14 - Armazenamento de Agregados - Antes....................................................17
Figura 15 - Armazenamento de Agregados - Depois..................................................18
Figura 16 - Armazenamento de Água - Antes.............................................................18
Figura 17 - Armazenamento de Água - Depois...........................................................19
Figura 18 - Armazenamento de Aço............................................................................20
Figura 19 - Armazenamento de Tubos de PVC...........................................................20
Figura 20 - Armazenamento de Eletrodos...................................................................21
Figura 21 - Armazenamento de Blocos Cerâmicos.....................................................22
Figura 22 - Local para Confecção das Fôrmas...........................................................24
Figura 23 - Fôrmas de Madeira para Laje e Vigas......................................................24
Figura 24 - Gastalho de pilar.......................................................................................25
Figura 25 - Problema Decorrente da Desforma...........................................................25
Figura 26 - Área para Montagem de Armação............................................................26
Figura 27 - Armazenamento das Armaduras...............................................................26
Figura 28 - Blocos Cerâmicos.....................................................................................28
Figura 29 - Alvenaria Externa......................................................................................29
Figura 30 - Alvenaria Interna.......................................................................................29
Figura 31 - Fiada de respaldo à ser preenchida..........................................................30
Figura 32 - Reforço com Verga...................................................................................31
Figura 33 - Reforço Somente com Verga....................................................................31
Figura 34 - Aberturas: Instalações Elétricas................................................................32
Figura 35 - Mangueiras Corrugadas............................................................................33

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...............................................................................................5
2. CANTEIRO DE OBRAS................................................................................7
2.1. Organização do Canteiro......................................................................7
2.2. Principais Elementos..........................................................................12
2.2.1. Áreas Operacionais.........................................................................................12
2.2.2. Áreas de Apoio à Produção............................................................................14
2.2.3. Áreas de Apoio Técnico e Administrativo.....................................................14
2.2.4. Área de Vivência..............................................................................................14
3. ARMAZENAMENTO DE MATERIAS.........................................................15
3.1. Armazenamento de Cimento..............................................................16
3.2. Armazenamento de Agregados.........................................................17
3.3. Armazenamento de Água...................................................................18
3.4. Armazenamento de Aço para Armaduras........................................19
3.5. Armazenamento de Tubulação..........................................................20
3.6. Armazenamento de Eletrodos...........................................................21
3.7. Armazenamento de Tijolo Cerâmico.................................................21
4. CONCRETO...................................................................................................22
4.1. Fôrma e Cimbramento...........................................................................23
4.2. Armação..................................................................................................25
4.3. Execução.................................................................................................27
5. VEDAÇÃO......................................................................................................27
5.1. Aplicação na Obra..................................................................................28
5.1.1. Materiais................................................................................................................28
5.1.2. Quanto à Posição no Edifício – Alvenaria Externa..........................................29
5.1.3. Quanto à Posição no Edifício – Alvenaria Interna............................................29
5.1.4. Respaldo................................................................................................................30
5.1.5. Detalhe Construtivo – Abertura..........................................................................31
5.1.6. Compatibilização Alvenaria x Instalações.........................................................32
6. CONCLUSÃO.................................................................................................34
REFERÊNCIAS..................................................................................................35

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1. INTRODUÇÃO

A edificação escolhida para a visita, objeto desse trabalho, localiza-se no


centro da cidade de Petrolina nas proximidades da orla, na rua Araripina, numa
área residencial cujo metro quadrado é um dos mais caros do município. A
figura 1 traz a imagem de satélite da localização do edifício:

Figura 1 - Localização da Edificação

Fonte: googlemaps

O terreno tem uma área de projeção horizontal de 550m² onde estão sendo
erguidos 12 pavimentos, sendo 1 de cobertura com dois apartamentos com
área de 215,32 m² cada um, 8 pavimentos tipo com quatro apartamentos cada,
1 pavimento para área de lazer com uma área de 300 m², 1 pavimento para
garagem com uma área de 432,97 m² e 1 pavimento semienterrado com área
equivalente à 520,49 m².

A área dos apartamentos varia entre 62 a 70m². Sendo a empresa responsável


pela construção a Barros Construtora e Incorporadora, com vários
empreendimentos entregues nas cidades de Petrolina e Juazeiro.

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A seguir seguem imagens ilustrativas retiradas do site da empresa do
empreendimento batizado como Mirante do vale.

Figura 2 - Ilustração da fachada

Fonte:

Figura 3 - Ilustração do pavimento

Fonte: http://grupoferraco.com.br/lancamentos.php#prettyPhoto

6
A obra teve início em meados de 2015 e já está com cerca de 80% da sua
construção concluída. Dos 34 apartamentos 29 já foram vendidos, com o preço
a partir de R$ 280 mil. A obra não possui cronograma, mas a previsão é que no
final do ano esteja 100% pronta.

2. CANTEIRO DE OBRAS

Segundo a NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da


Construção, canteiro de obras é definido como “área de trabalho fixa e
temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma
obra.” Ou pode ser descrita, também, como “conjunto de áreas destinadas à
execução e apoio dos trabalhos da indústria de construção, dividindo-se em
áreas operacionais e áreas de vivência”, segundo a NB 1367 – Áreas de
Vivência em Canteiros de Obra.

Assim, um canteiro deve seguir alguns requisitos iniciais como atender as


exigências legais, visar a segurança dos trabalhadores na obra e ser flexível
com vista a permitir mudanças e adaptações.

Para a sua implantação, deve-se, primeiramente saber de algumas


informações básicas, como o número de funcionários que irão circular na obra,
qual a área da obra e quanto dessa área será destinada ao canteiro de obras,
para depois fazer-se a subdivisão das áreas menores, como escritórios,
vestiários, sanitários, estacionamentos, estocagem de materiais, entre outros.

Estando em uma fase intermediária, de estrutura, alvenaria e instalações, em


tal obra de edificação, foi informado um número de 17 colaboradores totais,
com uma área total a ser construída de 3783,05 m², dividida em 12 pavimentos.

2.1. Organização do Canteiro

Inicialmente, levantou-se informações sobre as instalações no início de


posicionamento do canteiro, as quais são:

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 Instalação elétrica: existe uma rede trifásica, ligada a rede de
distribuição da concessionária CELPE.
 Água fria: é fornecida pela concessionária COMPESA.
 Rede de esgoto: já existia desde o início do planejamento da obra em
questão.

Sobre a sua organização, observou-se que não há um Stand de Vendas no


local e que seu local de acesso possui uma limitação, pois trata-se de um
bairro residencial, com ruas estreitas para circulação de transportes e pessoas
da obra, como mostra figura 4.

Figura 4 - Fachada da Edificação

Fonte: Autores

Os tapumes tem uma altura na ordem de 2,5m e possui materiais íntegros e de


boa aparência. Porém seu portão possui uma largura menor do que a
recomendada pela norma NR-18 de 4,4 metros, como mostra a figura 5.

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Figura 5 - Local de Acesso à Obra

Fonte: Autores

No local de acesso à obra, existe um escorregador para o descarte de


materiais que não há mais utilização para a construção. Na época da visita, tal
objeto estava com um erro que ao se descartar um material, o mesmo ia direto
para o chão e não para a caçamba posta em frente à obra. Porém, após a
visita, a construtora fez melhorias e uma delas foi esse escorregador,
concertando seu erro, como mostram as figuras 6 e 7.

Figura 6 - Escorregados Para Entulhos - Antes

Fonte: Autores

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Figura 7 - Escorregador Para Entulhos - Depois

Fonte: Autores

Segundo a NR-18, a madeira a ser usada para construção de escadas, para


circulação de pessoas e materiais, deve ser de boa qualidade, sem apresentar
nós e rachaduras que comprometam sua resistência, estar seca, sendo
proibido o uso de pintura que encubra as imperfeições. Além de que “as
escadas de uso coletivo para circulação de pessoas e materiais devem ser de
construção sólida e dotadas de corrimão e rodapé”. Logo, ao princípio, as
escadas não condiziam com as recomendações da norma, porém após a visita
técnica também houveram melhorias nas escadas para acessos à pavimentos
que estão em fase de concretagem.

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Figura 8 - Escada de Acesso à Pavimentos - Antes

Fonte: Autores

Figura 9 - Escada de Acesso à Pavimentos - Depois

Fonte: Autores

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2.2. Principais Elementos

2.2.1. Áreas Operacionais

São aquelas em que se desenvolvem as atividades de trabalho ligadas


diretamente à produção.

Em um canteiro de obras, recomenda-se que as áreas operacionais sejam


divididas em:

 Central de Concreto;
 Central de Argamassa;
 Central de Armação;
 Central de Carpintaria;
 Oficina de pré-montagem de instalações;
 Oficina de pré-montagem de esquadrias;
 Central de pré-moldados.

Porém, na obra, constatou-se apenas as áreas de:

 Central de Argamassa;
 Central de Armação;
 Central de Carpintaria.

Figura 10 - Central de Armações

12
Fonte: Autores

Figura 11 - Central de Carpintaria

Fonte: Autores

Figura 12 - Central de Argamassa

Fonte: Autores

Nota-se que na obra foram utilizadas os pavimentos já terminados para a


implantação dessas áreas operacionais.

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2.2.2. Áreas de Apoio à Produção

Duas são as áreas recomendadas pela norma:

 Almoxarifado;
 Depósitos.

Na obra, constatou-se apenas a existência de depósitos que são os locais


destinados a estocagem de materiais que apresentam grande volume e/ou
peso como areias, britas, armações, tubulações, cimentos, tijolos cerâmicos,
entre outros.

2.2.3. Áreas de Apoio Técnico e Administrativo

Segundo a NR-18, serão áreas de apoio técnico e administrativo:

 Portaria;
 Apontadoria;
 Escritório/Administração.

Porém, na obra observou-se apenas a área da portaria, mas sem estoques de


EPIS para fornecer aos visitantes.

Já os escritórios com salas para equipe técnica, recursos humanos e salas


para reuniões ficam em outra localidade, porém próximo à obra.

2.2.4. Área de Vivência

São aquelas destinadas a suprir as necessidades básicas humanas de


alimentação, higiene pessoal, descanso, lazer, convivência e ambulatoriais,
devendo ficar fisicamente separadas das áreas operacionais.

Segundo a NR-18, serão áreas de vivências:

 Vestiários;

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 Alojamento (para funcionários que pernoitam);
 Refeitório;
 Cozinha;
 Lavanderia;
 Ambulatório (para obras com 50 ou mais funcionários).

A obra em questão, apresenta um vestiário e um refeitório com a


responsabilidade da distribuição da alimentação por parte de uma empresa
terceirizada.

3. ARMAZENAMENTO DE MATERIAS

De acordo com o planejamento da obra, os materiais adquiridos com


antecedência devem ser estocados, mas certos tipos de materiais merecem
cuidados especiais.

Dentre as principais recomendações para estocar materiais e insumos em um


canteiro de obra estão: respeitar a altura máxima das pilhas, evitar contato com
umidade ou misturar materiais. Além disso, princípios gerais de logística devem
ser considerados, como reduzir o transporte, planejar locais de estocagem e
vias de acesso, e aplicar critérios de utilização - o primeiro que entra é o
primeiro que sai.

Ainda, segundo a NBR 12655 – Concreto de Cimento Portland – Preparo,


controle e recebimento, os materiais componentes do concreto, devem estar
completamente identificados durantes o armazenamento, no que diz respeito à
classe ou à graduação de cada procedência. Os documentos que comprovam
a origem e as características dos materiais devem permanecer arquivados,
conforme legislação vigente. A seguir será relatado como se encontrava a
estocagem dos materiais da obra estudada, bem como suas melhorias
posteriores.

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3.1. Armazenamento de Cimento

Segundo a NBR 12655, cada saco de cimento deve ser armazenado


separadamente, de acordo com a marca, tipo e classe. O cimento fornecido em
sacos, deve ser guardados em pilhas, em local fechado, protegido da ação da
chuva, névoas e condensação.

Cada lote recebido numa mesma data deve ser armazenado em pilhas
separadas ou individualizadas. As pilhas devem estar separadas por
corredores que permitam o acesso e os sacos devem ficar apoiados sobre
estrados de madeira, evitando contato com o piso. Os sacos empilhados
devem ter altura de no máximo de 10 unidades, quando permanecerem por
período mais longo.

Na obra observou-se que o armazenamento dos sacos de cimento seguiam


praticamente todos os critérios designados pela norma, exceto pelo fato de não
estarem estocados em um local totalmente fechado, pois existiam aberturas
laterais onde os mesmos se encontravam.

Figura 13 - Armazenamento de Cimento

Fonte: Autores

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3.2. Armazenamento de Agregados

De acordo com a NBR 12655, os agregados devem ser armazenados


separadamente em função da sua graduação granulométrica. Não devendo
haver contato físico direto entre as diferentes graduações.

Cada fração granulométrica deve ficar sobre uma base, a qual deve permitir
que a água livre escoe, assim eliminando-a. Estes materiais não podem estar
em contato com o solo, pois pode ocorrer contaminação com outros sólidos ou
líquidos prejudiciais ao concreto.

No início da visita, observou-se que os agregados não estavam separados por


bainhas, muitas vezes se encontrando misturados a outros agregados ou
entulhos. Após a visita, observou-se melhorias em suas estocagens, como a
construção de bainhas para cada tipo de agregado e a limpeza dos entulhos
que se encontravam misturados aos mesmos.

Figura 14 - Armazenamento de Agregados - Antes

Fonte: Autores

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Figura 15 - Armazenamento de Agregados - Depois

Fonte: Autores

3.3. Armazenamento de Água

Conforme indicado na NBR 12655, a água destinada ao amassamento do


concreto deve ser armazenada em caixas estanques e tampadas, de modo a
evitar a contaminação por substâncias estranhas.

À princípio a água utilizada na obra era armazenada em caixas tampadas, a


qual era bombeada para uma segunda caixa que se encontrava exposta ao ar,
com risco de contaminação. Porém, logo após a visita, a segunda caixa
contendo água passou a ser estocada da maneira correta, ou seja, tampada.

Figura 16 - Armazenamento de Água - Antes

18
Fonte: Autores
Figura 17 - Armazenamento de Água - Depois

Fonte: Autores

3.4. Armazenamento de Aço para Armaduras

De acordo com a NBR 14931 – Execução de Estruturas de Concreto-


Procedimento – o aço deve ser estocado de forma a manter suas
características geométricas e suas propriedades. Cada tipo e classe de barra,
tela soldada, fio ou cordoalha utilizada na obra dever ser identificado logo após
o seu recebimento, para que não ocorra troca involuntária do seu
posicionamento na estrutura.

A estocagem ainda deve ser feita de modo a impedir o contato com qualquer
contaminante, estando o material sobre estrados de madeira de altura mínima
de 7 cm, afim de evitar a corrosão.

Na obra, os aços estavam organizados conforme dimensões das bitolas, sobre


lastros de madeira, porém ainda existiam alguns aços que se encontravam
armazenados no chão, correndo risco de contaminação.

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Figura 18 - Armazenamento de Aço

Fonte: Autores

3.5. Armazenamento de Tubulação

Os tubos de PVC devem ser estocados em locais cobertos para que não
fiquem expostos ao sol, sereno e umidade, com risco de ressecar e se
tornarem inutilizados.

Esse material deve ser empilhado horizontalmente e não deve ultrapassar 1,8
m de altura, também podendo ser acomodado em ganchos fixados nas
paredes. Os tubos devem ser organizados de acordo com as suas dimensões.

Verificou-se que o armazenamento desse materiais não obedeciam, em parte,


a condição normativa, já que uma fração dos tubos se encontravam expostos
ao sol.
Figura 19 - Armazenamento de Tubos de PVC

20
Fonte: Autores

3.6. Armazenamento de Eletrodos

Os eletrodos devem ficar livre da ação direta ou exposição ao sol e


intempéries, bem como devem ser mantidos na sua embalagem de origem. No
seu manuseio de carga e descarga, deve-se evitar choques e atritos para
prevenir quebras e trincas.

Na obra visitada os eletrodos estavam empilhados, encontrando-se longe do


chão e em suas embalagens originais, assim atendendo ao seu requisito
recomendado de estocagem.

Figura 20 - Armazenamento de Eletrodos

Fonte: Autores

3.7. Armazenamento de Tijolo Cerâmico

Os blocos cerâmicos devem ser armazenados em locais aberto, planos e, se


possível, sobre uma camada de concreto ou brita, evitando o contato direto dos
blocos com o solo. Deve-se estocar os blocos com geometrias diferentes em
pilhas separadas, como os blocos: canaleta, bloco em j, meio bloco, bloco meio
e etc.; a fim de se evitar trocas de materiais durante a execução.

Estes itens devem ser organizados em pilhas de no máximo 2 m de altura, e


devem estar próximos do local onde serão utilizados, ou perto da central de
transporte vertical.

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Na obra visitada, o armazenamento de tijolos cerâmicos seguiam as
orientações impostas.

Figura 21 - Armazenamento de Blocos Cerâmicos

Fonte: Autores

4. CONCRETO

Para o concreto preparado por empresa de serviços de concretagem, as


empresas devem assumir a responsabilidade pelo serviço e cumprir as
prescrições relativas às etapas de preparo do concreto bem como as
disposições dessa Norma e da ABNT NBR 7212 – Execução de concreto
dosado em central – Procedimento (ABNT NBR 12655, 2006).

Um dos requisitos específicos relativos ao pedido do concreto é o da


resistência à compressão. O concreto deve ser solicitado especificando-se a
resistência característica do concreto à compressão na idade de controle, a
classe de agressividade ambiental, a dimensão máxima característica do
agregado graúdo e a classe de consistência do concreto fresco (abatimento) ou
classe de espalhamento no caso de concreto auto adensável no momento da
entrega (ABNT NBR 12655, 2006).

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A obra encontra-se em fase de execução onde o concreto utilizado na
execução de vigas, colunas e laje é fornecido pela concreteira PONTUAL. É
utilizado um concreto de média resistência, sendo a resistência característica à
compressão de 30 MPa. O volume de concreto para a execução dos pilares e
escada foi de 24 m3 cada, enquanto que para a laje foram necessários 61 m 3.

4.1. Fôrma e Cimbramento

De maneira sucinta, podemos dizer que a fôrma é um molde provisório que


serve para dar ao concreto fresco a geometria e textura desejada, e de
cimbramento, todos os elementos que servem para sustentá-lo até que atinja
resistência suficiente para auto suportar os esforços que lhe são submetidos
(ASSAHI, [s.d.]).

Segundo a NBR 15696 a fôrma deve ter rigidez para assegurar o formato e as
dimensões das peças da estrutura projetada, respeitando minimamente as
tolerâncias indicadas em 9.2.4 da ABNT NBR 14931 e ser suficientemente
estanques, de modo a impedir a perda de pasta de cimento, admitindo-se como
limite o surgimento do agregado miúdo da superfície do concreto.

A superfície interna das fôrmas deve ser limpa e deve-se verificar a condição
de estanqueidade das juntas, de maneira a evitar a perda de pasta ou
argamassa, nas fôrmas de paredes, pilares e vigas estreitas e altas, devem ser
deixadas aberturas provisórias próximas ao fundo, para limpeza (ABNT NBR
15696, 2009).

As fôrmas utilizadas como molde foram feitas de madeira e foram


confeccionadas no próprio canteiro como mostram as figuras 22 e 23. Em
relação ao cimbramento, este foi realizado através de escoras metálicas como
indicado na figura 23.

23
Figura 22 - Local para Confecção das Fôrmas

Fonte: Autores

Figura 23 - Fôrmas de Madeira para Laje e Vigas

Fonte: Autores

De acordo com a classificação do sistema de fôrma pode-se concluir que na


obra visitada foi empregado o sistema leve de fôrmas o qual é montado
manualmente e não necessita de equipamento para o içamento das peças.

24
Na obra também foi possível identificar gastalho de pilar como pode-se
observar na figura 24. Gastalho de pilar ou colarinho são peças de madeira
fixadas na laje que locam o pilar, determinando suas dimensões laterais.

Figura 24 - Gastalho de pilar

Fonte: Autores

Figura 25 - Problema Decorrente da Desforma

Fonte: Autores

4.2. Armação

25
As armaduras era montadas na própria obra por uma equipe especializada em
uma área destinada à montagem, figura 26.

Figura 26 - Área para Montagem de Armação

Fonte: Autores

Em relação ao armazenamento como mostram as figuras 26 e 27,


encontravam-se sob travessas de madeira, em local coberto, dispostas em
feixes com a mesma bitola, porém não eram cobertas com lona que seria o
mais indicado nem pintadas com pasta de cimento visto que o tempo de
permanência no canteiro antes do uso não era grande.

Figura 27 – Armazenamento das Armaduras

26
Fonte: Autores

4.3. Execução

Como dito anteriormente o concreto utilizado na obra é obtido por uma


concreteira e é lançado utilizando bomba. O adensamento é feito por meio de
vibradores e a cura do concreto é feita com água, no entanto não cobertura da
peça concretada. Durante toda obra há controle tecnológico por meio de testes
laboratoriais para aprovação em obra, os testes foram realizados fora da obra
por laboratório especializado. Durante o recebimento do concreto foram
realizados slump test, cujo resultado foi de 8 ± 2 cm.

5. VEDAÇÃO

Vedação é um sistema no qual se delimita certos espaços nas edificações e os


separa do meio externo, seu dimensionamento não considera a resistência à
cargas verticais além do seu próprio peso. Tal conjunto pode ser formado por
tijolos ou blocos de diferentes materiais caracterizando os assim como
elementos de alvenaria que comumente podem ser dispostos em fiadas
horizontais sobrepostas.

Recomenda-se que os sistemas de vedação atendam à algumas propriedades


visando um resultado satisfatório, tais como:

 Resistência à umidade e ambientes térmicos


 Resistência à ação/ pressão dos ventos
27
 Isolamentos térmico e acústico
 Resistência à infiltração de águas pluviais
 Controle da migração de vapor de água e regulagem da
condensação
 Base ou substrato para revestimentos em geral
 Segurança para usuários e ocupantes

5.1. Aplicação na Obra

A seguir estão dispostos todos os registros relacionados à alvenaria de


vedação observados na visita técnica.

5.1.1. Materiais

Utilizou-se Blocos Cerâmicos para a execução da alvenaria de vedação vertical


da obra.

28
Figura 28 - Blocos Cerâmicos

Fonte: Autores

5.1.2. Quanto à Posição no Edifício – Alvenaria Externa

29
Figura 29 - Alvenaria Externa

Fonte: Autores

5.1.3. Quanto à Posição no Edifício – Alvenaria Interna

Figura 30 - Alvenaria Interna

Fonte: Autores

5.1.4. Respaldo

30
No período da visita, os ambientes analisados já tinham passado pelas fases
de Preparação da Superfície, Marcação da Alvenaria, Elevação da Alvenaria
com a fase Execução de Respaldo ainda inacabada. Observou-se que os
elementos de vedação da obra apresentavam o espaço referente à aplicação
da fiada de respaldo. Detalhe esse importante já que tal fiada têm a função de
fazer a ligação entre as paredes e as lajes, realizando a distribuição dos
esforços e aumento de rigidez do sistema. Foi realizado o encunhamento com
blocos de meia vez.

Figura 31 - Fiada de respaldo à ser preenchida

Fonte: Autores

31
5.1.5. Detalhe Construtivo – Abertura

Recomenda-se reforçar esquadrias com vergas e contra vergas com intuito de


distribuir melhor os esforços nos vãos. Na obra observou-se que essas
recomendações foram seguidas (figura 32), porém algumas janelas
apresentaram reforço somente com vergas sem a utilização das contra-vergas
como apresentado na Figura 33, faltando assim a redistribuição das cargas que
anteriormente estavam concentradas pelas vergas.

Figura 32 - Reforço com Verga

Fonte: Autores

Figura 33 - Reforço Somente com Verga

Fonte: Autores

32
5.1.6. Compatibilização Alvenaria x Instalações

As instalações elétricas da obra foram embutidas utilizando mangueiras


corrugadas flexíveis no interior da alvenaria, não foram observados rasgos nas
vergas para possibilitar a passagem das instalações.

Figura 34 - Aberturas: Instalações Elétricas

Fonte: Autores

33
Figura 35 - Mangueiras Corrugadas

Fonte: Autores

34
6. CONCLUSÃO

Pode-se perceber que por esta obra possuir uma área limitada no que tange ao
canteiro, na medida em que ela ia avançando, mudanças foram realizadas para
propiciar uma melhor adaptação na estocagem de materiais e na circulação
dos trabalhadores.

Notou-se também uma preocupação em cada vez mais fazer melhorias na


construção em benefício ao meio produtivo, reduzindo-se os gastos e
diminuindo-se a perca de produtividade.

35
REFERÊNCIAS

ABNT, Associação Brasileira de normas Técnicas. NB 1367 - Áreas de


vivencias em canteiros de obra, Rio de Janeiro, ABNT, 1991.

NR, Norma Regulamentadora Ministério do Trabalho e Emprego. NR-18


- Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. 2009.

ABNT, Associação Brasileira de normas Técnicas. NBR 12655 – Concreto de


Cimento Portland – Preparo, controle e recebimento, Rio de Janeiro, ABNT,
2006. 18 p.

ABNT, Associação Brasileira de normas Técnicas. NB 14931 – Execução de


Estruturas de Concreto-Procedimento, Rio de Janeiro, ABNT, 2004.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15696: Fôrmas e


escoramentos para estruturas de concreto – Projeto, dimensionamento e
procedimentos executivos. Rio de Janeiro, 2009. 31 p.

ASSAHI, P. N. Sistema de Fôrma para Estrutura de Concreto. ASSAHI


Engenharia Ltda. São Paulo. 23 p. Disponível em:
<http://www.deecc.ufc.br/Download/TB736_construcao%20de
%20edificios/Estruturas%20de%20Concreto%20Armado_agosto%20de
%202005/Texto%20Paulo%20Assahi%20-%20SISTEMAS%20DE%20F
%D4RMAS.pdf.> Acesso em: 14 abril de 2017.

Como Armazenar o Material de Construção, 2015. Disponível em:


<http://www.blogdaobra.com.br/como-armazenar-o-material-na-construcao/ >.
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