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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA


BAHIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS
E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS

PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE CRIANÇAS DE ESCOLA DO CAMPO

SOBRE IMPACTOS AMBIENTAIS NA MATA ATLÂNTICA

LINHA DE PESQUISA: ESTUDOS AMBIENTAIS.

PORTO SEGURO

2020
SUMÁRIO

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA TEMÁTICA/JUSTIFICATIVA .............................. 3


2 OBJETIVOS...................................................................................................... 5
2.1 OBJETIVO GERAL........... ............................................................................. 5
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO .............................................................................. 5
3 PROCEDIMENTOS METODOLOGÍCOS E FLUXOGRAMA............................. 6
4 RESULTADOS ESPERADOS .......................................................................... 8
5 REFERÊNCIA.................................................................................................. 10
3

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA/JUSTIFICATIVA

O desenvolvimneto tecnológico, o aumento da produção e


consumo em escala global e as mudanças na maneira com que o
Homem tem se posicionado no meio ambiente, concorrem para a
potencilaização da degradação ambiental. A devastação das
florestas, a contaminação dos recursos hídricos, a perda de
biodiversidade, bem como, a aniquilação dos povos originários são
alguns exemplos dessa degradação. Um exemplo em nossa região
é a Mata Atlântica, uma das regiões mais ricas do mundo em
biodiversidade, que hoje é considerada um dos biomas mais
ameaçados do planeta, contando com apenas 12,5% de suas
florestas originais.
Tais fatos evidenciam a estreita conexão entre os processos
naturais de degradação ambiental e os modos sociais de uso dos
recursos naturais, sugerindo a necessidade do fortalecimento da
formação das percepções e comportamentos ambientais na base,
ou seja, na infância, a fim de que ocorra o processo de retomada da
consciência ambiental permitindo a mitigação dos impactos
ambientais negativos. Compreendendo-se como impactos
ambientais, as alterações que ocorrem no meio ambiente como
resultado das intervenções humanas.
Toda intervenção do ser humano parte de suas percepções,
que é forjada em suas experienciações em suas influencias geradas
ao longo da vida. Assim sendo, pode-se entender como percepção
ambiental, a “tomada de consciência do ambiente pelo homem" ou
seja, como se auto define, perceber o ambiente em que se está
localizado, aprendendo a protegê-lo e cuidá-lo da melhor forma. Tal
percepçao conduzirá ao longo de sua interação com o meio físico e
social ao comportamento pro-ambiental. Formando cidadãos mais
conscientes e mais preparados para lidar com as questões que
envolvem o meio ambiente.
A percepção ambiental é hoje, um tema recorrente que vem
colaborar para a consciencia e práticas inviduais e coletivas, desse
modo, o estudo da percepção ambiental é de tal relevância para que
se possa compreender melhor as interrelações entre o Homem e o
ambiente, suas expectativas, suas satisfações e insatisfações,
julgamentos e condutas (PACHECO e SILVA, 2007.).
Partindo desses pressupostos, e compreendendo a
importancia da Escola no processo de formação da criança,
considerando as escolas inseridas no contexto social do campo, as
chamadas escolas do campo, formula-se a pergunta:
Como se dá as percepções ambientais em crianças de Escola
do Campo sobre os impactos ambientais na Mata Atlântica?
Para responder as respectivas recorro a Moreira (2004) que
afrima que a pesquisa em percepção ambiental, compreende a
percepção que as pessoas possuem do lugar onde vivem, e como o
seu cotidiano interfere no papel que o indivíduo representa no meio
ambiente, sendo um instrumento promotor da sensibilização para a
conservação desse meio. Nesse íntere, busca-se aliar a Educação à
percepção ambiental objetivando a lapidação das atitudes e do
comportamento ambiental, visando a construção do conhecimento e
a compreensão dos problemas ambientais.Consequentemente,
provocando uma maior sensibilização das pessoas a respeito da
preservação dos recursos naturais (fauna, flora, rios, matas etc.),
bem como a prevenção de riscos de acidentes ambientais e
correção de processos que afetam a qualidade de vida.
Trabalhar com a percepção é algo que percorre experiências
vivenciadas no cotidiano. Tuan (1980, p. 14) evidencia que “a
percepção ambiental é um estender-se para o mundo através do ato
de experiências”. Aquilo que o ser humano convive formará sua
percepção. Percebe-se, que cada indivíduo tem sua interpretação de
espaço, de acordo com a realidade em que vive. O espaço
vivenciado é que será refletido nas percepções e esse parâmetro
justifica a necessidade de compreender as ações de cada indivíduo,
pois cada
um tem uma percepção diferente (OLIVEIRA, 2006, p. 35).
Assim sendo, procuro justificar essa pesquisa pautado na
ideia de que sem uma devida formação da percepção ambiental é
impossível lutar por uma sociedade que seja consciente de seu
papel como mantenedora dos rescursos ambientais, que seja
responsável por suas atitudes frente ao meio ambiente. E
principalmente, que prime por uma educação ambiental que atue
desde os primeiros anos de vida escolar dos sujeitos, considerando
a regionalidade e as peculiaridades do meio em que estão
inserido.No caso específico desssa pesquisa, crianças de escola do
campo situadas ao redor do bioma Mata Atlântica.
Nota-se, a partir da experiência em sala de aula que as
crianças preocupam-se cada vez menos com as questões
ambientais, que valores ambientais e sociais outrora enaltecidos,
estão se perdendo, em uma velocidade cada vez maior. E que a
percepção ambiental nas crianças se dá de forma limitada,
geralmente considerando o que elas vêem através das telas, mesmo
em áreas rurais cujo contato com a natureza ocorre de uma forma
mais ampliada.
A motivação maior para efetivação deste trabalho surge da
própria experiência como professor de Ciências de escola do campo
situdada no território de Mata Atlântica, cuja vivência docente inclina
para uma Educação Ambiental mais eficiente e transformadora. Da
convicção adquirida na experiência com projeto de pesquisa com
crianças de escola do campo, de que a sala de aula ou o espaço de
aprendizagem é um ambiente favorável para o estudo, das
percepções ambientais na infância. Da certeza que tenho de que o
alinhamento entre a Universidade e a Escola no estudos da
Educação ambiental poderá garantir a manutenção dos recursos
naturais do planeta, bem como a mitigação dos impactos ambientais
negativos que tanto ameaçam a vida na Terra.
A presente pesquisa busca demonstrar a relevância do
problema a ser pesquisado, enfatizando a formação da percepção
ambiental infantil como elemento fundamenetal para o
despertamento da consciencia ambiental que garantirá a
manutenção dos recursos naturais, propiciando utilização
sustentável desses recursos. A pesquisa se mostra relevante para a
vida dos sujeitos envolvidos direta e indiretamente, ou seja, as
crianças, professores e pesquisadores; É importante para as escolas
do campo que carecem da proximidade com pesquisa cientíifca para
que possam fortalecer o seu currículo e demosntrar o seu valor na
sociedade; Para os cursos de educação ambiental no âmbito da
extensão entre Universidade e Escola, uma vez que abre a
possibilidade de uma aproximação mais real entre tais instiuições.
Bem como, mostra-se relevante também para a comunidade
científica, uma vez que os resultados obtidos podem nortear outras
pesquisas na área.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral:

Analisar a percepção ambiental em crianças de Escola do campo


sobre os impactos ambientais no bioma Mata Atlântica.

2.2 Objetivos específicos:

 Identificar a percepção ambiental em alunos do 6° ano de


uma escola do campo local;
 Descrever as percepções de crianças acerca dos impactos
ambientais;
 Auxiliar as crianças a reconhecer suas percpeções sobre a
natureza.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E FLUXOGRAMA

Para realização da pesquisa optou-se pela metodologia


qualitativa, associada a uma baordagem fenomenológica, com a
intenção de descrever como se desenvolve a percepção ambiental
nas crianças pesquisadas . A pesquisa qualitativa ou naturalística,
segundo Bogdan e Biklen (1994) envolve a obtenção de dados
descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação
estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa
em retratar a perspectiva dos participantes. Esse estudo busca
apresentar essa descrição da percepção dos estudantes envolvidos,
por meio do contato direto e demonstrar seus conceitos sobre o
meio ambiente. Quadros (2006) destaca que a pesquisa qualitativa
permite compreender os significados manifestos, latentes, dos
atores investigados, permitindo que se desvele a compreensão
ambiental dessas criança.
Bogdan e Biklen (1994) apresentam pesquisa qualitativa
como aquela que se caracteriza por: ser naturalística, ter dados
descritivos, ter preocupação com o processo, ser indutiva, ter como
essencial a questão da significação.
Para o desenvolvimento da pesquisa foram definidas duas
etapas, quais sejam, revisão bibliográfica, etapa documental, e
etapa exploratória, como descritas abaixo:
Revisão bibliográfica – revisão de publicações que abordam o
fenômeno pesquisado que recorreu aos estudos de Azevedo (2008);
Reigota (2007); Hoeffel e Fadini (2007); Macedo (2005); Tuan
(1980); Sauvé (2005) que pesquisam sobre a percepção ambiental.
Derdyk (1989 e 1994) ;Sans (2007); Reigada (2004); Talamoni
(2007) e Guimarães (2005) ponderam sobre o uso do desenho
como instrumento de pesquisa. Almeida & Oliveira (2007); Dias
(2005) e Sato (1997) que estudam sobre a relação educação e meio
ambiente. Etapa exploratória: Visita programada a escola do
campo Alcides Faustino situada no povoado de Vera Cruz, no
município de Porto Seguro/BA. Onde o autor irá conduzir a coleta de
dados a partir de desenhos elaborados pelos estudantes e a
produção de textos sobre o meio ambiente, bem como outras
atividades correlatas
desenvolvidas durante a execução da coleta de dados.Será proposto
que os alunos após preencher um questionário simples, desenhe e
pinte imagens que respondam as perguntas. Como você percebe o
meio ambiente a sua volta? De que maneira você percebe o
impactos que o Homem tem causado ao nosso bioma?
Os desenhos foram instrumentos da pesquisa devido a
grande revelação que a linguagem não-verbal expressa através de
seus traços. Sans (2007, p.42) destaca que “a criança quando
desenha, prende-se pouco à aparência do momento e introduz os
mistérios sentidos pelo objeto focalizado e o ambiente que o rodeia.
Pensando à luz da problemática gerada devido ao
distanciamento físico por conta da pandemia do covid-19, reservo
como estratégia metodológica de captação de dados, o uso de
Tecnologias digitais de apredizagem, como câmeras digitais,
aplicativos de desenho, bem como algum tipo de rede de social para
compartilhamento das intruções, dos trabalhos e do resultado final.
Considerando ainda a possibilidade de o curso sugerido nos
objetivos específicos, ser realizado de maneira on line.

3.1 Fluxograma das estapas da pesquisa.

.
4 RESULTADOS ESPERADOS

A produção de texto e a elaboração dos desenhos foram meios


utilizados, a fim de buscar uma concepção real, ou seja, como
as crianças vêem o meio ambiente, classificando-os dentro das
suas percepções. Espera-se dessa forma, confirmar a tese de
que as crianças de escola do campo, embora possuam uma
identidade rural e um contato mais amplo e direto com as
riquezas naturais, ainda possuem uma percepção ambiental
limitada, fruto de uma educação ambiental rasa que pouco
contribui para construção de uma sociedade mais justa e
sustentável, capaz de garantir a manutenção dos recursos
naturais para as gerações vindoras. Espera-se também que os
resultados dessa pesquisa possam servir para o melhoramnto
do ensino de Eduacação Ambiental na escola pesquisada, bem
como promover o estreitamento do vínculo entre as escolas do
campo e os cursos de pós graduação em Ciências e
Tecnologia Ambiental.

5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

ETAPAS Julho- Agosto- Outubro- Novembro Março- Junho-


agosto setembr novembr - maio setembr
2021 o o 2021 dezembro 2022 o 2022
2021 2021
Levantamento X X
bibliográfico
Fichamento X X
dos textos
Coleta e X X X
análise das
fontes
Organização e X X
aplicação
Tabulação dos X X
dados
Redação do X X X
trabalho
Revisão, X
redação e
entrega final.

6 REFERÊNCIAS

BOGDAN, R.; BIKLEN, Sari. Investigação qualitativa em educação:


uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto, 1994.

DIAS, G.F. 40 Contribuíções pessoais para a sustentabilidade. São Paulo:


Gaia, 2005.

ELALI, G. A. O ambiente da escola - o ambiente na escola: uma discussão


sobre a relação escola-natureza em educação infantil. 2003. Disponível
em:
. Acesso em: 10/010/2020..

PACHECO, Éser; SILVA, Hilton P. Compromisso Epistemológico


do Conceito de Percepção Ambiental. Rio de Janeiro,
Departamento de Antropologia, Museu Nacional e Programa
EICOS/UFRJ, 2007. Disponível em: . Acesso em: 10 de outubro
de 2020..

REIGOTA M. A Floresta e a Escola: por uma educação


ambiental pós-moderna.2ª ed.; São Paulo: Cortez, 2002.

SANS, P. T. C. Pedagogia do Desenho Infantil. Campinas,


Alínea, 2007. SATO, Michele. Educação para o Ambiente
Amazônico. Tese de doutorado- Universidade Federal de São
Carlos, 1997.

SAUVÉ, L. Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável:


uma análise complexa. Revista de Educação Pública, Cuiabá,
v.6, n. 10, p. 72-103, jul/dez. 1997.

SCHWARZ, M. L.; SEVEGNANI, L.; ANDRÉ, P. Representações


da mata atlântica e de sua biodiversidade por meio dos
desenhos infantis. Ciência & Educação, Bauru, v. 13, n. 3, p.
369-388, 2007.

TUAN, Y.F. Topofilia: Um estudo da percepção, atitudes e


valores do Meio Ambiente. Trad. Lívia de Oliveira, São Paulo:
Difel, 1980.

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