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Resumo da aula de 18.

03 – Reflexos primitivos e parte


respiratória
É bom que se mantenha a postura em linha média do
bebê. Tônus flexor é fisiológico.
O bebê apresenta flexão do quadril.
Reflexo de sobrevivência (em posição prona, o bebê
lateraliza a cabeça para liberar via aérea). A criança que
não faz isso, apresenta alteração.
O bebê tem resistência à extensão, porque o tônus dele é
flexor.
O tônus pode ser avaliado tanto pela amplitude de
movimento passivo das extremidades e pela postura do
recém-nascido.
Observa-se o bebê no leito, para ver a movimentação
espontânea/ativa, se ele apresenta padrão flexor
fisiológico.
Verificar a história da gestação, de nascimento, Apgar,
internação, intercorrências...
 A sucção a criança tem que coordenar 3 situações:
A respiração, a sucção e a deglutição. A criança que tem
uma alteração de padrão ventilatório, não vai ser
indicada que faça sucção. Então, no ambiente hospitalar,
ela será alimentada por sonda.
A ausência de reflexo de sucção pode representar um
sinal de disfunção neurológica grave.
 Reflexos primitivos:

- Moro;
- Preensão palmar;
- Preensão plantar;
- Busca e sucção
- Reflexo de mordedura (alteração).
- Respirar, sugar e deglutir.

Reflexo de Moro: Queda súbita de todo o corpo (o


avaliador realiza a queda), observa-se extensão e
abdução dos membros superiores e inferiores seguida de
choro. Está presente até os 6 meses.
Preensão palmar: Para avaliar o reflexo de preensão
palmar, o examinador deve posicionar o dedo index na
palma da mão da criança, obtendo como resposta a
flexão dos dedos. 4 a 5 meses
Preensão plantar: Já o reflexo de preensão plantar é
avaliado com o examinador colocando o polegar na
planta do pé do bebê, logo abaixo os dedos, observando
também a flexão dos mesmos. 10 a 12 meses

Busca e sucção: É desencadeado por estimulação da face


ao redor da boca. Observa-se rotação da cabeça na
tentativa de “buscar” o objeto, seguido de sucção reflexa
do mesmo.
PARTE 02 - CARACTERÍSTICAS ANÁTOMO-FISIOLÓGICAS
DA RESPIRAÇÃO DO RN E CRIANÇA.
A cabeça da criança é mais pesada, corresponde a ¼ do
corpo da criança. Apresenta uma cabeça muito maior e
mais pesada, facilitando uma flexão da cervical,
aumentando a resistência à passagem do ar.
Mandíbula: Mais arredondada e a língua maior
(considerando a proporção da ocupação da língua na
cavidade oral comparado com o adulto). A língua fecha a
orofaringe e impossibilita a respiração bucal (que é a
respiração oral ao repouso).
O recém-nascido e a criança até 4 meses mantém uma
respiração somente nasal.
De 4 a 6 meses (limite máximo) há uma mudança na
proporção dessas estruturas e a criança começa a respirar
pela boca.
A laringe do recém-nascido é mais cranial, mais alta
(entre as vértebras C1 e C4). No adulto, ela fica entre C6 e
C7.
O pescoço da criança é mais curto (ter cuidado com o
posicionamento em relação à flexão cervical). Flexão
cervical -> Maior resistência à passagem do ar ->
alterando a difusão dos gases (oxigênio e dióxido de
carbono).
A flexão cervical é um posicionamento que não deve ser
encontrado no RN e no lactente, principalmente nos 4
primeiros meses de vida, devido a respiração da criança
ser completamente nasal.

A criança tem uma série de fatores que favorecem a


posição cervical: cabeça mais pesada, língua ocupando
maior espaço, laringe cranial -> fechando a via aérea!
A epiglote na criança é mais longa, mais rígida, mais alta.
Muito próxima com o véu do palato, e aí o
direcionamento do ar favorece uma respiração nasal.
A respiração nasal da criança acontece de forma
fisiológica até os 4 meses de vida. De 4 a 6 meses a
criança consegue fazer também a respiração oral.

 Vias aéreas condutoras:


- Traqueia -> Brônquio fonte direito e esquerdo;
- São mais curtas nas crianças;
- São de menor diâmetro (+ estreitas); Resistência
aumentada em relação a um adulto;
A traqueia se bifurca em brônquio fonte direito e
esquerdo (em ângulos menos agudos, o que provoca
também aumento na resistência).
Essas estruturas condutoras possuem uma quantidade
maior de cartilagem nessa idade quando comparado a um
adulto. É importante salientar isso porque é muito mais
comum o RN e a criança apresentar edema no sistema
respiratório comparado com um adulto, por conta dessas
vias condutoras serem muito mais cartilaginosas.
( Situação: Quando a criança está entubada a chance de
formação de edema é muito maior e ela vai precisar fazer
uso de corticoide para que haja resolução do edema na
via aérea).
Com o crescimento da criança, as estruturas vão
aumentando de tamanho, de diâmetro, a faringe e laringe
ficam mais baixas... Essas alterações de equivalência com
a idade adulta, acontecem até os 8 anos de vida.

 Gradil costal:
- Costelas mais cartilaginosas e HORIZONTALIZADAS;
- Diafragma mais horizontalizado (baixo) com menor zona
de aposição (menor posicionamento em relação ao seu
gradil costal; posição que ele assume, baixo, comparado a
todo o gradil costal). Tem fibras tipo I (resistentes) e tipo
II, sendo menos de 10% de fibras Tipo I, tornando o
diafragma menos resistente(fadiga muscular, diante de
uma situação patológica).
A musculatura intercostal que é bem desenvolvida no
adulto, que é um auxiliar da ventilação, no RN e na
criança é muito pouco desenvolvida. E, além disso,
durante o sono REM o RN mantém o relaxamento
COMPLETO dessa musculatura intercostal.
“Como fica o funcionamento da ventilação do RN? Se ele
tem costelas mais cartilaginosas e mais horizontalizadas,
o gradil costal já é abaulado. Então, no movimento da
inspiração que deveria ter uma retração, um aumento do
distanciamento dessa costela, no RN isso é prejudicado
porque essas costelas estão horizontalizadas. Se o
diafragma dele é mais horizontalizado, no momento da
inspiração que deveria acontecer um rebaixamento desse
diafragma, também fica prejudicado porque ele está
horizontalizado. A mecânica ventilatória do RN tem uma
desproporção comparado com o do adulto. Isso tudo
associado com um volume pulmonar significativamente
menor. Para compensar o volume menor ele realiza uma
frequência respiratória muito mais elevada comparada a
do adulto. Mesmo com tudo isso, o RN consegue manter
uma ventilação adequada. Ele respira uma maior
quantidade de vezes com um volume menor”.
- A respiração do RN é ABDOMINAL, devido ao RN só ter
praticamente a força do diafragma.
- O timo na criança é muito maior do que no adulto.
Consegue-se vê-lo na radiografia. Ele restringe a
expansão pulmonar. (é fisiológico).

Posicionamento da cânula: A cânula tem que estar 2 cm


acima da Carina (bem posicionada, para uma ventilação
mecânica adequada). Se estiver baixa, pode facilitar a
ventilação de um pulmão e o outro estar em restrição. Se
estiver muito alta, fica difícil a chegada da pressão e do
fluxo ventilatório.
Alvéolos (unidades de troca gasosa): o número de
alvéolos no RN é bem reduzido, ou seja, ele tem uma
diminuição no número/área de trocas gasosas,
diminuição da difusão dos gases. Um adulto possui 300
milhões e um RN tem 20 milhões. A multiplicação dos
alvéolos é bem acelerada dos 2 aos 4 anos de idade.
Depois continua acontecendo, só que em uma velocidade
menor e depois disso até 8 anos diminui mais ainda essa
velocidade (acontece até os 8 anos de vida). Atividade
física melhora CAPACIDADE PULMONAR.
A ventilação colateral é praticamente ausente ou muito
diminuída. Isso faz com que haja propensão que o RN
tenha áreas de atelectasias (área pulmonar não
ventilada). [Os poros de Gon/cohn? estarão
desenvolvidos nos 2 anos de vida e os canais de Lambert
apenas aos 6 anos.]
Além disso, se você tiver uma unidade semiobstruída,
pode-se ter um processo de insuflação pulmonar (excesso
de ar no pulmão).

Obstrução parcial: o ar com poderia passar com uma


certa resistência na inspiração, mas na expiração, como a
região é muito cartilaginosa, poderia ter um
estreitamento dessa estrutura e dificultar a saída do ar,
gerando hiper insuflação pulmonar. Pode ser por corpo
estranho, secreções, etc.
Gradil costal grande, com tendência a aumentar de
volume pois as costelas do RN estão horizontalizadas. O
pulmão tem condições elásticas que tende a retrair o
pulmão para diminuir esse volume, isso tudo conectado
pela pleura.
Diafragma rebaixado, costelas horizontalizadas dificulta o
movimento de alça de balde fazendo com que a
capacidade dessa criança de gerar volume corrente seja
bem menor. O gasto energético é muito maior (o dobro,
comparado com o adulto).
Surfactante -> pneumócitos tipo II: necessário para
manter os alvéolos abertos, pra que os alvéolos não
sejam colabados (manutenção da tensão superficial dos
alvéolos).
Músculos intercostais muito pouco desenvolvidos.
Complacência pulmonar (capacidade de expansão do
pulmão, de gerar volume corrente diante de uma pressão
pleural negativa, para promover a entrada de ar).
Depende diretamente do volume corrente.
Mecânica ventilatória Complacência pulmonar volume
corrente.
Quanto menor a criança, menor a complacência.
Resistência pulmonar: vias aéreas mais estreitas, de
menor calibre, o fluxo de entrada do ar é turbulento. A
viscosidade do ar não muda.
O RN pré-termo tem resistência de 80cm. A termo 30-
50cm. RN entubado, de 100-150 cm.
Capacidade residual funcional (15%): volume que fica no
interior dos pulmões após uma expiração normal. Se o
volume pulmonar na criança é menor, a capacidade
residual funcional também será menor.
Perda de energia: a taxa metabólica só de ventilação do
RN e da criança é muito maior que a do adulto, para
promover a pressão pleural negativa e fazer com que o ar
chegue para dentro dos pulmões.
Volume minuto: volume que é gerado (inspiração e
expiração) durante 1 minuto. Fórmula do volume minuto:
volume corrente (volume que é inspirado e expirado em
um ciclo) x a frequência respiratória.
Se o RN ou a criança já tem esse aumento de resistência,
alteração da mecânica, ele tenta recompensar esse
volume minuto através do aumento da frequência
respiratória.
Capacidade residual funcional menor tem repercussão?
Pode ter, através de um fechamento de vias aéreas
(atelectasia). Relação ventilação x perfusão (v x Q) mais
baixa (ÁREAS MENOS VENTILADAS -> aumento do shunt).
Traz também alterações de ventilação (troca gasosa).

Melhorar a ventilação em um dos pulmões -> através do


posicionamento (o pulmão que precisa ser ventilado é
colocado para cima).

Menor complacência pulmonar -> baixa capacidade


residual funcional -> tendência ao colabamento -> a
criança utiliza mecanismos de compensação: aumento de
frequência respiratória.
50 rpm: fisiológico;
80 a 90 incursões por minuto: desconforto respiratório
(aumentou muito a FR para manter o volume minuto).
O aumento da FR vai acontecer em situações patológicas.
Características visíveis: Aumento da FR, presença de
tiragens (tentativa de o RN utilizar uma musculatura que
não é adequada). Ex: Tiragem diafragmática. Presença de
gemidos (estreitamento ativo da glote).

A inspiração, de forma fisiológica, muda de ins para ex a


partir do momento que atinge certo volume pulmonar.
Atinge um certo volume, estira as fibras pulmonares que
são bem elásticas, ativando receptores e acontece o
processo de expiração.

Patológico: Alta frequência e desconforto -> troca de ins


para ex mais acentuada, mais rápida. Porque o RN tem
muito mais receptores (de estiramento) que o adulto.

O desconforto respiratório pode vir de uma obstrução


nasal, infecção pulmonar, etc.
O RN que está com mal funcionamento da mecânica
respiratória pode evoluir com comprometimento motor.

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