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ECLESIASTES

Antes de qualquer coisa, o presente texto não pretende negar ou afirmar a autoria do livro de
Eclesiastes e/ou sua inspiração divina - tão somente faz um Estudo sobre o livro. Procura ser
corajoso ao defender com vigor a LIBERDADE de investigação, na procura da verdade, pois,
"conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Assim, considero o artigo de R. Champlin,
refletido por este resumo,importante para ser considerado e não para ser condenado. Com seus 76
anos, Champlin dedicou toda a sua vida à pregação da Palavra de Deus, sendo cristão de primeira
linha.
livro cheio de declarações contraditórias e hedonistas, tal como a de que o indivíduo deve
aproveitar a vida ao máximo enquanto é jovem. Sua postura também seria contrária ao tom
racionalista e à semelhança de ideias expressas no livro com as ideias da filosofia grega pagã.
Muitas declarações do livro parecem-se mais com as de um filósofo. Aliás, para ser mais exato, a
posição do autor sagrado aproxima-se mais do paganismo. Como se isso não bastasse, a filosofia
básica do livro de que "TUDO É VAIDADE", está em franco desacordo com o pensamento hebreu.
Como também está em desacordo a afirmativa de que uma mesma sorte atinge o sábio e o insensato.

Outro argumento contra Salomão como autor do livro é o fato de que era comum, na Antiguidade,
associar um livro ao nome de um autor famoso ou de uma pessoa bem conhecida, para conferir
credibilidade à obra e facilitar sua distribuição. Assim sendo, não há garantia sobre a veracidade de
uma declaração de autoria.
A presença de um editor parece ser vista na declaração que apela para o julgamento divino com o
objetivo de estabelecer a diferença entre o homem bom e o homem mau. Contra a presença de um
editor, pode ser questionado por que um judeu tentaria salvar uma obra herética que, uma vez
publicado, certamente serviria para prejudicar a corrente central do pensamento judeu.
Para Champlin, há somente um autor e um editor que procurou suavizar as declarações do livro e,
assim fazendo, tornar possível sua incorporação ao pensamento hebreu. A favor de um editor, temos
ainda Eclesiastes 12.9-14 que é um trecho adicionado como sendo uma conclusão do autor sagrado.
Tudo o que foi dito deve ser considerado, pois, não é de causar espanto que não foram todos os
judeus que conservaram a sua ortodoxia diante da influência da filosofia helenista. Muitos foram
atraídos para ela por considerarem-na como uma avaliação mais justa da vida do que a avaliação do
judaísmo

Por outro lado, é importante que seja observado que em nenhum momento o autor sagrado
abandonou o respeito pela lei de Deus e nem, tampouco, aliara-se inteiramente ao pensamento
pagão. Aliás, esse foi o elemento salientado pelo editor em sua conclusão (Ecl.12.13,14).
Quanto à data em que o livro foi escrito, ela será em 990 A.C. se concordarmos com os argumentos
em favor de Salomão e, em 225 A.C., se atentarmos mais para as semelhanças das ideias expressas
no livro com as ideias contidas na filosofia grega, dos epicureus.
Em favor da liberdade de expressão e de investigação, na procura da verdade, "lancemo-nos", como
diz Champlin, " à discussão sem rancor e sem ódio".

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