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DISCIPLINA : EDUCAÇÃO E SEXUALIDADE

Por que ainda é tão polêmico falar sobre a questão da educação e sexualidade? Sendo que
todos nós seres sexuados estamos permanentemente em processo de educação, até mesmo
em relação a educação sexual.

Sexualidade Vs Sexo

Vamos compartilhar um tema de grande importância que acompanha as


famílias e educadores: a relação entre a sexualidade e a educação. Embora
seja um assunto pertinente aos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais),
os educadores, em sua grande maioria, ficam sozinhos com essa
responsabilidade, perante seus alunos.

O  termo sexualidade surgiu no século XIX, segundo o filósofo


Michel Foucault, passaria a marcar algo diferente do que apenas
um remanejamento de vocabulário. O uso de tal palavra é
estabelecido em relação a outros fenômenos, como o
desenvolvimento de campos de conhecimento diversos; a
instauração de um conjunto de regras e normas apoiadas em
instituições religiosas, judiciárias, pedagógicas e médicas. Dessa
forma, houve mudanças no modo pelo qual os indivíduos são
levados a dar sentido e valor a sua conduta, desejos, prazeres,
sentimentos, sensações e sonhos, de modo geral.

Portanto, falar sobre sexualidade deve ter a mesma leveza de


qualquer outro assunto que seja pertinente à evolução de nossas
crianças. Deve ser abordado principalmente nas famílias, pois é
nelas que se formam os primeiros laços emocionais, afetivos, e
deve existir um ambiente adequado para os primeiros passos
sobre a sexualidade.
À escola, cabe complementar essa formação, contextualizando
de forma didática e respeitando as fases de desenvolvimento da
criança. Estamos em pleno século XXI e percebemos que as
informações estão chegando às nossas crianças e adolescente
de forma deturpada, como se fosse algo errado se falar ou se
perguntar sobre o assunto.

Sexualidade vai além do sexo biológico, temos diversos fatores

Organização Mundial de Saúde considera a sexualidade como um aspecto fundamental na


qualidade de vida de qualquer ser humano. Essa dimensão é fundamental em tudo o que
somos, sentimos e fazemos. A OMS considera ainda a saúde sexual como uma condição
necessária para o bem-estar físico, psíquico e sócio-cultural. Sexualidade é uma parte integral
da personalidade de todo ser humano. O desenvolvimento total depende da satisfação de
necessidades humanas básicas tais quais desejo de contato, intimidade, expressão emocional,
prazer, carinho e amor. Sexualidade é construída através da interação entre o indivíduo e as
estruturas sociais. O total desenvolvimento da sexualidade é essencial para o bem estar
individual, interpessoal e social.

Educação para a Sexualidade não é só necessária mas também é indispensável e urgente!


Sexo biológico – assume-se frequentemente que é o sexo cromossomático ou o sexo genital,
que pressupõe capacidades reprodutivas. Existem vários fatores que contribuem para o sexo
biológico: cromossomas (XY, XX, ou outras combinações), genitais (estruturas reprodutivas
externas), gónadas (presença de testículos ou ovários), hormonas (testosterona, estrogénios),
etc. Uma pessoa intersexo tem órgãos genitais/reprodutores (internos e/ou externos)
masculinos e femininos, em simultâneo, ou cromossomas que não são nem XX nem XY.
Identidade de género – sentimento de ser do género feminino (mulher) ou do género
masculino (homem) independentemente da anatomia. Uma pessoa transgénero é alguém que
não corresponde às convenções sociais e categorias tradicionais de género associadas ao seu
sexo biológico. Uma pessoa transexual é alguém que sente que a sua identidade de género é
diferente do seu sexo biológico. Algumas pessoas transexuais desejam mudar o seu corpo
através de tratamentos e/ou cirurgias, mas nem todas. Expressão de género – diz respeito aos
comportamentos, forma de vestir, forma de apresentação, aspeto físico, gostos e atitudes.
Uma pessoa andrógina exprime-se de uma forma ambivalente, ou seja, apresenta uma
combinação de traços físicos quer masculinos, quer femininos ou uma aparência que não
permite identificar claramente o seu género. Orientação sexual – refere-se ao que cada pessoa
pensa e sente sobre si própria e sobre a sua afetividade e sexualidade e por quem se sente
atraído afetiva e sexualmente. Uma pessoa é considerada: heterossexual se se sente
sobretudo atraída por pessoas de género diferente homossexual se se sente sobretudo atraída
por pessoas do mesmo género bissexual se se sente atraída por pessoas de ambos os géneros.
https://www.eas.pt/sexo-identidade-de-genero-expressao-de-genero-e-orientacao-sexual/

Neste contexto, “a sexualidade que ‘entra’ na escola parece estar sitiada unicamente pela
doença, pela violência e pela morte” (LOURO, 2000, p. 55). Ademais, ao abordar a sexualidade
unicamente na perspectiva da reprodução da espécie, a escola restringe a sexualidade humana
a uma única faixa etária da população, negando a sexualidade como uma dimensão bela e
fundamental da vida humana inerente a todo ciclo vital. Isso implica a afirmação tão somente
da modalidade sexual genital (jovem, adulta), em detrimento da existência das múltiplas
modalidades de sexualidade, como a pré-genital (sexualidade infantil), idosa, das pessoas com
deficiência e das pessoas LGBT em sua beleza e singularidade. A despeito de a sexualidade se
constituir numa dimensão do humano de grande relevância para o desenvolvimento da
personalidade a para realização do ser social no sentido 136 biopsíquico e sociocultural,
presente em todos os estágios da nossa existência, ainda é vista pelas instâncias educativas
como algo a ser reprimido, segredado, ignorado ou negado.

Os PCNs (BRASIL, 1998) afirmam a importância do tema transversal “Orientação sexual” a


partir do crescimento da “gravidez indesejada” entre as adolescentes e por conta da
prevenção à AIDS e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

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