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A revolução ágil
Um gerente tradicional, trabalhando com projetos em cascata, dificilmente os
conclui com sucesso, muito menos conforme o planejamento inicial. É como um
meteorologista fazendo previsão do tempo para daqui a um ano. Se desse
certo, seria por sorte. Não que a metodologia em cascata, em si, seja ruim. Em
alguns casos, faz todo sentido, como na construção civil, em que a execução
sequencial de um conjunto predefinido de etapas resulta em um
edifício. Podemos planejar e programar o projeto todo com antecedência. Isso
acontece sempre que uma casa ou um prédio é construído. O problema é
quando aplicamos a técnica a um trabalho muito empírico, como o
desenvolvimento de software. O trabalho empírico é como um experimento
científico. Tentamos algo, observamos os resultados e, se não der certo,
tentamos algo diferente. É claro que não podemos fazer isso ao construir uma
casa, mas com software ou outros produtos fazemos isso diariamente. Essa é a
principal razão pela qual o modelo em cascata não funcionou bem no
desenvolvimento de software. É simplesmente impossível planejar o processo
de descoberta. A frustração de desenvolvedores de software altamente
qualificados trabalhando em projetos em cascata foi o que culminou na
revolução ágil. Cansados de uma taxa de insucesso similar à de um
meteorologista, eles concluíram que precisavam de uma opção melhor. O
resultado ficou conhecido como Manifesto Ágil. Tomando por base a
mentalidade da produção enxuta, em que fabricamos apenas o suficiente e a
tempo de cumprir a meta, eles estudaram como aplicar isso ao
desenvolvimento de software. O resultado foi o Manifesto Ágil e seus
princípios. Dê uma olhada no Manifesto Ágil. Você pode acessá-lo neste
endereço. Como se isso não fosse revolucionário o bastante, esse grupo
inovador reforçou o manifesto com 12 princípios fundamentais. O manifesto e
os princípios se tornaram a base de um novo conjunto de metodologias de
gerenciamento de projetos e desenvolvimento de software. Existem algumas
ideias em comum que tornam a Gestão Ágil diferente. Uma das principais
mudanças é que pedimos aos parceiros de negócios que trabalhem conosco
durante todo o projeto. Não basta que apareçam no começo para descrever o
que querem e, no final, dizerem que erramos. Precisamos de interação contínua
e direta para entregar o que eles realmente precisam. Outra questão essencial é
que não queremos mais avaliar o sucesso usando marcos e fases do
projeto. Queremos software funcional, que diga a todos como estamos indo, e
queremos feedback constante. Talvez a mudança mais revolucionária seja
permitir que as equipes se auto-organizem. Elas se sairão muito melhor fazendo
o planejamento e os testes partindo da base do que usando algum plano
inicial. O planejamento inicial é teórico. O planejamento evolutivo é prático e
tático, permitindo atingir as metas com mais rapidez e qualidade. Entre o
manifesto e seus princípios, esse grupo de desenvolvedores de software desistiu
de ser a versão de alta tecnologia do meteorologista. Eles estavam prontos para
o sucesso. Existe uma maneira melhor de desenvolver software: a Gestão Ágil.