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Jurisdição Constitucional: novas

perspectivas e controvérsias na
Suprema Corte.
Prof. M.e Adwaldo Peixoto Neto
adwaldopeixoto@gmail.com
@adwaldopeixoto
Prof. M.e João Paulo Soares
jp_soaresesilva@hotmail.com
@joaoses
Princípios norteadores do Controle de
Constitucionalidade:

• Supremacia da Constituição:
 supremacia material;
 supremacia formal.

• Rigidez constitucional:
• Presunção de constitucionalidade das leis:
Parâmetro do Controle de
Constitucionalidade:

• ADI 2076

• Estrutura da Constituição Federal de 1988


▫ Preâmbulo
▫ Parte dispositiva (art. 1º ao art. 250)
▫ ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias)
 Transitórias -> Eficácia exaurível com o tempo/circunstância

▫ Emendas Constitucionais
▫ TIDH aprovados nos termos do art. 5º, §3º CRFB/88.
Histórico do Controle de
constitucionalidade:

• Modelo estadunidense ou Difuso


 Qualquer juiz ou Tribunal pode declarar a inconstitucionalidade de uma
lei;
• Modelo europeu ou Austríaco ou Kelseneano ou Concentrado
 Somente a Corte ou Tribunual Constitucional pode declarar a
inconstitucionalidade de uma lei;
• Modelo brasileiro ou Misto ou eclético
 Tanto qualquer juiz quanto a Corte Constitucional podem declarar a
inconstitucionalidade de uma lei, com diferentes efeitos em cada
declaração.
Tipos ou espécies de
inconstitucionalidade:

• Inconstitucionalidade material ou nomoestática;


▫ Nomo (norma) estática (parada)
▫ Vício de inconstitucionalidade recai sobre a matéria
tratada na norma.

• Inconstitucionalidade formal ou nomodinâmica:


▫ Nomo (norma) dinâmica (movimento)
▫ Vício de inconstitucionalidade recai sobre o rito ou
regras do processo legislativo.
 Por vício objetivo – vício das votações (quórum)
 Por vício subjetivo – vício da iniciativa ou propositura
Tipos ou espécies de
inconstitucionalidade:

• Inconstitucionalidade total;

• Inconstitucionalidade parcial;
 Princípio da parcelaridade.
 Palavras, expressões ou até interpretações.

• Inconstitucionalidade por ação;

• Inconstitucionalidade por omissão;


Modalidades de controle de
constitucionalidade:

• Quanto ao momento:
 Preventivo ou prévio ou a priori;
 Repressivo ou consequente ou a posteriori;

• Quanto ao órgão de sua realização:


 Judicial (Judiciário)
 Político ou não judicial (Executivo e Legislativo)

• * Em regra, o controle judicial é repressivo e o


controle político é preventivo.
Modalidades de controle de
constitucionalidade:

• Exceções:

1ª) MS impetrado por parlamentar no curso de um


processo legislativo inconstitucional.
Modalidades de controle de
constitucionalidade:

• Exceções:
2ª) Art. 49, V da CRFB/88;
 Atribuição do CN (Cong. Nac.) de sustar os atos do poder
executivo que exorbitem os limites do poder regulamentar
(na própria CF/88) ou da delegação legislativa (na Resolução
do CN que delega o poder ao PR).

Limites a Congresso Nacional


Parte que só pode controlar
serem extrapo-
observados (sustar) a parte que
lou extrapolou os limites
pelo PR
Modalidades de controle de
constitucionalidade:

• Exceções:

3ª) Art. 62 §5º c/c §9º da CRFB/88;


 Medidas Provisórias – Prazo 60 dias prorrogáveis 1
única vez por igual período, não correndo durante o
recesso legislativo ( 2 fev. a 17 jul. 1 ago. a 22 dez.).

 CN faz a apreciação – pode rejeitar, inclusive por


entender que a MP é inconstitucional.
Modalidades de controle de
constitucionalidade:

• Exceções:

4ª) Súmula 473 STF – A Administração Pública pode anular


o seus próprios atos quando eivados de vício de legalidade.
 Ato é ilegal (viola a Constituição ou a Lei) – Ele deve ser anulado.
▫ Autotutela – Cuidado de si mesmo.
Modalidades de controle de
constitucionalidade:

• Exceções:
5ª) Prerrogativa do Chefe do Executivo de se recusar a
aplicar lei que entenda inconstitucional.
 É prerrogativa do Chefe do Executivo deixar de aplicar
uma lei que ele entenda inconstitucional.
▫ Se essa lei for apreciada pelo STF e o STF confirmar a
inconstitucionalidade da lei, o chefe do executivo não
responde.
▫ Se essa lei for apreciada pelo STF e o STF confirma a
constitucionalidade da lei, o chefe do executivo terá
cometido crime de responsabilidade.
Modalidades de controle de
constitucionalidade:

• Quanto ao número de órgãos com


competência para exercer o controle:

 Controle difuso;
 Controle concentrado;
 Controle misto ou eclético.
Modalidades de controle de
constitucionalidade:
• Quanto à forma ou modo de manifestação do controle:
 Por via incidental ou de exceção ou de defesa;
 Incide sobre o processo como matéria de defesa
Autor (petição) ------- Ação de Divórcio
Pedido – Divórcio
Causa de pedir – motivos diversos, dentre eles a inconst.
 Por via principal, provocado por meio de uma Ação Direta.
 Ação é peticionada diretamente no STF, e a declaração de
inconstitucionalidade é o pedido principal
Autor (petição) ---------- Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)
Pedido – Declaração de Inconstitucionalidade

 Controle abstrato ou em tese


 Inconstitucionalidade é observada na lei (norma geral e abstrata, com
hipóteses ou teses previstas)
 Controle concreto;
 Inconstitucionalidade é observada num caso concreto
• *Essas formas se combinam.
Sistema difuso X Sistema concentrado
Sistema Difuso ou Aberto Sistema Concentrado ou Reservado

Norteamericano Europeu ou Austríaco


Qualquer juiz ou tribunal pode Somente a corte constitucional
realizar a fiscalização pode realizar o controle (STF)

Via de regra, concreto. Normalmente abstrato.

Rol de legitimados restrito: art.


Legitimidade aberta
103, I a IX da CRFB/88

Exercido via de regra incidental, É realizado na via principal ou


de defesa ou de exceção. direta.

Efeitos subjetivos inter partes Efeitos subjetivos erga omnes


O papel do Senado Federal do art. 52 X
da CRFB/88
• Reclamação Constitucional RC nº 4335;
• HC 829597 e art. 2º da Lei de Crimes Hediondos -
Lei 8.072/90;
▫ STF declarou inconstitucional o art. 2º da Lei de
Crimes Hediondos num HC
 Controle Difuso, por via incidental (incide num
processo) ou de defesa (uma das razões da defesa) e
concreto (caso concreto).
• Abstratização ou abstrativização do sistema difuso.
▫ O STF quis dar efeitos abstratos (erga omnes) para as suas decisões de
inconstitucionalidade proferidas no controle difuso (caso concreto –
inter partes).
• Prequestionamento no REx e a
vedação à análise de controle
incidental ou difuso de ofício.
▫ Qualquer juiz ou tribunal pode, no controle difuso, declarar
a inconstitucionalidade de uma lei ou ato administrativo de
ofício (sem ser provocado), a exceção do STF
quando estiver julgando R.Ex.

 Recurso Extraordinário, como todo recurso, exige


prequestionamento. Então, a razão de inconstitucionalidade
deve ter sido apontada na petição inicial e questionada
anteriormente, não podendo o STF conhecer a
inconstitucionalidade dessa matéria, nessa ação, de ofício.
• Princípio da reserva de plenário
ou full bech.
 Art. 97 da CRFB/88 e na Súmula Vinculante nº 10 do STF.
 Tribunal é órgão colegiado
 Organiza-se internamente por divisões (órgãos fracionários),
que levam o nome de Turmas, Seções ou Câmara.
 Plenário, por sua vez, é o órgão que é composto por todos os
membros (pleno).

 Inconstitucionalidade é uma decisão muito importante, razão


pela qual num órgão colegiado (Tribunal), a inconstitucionalidade
de uma determinada matéria só pode ser analisada pela 1ª vez
pelo plenário (todos os membros juntos) ou por órgão
especial (uma Turma, Seção ou Câmara especializada em
matéria constitucional).
▫ Se não for a 1ª vez que aquela matéria for apreciada por aquele
tribunal, é possível que o órgão fracionário decida a questão.
Temas controvertidos do controle de
constitucionalidade:
• Inconstitucionalidade progressiva ou norma
ainda constitucional:
 REx 341.717 do Inf. 272 do STF e art. 68 do CPP

• Inconstitucionalidade por arrastamento ou por


atração ou seqüencial ou por reverberação
normativa;

• Transcendência dos motivos determinantes.


 Reclamação Constitucional nº 2986
Temas controvertidos do controle de
constitucionalidade:

• Inconstitucionalidade chapada;

• Abstratização ou abstrativização do controle


difuso:
 RC nº 4.335

▫ Art. 52: Compete privativamente ao Senado Federal:


▫ X – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei
declarada inconstucional por decisão definitiva do Supremo
Tribunal Federal
HC 126.292/SP e ADCs 43 e 44.
ADCs 43 e 44

Posto isso, voto por declarar a constitucionalidade


do art. 283 do Código de Processo Penal, com
interpretação conforme à Constituição, que
afasta aquela conferida pelos autores nas iniciais
dos presentes feitos segundo à qual referida norma
impediria o início da execução da pena tão logo
esgotadas as instâncias ordinárias, assentando que é
coerente com a Constituição o principiar de
execução criminal quando houver condenação
confirmada em segundo grau, salvo atribuição
expressa de efeito suspensivo ao recurso cabível. De
consequência, indefiro a cautelar requerida.
RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL

• Natureza Jurídica:
*Controversias:
 Recurso
 Incidente processual
 Ação Autônoma
 Instrumento correicional
 Manifestação do Direito de petição

▫ Majoritária (Pontes de Miranda):


 Ação Autônoma de impugnação das decisões
judiciais ou administrativas
• Base legal:
▫ art. 102, I, alínea “l” CRFB/88 e Leis 8.038/90;
11.4017/06:

• Prazo:
▫ Não há prazo específico para o ajuizamento da
Reclamação Constitucional, mas a Súmula 734 do
STF diz claramente que não cabe Reclamação
contra decisão judicial transitada em julgado.
• Hipóteses de cabimento:
▫ Garantir a autoridade das decisões da suprema corte.

▫ Preservar a competência do STF.

▫ Defender o cumprimento das Súmulas Vinculantes


 EC nº 45/04

• Legitimidade ativa:
▫ Antes de 2002:
 Somente os legitimados ativos do art. 103, I a IX
da CRFB/88

▫ Após 2002:
 Legitimidade aberta
 *MPU – Legitimidade cabe ao PGR
• Hipóteses de cabimento:
▫ Garantir a autoridade das decisões da suprema corte.

▫ Preservar a competência do STF.

▫ Defender o cumprimento das Súmulas Vinculantes


 EC nº 45/04

• Legitimidade ativa:
▫ Antes de 2002:
 Somente os legitimados ativos do art. 103, I a IX
da CRFB/88

▫ Após 2002:
 Legitimidade aberta
 *MPU – Legitimidade cabe ao PGR
 Art 46 LCnº 75/93
CONTROLE CONCENTRADO DE
CONSTITUCIONALIDADE
• Ações em espécie do controle de
constitucionalidade

• Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)


▫ Modalidades:
 Por Ação comum e Interventiva
 Por Omissão (ADO)
• Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC)
• Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO)
• Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)
AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE (ADI)
• Histórico:
▫ EC nº16/65 - Representação de
Inconstitucionalidade.
 Legitimidade - PGR
▫ CRFB/88 - ADI
 Legimidade – Rol do art. 103, I a IX

• Base Legal:
▫ Art. 102, I, “a” da CRFB/88 e na Lei 9.868/99.

▫ *Leitura obrigatória:
 Lei 9.868/99 e Lei 9.882/99 à luz do STF.
• Finalidade:
▫ Defender a supremacia da CRFB/88 mediante a
eventual declaração de inconstitucionalidade de
leis, seja por vício material, seja por vício formal,
parcial ou total,

• Legitimidade ativa:
▫ Rol de legitimidades do art. 103, I a IX da C
 Rol taxativo ou numerus clausus.

 *Pertinência temática.
 Legitimados ativos dos incisos IV, V e IX são
considerados legitimados ativos especiais
▫ Legitimados especiais:
 Mesa da Assembleia Legislativa do Estado ou Mesa
da Câmara Legislativa do DF,
 Governador do Estado ou do DF,
 Confederação Sindical ou Entidade de Classe de
âmbito nacional.

▫ Legitimados universais:
 Presidente da República
 Mesa do Senado Federal
 Mesa da Câmara dos Deputados
 Procurador Geral da República
 Conselho Federal da OAB
 Partido político com representação no CN
 Confederações Sindicais
 Art. 535 da CLT - organizada com no mínimo 3 (três)
federações

 Entidades de Classe de âmbito nacional


 STF vem aplicando analogicamente a lei dos Partidos
Políticos, Lei nº 9.096/95 que diz que o partido tem
âmbito nacional quando ele tem representação em pelo
menos 9 (nove) estados da federação.

 *Interesses homogêneos
▫ *CUT
▫ Associação Brasileira de TV por assinatura.

 Associações de associações ou associações de


2º grau
▫ ADI nº 3153
• Capacidade postulatória:
▫ ADI nº 127 - legitimados dos incisos I a VII
possuem legitimidade ad causam e capacidade
postulatória extraídas diretamente da CRFB/88.

▫ Partidos Políticos e as Entidades de Âmbito


Nacional precisam de advogado

▫ * ADI 4430/DF - procuração deve conter poderes


especiais e é necessário que se discrimine de
maneira específica quais os atos normativos que
serão objeto da ação que visa a declaração de
inconstitucionalidade ou de constitucionalidade.
• Participação do Procurador Geral da República
(PGR) :
▫ Papel constitucional do MP - art. 127 CRFB/88

▫ Art. 103 §1º da CRFB/88


 PGR como custus legis/custus constitutionis

▫ PGR atuará inclusive nas ações por ele propostas, não


havendo nenhuma vedação ou impedimento legal,
podendo inclusive mudar de posicionamento sem que
isso represente desistência da ação.

▫ *Nenhuma das ações do controle


concentrado/abstrato de constitucionalidade admite a
desistência do pedido, haja vista que todas tratam de
matéria de ordem pública e interesse não disponível.
• Participação do Advogado Geral da União
(AGU):
▫ Art. 103 §3º CRFB/88
 Advogado Geral da União atuará como curador legis

 Papel flexibilizado pelo STF:

 ADI nº 1616 - Se houver precedentes pela


inconstitucionalidade da lei no sistema difuso, o AGU
estaria dispensado de fazer a defesa do texto
impugnado.

 ADI nº 3916- Não existe nenhum mecanismo de


fiscalização do AGU caso ele deixe de fazer a defesa do
texto impugnado.
• Objeto da ADI:
▫ art. 102, I, “a” da CRFB/88
 *Lei ou ato normativo federal ou estadual, de natureza
primária
 *Leis Municipais e Leis Distritais

 Leis Complementares e Leis Ordinárias


 Medidas Provisórias
 Decretos e Resoluções do CN e das suas casas em
separado
 Decreto Regulamentar Autônomo
 Decreto Legislativo que aprova o tratado internacional e o
Decreto Presidencial que promulga o Tratado
internacional
 Emendas Constitucionais
 Regimentos Internos dos Tribunais
 Resoluções do CNJ
• Objeto da ADI:
▫ NÃO PODEM SER OBJETO DA ADI:
 Projetos de Leis (PL’s)
 Propostas de Emendas Constitucionais (PEC’s)
 Normas pré-constitucionais
 Súmulas
 *Súmulas Vinculantes?
 Normas já revogadas
 Revogação superveniente no curso da ADI
 Atos secundários (infralegais)
 Ex: decretos meramente regulamentares, portarias,
circulares, provimentos dos Tribunais, etc.
 Normas Constitucionais Originárias
• Amicus curiae:
 Art. 7º, §2º da Lei nº 9868/99.

 amicus curie não se torna parte no processo, sendo


um terceiro atípico ou especial (não o terceiro
interessado do CPC).

 Podem atuar na função de amicus curie:


 Organizações coletivas
 Sindicatos
 Entidades de classe
 Partidos políticos
 ONGs
 Associações religiosas
 Pessoas jurídicas em geral, desde que tenham, dentre
as suas finalidades institucionais, alguma pertinência
com o que está sendo discutido na ação.
▫ Formaliza o seu papel de colaborador oferecendo
um pedido ao relator da ação.
 O pedido de colaboração pode ser apresentado pelo
amicus curie, segundo orientação do STF, até a data
da remessa dos autos para julgamento.

▫ Como não é parte formal no processo, o amicus


curie não tem interesse recursal, não podendo
oferecer embargos declaratórios.
• Medida Cautelar/Liminar:
▫ Arts. 10 a 12 da Lei 9.868/99.

▫ Precisa ser concedida pela maioria absoluta dos


ministros do tribunal ou do respectivo órgão especial.
 Período de recesso - Relator da ação em despacho
monocrático.

▫ Efeitos temporais da concessão da cautelar em sede de


ADI:
 Art. 11 caput e §1º da Lei 9.868/99
 Via de regra ex nunc, sendo possível eventualmente
concedidos efeitos ex tunc
 §2º do art. 11 - Efeitos repristinatórios.

▫ *Cautelar não tem efeito dúplice, ambivalente,


fungível ou cruzado.
• Natureza ambivalente, dúplice ou fungível da
decisão de mérito em sede de ADI e ADC:

▫ Art. 24 Lei 9.868/99

▫ Da negativa do pedido improcedente numa ADI


tem-se a confirmação da constitucionalidade da
lei, efeitos vinculantes e erga omnes; e da negativa
da ADC tem-se a declaração de
inconstitucionalidade da norma, efeitos
vinculantes e erga omnes.
JULGAMENTO JULGAMENTO
AÇÃO PEDIDO PRINCIPAL
PROCEDENTE IMPROCEDENTE
ADI Declaração de Norma declarada Norma declarada
inconstitucionalidade inconstitucional constitucional
ADC Declaração de Norma declarada Norma declarada
constitucionalidade constitucional inconstitucional

*A procedência de uma ação equivale a improcedência da


outra ação e vice-versa.
• Efeitos da decisão definitiva em sede de ADI:
▫ Art. 22 da Lei 9.868/96
 Devem estar presentes na sessão de julgamento pelo
menos 8 (oito) ministros, e o voto de pelo menos 6
(seis) ministros (reserva de plenário) para declarar a
inconstitucionalidade.
 Quórum de instalação – 8 Ministros
 Quórum de declaração de inconstitucionalidade – 6
ministros (maioria absoluta)

 efeitos subjetivos - erga omnes


 Art. 102 §2º CRFB/88
 Exceção – Poder Legislativo na função típica
legiferante
• Efeitos da decisão definitiva em sede de ADI:
▫ Art. 22 da Lei 9.868/96
 Devem estar presentes na sessão de julgamento pelo
menos 8 (oito) ministros, e o voto de pelo menos 6
(seis) ministros (reserva de plenário) para declarar a
inconstitucionalidade.
 Quórum de instalação – 8 Ministros
 Quórum de declaração de inconstitucionalidade – 6
ministros (maioria absoluta)

 efeitos subjetivos - erga omnes


 Art. 102 §2º CRFB/88
 Exceção – Poder Legislativo na função típica
legiferante
• Irrecorribilidade das decisões finais em sede de
ADI e ADC:

▫ Art. 26 da Lei 9.868/99

▫ *Embargos declaratórios
 *Cabível sua interposição inclusive para questionar
omissão sobre modulação temporal dos efeitos da
decisão, mesmo quando não tenha sido requerido na
petição inicial de ADI/ADC
AÇÃO DECLARATÓRIA DE
CONSTITUCIONALIDADE (ADC)

• Histórico:
▫ A ADC não constava no texto originário da
CRFB/88, tendo sido adicionada posteriormente
com a EC nº03/93.

• Base legal:
▫ Art. 102, I, “a” da CRFB/88 e na Lei nº 9.868/99.
• Finalidade:
▫ Afastar a insegurança jurídica gerada por
decisões contraditórias sobre a validade de
uma mesma norma
 Art. 14 III da Lei 9.868/99
 ADC nº 08:
 Suprema Corte precisa ser convencida de que
realmente há um volume expressivo de decisões que lhe
permita receber a ADC.
• Legitimidade ativa:
▫ EC nº03/93
 Inseriu o art. 103 e o “falecido” §4º,
 PGR
 Mesa da Câmara dos Deputados
 Mesa do Senado Federal
 Presidente da República

▫ EC nº45/04
 Revoga o §4º do art. 103, alterando também
a redação do caput
 *Art. 13 da Lei 9.868/99?
 Conclusão = Rol de legitimados igual ao da ADI
 Art. 103 I a IX CRFB/88
• Objeto da ADC:
▫ Lei ou ato normativo puramente federal.
 Art. 102, I, “a” CRFB/88

• Participação do Procurador Geral da


República (PGR):
▫ Equiparada à sua atuação em sede de ADI (ampla)
 Art. 103, §1º da CRFB/88,

▫ PGR enaltece as instituições democráticas,


defende os direitos do cidadão, manifestando-se e
atuando em todos os processos que são de
competência do STF
• Participação do Advogado Geral da União
(AGU):
▫ Defensor/curador legis
 art. 103 §3º da CRFB/88

 *Divergência doutrinária:
 Majoritária:
▫ Não há necessidade de atuação do AGU,
porque a defesa da constitucionalidade da lei
consta na Petição Inicial da ADC.
 Minoritária:
▫ Diante da natureza ambivalente das 2 (duas)
ações, é possível eventualmente sim que haja
a atuação do AGU.
• Amicus Curiae:
▫ Mesmos moldes da ADI
 Art. 7º §2º da Lei 9.868/99

• Cautelar em sede de ADC:


▫ Art. 21 da Lei 9.868/99.
 Suspensão dos processos em curso que dependem da
aplicação da lei objeto da ação por até 180 dias, sob pena
de perda da sua eficácia.

 Concessão - maioria absoluta.

 *Concessão por despacho monocrático no


período de recesso
 Não existe previsão.

 Parte da doutrina não vê óbice à sua concessão nos mesmos


moldes da ADI.
• Efeitos da decisão definitiva de mérito na
ADC:
▫ Efeitos subjetivos
 Erga omnes

 *Exceção - STF
 Não faz coisa julgada material

▫ Efeitos temporais
 Ex tunc

 Divergência doutrinária
 Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Clémerson Merlin
Cléve
▫ Defendem a manipulação temporal dos efeitos da norma.
AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE POR
OMISSÃO (ADO)

• Histórico:
▫ Reforma importante trazida por meio da Lei nº
12.063/09
 Alterou a Lei nº 9.868/99

• Base Legal:
▫ Art. 103 §2º da CRFB/88 e Lei nº 12.063/09 que
alterou a Lei nº 9.868/99
• Finalidade:
▫ Combater omissão normativa primária ou
secundária de órgãos legislativos ou eventualmente
administrativos federais, estaduais, municipais, que
afetem a efetividade da CRFB/88.

• Omissões normativas:
▫ De primeiro ou de segundo grau;

▫ Completas/totais ou parciais.
 Ex: arts. 18 §4º; 37, VII; 40, §4º e art. 7º, IV da
CRFB/88
• Legitimidade ativa:
▫ Art. 103, I a IX CRFB/88

• Participação do Procurador Geral da República


(PGR):
▫ Art. 12-E §3º Lei 9.868/99
 Determina que o PGR, nas ações em que não for
autor, deverá se manifestar como custus legis.

 *STF – Não obrigatório quando for o propositor


• Participação do Advogado Geral da União
(AGU):
▫ Art. 12-E §2º Lei 9.868/99
 Relator poderá solicitar a manifestação do AGU, que
deverá ser encaminhada no prazo de 15 dias.

 *Divergência doutrinária
 Omissão total – Não há sentido a manifestação do AGU
 Omissão parcial – A depender do caso, pode ser que haja
uma boa argumentação a ser oferecida.

• Amicus Curie:
▫ Mesmos moldes da ADI
 Art. 7º §2º da Lei 9.868/99
• Amicus Curie:
▫ Mesmos moldes da ADI
 Art. 7º §2º da Lei 9.868/99

• Medida Cautelar/Liminar:
▫ Lei 12.063/09, quando alterou a Lei 9.868/99,
trouxe várias hipóteses de concessão de provimento
cautelar
 Art. 12-F § 1º:
 Suspender o ato normativo impugnado em caso de
omissão parcial,
 Suspender os processos em curso que dependam da
aplicação da norma inexistente,
 Qualquer outra decisão que a corte determinar.
• Efeitos da decisão definitiva:
▫ Art. 12-H:
 Omissão de órgão administrativo (que produz as
normas secundárias ou de 2º grau):
▫ As providências deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta)
dias ou em prazo razoável para adoção das providências
necessárias.
 Omissão legislativa:
▫ Não há prazo para editar a lei.

▫ Decisão concretista em sede de ADO:


 ADI 3.682, que fixou prazo de 18 (dezoito) meses para
o Congresso Nacional edital a norma anunciada no
art. 18, §4 (Lei Complementar Federal para necessária
para a criação de Municípios).
• Diferenças entre Mandado de Injunção e ADO:
AÇÃO DIRETA DE
MANDADO DE INJUNÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE POR
OMISSÃO

Art. 5º LXXI da CRFB/88 Art. 103 §2º da CRFB/88 e Lei 9.868/99

Ação do Controle Concentrado de


Remédio Constitucional
Constitucionalidade

Forma um processo subjetivo Forma um processo objetivo

Busca defender direitos fundamentais Visa defender normas constitucionais


dependentes de regulamentação dependentes de regulamentação

Legitimidade ativa do art. LXX Legitimidade ativa do art. 103 da CRFB/88

Competência para julgamento varia Competência exclusiva do STF no plano


conforme o polo passivo federal

Efeitos inter partes Efeitos erga omnes

Não cabe medida cautelar Cabe medida cautelar (art. 12-F Lei 9.868/99)
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO
DE PRECEITO FUNDAMENTAL
(ADPF)

• Histórico:
▫ Surgiu com a CRFB/88
 Suprir lacunas no controle concentrado de
constitucionalidade federal.

• Base Legal:
▫ Art. 102 §1º da CRFB/88 e na Lei 9.882/99.
• Conceito de preceito fundamental:
▫ ADI nº 2.231 ajuizada pelo Conselho Federal da OAB
 APDF, diferentemente das demais ações do controle
concentrado, somente protege os preceitos fundamentais

▫ ADPF nº 33
 STF apresentou um rol exemplificativo de preceitos
fundamentais:
▫ Princípios fundamentais (arts. 1º a 4º da CRFB/88)
▫ Direitos e garantias fundamentais (art. 5º a 17)
▫ Princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VIII)
▫ Princípios que regem a Administração Pública (art. 37 caput)
▫ Cláusulas pétreas (art. 60 §4º).

▫ Doutrina:
 Normas de conteúdo materialmente constitucional
• Caráter subsidiário da ADPF:
▫ Art. 4º, §1º da Lei 9.882/99.
 Só caberá ADPF se não houver algum outro meio eficaz de
sanar a lesividade.

 Dirley da Cunha Jr:


▫ Inconstitucional

▫ STF:
 ADPF nº 76
▫ ADPF é residual com relação às demais ações do controle
concentrado federal

 ADPF nº 100
▫ Se a lei municipal violar ao mesmo tempo norma da
constituição federal e da constituição estadual de observância
obrigatória, caberá representação de inconstitucionalidade, com
base no art. 125 §2º da CRFB/88, e não a ADPF.
• Hipóteses de cabimento da ADPF:
▫ Subsidiariamente com relação às demais ações do
controle concentrado federal

▫ Subsidiariamente à RI quando lei municipal violar


concomitantemente norma da constituição federal e da
constituição estadual de observância obrigatória

▫ Normas pré-constitucionais
 ADPF nº 130 – Lei da Imprensa
 ADPF nº 144 – Lei das Inelegibilidades
 ADPF nº 54 – CP e feto anencéfalo

▫ Atos do Poder público desprovidos de normatividade

▫ Veto do Presidente da República


• Não podem ser objeto de ADPF:
▫ Súmulas.
 ADPF nº 80

▫ Ato judicial
 ADPF nº 172

• Legitimidade ativa:
▫ Art. 103, I a IX, CRFB/88

• Atuação do PGR:
▫ Art. 7º Lei 9.882/99
 MP nas ações em que não houver formulado, terá vista do
processo por 5 (cinco) dias após o decurso do prazo para
informações.
▫ Conclui-se que a atuação do PGR como custus legis não é
obrigatória, atuando como fiscal da lei apenas nas ações que não
tenham sido por ele porpostas.
• Participação do AGU:
▫ Não há previsão de participação obrigatória do
AGU em sede de ADPF, mas o relator pode
convocá-lo para atuar na ADPF.

• Amicus curie:
▫ Art. 6º §2º Lei nº 9.882/99

▫ O amicus curie tem na APDF a mesma atuação nas


demais ações do controle concentrado
• Modalidades ou espécies de ADPF:
▫ ADPF principal:
 Inaugura um processo objetivo nos moldes da ADI, ADC, ADO,
presente no art. 1º caput da Lei 9.882/99.

 É uma ação em abstrato, ou seja, analisa a lei ou ato


administrativo em tese, sendo parecida com as ações do
controle concentrado vistas até agora.

▫ ADPF incidental:
 art. 1º, parágrafo único, I, Lei 9.882/99

 Instaurada no curso de um processo subjetivo, analisando a


incompatibilidade da norma com os preceitos constitucionais
de forma incidental.

 Pode-se dizer que é ação do controle concentrado concreto,


porque se discute a inconstitucionalidade ou
incompatibilidade da norma para com os preceitos
fundamentais de forma incidental.
 Cisão funcional de competência vertical
▫ Juiz de 1º grau ou tribunal que, recebendo a ADPF
incidental, realizará a cisão funcional vertical de
competência e remeterá ao STF a análise sobre a ADPF,
ficando o julgamento suspenso perante o juízo de 1º grau ou
tribunal.

▫ O STF então decide e, após a decisão retornam os autos ao


juízo de 1º grau ou tribunal.

▫ Dali para frente, aquela decisão do STF irá nortear o


julgamento do mérito da causa, razão pela qual consiste
numa ADPF incidental e prejudicial ao mérito, mas que só
pode ser julgada pelo STF.

 Legitimados ativos para a apresentação da ADPF


principal e incidental são os mesmos
• Efeitos da decisão cautelar:
▫ Art. 5º da Lei 9.882/99
 Concessão da cautelar por maioria absoluta dos
membros,
▫ Relator pode conceder a liminar ad referendum do tribunal
pleno (decisão monocrática, devendo passar pelo referendo
do pleno com o retorno dos trabalhos).

▫ Decisão liminar com efeitos erga omnes e


vinculantes:
 Suspensão os processos em curso
 Suspensão dos efeitos de decisões judiciais
 Qualquer outra modalidade de decisão, salvo se
decorrentes da coisa julgada, não podendo esta ser
prejudicada pela cautelar da ADPF em face da
segurança jurídica.
• Efeitos da decisão definitiva:
▫ Observadas as mesmas regras da ADI, ADC e ADO:
 Quórum mínimo de 8 (oito) ministros para a deliberação e
a aprovação pela maioria de 6 (seis) ministros.

 Atinge o poder judiciário e a Administração Pública.


 Não atingindo o Poder Legislativo na sua atividade legiferante,
em nome do princípio da separação de poderes

 Efeitos ex tunc
 Podem ser concedidos efeitos ex nunc ou prospectivos
(modulação temporal dos efeitos da sentença)
▫ Art. 11 da Lei 9.882/99.
▫ Aprovação de 2/3 dos ministros.
Jurisdição Constitucional: novas perspectivas e
controvérsias na Suprema Corte.

• Adwaldo Peixoto
 adwaldopeixoto@gmail.com
 @adwaldopeixoto

• João Paulo Soares


 jp_soaresesilva@hotmail.com
 @joaoses

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