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RESUMO
O presente artigo teve por objetivo discutir sobre a possibilidade de a tecnologia Blockchain servir
como um aliado ao Registro Público Brasileiro, tendo em vista que o momento atual é de busca pela
modernização de procedimentos tanto judiciais quanto extrajudiciais, utilizando o método dedutivo
na realização da pesquisa. Para tanto, buscou-se trazer alguns aspectos legais e básicos sobre o
Registro Público, no âmbito da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e da Lei nº 8.935, de 18 de
novembro de 1994, em especial no que se refere às funções e aos efeitos das atividades notariais e
registrais. Posteriormente, explicou-se sobre o funcionamento da tecnologia Blockchain na
validação e registro das transações da rede Bitcoin. Mais adiante, discutiu-se sobre a evolução da
referida tecnologia, no plano dos contratos inteligentes e das propriedades inteligentes, casos
práticos e seu funcionamento na rede Ethereum. Por fim, a discussão teve como objeto os pontos
favoráveis e os desafios que rodeiam a adoção da tecnologia Blockchain aliada ao Registro Público,
a fim de possibilitar a formação de uma convicção fundamentada sobre a possibilidade de sua
aplicação, levando em consideração os atuais aspectos práticos e legais do Registro Público
brasileiro. Considerados os pontos positivos e os desafios, pôde-se concluir que, embora existam
obstáculos normativos e práticos a serem superados, é possível que a tecnologia Blockchain possa
ser utilizada como um aliado ao Registro Público, a exemplo de casos em que já se efetivou a sua
adoção, impactando o Direito com o uso dessas tecnologias.
ABSTRACT
The purpose of this article was to discuss the possibility of Blockchain technology serving as an ally
of the Brazilian Public Registry, considering that, in current moment, there is a search for the
modernization of both judicial and extrajudicial procedures, using the deductive method for the
research. In order to do so, we sought to bring some legal and basic aspects of the Public Registry,
under Law 6,015, dated 31 December 1973, and Law 8,935, dated 18 November 1994, in particular
with regard to functions and effects of notary and registry activities. Later, it was explained about
the operation of Blockchain technology in the validation and registration of the Bitcoin network
transactions. After that, we discussed the evolution of this technology, in the field of smart
contracts and smart property, practical cases and its operation in Ethereum network. Finally, the
discussion had as its object the strengths and challenges surrounding the adoption of Blockchain
technology allied to the Public Registry, in order to allow the formation of a conviction based on
the possibility of its application, taking into account the current practical and legal aspects of the
1
Graduado no Curso de Direito pela Faculdade de Direito de Santa Maria - FADISMA.
pedro@issler.adv.br
2
Graduado no Curso de Sistemas de Informação pela UNIFRA; acadêmico do oitavo semestre do
Curso de Direito da Faculdade de Direito de Santa Maria – FADISMA. pauloissler@gmail.com
Brazilian Public Registry. Considering the strengths and challenges, it was concluded that, although
there are normative and practical obstacles to be overcome, it is possible that Blockchain
technology can be used as an ally with the Public Registry, as in cases that its adoption has already
taken place, impacting the Law with the use of these technologies.
INTRODUÇÃO
Este artigo tem por objetivo analisar se a tecnologia Blockchain pode servir como
uma aliada ao Registro Público, a fim de garantir-lhe maior rapidez, segurança,
publicidade, autenticidade e eficácia aos documentos ou declarações de vontades a que os
registros públicos devem possuir como características.
A importância desse estudo é evidente, na medida em que o momento atual é de
busca pela modernização dos procedimentos judiciais e extrajudiciais, a fim de facilitar e
acelerar o trabalho realizado por juízes, servidores, serventuários, advogados e demais
profissionais da área. Não obstante, a utilização de tecnologia adequada e avançada pode
representar, além das melhorias acima citadas, a redução de custos, uma vez que poderá
substituir, no todo ou em grande parte, a utilização de documentos físicos por tecnologias
de armazenamento digital.
Além disso, o referido tema adequa-se ao Grupo de Trabalho escolhido – Direitos na
Sociedade em Rede, tendo em vista que busca analisar o possível impacto do uso de novas
tecnologias informacionais sobre o Direito.
Para tanto, foi utilizado o método dedutivo, por meio de pesquisa bibliográfica,
onde foram buscados materiais ligados tanto à área do direito, quanto da tecnologia.
Dentre esses materiais, utilizou-se a legislação brasileira, palestras em eventos recentes,
notícias sobre a adoção das tecnologias buscadas, além de artigos e livros de origem
nacional e internacional.
Assim, no primeiro capítulo, serão expostos alguns aspectos legais sobre os
Registros Públicos no Brasil, de acordo com a Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973 -
Lei de Registros Públicos, e a Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994, bem como
conceituada a tecnologia Blockchain, remontando sua origem e trazendo os princípios
básicos de seu funcionamento prático.
3
BRASIL. Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973. Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras
providências. In: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 set. 1975.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6015consolidado.htm>. Acesso em: 13
set. 2017.
4
BRASIL. Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994. Regulamenta o art. 236 da Constituição Federal,
dispondo sobre serviços notariais e de registro. In: Diário Oficial da República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, 21 nov. 1994. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8935.htm>.
Acesso em: 13 set. 2017.
5
PADOIN, Fabiana Fachinetto. Direito Notarial e Registral. Ijuí: Ed. Unijuí, 2011. p. 16-18.
6
BRASIL. Constituição Federal. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 17
set. 2017.
pessoas naturais.7
Enfim, vale citar ainda que o Registro Público engloba diferentes especialidades, a
saber: Tabelionato de Notas, Tabelionato de Protestos, Registro de Imóveis, Registro de
Títulos e Documentos, Registro Civil de Pessoas Naturais e Registro Civil de Pessoas
Jurídicas. Cada uma dessas serventias possui um tabelião ou registrador como responsável,
o qual deve ter prestado concurso público de provas e títulos, além de ser formado no
curso de Direito ou ter exercido a função de escrevente há mais de dez anos.8
Tais explanações referem-se aos pontos básicos do Registro Público necessários a
uma compreensão geral de seu funcionamento, das suas funções e dos efeitos causados
pelos atos notariais e registrais.
7
CENEVIVA, Walter. Lei dos Registros Públicos Comentada. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 35-36.
8
MODANEZE, Jussara Citroni; TIERI, Perla Caroline Gargalac Veiga; TIERI, Thomaz Mourão. Direito
Notarial e Registral. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 12.
9
ULRICH, Fernando. Bitcoin: a moeda na era digital. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil,
2014. p. 16.
rede.10
A relação entre esses dois elementos – Blockchain e Bitcoin – é bem explicada por
Formigoni Filho, Braga e Leal:
10
FORMIGONI FILHO, José Reynaldo; BRAGA, Alexandre Mello; LEAL, Rodrigo Lima Verde.
Tecnologia Blockchain: uma visão geral. 2017. Disponível em: <https://www.cpqd.com.br/wp-
content/uploads/2017/03/cpqd-whitepaper-blockchain-impresso.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2017. p.
1.
11
FORMIGONI FILHO, José Reynaldo; BRAGA, Alexandre Mello; LEAL, Rodrigo Lima Verde.
Tecnologia Blockchain: uma visão geral. 2017. Disponível em: <https://www.cpqd.com.br/wp-
content/uploads/2017/03/cpqd-whitepaper-blockchain-impresso.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2017. p.
3.
12
ULRICH, Fernando. Bitcoin: a moeda na era digital. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil,
2014. p. 38.
13
ULRICH, Fernando. Bitcoin: a moeda na era digital. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil,
2014. p. 18.
Como se vê, cada usuário possui duas chaves: uma pública e outra privada. A chave
pública funciona como um endereço para o envio de bitcoins a esse usuário, e a chave
14
SWAN, Melanie. Blockchain: Blueprint for a New Economy. Sebastopol: O’Reilly Media Inc., 2015.
p. 12.
15
FORMIGONI FILHO, José Reynaldo; BRAGA, Alexandre Mello; LEAL, Rodrigo Lima Verde.
Tecnologia Blockchain: uma visão geral. 2017. Disponível em: <https://www.cpqd.com.br/wp-
content/uploads/2017/03/cpqd-whitepaper-blockchain-impresso.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2017. p.
6-7.
16
ULRICH, Fernando. Bitcoin: a moeda na era digital. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil,
2014. p. 19.
privada atua como uma senha para permitir que a transação seja realizada, como uma
assinatura digital.
Com isso, aliado ao que já foi explicado acerca da validação de transações, pode-se
deduzir é impossível que as mesmas unidades de bitcoin sejam enviadas a pessoas
diferentes, tornando essa tecnologia praticamente imune a qualquer tipo de fraude nesse
sentido.
Por essa razão, busca-se, neste artigo, verificar a possibilidade, do ponto de vista
legal, da adoção dessa tecnologia como um aliado ao Registro Público, sem acarretar na
perda da publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos contratos.
A despeito da tecnologia Blockchain ter nascido junto com a rede Bitcoin, como
explicado no subcapítulo anterior, essa tecnologia não está limitada ao registro das
transações realizadas com Bitcoin, passando a ser utilizada, com o tempo, desde em
atividades mais simples, como validação e registro de transações, inclusive de outras
criptomoedas, até em atividades mais complexas, como empréstimos, hipotecas, contratos
inteligentes.17
A tecnologia Blockchain utilizada para as transações da criptomoeda Ethereum, de
acordo com seu criador Vitalik Buterin, mostra-se mais poderosa do que a utilizada pela
rede Bitcoin, uma vez que permite que contratos inteligentes sejam transacionados em sua
rede. Por meio desses contratos inteligentes, é possível que, em sua Blockchain, seja
incorporada uma transação em que determinada obrigação nela inscrita se realize somente
mediante o cumprimento de requisitos pré-especificados em seu código.18
17
SWAN, Melanie. Blockchain: Blueprint for a New Economy. Sebastopol: O’Reilly Media Inc., 2015.
p. 11.
18
BUTERIN, Vitalik. Ethereum White Paper: A Next Generation Smart Contract & Descentralized
Application Platform. 2014. Disponível em <http://www.the-
blockchain.com/docs/Ethereum_white_paper-
a_next_generation_smart_contract_and_decentralized_application_platform-vitalik-buterin.pdf>.
Acesso em: 16 set. 2017. p. 13.
19
DE FILIPPI, Primavera. Primavera De Filippi on Ethereum: Freenet or Skynet?. The Berkman
Center for Internet and Society at Harvard University” Youtube. 15 de abril de 2014. Disponível em
<https://www.youtube.com/watch?v=slhuidzccpI>. Acesso em: 16 set. 2017.
20
KAVINSKI, Mauricio. Blockchain, smart contracts, IoT: A nova era dos contratos. 16 de julho de
2017. Disponível em <https://pt.linkedin.com/pulse/blockchain-smart-contracts-iot-nova-era-dos-
contratos-kavinski>. Acesso em: 16 set. 2017.
21
KAVINSKI, Mauricio. Blockchain, smart contracts, IoT: A nova era dos contratos. 16 de julho de
2017. Disponível em <https://pt.linkedin.com/pulse/blockchain-smart-contracts-iot-nova-era-dos-
contratos-kavinski>. Acesso em: 16 set. 2017.
Verdade seja dita, a intenção de Vitalik Buterin, ao criar o Ethereum, era fornecer
uma rede que possibilitasse a criação de contratos pelos seus usuários, os quais poderiam
criar transações complexas, mediante a simples escrita da lógica pretendida em poucas
linhas do código.22
Além de contratos inteligentes, a tecnologia Blockchain permite também o registro
de propriedades inteligentes, ou smart property. De acordo com Swan, as propriedades
inteligentes permitem o controle da propriedade e do acesso a determinado ativo, fazendo
com que ele seja registrado como um recurso digital na Blockchain. Em alguns casos, os
ativos do mundo físico também podem ser controlados pela Blockchain. Hipóteses dessa
ocorrência seriam, por exemplo, quartos de hotel e veículos de aluguel cujas portas são
desbloqueadas por uma tecnologia inteligente embutida, como sensores Wi-Fi,
aproximação de dispositivos ou então código de barras de uso único.23
Sem dúvidas, e conforme bem afirma Kavinski, o uso combinado dessas tecnologias
pode demonstrar um grande avanço nas relações de negócio, dado que transações que
costumam levar dias podem ser realizadas em poucos minutos, reduzir os custos e
melhorar a eficiência. Não obstante, citam-se outros benefícios como a conveniência e a
transparência para as partes envolvidas, visto que os dados são atualizados em tempo real,
além da melhoria na segurança e redução do risco de fraude por meio da utilização da
tecnologia Blockchain.24
22
BUTERIN, Vitalik. Ethereum White Paper: A Next Generation Smart Contract & Descentralized
Application Platform. 2014. Disponível em <http://www.the-
blockchain.com/docs/Ethereum_white_paper-
a_next_generation_smart_contract_and_decentralized_application_platform-vitalik-buterin.pdf>.
Acesso em: 16 set. 2017. p. 1.
23
SWAN, Melanie. Identity Authentication and Security Access 2.0. Broader Perspective blog. 07
de abril de 2013. Disponível em <http://futurememes.blogspot.com.br/2013/04/identity-
authentication-and-security.html>. Acesso em: 16 set. 2017.
24
KAVINSKI, Mauricio. Blockchain, smart contracts, IoT: A nova era dos contratos. 16 de julho de
2017. Disponível em <https://pt.linkedin.com/pulse/blockchain-smart-contracts-iot-nova-era-dos-
contratos-kavinski>. Acesso em: 16 set. 2017.
Instituto de Registro Imobiliário do Brasil. Nesse evento, Braga Júnior reconheceu que a
virtualização da atividade registral tem se mostrado um caminho evidente a ser seguido. O
uso da tecnologia digital nos cartórios é maciço, sendo utilizado para virtualização de
matrículas, criação de banco de dados, dentre outras funções.25
No Brasil, as cidades de Morro Redondo e Pelotas estão sendo as primeiras do país a
testarem um projeto piloto para utilização da tecnologia Blockchain no Registro de
Imóveis, tendo por objetivo ajudar na redução de custos e na melhora da precisão, da
segurança e da transparência. A empresa responsável pelo serviço é a Ubitquity LLC, e,
segundo seu fundador Nathan Wosnack, a parceria firmada será essencial para mostrar aos
municípios o poder e os benefícios em utilizar a manutenção de registros por meio da
tecnologia Blockchain.26
Projeto semelhante ao aplicado nas cidades brasileiras está sendo trabalhado,
desde 2016, no Registro de Imóveis da Suécia. Para Kempe, o objetivo é registrar as
transações imobiliárias no momento em que comprador e vendedor entrarem em um
acordo sobre a negociação. Uma vez concluído, todas as partes envolvidas na transação,
como bancos, governo, corretores, comprador e vendedor, poderão acompanhar o seu
progresso na Blockchain.27
Apesar disso, é importante ressaltar que a transposição dos dados registrais para um
cartório virtual deve manter o exato encadeamento dos atos existentes em papel, o que se
mostra um grande desafio. Como se não bastasse, após isso, não basta que o documento
eletrônico esteja assinado e devidamente criptografado: é necessário que os registros
25
BRAGA JÚNIOR, Antonio Carlos Alves. Perspectivas para a Escrituração Digital no Registro de
Imóveis. In: Blockchain e o Futuro do Registro de Imóveis Eletrônico. São Paulo, 31 de março de
2017. Disponível em <http://irib.org.br/noticias/detalhes/blockchain-e-o-futuro-do-registro-de-
imoveis-eletronico-undefined-palestra-iii>. Acesso em: 16 set. 2017.
26
WOSNACK, Nathan. UBITQUITY, the First Blockchain-Secured Platform for Real Estate
Recordkeeping, Announces Historic Pilot with a Land Records Bureau in Brazil. 05 de abril de
2017. Disponível em <https://medium.com/@nathanwosnack_75360/ubitquity-the-first-blockchain-
secured-platform-for-real-estate-recordkeeping-announces-historic-46c2b0d9f895>. Acesso em: 17
set. 2017.
27
CHAVEZ-DREYFUSS, Gertrude. Sweden tests blockchain technology for land registry. 16 de
junho de 2016. Disponível em <http://www.reuters.com/article/us-sweden-blockchain/sweden-
tests-blockchain-technology-for-land-registry-idUSKCN0Z22KV>. Acesso em: 17 set. 2017.
CONCLUSÃO
28
BRAGA JÚNIOR, Antonio Carlos Alves. Perspectivas para a Escrituração Digital no Registro de
Imóveis. In: Blockchain e o Futuro do Registro de Imóveis Eletrônico. São Paulo, 31 de março de
2017. Disponível em <http://irib.org.br/noticias/detalhes/blockchain-e-o-futuro-do-registro-de-
imoveis-eletronico-undefined-palestra-iii>. Acesso em: 16 set. 2017.
29
RODRIGUES, Daniel Lago. Noções e Perspectivas para o Registro Imobiliário. In: Blockchain e o
Futuro do Registro de Imóveis Eletrônico. São Paulo, 31 de março de 2017. Disponível em
<http://irib.org.br/noticias/detalhes/blockchain-e-o-futuro-do-registro-de-imoveis-eletronico-
undefined-palestra-iv>. Acesso em: 16 set. 2017.
30
BRAGA JÚNIOR, Antonio Carlos Alves. Perspectivas para a Escrituração Digital no Registro de
Imóveis. In: Blockchain e o Futuro do Registro de Imóveis Eletrônico. São Paulo, 31 de março de
2017. Disponível em <http://irib.org.br/noticias/detalhes/blockchain-e-o-futuro-do-registro-de-
imoveis-eletronico-undefined-palestra-iii>. Acesso em: 16 set. 2017.
contratos inteligentes, já utilizados com êxito por grandes empresas do setor bancário em
negociações intercontinentais.
Portanto, no que se refere ao objetivo específico deste trabalho, pode-se concluir
que, embora uma eventual adoção integral da Blockchain deva ser acompanhada por uma
regulamentação que padronize a tecnologia a ser utilizada, além da necessidade de
adequá-la às regras de armazenamento arquivístico digital, ela demonstrou que possui
potencial tecnológico suficiente para incrementar e gerar maior rapidez, publicidade,
segurança, autenticidade e eficiência aos registros públicos, a exemplo de casos em que,
ainda que em caráter experimental, já se efetivou sua utilização.
REFERÊNCIAS
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Imóveis. In: Blockchain e o Futuro do Registro de Imóveis Eletrônico. São Paulo, 31 de março de
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