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Índice

Introdução....................................................................................................................................2
Desenvolvimento.........................................................................................................................3
Conclusão.....................................................................................................................................4
Zamora Induta frustrado..............................................................................................................4
Problemas nas tropas continuam.................................................................................................5
Guiné-Bissau está de rastos.........................................................................................................6
Referencia Bibliográfico..............................................................................................................6

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Introdução
Antigo chefe das Forças Armadas Zamora Induta diz-se frustrado com o rumo que a
Guiné-Bissau tomou após a guerra civil e responsabiliza os políticos. Ativista Nelvina
Barreto diz que conflito deixou o país de rastos.

Foi há precisamente 21 anos que os militares leais ao brigadeiro Assumane Mané


pegaram em armas para depor o então Presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo
"Nino" Vieira.  Na madrugada de 7 de junho de 1998, os guineenses acordaram ao som
de tiros na capital do país, quando a Junta Militar abriu fogo contra a caravana do
Presidente, que se dirigia ao Aeroporto de Bissau, junto ao "poilão de Brá", árvore de
grande porte e com muito simbolismo na avenida principal.

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Desenvolvimento
Iniciava-se, assim, a sangrenta guerra civil que viria a durar 11 meses e que culminou
com o afastamento de Nino Vieira, que estava no poder há quase 20 anos. Cláudia
Veigas tinha 13 anos quando rebentou a guerra civil. A advogada diz que o conflito veio
chamar a atenção das autoridades para justiça social.
"Vinte e um anos após a guerra de 7 de junho, há mais a lamentar do que a festejar, mas
que deve servir como um alerta para a necessidade e importância de dar maior atenção
ao setor da justiça. Principalmente já que se percebeu que é o caminho para a resolução
de grandes questões e conflitos que travam o desenvolvimento do país", sublinha.

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Conclusão

Vários assassinatos e golpes de Estado marcaram pós 7 de junho

Zamora Induta frustrado


O antigo chefe do Estado Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Zamora
Induta, que foi porta-voz da Junta Militar, disse à DW África que, apesar da data do
início do conflito político-militar continuar bem presente na sua memória, é com
frustração que vê o rumo que o país tomou após o golpe de Estado. 
Zamora Induta responsabiliza os sucessivos governos que assumiram a liderança do país
pela instabilidade que se vive na Guiné Bissau desde a guerra civil.
"Agora vejo a situação com alguma frustração porque os desejos e os motivos que
estiveram por detrás desse levantamento militar viram-se depois falhados", diz.

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Induta lembra que houve uma "tentativa de responsabilização da Junta Militar pela
situação em que se encontra o país", algo de que discorda completamente, "não por ter
feito parte, mas porque se esquecem que a Junta apenas criou condições para que ainda
hoje possa haver eleições livres e democráticas."
"Como os políticos não conseguiram dar respostas às grandes questões do país, agora
toda a areia é atirada para a Junta", explica o capitão-de-mar-e-guerra, nomeado chefe
das Forças Armadas em 2009, pelo Presidente interino Raimundo Pereira.
Ainda segundo Zamora Induta, os problemas internos dentro do Partido Africano para a
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), as questões sociais e
fundamentalmente um mal-estar que havia nos quartéis estiveram na base da guerra
civil, conhecida também por 7 de junho.
"Mesmo dentro dos quartéis também havia problemas, não podemos escamotear a
verdade. E foram fundamentais para a revolta dos militares, apesar de o golpe de Estado
ser explorado do ponto de vista político. As pessoas podem até não se ver, que as
primeiras leis das Forças Armadas, refiro-me ao Estatuto dos Militares e à Lei da
Defesa Nacional, todos esses instrumentos não existiam. A pergunta é como é que se
pode dirigir um punhado de homens armados sem qualquer tipo de legislação?",
questiona o militar formado numa academia militar na Rússia.

Problemas nas tropas continuam


Afastado dos círculos militares desde o golpe de Estado de abril de 2012, Induta refere
que ainda algumas más práticas continuam nas Forças Armadas, como, por exemplo,
"as promoções que são feitas, em que se marca uma data e todos são promovidos, coisa
que não acontece em nenhuma parte de mundo, que não é correto e que gera mal-estar"
entre as tropas.

Sequelas da guerra civil ainda são visíveis na Guiné-Bissau


Zamora Induta afirma que não havia outra forma de resolver aqueles problemas não
fosse através do recurso a armas. "Logo a seguir ao levantamento, a Junta Militar
disponibilizou-se de imediato a negociar, o que na altura foi mal interpretado. Aliás, foi

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rejeitado liminarmente. As condições que foram postas é que a Junta Militar iria à mesa
das negociações mas só se deixasse as armas, coisa que seria de malucos. Ninguém
queria depor as armas para ir a negociações, sabendo que iria acontecer a seguir",
declarou à DW África o ex-membro da Junta Militar do brigadeiro Ansumane Mané,
que derrubou Nino Vieira em 1999 e chefiou o comité militar criado para gerir a crise
no país após o duplo assassinato do Presidente e do chefe do Estado-Maior das Forças
Armadas em 2009.
Apesar da legislação em vigor nas Forças Armadas da Guiné-Bissau, Induta argumenta
que há muitas leis que não estão a ser cumpridas, aludindo ao facto de ter sido afastado
das fileiras militares em situação ainda por clarificar.
Sobre a Guiné-Bissau de hoje, Zamora Induta não vislumbra nenhum caminho que
possa tirar o país da profunda instabilidade governativa.

Guiné-Bissau está de rastos


A ativista guineense Nelvina Barreto não tem dúvidas que a guerra deixou a Guiné-
Bissau de rastos, com uma administração praticamente inexistente, uma população sem
motivação sem expetativas para acreditar no futuro e uma juventude a quem apenas
resta a emigração.
"Um país que estava a dar os primeiros passos depois daquele período de ajustamento
estrutural imposto pelas instituições de Bretton Woods, estava a tentar integrar-se na
zona de moeda única FCFA, havia alguma dinâmica em termos económicos com
investimentos estrangeiros importantes, a nível interno também havia muita dinâmica
empresarial e social. Foi nesse período que começaram a surgir movimentos da
sociedade civil, e toda essa dinâmica foi quebrada. A Guiné-Bissau não saiu só com as
infraestruturas destruídas. Saiu principalmente ferida na sua alma. A unidade nacional
que vinha desde os tempos da guerra de libertação nacional contra o colonialismo
português foi duramente abalada com a guerra civil", sublinha.
É nessa altura, que segundo Nelvina Barreto, que as estruturas do Estado de direito
democrático que estavam a pôr-se de pé, embora timidamente, acabaram por ser
completamente arrasadas. "Tudo isto aliado a uma cegueira, a um autismo completo da

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classe política que insiste em digladiar-se entre si e não olhar para sua responsabilidade
para organizar a vida pública dos guineenses", lamenta.

Referencia Bibliográfico
https://www.dw.com/pt-002/guerra-de-7-junho

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