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TCE-MG

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS.

DIREITO TRIBUTÁRIO
PODER DE TRIBUTAR E COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Poder de Tributar e Competência Tributária
Prof. George Firmino

SUMÁRIO
Competência Tributária.................................................................................4
1. Conceito e Características.........................................................................4
2. A Capacidade Tributária Ativa.................................................................. 11
3. A Função de Arrecadar Tributos............................................................... 17
4. Competência para Legislar sobre Direito Tributário..................................... 24
4.1. Normas Gerais e o Papel do CTN........................................................... 31
4.2. Leis Ordinárias x Leis Complementares.................................................. 34
5. Classificação da Competência Tributária.................................................... 37
5.1. Competência Comum.......................................................................... 38
5.2. Competência Privativa......................................................................... 38
5.3. Competência Cumulativa...................................................................... 42
5.4. Competência Residual.......................................................................... 44
5.4.1. Instituição de Novos Impostos........................................................... 44
5.4.2. Instituição de Novas Contribuições..................................................... 54
5.4.3. A Competência Residual para a Instituição de Taxas e Contribuição de
Melhoria................................................................................................... 55
5.5. Competência Extraordinária.................................................................. 56
Resumo.................................................................................................... 60
Questões de Concurso................................................................................ 63
Gabarito................................................................................................... 79
Gabarito Comentado.................................................................................. 80

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Prof. George Firmino

Olá, prezado(a) aluno(a)!

Nesta aula, estudaremos competência tributária, assunto que é muito cobrado

em prova.

Por isso, precisamos chegar lá com muita segurança na matéria.

Iniciemos nosso estudo!

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Poder de Tributar e Competência Tributária
Prof. George Firmino

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

1. Conceito e Características

Estudamos, na nossa aula anterior, que o Estado precisa arrecadar e para isso

institui seus tributos.

Mas que tributos cada ente pode instituir? É livre a criação de tributos?

É necessário que exista uma regulação da conduta de cada ente político, esta-

belecendo o que cada um pode instituir e impondo limitações ao exercício desse po-

der. Não fosse assim, teríamos que pagar tributo sobre tudo e de qualquer forma.

Já imaginou ter que pagar imposto cada vez que você espirrar? Garanto que

se isso fosse possível, União, Estados, DF e Municípios estariam de olho, torcendo

para você ficar resfriado...

Para evitar que a tributação ocorra de forma desenfreada, nosso sistema tribu-

tário é norteado por definições constitucionais que delimitam o exercício do poder

de tributar. E é exatamente esse poder que representa a competência tributária.

Vejamos o que diz o art. 6º do Código Tributário Nacional:

Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a


competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição
Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos
Municípios, e observado o disposto nesta Lei. (grifos acrescidos)

A competência tributária é, pois, a prerrogativa prevista na Constituição

Federal que possibilita aos entes federados editarem leis instituindo seus

tributos. Consiste, portanto, no poder que decorre diretamente da Constituição,

conferido aos entes políticos (União, Estados, DF e Municípios) para instituírem

seus tributos.

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Do caput do art. 6º podemos destacar algumas definições importantes.

Em primeiro lugar, a competência tributária é uma atribuição constitucional.

Contudo, a Constituição Federal não cria tributos, apenas define quem poderá

instituir cada tributo, ficando a cargo de cada ente exercer essa prerrogativa.

Sendo uma atribuição constitucional, é certo que apenas a própria Constituição

pode discriminar a competência de cada ente. Nessa linha, somente por meio de

emenda constitucional seria possível alterar a competência tributária, ainda assim,

respeitados os limites que garantam a autonomia de cada um dos entes.

De acordo com o que estudamos na aula anterior, sabemos que a instituição

de seus próprios tributos garante ao ente político o ingresso de recursos em seus

cofres, assegurando a sua autonomia, como prevê a Constituição.

O que seria dos Municípios se não pudessem instituir seus próprios tributos?

Certamente, seriam ainda mais dependentes economicamente dos respectivos Es-

tados, o que iria acabar com a autonomia de cada um, eis que, como dependentes

do repasse de recursos, estariam subordinados às imposições do governante esta-

dual.

O exercício da competência tributária, vale dizer, a instituição dos tributos

que foram constitucionalmente outorgados, garante ao ente federado manter sua

autonomia e, assim, fazer valer o pacto federativo.

Por isso, não pode haver invasão de competência. Se um tributo é de compe-

tência municipal, não poderia o Estado-membro quebrar a autonomia do município

e instituir o tributo, pois estaria invadindo sua competência tributária.

Como a competência tributária e as limitações ao seu exercício são determina-

dos na Constituição Federal, apenas esta tem o condão de definir o poder de tribu-

tar de cada ente. Nesse sentido, a Súmula n. 69 do STF:

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Súmula 69 do STF
A Constituição Estadual não pode estabelecer limite para aumento de tributos
municipais.

Mas o que o art. 6º do CTN quer dizer quando dispõe: “ressalvadas as limitações

contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgâni-

cas do Distrito Federal e dos Municípios”?

Isso significa que cada ente poderá estabelecer limitações próprias.

Limitar o poder de tributar, como veremos mais adiante nessa mesma aula,

compreende assegurar os direitos e garantias individuais dos contribuintes.

Na esteira desse entendimento, os entes tributantes poderiam estabelecer li-

mitações ao exercício do seu próprio poder, mas jamais limitar menos do que a

Constituição Federal fez.

Exemplo

Como veremos logo mais, o princípio constitucional da anterioridade nonagesimal

diz que, na instituição ou majoração de tributos, a nova cobrança somente será

válida depois de decorridos 90 dias da publicação da lei. Assim, não poderia um

Estado definir em sua Constituição que o prazo seria de apenas 45 dias.

Haveria, nesse caso, uma afronta aos direitos e garantias individuais dos contri-

buintes. Por outro lado, o Estado-membro poderia conferir um prazo maior para os

tributos estaduais.

O outro ponto que merece destaque no caput do art. 6º é que a competência

tributária é uma competência legislativa.

Estudamos na aula anterior que o tributo é uma prestação instituída em lei.

Logo, apenas os entes políticos são capazes de instituir tributos, por meio de suas

próprias leis.

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Nessa linha, podemos afirmar que apenas aqueles dotados de Poder Legislativo,

são detentores de competência tributária, a saber: União, Estados, DF e Municípios.

Por conseguinte, é inconcebível em nosso ordenamento que outras pessoas jurídi-

cas, ainda que de Direito Público, criem tributos. Uma fundação ou uma autarquia, por

exemplo, não poderiam instituir tributos, pois não possuem competência legislativa.

Com efeito, há que se destacar que o exercício da competência da tributá-

ria é atividade política.

Por se tratar de uma competência legislativa compreende uma faculdade. O

ente político não está obrigado a exercer a sua competência tributária. Entretanto,

somente poderá instituir tributos e, consequentemente, arrecadar para custear os

gastos públicos quando a exercer, mediante a edição de lei instituidora de tributo.

Tomemos como exemplo o disposto no art. 153, VII, da Constituição Federal,

que confere à União a competência para instituir o imposto sobre grandes fortunas.

Até hoje essa competência não foi exercida e o imposto não foi criado.

Sob a ótica do Direito Tributário é isso que importa: a competência tributária é

um poder conferido ao ente e pode ser exercido ou não, de acordo com sua conve-

niência e oportunidade. Daí, podemos extrair outra característica da competência

tributária: ela é imprescritível, ou seja, pode ser exercida a qualquer tempo.

O art. 8º do CTN destaca que o não exercício da competência tributária

não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a

Constituição a tenha atribuído.

Esclarecendo: se um município é competente para cobrar a taxa pela prestação do

serviço de coleta de lixo domiciliar e não a institui, simplesmente deixará de arre-

cadar para custear o serviço.

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Da mesma forma, se o estado de Santa Catarina deixa de instituir o IPVA em seu

território, não poderia a União instituir e cobrar o imposto, sob pena de inconstitu-

cionalidade por invasão de competência.

Há que se observar, entretanto, que, a partir da Lei de Responsabilidade Fiscal

(Lei Complementar n. 101/2000), a instituição dos tributos de sua competência

passou a ser requisito para a boa gestão dos recursos públicos do ente federado.

Vejamos o que diz a LRF:

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a institui-


ção, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional
do ente da federação.

Os ditames da referida lei fogem um pouco da seara tributária. Contudo, já foi

objeto de prova de Direito Tributário da FCC no concurso de Juiz Substituto do TJ/AL:

1. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ AL/2007) Prefeito Municipal, diante de manifesta-

ções adversas da Câmara Municipal, deixou de instituir no Município a Contribuição

para o Custeio da Iluminação Pública – CIP. A medida, em tese,

a) merece aplausos, pois contribui para redução da nossa carga tributária, uma

das mais elevadas do mundo.

b) merece aplausos, pois a cobrança da referida contribuição é manifestamente

inconstitucional.

c) implica em responsabilidade na gestão fiscal, nos termos da Lei de Responsabi-

lidade Fiscal, e pode ser combatida via ação popular, por qualquer um do povo, por

ser lesiva ao patrimônio público.

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d) comporta a propositura de ação declaratória de constitucionalidade para tornar

efetiva a instituição e cobrança do tributo.

e) implica em responsabilidade na gestão fiscal, nos termos da Lei de Responsabi-

lidade Fiscal, mas não tem o condão de ensejar o impeachment do Prefeito.

Letra c.

A competência tributária representa a competência legislativa plena e o ente polí-

tico não está obrigado a exercê-la.

No âmbito do estudo do Direito Tributário, a única consequência possível resultante

do não exercício da competência é que o ente deixaria de instituir tributos e, con-

sequentemente, de arrecadar para custear os gastos públicos, o que somente pode

ser realizado mediante a edição de lei instituidora de tributo.

Contudo, a Lei Complementar n. 101/2000 estabeleceu normas de finanças públicas

voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Trata-se da famosa Lei de Res-

ponsabilidade Fiscal – LRF, que fez referência à instituição de todos os tributos da

competência do ente político como requisito da responsabilidade na gestão fiscal.

Com isso, as possibilidades de resposta seriam as letras c ou e.

Para ter a certeza de que a letra e está errada, o candidato teria que saber que os

atos puníveis com a cassação do mandado do Prefeito estão elencados no Decreto-

-Lei n. 201/1967. Nesta norma, o art. 4º, VIII, define que é punível com a cassação

(impeachment) o Prefeito Municipal que omitir ou negligenciar na defesa de bens,

rendas, direitos ou interesses do Município sujeito à administração da Prefeitura.

Esse dispositivo, em conjugação com o art. 11 da LRF, evidencia o erro da assertiva.

A banca deu como gabarito a letra c. Porém, a assertiva contém um equívoco. A

ação popular apenas pode ser proposta pelo cidadão e não por qualquer um do

povo. Apesar do erro, a banca manteve o gabarito preliminar.

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De qualquer forma, é importante destacarmos neste momento as implicações do


não exercício da competência tributária sob a ótica da LRF.

Prosseguindo, o CTN apresenta em seu art. 7º a característica mais marcante

da competência tributária: sua indelegabilidade.

Define o Código expressamente que a competência tributária é indelegável.

Isso significa que nenhum ente poderá transferir para outro o poder de instituir os

tributos que lhe foram outorgados pela Constituição Federal.

Assim, o município de Salvador não pode delegar a instituição do IPTU para o

Governo do Estado da Bahia, nem mesmo para outro município.

Delegar a competência tributária seria o mesmo que pretender tornar sem efei-

to, mediante a lei delegatória, o regramento constitucional. Ora, não podem os

entes políticos, através de leis, ou seja, de atos hierarquicamente inferiores à Cons-

tituição Federal, destinar o poder que foi atribuído pela Carta Magna a ente diverso.

Assim ensina Hugo de Brito Machado:

Justifica-se a indelegabilidade porque a estrutura jurídica do Estado há de ser aquela


definida pela Constituição, expressão de vontade do Poder Constituinte, que é unitário,
e por isso não pode ser modificada pela vontade dos poderes constituídos. (...) É indis-
cutível, portanto, o fundamento constitucional da norma do art. 7º do Código Tributário
Nacional, tanto em face da Constituição vigente à data da sua edição, como em face
da atual Constituição Federal. A delegação da competência tributária só seria possível
se admitida expressamente pela Constituição. Competência que se exerce mediante
atividade legislativa certamente não pode ser delegada, porque a atividade legislativa
é indelegável, salvo disposição expressa da Constituição. (MACHADO, Hugo de Brito.
Comentário ao Código Tributário Nacional, vol. I, 2ª ed. 2007, p. 156/157)

Consequentemente, a competência tributária é indelegável tanto por ação

como por omissão do ente competente. Com isso, assim podemos resumir as

características da competência tributária:

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2. A Capacidade Tributária Ativa

Vimos que o art. 7º do CTN dispõe acerca da indelegabilidade da competência

tributária. Mas ele diz bem mais que isso. Passemos à análise do dispositivo:

Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arreca-


dar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas
em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos
termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à
pessoa jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa
jurídica de direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito pri-
vado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.

Percebemos que, apesar da impossibilidade de delegação da competência tribu-

tária, uma vez que esta é definida na própria Constituição, o CTN permite a dele-

gação de algumas atividades da administração tributária.

Essas atividades não se confundem com a competência tributária, que é IN-

DELEGÁVEL, sem qualquer exceção.

Uma coisa é poder legislar e, com isso, instituir seus tributos (competência tri-

butária), outra coisa é fiscalizar, cobrar e arrecadar tributos.

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Faz-se necessário analisarmos como normalmente ocorre a relação tributária

para entendermos completamente o assunto.

Na etapa , temos a competência tributária, que pode ser observada em duas

manifestações distintas: a outorga constitucional e o exercício da competência.

A outorga constitucional define a competência, ou seja, determina que tributos

o ente federado poderá instituir. Na segunda manifestação, ainda na etapa  do

esquema acima, ocorre o exercício da competência tributária, momento em que o

ente institui o tributo de sua competência.

Uma vez instituído o tributo, passa-se a ter a relação tributária propriamente

dita, na qual o sujeito ativo (ente tributante) exige do sujeito passivo (contribuinte

ou responsável) o cumprimento da obrigação tributária, qual seja: o pagamento do

tributo devido. Isso ocorre na etapa  do esquema apresentado. Nesse momento,

várias atividades são desenvolvidas, tais como o lançamento, a fiscalização e a co-

brança do tributo.

Ocorre que essas atividades são exatamente aquelas excetuadas pelo CTN, cuja

delegação é permitida a outra pessoa jurídica de direito público. Compõem, por-

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tanto, a denominada capacidade tributária ativa, que não se confunde com a

competência tributária.

A capacidade tributária ativa é, pois, a prerrogativa de atuar no polo

ativo da relação tributária, exigindo do sujeito passivo o cumprimento da

obrigação.

Podemos perceber que a competência tributária é observada em um momento

anterior, sendo o seu exercício, ou seja, a instituição do tributo, requisito funda-

mental para que se possa exercer a capacidade tributária ativa.

Quem detém a competência tributária detém também a prerrogativa de cobrar,

fiscalizar e administrar seus tributos, ou seja, se o município é competente para

instituir o ISS, também o é para fiscalizar os contribuintes, exigir o pagamento,

administrar a arrecadação etc.

Ocorre que a capacidade tributária ativa, nos termos do art. 7º do CTN pode

ser delegada a outra pessoa jurídica de Direito Público. Por conseguinte, entidades

de Direito Privado, como empresas públicas e sociedades de economia mista, por

exemplo, não podem receber a delegação de tais atividades.

Com efeito, podemos perceber que no polo ativo da relação tributária sem-

pre estará uma pessoa jurídica de Direito Público, seja o próprio detentor da

competência tributária, seja quem recebeu a delegação da capacidade tributária

ativa. Há que se destacar que o exercício da capacidade tributária ativa é

atividade administrativa.

A delegação da capacidade tributária ativa ocorre mediante ato do ente que

detém a competência tributária. Na Constituição Federal há uma previsão de possi-

bilidade de delegação, disposta no art. 153, § 4º, III, permitindo à União transferir

aos municípios a capacidade tributária ativa relativa ao ITR. O dispositivo define

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que o imposto será fiscalizado e cobrado pelos municípios que assim optarem, na

forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma

de renúncia fiscal.

Tome nota: perceba que a Constituição não está delegando aos municípios a ca-

pacidade tributária ativa relativa ao ITR. Apenas está prevendo a possibilidade, e,

caso venha a ser efetivada, deverá ser conferida pela União ao município que irá

atuar no polo ativo da relação tributária.

Há que se observar que, representando o poder de atuar no polo ativo da re-

lação tributária, a delegação da capacidade tributária ativa transfere àquele que a

recebeu todas as garantias e os privilégios processuais pertencentes origina-

riamente ao ente político que a transferiu.

Não poderia ser diferente. Como sabemos, o tributo é exigido pelo poder de im-

pério do Estado, mediante atividade administrativa plenamente vinculada. O ente

político competente para a instituição do tributo se vale de várias prerrogativas

para cobrar o tributo, dispondo de prazos processuais dilatados e garantias que

lhes asseguram a consecução desse objetivo. Caso a pessoa jurídica de Direito

Público recebesse a delegação da capacidade de atuar nessas atividades sem, con-

tudo, receber essas prerrogativas, a relação tributária restaria fragilizada, o que

levaria o sujeito passivo a ficar em condições de igualdade com o Estado, o que é

inconcebível em se tratado de relação tributária.

Disciplina ainda o CTN que a delegação pode ser revogada a qualquer tempo,

por ato unilateral da pessoa jurídica de Direito Público que a tenha conferido, ou

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seja, basta que o ente que delegou a capacidade tributária ativa desfaça a delega-
ção por vontade própria, independente da vontade daquele que a recebeu.
Isso significa que, mesmo ocorrendo a transferência da capacidade tributária
ativa, o ente competente poderá revogar essa delegação e voltar a atuar no polo
ativo da relação tributária. Nessa situação, passa a exercer novamente a cobrança,
a fiscalização e a execução das suas próprias leis tributárias.
Vamos agora, de forma esquematizada, rever as características da capacidade
tributária ativa.

É comum em provas de concurso as bancas tentarem confundir o candidato,


misturando as características da competência tributária com as da capacidade tri-
butária ativa. Analisemos como costuma ser cobrado.

2. (FCC/PROCURADOR DO ESTADO/PGE-MT/2011) Sobre competência tributária e


capacidade tributária ativa, é correto afirmar:
a) A competência tributária é delegável por lei.
b) A capacidade tributária ativa indica o sujeito ativo da obrigação tributária principal.
c) O Código Tributário Nacional fixa as competências tributárias.
d) A capacidade tributária ativa é exclusiva do ente político definido na Constitui-
ção Federal.
e) Somente o ente político competente para instituir o tributo pode ser titular da
capacidade tributária ativa.

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Letra b.

A capacidade tributária ativa constitui a atribuição de atuar no polo ativo da relação

tributária, conferindo poderes de cobrar e fiscalizar tributos, além dos privilégios e

garantias processuais inerentes à pessoa política que detém a competência tribu-

tária.

a) Errada. Conforme dispõe o art. 7º do CTN, a competência tributária é indelegá-

vel. Essa regra não comporta exceção.

c) Errada. Apenas a Constituição Federal pode fixar as competências tributárias.

Em nenhuma hipótese, poderá ocorrer determinação da competência por lei.

d) Errada. A princípio, o ente competente para instituir determinado tributo, tam-

bém o é para cobrar e fiscalizar. Porém, estas últimas atribuições, que representam

a capacidade tributária ativa, podem ser delegadas a outra pessoa jurídica de Di-

reito Público.

e) Errada. Esta alternativa diz o mesmo que a anterior e valem os mesmos co-

mentários acima.

3. (FCC/AUDITOR FISCAL MUNICIPAL/PREF. SÃO PAULO/2007) Relativamente à

competência tributária e às funções de arrecadação e fiscalização, é correto afir-

mar que

a) ambas sempre são delegáveis, dependendo de lei complementar federal.

b) a competência é delegável de uma pessoa jurídica de direito público para outra,

mas a atribuição das funções de arrecadação e de fiscalização é indelegável.

c) a competência é indelegável de uma pessoa jurídica de direito público para ou-

tra, mas a atribuição das funções de arrecadação e de fiscalização é delegável.

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d) tanto a competência como a atribuição das funções de arrecadação e de fiscali-

zação são indelegáveis de uma pessoa jurídica de direito público para outra.

e) tanto a competência como a atribuição das funções de arrecadação e de fiscali-

zação são delegáveis de uma pessoa jurídica de direito público para outra.

Letra c.

Mais uma vez, recorre-se ao art. 7º do CTN, segundo o qual a competência tribu-

tária é indelegável. No entanto, o mesmo artigo faz ressalva quanto à possibilidade

de atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou seja, da capacidade

tributária ativa.

Trata-se de prerrogativas distintas. A questão tenta confundir o candidato mistu-

rando as características. Vejamos as alternativas.

c) Certa. Esta é a previsão do art. 7º do CTN, a saber: a possibilidade de delegação

da capacidade tributária ativa e a vedação à delegação da competência tributária.

a) Errada. Apenas a capacidade tributária ativa é delegável. Não há possibilidade

de delegação da competência tributária, por força de vedação expressa do CTN.

b) Errada. A alternativa trocou as características. É exatamente o contrário: a

competência é indelegável, ao passo que a capacidade ativa pode ser delegada.

d) Errada. A capacidade tributária ativa é delegável.

e) Errada. A competência tributária é indelegável.

3. A Função de Arrecadar Tributos

Continuando a análise do esquema apresentado na página 8, verifiquemos a

última etapa da relação tributária, considerando sua normalidade.

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A etapa 3 representa o último ato do sujeito passivo referente à obrigação tri-

butária principal: o pagamento do tributo.

Ocorre que esse pagamento não é efetuado diretamente ao ente tributante.

Quando vamos pagar o IPTU, por exemplo, não nos dirigimos à prefeitura. Rece-

bemos, em nossa residência, um “presentinho” em forma de boleto, a ser pago na

rede bancária ou seus correspondentes.

Isso ocorre porque o CTN prevê no § 3º do art. 7º que é possível a delegação da

atividade ou encargo de arrecadar tributos a pessoas jurídicas de direito privado. O

próprio dispositivo destaca que isso não significa a delegação da competência

tributária.

Mas o que isso significa? Essa atividade está incluída na capacidade tributária

ativa?

A resposta é negativa. Conforme estudamos, a capacidade tributária ativa so-

mente pode ser delegada a uma pessoa jurídica de Direito Público. A atividade pre-

vista no § 3º, ou seja, a função de arrecadar, pode ser delegada a pessoa jurídica

de direito privado.

Na realidade, se analisarmos literalmente as disposições do Código Tributário

Nacional, perceberemos que ele adota a expressão “arrecadar tributos” duas ve-

zes no art. 7º: uma no próprio caput quando trata da capacidade tributária ativa e

outra no § 3º quando prevê a possibilidade de delegação dessa atividade a pessoa

jurídica de Direito Privado. Nota-se certa contradição do legislador.

Ao tratar de “arrecadar tributos” no âmbito da capacidade tributária ativa

(caput do art. 7º), o CTN remete à administração da arrecadação, vale dizer,

estabelecer metas, controlar, cobrar, cuidar de processos administrativos

de restituição, compensação, parcelamentos etc. Todas essas atividades es-

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tão relacionadas à arrecadação dos tributos, inseridas, portanto, na capacidade

tributária ativa. Por conseguinte, somente poderão ser executadas por pessoa jurí-

dica de Direito Público, eis que envolvem o poder decisório da administração.

Por outro lado, quando o Código cuida de “arrecadar tributos” no § 3º, está se

referindo à atividade de arrecadação propriamente dita, ou seja, ao ato de re-

ceber os pagamentos dos contribuintes.

Nesta situação, não estamos diante da delegação da capacidade tributária ativa,

mas de mera autorização para que os bancos, casas lotéricas e demais correspon-

dentes bancários possam receber os pagamentos dos tributos. Logo, corresponde

à arrecadação pelas instituições que firmem convênio com o ente tributante.

Trata-se, portanto, de mera atividade de recebimento, estando o agente

recebedor fora da relação tributária. As entidades que desempenham tais ativi-

dades não têm nenhum poder de decisão na relação jurídico-tributária. São meros

arrecadadores.

Podemos fechar o entendimento do tema com a lição bastante esclarecedora de

Leandro Paulsen:

A posição de arrecadador – assim considerada a pessoa encarregada do recebimento


dos pagamentos efetuados pelos contribuintes para o repasse ao sujeito ativo, pode
ser ocupada por qualquer pessoa jurídica. É o caso dos bancos, que, por força dos con-
tratos com os sujeitos ativos das obrigações tributárias, estão autorizados a receber
pagamentos de tributos. O arrecadador recebe os pagamentos e os repassa ao sujeito
ativo, sendo remunerado pelo serviço que presta. Poder-se-ia imaginar, além dos ban-
cos, arrecadação por casas lotéricas ou qualquer outra pessoa jurídica cuja participação
pudesse dar comodidade aos contribuintes e à Administração Tributária. O arrecadador
não tem nenhuma ingerência na relação jurídico-tributária; dela não participa nem é
destinatário dos recursos, não fiscaliza a regularidade dos pagamentos, não cobra, não
normatiza, apenas recebe e repassa os pagamentos. Simplesmente presta um serviço
ao sujeito ativo da relação tributária. Qualquer pessoa jurídica pode, pois, desempenhar
tal atividade, mesmo que se trate de pessoa jurídica de direito privado com finalidade
de lucro. (PAULSEN, Leandro. Direito Tributário: Constituição e Código Tributário à luz
da doutrina e da jurisprudência. 15ª ed. Livraria do Advogado, 2013, p. 672)

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Vamos, então, comparar as características da competência tributária, da capaci-

dade tributária ativa e da função de arrecadar os tributos, para que fique bem claro

e não haja confusão.

Por fim, voltemos ao art. 6º do CTN para analisar o seu parágrafo único:

Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras
pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que
tenham sido atribuídos.

O Código Tributário trata no dispositivo sobre a distribuição da receita. Logo,

não estamos diante de delegação da competência tributária nem da capacidade tri-

butária ativa. Conforme já estudamos, a distribuição da receita arrecadada, ou, em

termos mais técnicos, o destino do produto da arrecadação, não integra a relação

tributária. É evento posterior.

Ocorre que a Constituição Federal determina, em seus arts. 157 a 159, que os

entes distribuam parcela da sua arrecadação com alguns tributos para os entes

menores.

A título de exemplo, podemos verificar que os municípios recebem dos respecti-

vos Estados 50% do valor arrecadado com o IPVA, de acordo com o que determina

o art. 158, III. Esse assunto será detalhado em nossa aula 03.

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Assim, o que o CTN estabelece em seu art. 6º, parágrafo único, é que essa dis-

tribuição das receitas tributárias não afasta a competência tributária do ente que

efetua o repasse. Com isso, ainda que os Estados estejam obrigados a repassa-

rem aos municípios parcela da arrecadação com o IPVA, continuam detentores da

competência tributária relativa a esse imposto. Não haveria, com a distribuição do

produto da arrecadação, qualquer transferência de poder aos Municípios.

Vejamos isso na prática, em uma questão de concurso.

4. (ESAF/ANALISTA TRIBUTÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL/2012) Analise

as proposições a seguir e assinale a opção correta.

I – Se a Constituição atribuir à União a competência para instituir certa taxa e

determinar que 100% de sua arrecadação pertencerá aos Estados ou ao Dis-

trito Federal, caberá, segundo as regras de competência previstas no Código

Tributário Nacional, a essas unidades federativas a competência para regular

a arrecadação do tributo.

II – Embora seja indelegável a competência tributária, uma pessoa jurídica de

direito público pode atribuir a outra as funções de arrecadar e fiscalizar tri-

butos.

III – É permitido, sem que tal seja considerado delegação de competência, come-

ter a uma sociedade anônima privada o encargo de arrecadar impostos.

a) As duas primeiras afirmações são corretas, e errada a outra.

b) A primeira é correta, sendo erradas as demais.

c) As três são corretas.

d) A primeira é errada, sendo corretas as demais.

e) As três são erradas.

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Letra d.

Item I – Errado. Estabelece o CTN em seu art. 6º, parágrafo único, que os tribu-

tos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas

de Direito Público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido

atribuídos. Isso significa que a destinação da arrecadação não tem o condão de

transferir a competência tributária. A competência, sendo uma capacidade legisla-

tiva, continua sendo atribuição do ente previsto na Constituição Federal.

Item II – Certo. Essa função representa a capacidade tributária ativa, que pode ser

delegada a outra pessoa jurídica de Direito Público, conforme previsão do art. 7º

do CTN.

Item III – Certo. A função de arrecadar tributos pode ser atribuída a uma pessoa

jurídica de Direito Privado. Trata-se de mero trabalho de recebimento dos tributos,

realizados por instituições financeiras ou correspondentes bancários. Nos termos

do CTN, art. 7º, § 3º, não constitui delegação de competência o cometimento, a

pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.

5. (CETRO/AUDITOR FISCAL DO TESOURO MUNICIPAL/PREF. CAMPINAS/2011) Em

relação à Competência Tributária, analise as assertivas abaixo.

I – A atribuição constitucional de competência tributária compreende a compe-

tência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição

Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Fe-

deral e dos Municípios, e observado o disposto no Código Tributário Nacional.

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II – Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pes-


soas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela
a que tenham sido atribuídos.
III – A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de ar-
recadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de
direito público a outra.
IV – O não exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de
direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.

É correto o que se afirma em


a) I, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

Letra e.
Item I – Certo. A competência tributária compreende a competência legislativa ple-
na, permitindo aos entes editarem suas leis instituidoras de tributos.
Item II – Certo. A transferência de parcela do produto da arrecadação não acarreta
a transferência da competência tributária. Essa continuará pertencendo ao ente
que recebeu a atribuição constitucional.
Item III – Certo. Trata-se da capacidade tributária ativa, que pode ser delegada do
ente competente a outra pessoa jurídica de Direito Público.
Item IV – Certo. A competência tributária é indelegável, tanto por ação (indelega-
bilidade pura) como por omissão (irrenunciabilidade).

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4. Competência para Legislar sobre Direito Tributário

Estudamos as etapas de uma relação jurídico-tributária, considerando seu curso

normal, sem levar em conta o não pagamento do tributo e suas implicações, assunto

que será estudado em momento oportuno.

Como vimos, a relação tributária propriamente dita (etapa  do nosso esque-

ma) inicia após o exercício da competência tributária, ou seja, após a instituição do

tributo.

Ocorre que para fazer uso da competência tributária, o ente político deve obser-

var os contornos que delimitam sua atividade legislativa voltada para a instituição

de tributos. Tais contornos, como estudaremos ao longo dessa aula, estão em gran-

de parte previstos na própria Constituição Federal, que, ao outorgar a competência

tributária aos entes, estabelece limitações ao seu exercício.

Entretanto, não cabe à própria Constituição regular toda a relação jurídico-tribu-

tária. Caso contrário, teríamos uma Constituição bastante extensa, que não cuida-

ria de outra coisa a não ser dos tributos e das relações jurídicas deles decorrentes.

Sendo assim, o próprio texto constitucional remete ao legislador o papel de

editar normas que possam harmonizar o sistema tributário, tornando a tributação

uniforme, sem distorções nas diferentes esferas da federação.

Trata-se de outra atribuição constitucional, mas que não se confunde com a

competência tributária, apesar de também representar uma competência legisla-

tiva. Estamos diante da competência para legislar sobre Direito Tributário.

Essa competência compreende o poder de editar leis de normas gerais

em matéria tributária. É efetivada, portanto, em momento anterior ao próprio

exercício da competência tributária, tanto que nem aparece no nosso esquema da

página 8.

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Mas o que são normas gerais?


É difícil encontramos um consenso entre os doutrinadores da abrangência da
expressão “normas gerais”. Contudo, podemos definir que normas gerais são
aquelas que estabelecem princípios, fundamentos e critérios básicos, de modo
a tornar uniforme a aplicação da legislação tributária em todo o território
nacional.
Apesar da discussão doutrinária acerca do alcance da expressão, é certo que o
termo “gerais” não pode ser sinônimo de genéricas. O termo “gerais” guarda rela-
ção, também, com os destinatários, vale dizer, alcança todos os entes políticos.
São, portanto, normas que devem ser observadas por todos os entes federados na
instituição dos seus tributos. Assim entende o Supremo Tribunal Federal:

2. A observância de normas gerais em matéria tributária é imperativo de segurança


jurídica, na medida em que é necessário assegurar tratamento centralizado a alguns
temas para que seja possível estabilizar legitimamente expectativas. Neste contexto,
“gerais” não significa “genéricas”, mas sim “aptas a vincular todos os entes federados e
os administrados. (STF, 2ª T., RE 433.352 AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, abr/2010)

Destaque-se que com a edição de normas gerais não está ocorrendo a instituição
de tributos.
A norma que institui tributos está relacionada ao exercício da competência tributá-
ria e é direcionada aos contribuintes. Representa, pois, uma norma de comporta-
mento, que exige dos contribuintes o cumprimento das obrigações nela previstas.
As normas gerais, ao contrário, são normas de estrutura, que orientam a institui-
ção do tributo. Isso significa que o ente tributante deverá observar as disposições
da lei de normas gerais no uso da sua competência tributária, ou seja, o legislador,
ao instituir os tributos, deverá observar os ditames da lei de normas gerais, não

podendo contrariá-los.

Guarde bem: normas gerais não criam tributos.

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Mas quem é competente para legislar sobre Direito Tributário, editando normas

gerais?

De acordo com o que já estudamos, a competência tributária corresponde ao

poder para instituir tributos e é conferido a cada ente diretamente pela Constituição

Federal. Já a competência para legislar sobre Direito Tributário constitui o

poder de estabelecer normas gerais em matéria tributária e está prevista também

na Constituição, mais precisamente no art. 24, I e §§ 1º ao 4º:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente


sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
(...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a esta-
belecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei es-
tadual, no que lhe for contrário.

A Constituição Federal confere à União, aos Estados e ao Distrito Federal o poder

para legislar concorrentemente sobre Direito Tributário. Isso significa que todos

eles têm sua participação na edição de normas gerais em matéria tributária.

Os parágrafos do art. 24 trazem uma sequência que facilita o entendimento do

tema. Primeiro, verifica-se que a competência da União está limitada a estabelecer

normas gerais. Em seguida, disciplina que essa competência conferida à União não

exclui a competência suplementar dos Estados.

Isso quer dizer que a União deve editar normas gerais em matéria tributária,

uniformizando as regras básicas de tributação em todo o território nacional, e os

Estados e DF podem suplementá-la.

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E o que isso significa? Que os Estados e o Distrito Federal podem editar normas

suplementares, aplicáveis em seus respectivos territórios, esclarecendo os dita-

mes da lei expedida pela União, de modo que possa atender às suas peculiari-

dades e, assim, traçar os contornos para que o legislador estadual possa instituir os

tributos, norteados por essa norma estruturadora. Assim defende Reinaldo Pizolio:

Uma vez editada essa lei, os Estados e o Distrito Federal poderão também editar nor-
mas que cuidem da mesma matéria, exercendo sua competência suplementar, a fim de
atenderem suas peculiaridades locais e específicas, tudo conforme determina o § 2º, do
art. 24, da Constituição Federal.(PIZOLIO JUNIOR, Reinaldo. Considerações acerca da
lei complementar em matéria tributária. CDTFP n. 14, RT, 1996, p. 187/188)

E se a União deixar de expedir normas gerais em matéria tributária? Como su-

plementar algo que não existe?

Nesse caso, a Constituição confere aos Estados e DF a competência plena,

ou seja, nessa situação os Estados e o Distrito Federal não apenas teriam o poder

de editar normas suplementares, mas a capacidade para editar sua própria lei de

normas gerais, fazendo o papel que deixou de ser cumprido pela União.

Exemplo

Temos um caso prático para exemplificar essa situação: o IPVA. Até hoje ainda não

foi editada pela União lei de normas gerais que regulamente a tributação desse

imposto. Sendo assim, a princípio, os Estados e DF estariam impedidos de exercer

a sua competência tributária por conta da ausência de norma geral sobre o tema.

Entretanto, por força do § 3º, do art. 24 da CF, cada Estado pode editar sua própria

lei de normas gerais relativas ao IPVA e, posteriormente, editar a lei instituindo o

imposto.

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Essa situação já foi alvo de controvérsias. Muitos alegavam a inconstituciona-

lidade da instituição do imposto devido à ausência dessa lei de normas gerais da

União, relativas ao IPVA. O STF pacificou a polêmica, confirmando a aplicação do §

3º, do art. 24:

2. Imposto sobre a propriedade de veículos automotores – IPVA. 3. Competência legis-


lativa plena da unidade da federação, à falta de normas gerais editadas pela União. Art.
24, § 3º, da Constituição Federal. (STF, REAgRg 206.500-5, Min. Néri da Silveira, 2ª
Turma, 16/11/99)

Tomemos esse mesmo exemplo do IPVA para entender o que diz o § 4º. En-

quanto não houver norma geral editada pela União regulando a matéria, os Estados

e o Distrito Federal farão uso das suas próprias leis de normas gerais, exercendo a

capacidade plena para legislar sobre Direito Tributário. Ocorrendo a edição de lei de

normas gerais pela União regulando o IPVA, os dispositivos das leis estaduais que

forem conflitantes terão a eficácia suspensa.

Isso não quer dizer que essas leis serão revogadas. Apenas ocorrerá a suspen-

são da eficácia. Assim, havendo revogação futura da lei da União, os dispositivos

das leis estaduais que foram suspensos retomam novamente a eficácia, voltando a

regular a matéria.

Por fim, vamos analisar a situação dos municípios quanto à possibilidade de edi-

tar normas gerais, ou seja, legislar sobre Direito Tributário.

Perceba que até agora sempre fizemos referência à União, Estados e DF. Isso

porque a própria Constituição Federal confere expressamente a esses entes a com-

petência para editar normas gerais. Contudo, silencia quanto aos municípios.

É relativamente fácil verificar que, não havendo expressa previsão constitucio-

nal, os municípios não dispõem desse poder. Porém, muito ainda se discute sobre a

possibilidade de os municípios editarem normas gerais para regulamentarem suas

peculiaridades, com fundamento no art. 30, I e II da própria Constituição Federal:

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Art. 30. Compete aos Municípios:


I – legislar sobre assuntos de interesse local;
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber.

Com base nesses dispositivos, muitos defendem que os Municípios também de-

têm a competência suplementar, assim como os Estados e DF.

O tema não é pacífico na doutrina e não há decisões dos tribunais superiores

para sustentar a tese predominante.

Por isso, em provas de concursos, é recomendável seguir a literalidade do texto

constitucional, valendo a regra de que apenas a União, os Estados e o Distrito Fe-

deral detêm a competência concorrente.

Com base no art. 24 da Carta Magna, podemos resumir que a competência para

legislar sobre Direito Tributário:

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Vejamos uma questão que aborda esses aspectos que acabamos de estudar.

6. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-BA/2012) Acerca da competência legislativa so-

bre normas gerais de direito tributário, assinale a opção correta.

a) A competência dos estados, ainda que suplementar, é excluída com o exercício,

pela União, da competência para legislar sobre normas gerais de direito tributário.

b) Os municípios não dispõem de competência para instituir normas gerais de di-

reito tributário.

c) Em nenhuma hipótese os estados e o DF exercerão competência legislativa plena.

d) No âmbito dos estados e do DF, prevalecem as respectivas leis sobre as leis fe-

derais.

e) Pertencem à competência concorrente todas as pessoas políticas.

Letra b.

A banca seguiu o entendimento de que, na ausência de menção expressa aos mu-

nicípios, estes não detêm a competência concorrente para legislar sobre normas

gerais em matéria tributária.

a) Errada. Nos termos do § 2º, do art. 24, da CF/88, a competência da União para

legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

c) Errada. Se inicialmente a União for omissa em editar lei de normas gerais, os

Estados e DF exercem sua capacidade legislativa plena.

d) Errada. No que diz respeito às leis instituidoras de tributos, cada ente é au-

tônomo e não pode haver invasão de competência. Assim, a União não poderia

instituir os impostos estaduais no território do Estado da Bahia, por exemplo. Não

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há hierarquia superior da lei da União sobre as dos demais entes. Já em relação

às normas gerais, a eficácia da lei estadual não pode contrariar a lei expedida pela

União. Assim, será suspensa no que for contrário à lei federal, de acordo com o §

4º, do art. 24.

e) Errada. Conforme exposto, a competência concorrente não foi conferida ex-

pressamente aos municípios.

4.1. Normas Gerais e o Papel do CTN

Entendemos o que são normas gerais e quem pode expedi-las, mas qual o con-

teúdo dessas normas e qual o veículo normativo necessário? Onde estão dispostas

as normas gerais em matéria tributária?

Para responder esses questionamentos, precisamos recorrer ao art. 146, III, da

Constituição Federal.

Art. 146. Cabe à lei complementar:


III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente so-
bre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos dis-
criminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades coo-
perativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as
empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13,
e da contribuição a que se refere o art. 239.

Em primeiro lugar, cumpre-nos observar que a Constituição Federal não definiu

o conceito nem o alcance da expressão “normas gerais”, apenas enumerou, de for-

ma exemplificativa, algumas delas.

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Não obstante, podemos definir que normas gerais são aquelas orientam a

uniformidade da tributação em todo o território nacional, independentemen-

te do local ou região em que esteja sendo aplicada, definindo os princípios e con-

ceitos fundamentais que regem toda a relação tributária.

Por exemplo, o conceito de tributo é o mesmo tanto no Rio Grande do Sul como

em São Paulo. O fato gerador do IPTU não muda de um município para o outro.

A partir do que vimos, podemos esquematizar o rol exemplificativo de normas

gerais de acordo com o texto constitucional:

Seguindo na análise do art. 146, III, é muito importante destacar que a Cons-

tituição Federal elege a lei complementar como único instrumento hábil para es-

tabelecer normas gerais em matéria tributária.

Nesse sentido, lei ordinária não pode invadir a competência reservada à lei com-

plementar, sob pena de inconstitucionalidade.

O Código Tributário Nacional foi editado em 1966, sob a vigência da Constituição

de 1946, que ainda não previa a lei complementar como espécie legislativa. Por

conseguinte, o CTN foi editado como uma lei ordinária.

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A partir da Constituição de 1967, passou a existir a figura da lei complementar

como espécie normativa, sendo exigida sua edição para o trato de algumas maté-

rias. Assim permaneceu com a CF/88.

De acordo com a teoria da recepção, no advento de uma nova Constituição,

as normas que sejam com ela materialmente compatíveis passam a ser recep-

cionadas. Com isso, permanecem em vigor com o status da espécie normativa que

a nova Constituição exigir para regular aquela matéria.

Desse modo, se uma lei ordinária que disciplina certa matéria for recepcionada

por uma nova Constituição que exige o trato de lei complementar para aquela ma-

téria, passará a ter força de lei complementar.

Foi o que ocorreu com o CTN, que foi recepcionado pela CF/88. Como a Cons-

tituição exige lei complementar para traçar normas gerais em matéria tributária, o

CTN passou a vigorar com status de lei complementar.

Assim, o Código Tributário Nacional, embora tenha sido criado como lei ordiná-

ria, foi recebido pelas Constituições posteriores com força de lei complementar.

Vale ressaltar que o CTN não se transformou em lei complementar. Formalmen-

te, o Código continua sendo lei ordinária. Porém, os dispositivos que foram recep-

cionados como normas gerais em matéria tributária, têm força de lei complementar.

Em decorrência disso, o CTN somente poderá ser alterado por lei complemen-

tar, no que diz respeito aos dispositivos que veiculem normas gerais em matéria

tributária.

Cumpre destacar, ainda, que o CTN não representa a única lei de normas gerais

em matéria tributária. Como já vimos, no caso do IPVA o Código nada prevê, de

modo que cabe aos próprios Estados editarem suas normas gerais.

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Além disso, podemos citar a lei complementar n. 87/96, a conhecida Lei Kandir,

que define normas gerais do ICMS aplicáveis a todos os Estados. Outro exemplo é

a lei complementar n. 116/03, que define as normas gerais do ISS.

Uma vez traçadas normas gerais mediante lei complementar, os entes fede-

rados passam a exercer a sua competência tributária para instituir seus tributos,

definindo suas peculiaridades, que o fazem, geralmente, por meio de lei ordinária.

4.2. Leis Ordinárias x Leis Complementares

Leis ordinárias e leis complementares são espécies normativas previstas em

nosso ordenamento jurídico, compondo as leis em sentido estrito, ou seja, ato

emanado do Poder Legislativo, com poderes para criar direitos e obrigações.

Para a aprovação das leis, é necessária a votação nas duas casas do Congresso

Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal). As leis ordinárias são apro-

vadas com a maioria simples dos votos. Já as leis complementares requerem

um quórum qualificado: maioria absoluta.

A lei ordinária é a espécie normativa mais comum e amplamente utilizada, já

que pode versar sobre qualquer matéria, ressalvadas aquelas em que a Cons-

tituição Federal exige a veiculação via lei complementar.

A Constituição Federal dispõe, de forma expressa, as matérias cuja discipli-

na ocorrerá em caráter complementar, mediante veículo legislativo próprio. Para

identificarmos se é ou não necessária lei complementar para veicular determinada

matéria, há que se analisar exclusivamente o texto constitucional. Somente será

necessária a edição de lei complementar quando houver determinação expressa na

Constituição Federal.

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Sendo assim, seria inconstitucional uma lei ordinária que invadisse a compe-

tência destinada à lei complementar e tentasse veicular a matéria a ela reservada.

Seria o caso de uma lei ordinária tentar disciplinar normas gerais em matéria tri-

butária.

Por outro lado, se não for exigida lei complementar para tratar a matéria e, ain-

da assim, for editada uma lei complementar, esta lei será complementar apenas na

forma. Isso ocorre porque a matéria poderia ser tratada mediante lei ordinária, não

havendo necessidade de um processo legislativo mais rigoroso.

Nessa situação não haveria inconstitucionalidade, pois se a matéria pode ser

tratada na via da lei ordinária, não há vedação para que a lei complementar o faça.

Ocorre, porém, que, nessa situação, esta lei complementar poderia ser modificada

por lei ordinária, já que a matéria nela veiculada não é reservada à lei complementar.

No caso da instituição de tributos, por exemplo, apenas os empréstimos com-

pulsórios, o imposto sobre grandes fortunas e os impostos e contribuições residuais

exigem lei complementar, conforme veremos na próxima aula. Se algum tributo

diferente destes for criado via lei complementar, a lei ordinária será instrumento

hábil para modificá-los, tendo em vista que a matéria não foi reservada à lei com-

plementar. Assim entende o STF:

Contribuição Social sobre o Faturamento – COFINS (CF, art. 195, I). Revogação pelo
art. 56 da Lei n. 9.430/1996 da isenção concedida às sociedades civis de profissão re-
gulamentada pelo art. 6º, II, da LC 70/1991. Legitimidade. Inexistência de relação hie-
rárquica entre lei ordinária e lei complementar. Questão exclusivamente constitucional,
relacionada à distribuição material entre as espécies legais. Precedentes. A LC 70/1991
é apenas formalmente complementar, mas materialmente ordinária, com relação aos
dispositivos concernentes à contribuição social por ela instituída. ADC 1, Rel. Moreira
Alves, RTJ 156/721. (RE 377.457, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 17-9-2008,
Plenário, DJE de 19-12-2008.)

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Vejamos uma questão para praticar todos esses aspectos.

7. (FGV/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-AM/2013) A Constituição da República prevê que

“cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tri-

butária, especialmente sobre definição de tributos e suas espécies, bem como, em

relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos ge-

radores, bases de cálculo e contribuintes” (Art. 146, inciso III, alínea a).

O Estado do Amazonas institui, por meio de Lei Complementar, uma determinada

taxa, cujo percentual vem a ser, depois, majorado por Lei Ordinária, que expressa-

mente observa o princípio da anterioridade (tanto em relação ao exercício financei-

ro quanto ao decurso do prazo mínimo de 90 dias).

Assinale a alternativa que é consentânea com o entendimento do STF sobre o as-

sunto.

a) A lei ordinária é válida, pois alterou lei complementar cuja eficácia era de lei

ordinária, por versar tema não reservado à lei complementar.

b) A lei ordinária é inconstitucional por contrariar lei complementar.

c) Ambas as leis são inconstitucionais porque o Estado não pode instituir taxa.

d) A lei complementar é inconstitucional por usurpar competência de lei ordinária,

e por isso não produziu qualquer efeito.

e) A lei ordinária poderia aumentar a taxa, mas só depois da revogação da lei com-

plementar.

Letra a.

A questão deve ser respondida de acordo com o que acabamos de ver, inclusive o

posicionamento do STF sobre o tema, citado anteriormente.

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A instituição de taxa não é matéria reservada à lei complementar. Logo, se o Estado

do Amazonas resolveu criar a taxa por esse veículo normativo, a lei será comple-

mentar apenas na forma (processo legislativo mais rigoroso). Sendo assim, é ple-

namente válida a alteração do tributo por lei ordinária.

b) Errada. Não há hierarquia entre lei complementar e lei ordinária. O que existe

é a reserva de algumas matérias à lei complementar, diretamente na Constituição

Federal. Não é o caso das taxas, que podem ser disciplinadas em lei ordinária.

c) Errada. Completamente sem sentido a assertiva. Todos os entes são compe-

tentes para instituir a taxa, desde que prestem o serviço ou exerçam o poder de

polícia.

d) Errada. Não há inconstitucionalidade quando a lei complementar veicula maté-

ria que não havia reserva.

e) Errada. Valem os mesmos comentários da letra b.

5. Classificação da Competência Tributária

De acordo com o que estudamos, a competência tributária é conferida direta-

mente pela Constituição Federal aos entes federados, de modo que cada um já tem

definido que tributos pode instituir, sem que ocorra a invasão de competência.

A outorga da competência tributária a cada um dos entes políticos é melhor

entendida por meio da divisão da competência em espécies, cuja classificação tem

origem na doutrina. Apesar de não ser uniforme esta classificação, devemos ob-

servar aquela que se apresenta de forma mais didática, além de ser amplamente

cobrada em provas de concurso:

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5.1. Competência Comum

É aquela que, como o próprio nome diz, é comum a todos os entes federados.

Incluem-se nessa competência, portanto, a instituição dos tributos que todos os

entes podem exigir.

Assim, observando o art. 145 da CF/88, verifica-se que a competência comum é

aquela relativa à instituição de taxas e contribuições de melhoria. Trata-se de com-

petência comum porque a CF não determina qual taxa ou contribuição de melhoria

compete a cada ente, podendo ser instituída por quem prestar o serviço, exercer o

poder de polícia ou, ainda, executar a obra pública.

De forma esquematizada, temos:

5.2. Competência Privativa

Determina os tributos que cada ente poderá instituir de forma privativa, ou seja,

aqueles tributos cuja competência será de apenas um deles, sem que haja possibi-

lidade de instituição por qualquer outro.

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Trata-se da competência para instituir impostos, da competência da União para

instituir contribuições especiais e empréstimos compulsórios e da competência dos

municípios e do DF para instituir a contribuição para o custeio do serviço de ilumi-

nação pública (COSIP).

A CF/88 discrimina, para cada ente federado, os impostos que podem instituir.

Isso ocorre porque, como os impostos surgem independentemente de ação estatal,

não seria justo que os entes políticos fossem livres para instituí-los aleatoriamente,

caso contrário, teríamos infinitos impostos, com os mais diversos fatos geradores.

Assim, a competência é privativa, vale dizer, limitada àqueles que a CF/88 prevê

para cada esfera. Nesse sentido, estabelece a Constituição Federal a competência

privativa para os seguintes impostos:

UNIÃO ESTADOS e DF MUNICÍPIOS


Art. 153 da CF/88 Art. 155 da CF/88 Art. 156 da CF/88
II, IE, IPI, IOF, ITR, IR e IGF ICMS, IPVA e ITCMD ISS, IPTU e ITBI

São, ao todo, 13 impostos, sendo 7 da União, 3 dos Estados e DF e 3 dos Muni-

cípios. Veremos os detalhes de todos os impostos em aulas específicas.

Há que se observar, ainda, que, apesar da previsão de competência privativa da

União para instituir as contribuições, disposta no art. 149 da CF, a regra comporta

exceções. Elas estão previstas no § 1º do próprio art. 149 e no art. 149-A. Vejamos.

Art. 149.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de
seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que
trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares
de cargos efetivos da União.

Isso significa que, não obstante a regra ser a competência privativa da União

para instituir as contribuições previdenciárias, no que diz respeito à previdência

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dos servidores públicos, vinculados aos regimes próprios de previdência, compete

a cada ente instituir e cobrar as contribuições.

Assim, a contribuição previdenciária de um servidor público federal é instituída e

cobrada pela União. Porém, a contribuição previdenciária de um servidor do Estado

de São Paulo será instituída e cobrada pelo Estado de São Paulo.

É importante observarmos que a redação do texto constitucional é voltada para

a obrigatoriedade, ou seja, há uma imposição para que os entes instituam a con-

tribuição. A Constituição não confere uma faculdade ao ente federado, eis que, ao

usar a expressão “instituirão”, estabelece uma obrigação para que cada ente insti-

tua obrigatoriamente a referida contribuição, desde que exista seu regime próprio

de previdência.

Ainda em relação à contribuição previdenciária dos servidores públicos, faz-se

necessário abrirmos um parêntese para explicarmos alguns conceitos, a fim de en-

tendermos um importante entendimento firmado pelo STF.

A Seguridade Social é gênero do qual são espécies a assistência social, a saúde

e a previdência social.

A assistência social assegura o suporte do Estado aos mais necessitados, in-

dependentemente de contribuição. Logo, o único requisito para ser assistido é a

demonstração da insuficiência de recursos.

A saúde, nos termos da própria Constituição Federal, é direito de todos e dever

do Estado. Assim como a assistência social, não exige contribuição. Também não

impõe requisitos, pois, como exposto, é direito de todos. Logo, tanto uma pessoa

carente como o Silvio Santos poderiam fazer uso dos serviços do SUS.

Já a previdência social promove a cobertura àqueles que contribuíram para o

regime. Sendo assim, podemos perceber que tem caráter contributivo, diferente-

mente da assistência e da saúde.

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Feitas essas considerações, devemos entender que os entes federados, ao insti-

tuir a contribuição dos seus servidores, apenas o poderão fazer para a contribuição

previdenciária, vinculada ao custeio do regime próprio de previdência. Os entes não

podem instituir a contribuição dos servidores para o custeio da saúde ou da assis-

tência. Assim definiu o Supremo Tribunal Federal:

CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICA, HOSPITA-


LAR, ODONTOLÓGICA E FARMACÊUTICA. ART. 85 DA LEI COMPLEMENTAR N. 62/2002,
DO ESTADO DE MINAS GERAIS. NATUREZA TRIBUTÁRIA. COMPULSORIEDADE. DIS-
TRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS. ROL TAXATIVO. INCOMPETÊNCIA DO
ESTADO-MEMBRO. INCONSTITUCIONALIDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO PRO-
VIDO. I – E nítida a natureza tributária da contribuição instituída pelo art. 85 da Lei
Complementar n. 64/2002, do Estado de Minas Gerais, haja vista a compulsoriedade de
sua cobrança. II – O art. 149, caput, da Constituição atribui à União a competência ex-
clusiva para a instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico
e de interesse das categorias profissionais e econômicas. Essa regra contempla duas
exceções, contidas no arts. 149, § 1º, e 149-A da Constituição. À exceção desses dois
casos, aos Estados-membros não foi atribuída competência para a instituição de con-
tribuição, seja qual for a sua finalidade. III – A competência, privativa ou concorrente,
para legislar sobre determinada matéria não implica automaticamente a competência
para a instituição de tributos. Os entes federativos somente podem instituir os impostos
e as contribuições que lhes foram expressamente outorgados pela Constituição. IV – Os
Estados-membros podem instituir apenas contribuição que tenha por finalidade o cus-
teio do regime de previdência de seus servidores. A expressão “regime previdenciário”
não abrange a prestação de serviços médicos, hospitalares, odontológicos e farmacêu-
ticos. (STF – RE: 573540 MG, Relator: Min. GILMAR MENDES, Data de Julgamento:
14/04/2010, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-105 DIVULG 10-06-2010 PUBLIC
11-06-2010 EMENT VOL-02405-04 PP-00866)

A outra exceção à competência exclusiva da União para instituir contribuições é

a prevista no art. 149-A:

Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma


das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o dis-
posto no art. 150, I e III.

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Conforme já estudamos, as taxas devem remunerar os serviços públicos especí-

ficos e divisíveis. Segundo entendimento firmado pelo STF, o serviço de iluminação

pública não pode ser considerado específico e divisível, a fim de ter o seu custeio

mediante taxa. Desse entendimento resultou a Súmula n. 670:

Súmula 670 do STF


O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

Com isso, os Municípios perderam parcela da sua arrecadação, não podendo

mais instituir taxa para cobrir tal despesa. Ocorre que, com a Emenda Constitucio-

nal n. 30/2002, a CF passou a autorizar a instituição de contribuição para custear

esta despesa, permitindo aos Municípios e ao DF instituírem a contribuição para

o custeio da iluminação pública.

Vamos esquematizar os tributos que se enquadram na competência privativa:

5.3. Competência Cumulativa

Compreende uma exceção à competência original do ente para instituir seus

impostos (privativa). A princípio, cada ente possui sua competência definida na

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Constituição, ou seja, pode instituir apenas aqueles impostos previstos no texto

constitucional. Em situações excepcionais, entretanto, ocorre o acúmulo de com-

petência para instituir impostos que, originariamente, não pertencia àquele ente.

A competência cumulativa está fundamenta no art. 147 da Constituição Federal:

Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Ter-


ritório não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao
Distrito Federal cabem os impostos municipais.

Analisemos cada uma das situações.

União e impostos nos territórios federais: os territórios não são Estados. Cons-

tituem, simplesmente, unidades administrativas, não possuindo competência tri-

butária. Assim, como não estão sob influência política dos Estados-membros, cabe

à União a competência para instituir os impostos estaduais nos limites geográficos

do território federal.

Caso este território não seja dividido em municípios, caberá também à União a

instituição de impostos municipais. Se, porém, o território já for dividido em mu-

nicípios, cada município manterá a sua autonomia política e, por conseguinte, será

competente para instituir seus próprios impostos.

Distrito Federal e impostos municipais: de acordo com o art. 32, da CF/88, o

Distrito Federal não pode ser dividido em municípios. Por isso, o mesmo artigo, em

seu § 1º, determina que ao DF são atribuídas as competências legislativas reserva-

das aos Estados e Municípios. Dessa forma, acumula a competência para instituir

os impostos estaduais e municipais.

Logo, o Distrito Federal é competente para instituir tanto o ICMS (imposto esta-

dual) como o ISS (imposto municipal), por exemplo.

Assim, temos:

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5.4. Competência Residual

5.4.1. Instituição de Novos Impostos

A competência residual compreende a faculdade conferida à União para instituir

novos impostos, além daqueles já discriminados (II, IE, IPI, IOF, IR, ITR e IGF).

Esta competência tem previsão no art. 154, I, da CF/88:

Art. 154. A União poderá instituir:


I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que
sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos dis-
criminados nesta Constituição.

Faz-se necessário detalhar cada um dos requisitos exigidos da União para que

possa fazer uso da sua competência residual, além daqueles que, embora não ex-

pressos no art. 154, I, deverão ser observados.

Necessidade de Lei Complementar

A Constituição Federal exige para o trato de algumas matérias a edição de lei

complementar. Essa espécie normativa requer um quórum qualificado, mais com-

plexo do que o exigido para as leis ordinárias.

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Conforme visto anteriormente, em regra os tributos são instituídos por leis or-

dinárias. Entretanto, há situações em que a Constituição determina o uso de lei

complementar. É importante observar que apenas será exigida a edição lei comple-

mentar quando a própria Constituição Federal assim dispor de forma expressa. No

silêncio da Carta Magna, a tarefa pode ser cumprida por via de lei ordinária. É o que

ocorre com a grande maioria dos tributos.

Por outro lado, vimos uma das situações em que a CF/88 exigiu lei complemen-

tar para veicular a matéria: a edição de normas gerais em matéria tributária.

Estamos diante agora de outra situação em que se faz necessário o uso de lei

complementar. Para instituir novos impostos, diferentes daqueles previstos origi-

nariamente no texto constitucional, a União terá que o fazer por meio de lei com-

plementar, caso contrário a instituição do novo imposto será declarada inconstitu-

cional.

Inovação no fato gerador e na base de cálculo

Ao instituir imposto com fundamento na sua competência residual, a União não

poderá utilizar fato gerador ou base de cálculo dos impostos já discriminados na

Constituição.

Isso significa que a União não poderia instituir novo imposto cujo fato gerador

fosse a propriedade de veículos automotores, pois este já é fato gerador do IPVA.

Da mesma forma, não poderia instituir novo imposto cuja base de cálculo fosse o

valor da operação de venda de mercadoria, já que esta é a base de cálculo do ICMS.

É muito importante observar que essa imposição para inovação tanto do fato

gerador quanto da base de cálculo tem como objetivo evitar a bitributação e o bis

in idem. Mas o que isso significa?

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O bis in idem ocorre quando o mesmo ente institui tributos diferentes diante do

mesmo fato gerador. Não existe uma regra proibitiva em nosso ordenamento ve-

dando o bis in idem. Inclusive temos algumas situações em que isso ocorre: quan-

do acontece a importação de um produto industrializado do exterior, por exemplo,

haverá incidência tanto do imposto de importação como do IPI; quando a empresa

apura lucro incide o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro líquido

(CSLL).

Já a bitributação ocorre quando entes diferentes instituem tributos sobre o mes-

mo fato gerador. Essa situação, dada a outorga constitucional da competência, não

é permitida no nosso ordenamento, eis que não pode haver invasão de competên-

cia. Sendo assim, o proprietário de um imóvel urbano não será cobrado pelo IPTU

por mais de um município. Da mesma forma, o IPVA é devido a apenas um Estado.

Sendo assim, temos que, em situações normais, a bitributação tem vedação

expressa, mas o bis in idem não, salvo no caso da instituição de tributos pela União

no uso da sua competência residual.

Nessa linha, a União no uso da sua competência residual está impedida de se

valer de ambos, uma vez que deverá inovar no fato gerador e na base de cálculo

em relação a qualquer dos impostos já existentes.

Na competência residual, temos, pois, uma vedação expressa ao bis in idem e

à bitributação.

Vejamos uma questão específica sobre o bis in idem e a bitributação, aplicada

recentemente pela FCC.

8. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF 3ª REGIÃO/2014) A Constituição Federal veda

expressamente a bitributação e o “bis in idem”. Sobre este tema,

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a) não existe vedação de incidência sobre um mesmo fato gerador de dois tributos

de espécies diferentes, como taxa e imposto, tendo em vista que a taxa é tributo vin-

culado a uma prévia atividade estatal, enquanto o imposto é tributo não vinculado.

b) a vedação se restringe apenas às taxas entre si, tendo em vista que sobre um

mesmo serviço não podem incidir duas ou mais taxas diferentes.

c) a vedação não alcança os impostos residuais, de competência da União, que

poderão ter, por disposição expressa, base de cálculo ou fato gerador próprio dos

impostos já discriminados na Constituição Federal.

d) a vedação alcança os impostos extraordinários, que não poderão ter base de

cálculo ou fato gerador próprio de impostos já discriminados na Constituição Fe-

deral, ainda que de competência de outro ente federado, diferente daquele que o

esteja instituindo.

e) a vedação não alcança, via de regra, as contribuições sociais, que podem ter

mesmo fato gerador de imposto, tendo em vista que as contribuições sociais têm

destinação necessária do produto da arrecadação, o que importa em distinção na

materialidade relativamente ao imposto.

Letra e.

Antes de analisarmos as alternativas, é importante destacar que o enunciado afir-

ma haver vedação expressa na Constituição para a bitributação e para o bis in

idem. Como vimos, em regra, a vedação expressa é apenas para a bitributação. No

caso do bis in idem, a vedação expressa é apenas no caso dos impostos residuais.

Passemos à análise das alternativas.

e) Certa. Vimos que isso ocorre no caso do IRPJ e da CSLL, cujos fatos geradores

são praticamente idênticos.

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a) Errada. Como a própria alternativa afirma, taxas e impostos possuem fatos ge-

radores completamente distintos. Por isso, não seria possível cobrar ambos tributos

pela ocorrência de um único fato gerador.

b) Errada. Conforme exposto, é nos impostos onde a preocupação deve ser maior,

tendo em vista o fato gerador ser algo que independe de qualquer ação do Estado.

Assim, a vedação à bitributação resguarda a segurança jurídica.

c) Errada. É exatamente o contrário. É justamente na competência residual que a

Constituição Federal enfatiza a vedação ao bis in idem e à bitributação.

d) Errada. Os impostos extraordinários serão estudados logo em seguida, ao aden-

trarmos na competência extraordinária da União. Ao fazer uso dessa competência,

diante das circunstâncias que ensejam a instituição, há permissão para a bitributa-

ção e para o bis in idem.

Não Cumulatividade

Trata-se de uma determinação constitucional direcionada ao IPI e ao ICMS, que

consiste em uma técnica para evitar o ônus tributário muito elevado naqueles tri-

butos que incidem em várias etapas. Assim, exclui-se do tributo devido em cada

etapa o montante devido nas etapas anteriores.

Para entender melhor a não cumulatividade, vamos ilustrar de forma bem sim-

plificada como funciona a cadeia produtiva de um determinado bem. Tomemos

como exemplo o ICMS:

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Imagine que o tributo seja cumulativo, ou seja, incide em todas as etapas da

cadeia sem dedução do valor devido nas etapas anteriores. Dessa forma, teríamos:

Observa-se que, em cada etapa, incidiu 17% de ICMS e, ao final da cadeia, o

Estado arrecadou R$102,00 (17+34+51). Assim, a cumulatividade onera toda a

cadeia produtiva, fazendo com que o preço pago pelo consumidor final apresente

uma elevada carga tributária.

De modo contrário, a NÃO CUMULATIVIDADE representa uma técnica para

evitar o ônus tributário muito elevado para os tributos que incidem em várias eta-

pas. Assim, exclui-se do tributo devido em cada etapa o montante cobrado

nas etapas anteriores:

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Observa-se agora que em cada etapa continuou incidindo 17% de ICMS, porém

apenas sobre o valor agregado, de forma que cada contribuinte desconta do valor

a pagar, aquele devido nas etapas anteriores. Dessa maneira, o Estado recolheu

R$51,00 (17+17+17). Assim, a não cumulatividade desonera a cadeia produtiva,

fazendo com que, em cada etapa, o imposto incida apenas sobre o valor agregado.

É importante observarmos que a compensação efetuada com o montante “co-

brado” nas operações anteriores não exige a efetiva comprovação de que o imposto

incidente nessas operações foi, de fato, recolhido aos cofres públicos. Devemos

entender o termo “cobrado” como incidente.

Por força da determinação expressa na Constituição, ao fazer uso da sua com-

petência residual para instituir novos impostos, a União deverá observar a técnica

da não cumulatividade, descontando nas etapas seguintes o valor cobrado nas an-

teriores.

Momento da Instituição

Não há qualquer ressalva no art. 154, I, quanto ao momento da instituição de

novo imposto com fundamento na competência residual. Dessa forma, a União po-

derá fazer uso dessa prerrogativa e instituir novo imposto no momento que lhe for

mais oportuno e conveniente.

Atendimento ao Princípio da Anterioridade

Não obstante a possibilidade de exercício da competência residual a qualquer

momento, a depender da discricionariedade da União, a exigência deverá obediên-

cia aos princípios constitucionais da anterioridade e da anterioridade nonagesimal,

que estudaremos mais à frente.

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Basicamente, isso significa que, embora a instituição possa se dar em qualquer

momento, haverá um prazo mínimo para a sua cobrança a contar da publicação

da lei instituidora. Assim, conquanto estejam submetidos a uma nova imposição

inesperada, os contribuintes estariam resguardados por um prazo razoável em que

não seria possível cobrar o imposto, apesar de já instituído. Conheceremos todos

os detalhes desse princípio ainda nesta aula.

Vejamos o esquema com as características previstas no texto constitucional

para o uso da competência residual na instituição de novos impostos.

Vejamos, agora, uma questão bastante interessante da ESAF, na qual exercita-

remos os aspectos que acabamos de ver, bem como verificaremos uma importante

citação do STF quanto à pessoa a quem se dirige a disciplina constitucional.

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9. (ESAF/ANALISTA/SUSEP/2010) A Constituição Federal, em seu art. 154, inciso I,


prevê a criação de impostos que não os previstos no art. 153 (que enumera aqueles
de competência da União). Sobre esta competência, usualmente denominada na
doutrina “competência residual”, é incorreto afirmar-se que:
a) o exercício da competência residual é reservado ao legislador ordinário, e não
ao constituinte derivado.
b) consoante entendimento firmado no âmbito do Supremo Tribunal Federal, a não
cumulatividade e o não bis in idem não precisam ser observados quando da criação
de um novo imposto por meio de emenda constitucional.
c) a exigência de lei complementar é inafastável e, diferentemente do que ocorre
para os impostos discriminados, que têm apenas os seus fatos geradores, bases
de cálculo e contribuintes previstos em lei complementar, no caso da instituição de
novo imposto pela União, no exercício de sua competência residual, exige-se que
também a alíquota seja prevista em lei complementar.
d) admite-se, excepcionalmente, a instituição de novos impostos, no exercício da
competência residual, por meio de medida provisória.
e) a criação de novo imposto, no exercício da competência residual, fica sujeita ao
princípio da anterioridade.

Letra d.
O STF decidiu a respeito do tema competência residual no julgamento da ADIN
939/DF, quando apreciou o extinto IPMF. Eis o voto do Min. Carlos Velloso:

A técnica da competência residual da União é para o legislador ordinário e não para o


constituinte derivado. (do voto do Min. Carlos Velloso no julgamento da ADIn 939/DF,
RTJ 151/286, em que se discutiu o IPMF).

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Percebe-se, então, que o entendimento da Corte Suprema é no sentido de que as

exigências previstas no art. 154, I, da CF/88 para a instituição de novos impostos

mediante lei complementar (não cumulatividade e inovação no fato gerador e base

de cálculo) se aplicam ao legislador ordinário, ou seja, na elaboração de normas in-

fraconstitucionais, entre as quais se enquadram as leis ordinárias e complementares.

d) Errada. A instituição de impostos no exercício da competência residual da União

deve ser feita, obrigatoriamente, mediante lei complementar (CF, art.154, I).

a) Certa. No julgamento da ADIN 939/DF, citado acima, o STF defendeu o enten-

dimento de que a técnica da competência residual da União é para o legislador or-

dinário e não para o constituinte derivado.

b) Certa. O bis in idem ocorre quando o mesmo ente tributante institui tributos

diferentes diante do mesmo fato gerador. Consoante o entendimento firmado pelo

STF, visto na alternativa anterior, pode-se inferir que as exigências previstas na

Constituição (art. 154, I) para o exercício da competência residual se aplicam ape-

nas ao legislador ordinário. Dentre essas exigências, encontram-se a não cumula-

tividade e o não bis in idem (“não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios

dos discriminados nesta Constituição”).

Não obstante, uma importante ressalva deve ser feita. A alternativa diz que “a não

cumulatividade e o não bis in idem não precisam ser observados quando da criação

de um novo imposto por meio de emenda constitucional”. A assertiva foi retirada

da obra de Leandro Pausen e a redação requer atenção. A Constituição (ou Emen-

da Constitucional) não cria tributos, apenas delimita a competência para que cada

ente a exerça por meio de suas próprias leis. O real sentido da frase é: “quando

da previsão para criação de um novo imposto por meio de emenda constitucional”.

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c) Certa. Esta assertiva é muito interessante. Uma das exigências previstas no art.

154, I, da CF/88 é a edição de lei complementar para instituição de novos impos-

tos. O que a assertiva diz não é que deve ocorrer inovação na alíquota, ou seja, não

há exigência de que a alíquota seja diferente dos demais impostos. Seria absurdo

imaginar que um imposto novo instituído com base no art. 154, I, não pudesse ter

alíquota de 5% (por já ser adotada pelo ISS) ou 17% (por corresponder à alíquota

interna do ICMS). O que a assertiva diz é que, como o imposto deve ser instituído

mediante lei complementar, a alíquota desse imposto deve constar nessa lei, eis

que a lei instituidora desse tributo deve prever todos os seus elementos, a saber:

contribuintes (sujeito passivo), fato gerador, base de cálculo e alíquotas.

e) Certa. A CF/88 não faz ressalva à aplicação do princípio da anterioridade aos

impostos instituídos no exercício da competência residual da União.

5.4.2. Instituição de Novas Contribuições

Analisamos até aqui a competência residual sempre voltada para instituição de

novos impostos. Entretanto, cumpre-nos observar o disposto no art. 195 da Cons-

tituição Federal.

No referido artigo, a Constituição elenca diversas contribuições de competência

privativa da União e sem seu § 4º dispõe:

Art. 195.
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão
da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

Podemos perceber que a Constituição Federal confere poderes à União para ins-

tituir novas contribuições, diferente das já previstas no art. 195. Isso significa que

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a União também detém a competência residual para a instituição de novas contri-

buições especiais.

No final do dispositivo, verificamos que há necessidade de observância do dis-

posto no art. 154, I, ou seja, de tudo o que estudamos até aqui para a instituição

de novos impostos.

Certa controvérsia surgiu quanto à questão da inovação da base de cálculo e

fato gerador. As novas contribuições deveriam ter base de cálculo e fato gerador

diferentes também dos impostos, ou a determinação valeria apenas entre as pró-

prias contribuições?

Solucionando esta discussão, o STF firmou o seguinte entendimento, ao julgar

o RE 228.321-RS:

Quando o § 4º, do art. 195, da C.F., manda obedecer a regra da competência residual da
União – art. 154, I – não estabelece que as contribuições não devam ter fato gerador ou
base de cálculo de impostos. As contribuições, criadas na forma do § 4º, do art. 195, da
C.F., não devem ter, isto sim, fato gerador e base de cálculo próprios das contribuições
já existentes.

Logo, é possível que uma nova contribuição, criada com fundamento na compe-

tência residual, tenha base de cálculo ou fato gerador idêntico ao dos impostos. A

vedação a ser observada é em relação às próprias contribuições.

5.4.3. A Competência Residual para a Instituição de Taxas e


Contribuição de Melhoria

A Constituição Federal, como visto, prevê a competência residual da União para

criar novos impostos e para a instituição de novas contribuições sociais. Os esta-

dos-membros não são dotados desta competência.

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Quanto às taxas e contribuições de melhoria, a CF/88 não prevê competência

residual para os entes federados. Isso porque tais tributos estão contidos na com-

petência comum a todos os entes. União, Estados, DF e Municípios são competen-

tes para instituir taxas e contribuições de melhoria, desde que prestem serviço pú-

blico específico e divisível, exerçam o poder de polícia ou executem a obra pública,

conforme o caso, sendo competente para instituí-los aquele ente que desenvolver

as referidas atividades.

Ocorre que a Constituição, em seu art. 21, elenca as atividades (serviços) que

competem à União e em seu art. 30 dispõe sobre a competência dos Municípios.

Entretanto, não lista de forma expressa o que cabe aos Estados. Por isso, no art.

25, § 1º, a Carta Magna dispõe que são reservadas aos Estados as competências

que não lhe sejam vedadas pela própria Constituição. É o que se costuma chamar

de competência residual para prestar serviços que não sejam privativos da

União nem dos Municípios.

Nessa esteira, surgiu um entendimento de que essa interpretação aponta para

uma possível competência residual dos Estados para a instituição de taxas e contri-

buições de melhoria, ou seja, podendo os Estados-membros executarem os servi-

ços não previstos expressamente na CF e não privativos da União e dos Municípios,

também pode instituir taxas por estes serviços ou contribuições de melhoria pelas

obras executadas.

Apesar de não constar expressamente no texto constitucional, essa interpreta-

ção já foi objeto de prova de concurso.

5.5. Competência EXTRAORDINÁRIA

É aquela prevista no art. 154, II, da CF, segundo o qual a União, na iminência

ou no caso de guerra externa, poderá instituir impostos extraordinários, compre-

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endidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gra-

dativamente, cessadas as causas de sua criação. Trata-se, portanto, de imposto

provisório, instituído por lei ordinária e que pode apresentar base de cálculo e fato

gerador de forma livre, mesmo que idêntico ao dos impostos já existentes.

Podemos perceber que a competência extraordinária, assim como a competên-

cia residual, confere à União a possibilidade de instituir novos impostos. Entretanto,

em relação à competência residual apresenta uma série de diferenças. Vejamos:

Veículo Normativo para Instituição

A Constituição Federal não fez nenhuma exigência quanto à edição de lei com-

plementar para instituição de novos impostos. Dessa forma, o imposto extraordi-

nário de guerra pode ser instituído por meio de lei ordinária.

Momento da Instituição

Diferentemente dos impostos criados por força da competência residual, a cria-

ção de imposto extraordinário requer uma circunstância que autorize sua institui-

ção: a guerra externa ou sua iminência.

Com isso, a União não pode instituir o imposto extraordinário a qualquer tempo,

eis que depende de uma situação bem específica e apenas nela poderia exercer a

sua competência extraordinária.

Amplitude do Fato Gerador e da Base de Cálculo

Também não há qualquer vedação constitucional quanto à adoção de base de

cálculo ou fato gerador dos impostos já existentes.

Sendo assim, a União, no uso da sua competência extraordinária, é livre para

instituir o novo imposto com qualquer fato gerador e qualquer base de cálculo.

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Isso significa que o imposto extraordinário poderia incidir sobre a propriedade de

veículos automotores, apesar de este já ser o fato gerador do IPVA. Poderia ainda

o imposto extraordinário ter como base de cálculo os rendimentos recebidos pelo

contribuinte, ainda que esta seja a base de cálculo do imposto de renda.

Não Cumulatividade

Este é outro aspecto em que não há menção no texto constitucional, o que per-

mite que o imposto extraordinário de guerra seja cumulativo, incidindo em toda a

cadeia sem que haja compensação dos valores pagos nas etapas anteriores.

Princípio da Anterioridade

Por força do disposto no art. 150, § 1º, da CF/88, o imposto extraordinário

constitui exceção ao princípio da anterioridade, podendo ser cobrado no mesmo

exercício em que foi instituído. Além disso, prevê o mesmo dispositivo constitucio-

nal que o imposto extraordinário não deve obediência à anterioridade nonagesimal.

Sendo assim, apesar de depender de circunstâncias para a sua instituição, uma

vez instituído poderá ser cobrado de imediato.

Imposto Provisório

Diferentemente dos impostos criados no uso da competência residual, que po-

dem ser instituídos de forma permanente, o imposto extraordinário de guerra está

submetido à imposição constitucional que remete ao caráter provisório da sua ins-

tituição.

Determina a Constituição Federal que cessadas as causas da sua criação, ou

seja, terminada a guerra ou passado o período de turbulência que a ensejaria (no

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caso da instituição pela simples iminência), os impostos extraordinários devem ser

gradativamente suprimidos.

Podemos perceber que, no caso de guerra externa ou na sua iminência, a União

tem uma verdadeira carta branca para instituir impostos. Há que observar, contu-

do, que a circunstância autorizadora é a guerra externa, não podendo ser exercida

essa competência no caso de conflitos internos no país.

Concluímos, aqui, a abordagem teórica da nossa aula.

Passemos agora à nossa bateria de questões, que serão apresentadas em for-

ma de lista para você resolvê-las como um teste. Após a conclusão, verifique seu

rendimento pelo gabarito e proceda à correção pelos comentários apresentados.

Antes, porém, teremos o resumo esquematizado da aula, com os pontos

mais importantes para sua revisão.

Tudo pronto? Então, vamos lá!

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RESUMO

Principais pontos abordados na aula 2

Competência Tributária

Capacidade Tributária Ativa

Competência Tributária x Capacidade Tributária Ativa x Atividade de Arre-

cadação

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CTN e o Papel da Lei Complementar

CTN: lei ordinária na forma, mas que foi recepcionada pela CF/88 com força de

lei complementar. Estabelece normas gerais em matéria tributária.

Classificação da Competência Tributária

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Competência Comum

Competência Privativa

Em relação aos impostos:

UNIÃO ESTADOS e DF MUNICÍPIOS


Art. 153 da CF/88 Art. 155 da CF/88 Art. 156 da CF/88
II, IE, IPI, IOF, ITR, IR e IGF ICMS, IPVA e ITCMD ISS, IPTU e ITBI

Competência Cumulativa

Meu(minha) amigo(a), chegamos ao final da nossa aula sobre competência tri-

butária.

Aguardo você na próxima aula.

Forte abraço,

Prof. George Firmino

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ/PR/2017) O município de Curitiba – PR instituiu,

por lei ordinária, taxa de coleta e remoção de lixo para os imóveis urbanos situados

em seu território, estabelecendo como base de cálculo do tributo a área construída

do imóvel, que, multiplicada pelo valor de R$ 2, resultaria no valor do tributo devi-

do pelo contribuinte.

Acerca dessa situação hipotética e dos preceitos constitucionais pertinentes ao po-

der de tributar, assinale a opção correta.

a) A utilização da área construída do imóvel como parte da base de cálculo do tri-

buto em questão, por também compor a base de cálculo do IPTU, torna inconstitu-

cional a instituição do mencionado tributo.

b) A restrição constitucional para que haja identidade da base de cálculo atinge

apenas as contribuições, e não as taxas, sendo, portanto, constitucional o tributo

em questão.

c) O serviço de coleta e remoção de lixo em questão pode adotar um dos elemen-

tos de base de cálculo de impostos, desde que não haja identidade completa e o

valor pago pelo contribuinte seja proporcional ao serviço que lhe é prestado.

d) A coleta e remoção de lixo é serviço público inespecífico e indivisível, por beneficiar

toda a coletividade, sendo, portanto, inconstitucional a instituição da referida taxa.

2. (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE/TCE-PR/2016) A Constituição Federal de 1988

(CF) atribui competência aos entes federados para instituir e criar tributos. À luz da

legislação constitucional e infraconstitucional, assinale a opção correta, a respeito

do instituto da competência tributária.

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a) Ao contrário da capacidade tributária ativa, a competência tributária é delegável

apenas às pessoas jurídicas de direito público.

b) A instituição do imposto sobre grandes fortunas é de competência da União,

mediante lei complementar.

c) Conforme a CF, compete aos municípios instituir imposto sobre a propriedade

de veículos automotores.

d) Cabe aos estados a instituição do imposto sobre serviços de qualquer natureza.

e) A União pode instituir imposto extraordinário na iminência ou no caso de guerra

externa, desde que o faça mediante lei complementar.

3. (CESPE/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ-ES/2009) É legalmen-

te facultado à pessoa jurídica de direito público o exercício de sua competência

tributária.

4. (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PGE/2006) A competência tributária é o po-

der indelegável de tributar, juridicamente delimitado e atribuído às pessoas jurídi-

cas de direito público dotadas de poder legislativo. A capacidade tributária ativa,

por sua vez, é atribuída pela Constituição Federal ou por lei a ente estatal não obri-

gatoriamente dotado de poder legislativo e é delegável.

5. (CESPE/AUDITOR/TCE/PA/2016) Em uma federação como a brasileira, em que

mesmo os municípios têm esfera própria de atribuições exercidas com autonomia,

a Constituição trata do provimento de recursos aos vários entes políticos — no caso

brasileiro, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios —, a fim de que

cada qual possa atender aos respectivos dispêndios.


Luciano Amaro. Direito tributário brasileiro. 21.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 115 (com
adaptações).

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Tendo como referência inicial o texto apresentado, julgue o item a seguir, em rela-

ção à discriminação constitucional de rendas.

A instituição, pela União, da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira

(CPMF) decorre do exercício de sua competência residual. Para a sua instituição,

exige-se a edição de emenda constitucional, uma vez que a hipótese de incidência

desse tipo de contribuição não encontra previsão na Constituição Federal de 1988.

6. (CESPE/AUDITOR/TCE-PA/2016) Em uma federação como a brasileira, em que

mesmo os municípios têm esfera própria de atribuições exercidas com autonomia,

a Constituição trata do provimento de recursos aos vários entes políticos — no caso

brasileiro, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios —, a fim de que

cada qual possa atender aos respectivos dispêndios.


Luciano Amaro. Direito tributário brasileiro. 21.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 115 (com
adaptações).

Tendo como referência inicial o texto apresentado, julgue o item a seguir, em rela-

ção à discriminação constitucional de rendas.

A Constituição Federal de 1988 adotou o modelo de federalismo cooperativo, de

modo que a autonomia financeira dos entes federativos é assegurada pela atribui-

ção de competências tributárias e participação nas receitas tributárias arrecadadas

de tributos de competência de outros entes.

7. (CESPE/TÉCNICO MUNICIPAL/2008) A União tem competência para instituir no-

vos impostos, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou

base de cálculo próprios dos descritos na Constituição Federal. A referida compe-

tência é denominada competência extraordinária.

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8. (CESPE/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ/ES/2009)

A CF criou os tributos possíveis de serem instituídos pelos entes da Federação, sen-

do proibida a criação de outros.

9. (CESPE/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/ANATEL/2014) Acerca de competência

tributária, conceito e classificação dos tributos, bem como de tributos em espécie,

julgue o item a seguir.

De acordo com a CF, compete privativamente à União instituir, entre outros, os

seguintes tributos: imposto de importação, imposto de exportação, imposto de

renda, empréstimos compulsórios e impostos extraordinários, neste último caso

em situação de iminência ou de guerra externa, compreendidos ou não em sua

competência tributária.

10. (CESPE/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/PGDF/2013) O DF pode instituir

contribuições parafiscais, inclusive destinadas à intervenção no domínio econômi-

co, desde que o faça por lei complementar.

11. (CESPE/TITULARIDADE DE SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO/TJDF/2008)

Acerca da disciplina constitucional sobre o imposto de transmissão causa mortis e

de doação, de quaisquer bens e direitos, julgue os itens que se seguem.

Os municípios e o DF têm competência para a instituição do referido imposto.

12. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/ANTT/2013) A União é competente para

instituir impostos estaduais e municipais em território federal, ainda que esteja di-

vidido em municípios.

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13. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) O fato de

o produto da arrecadação do imposto de renda retido na fonte ser destinado aos

estados e ao Distrito Federal não retira a competência tributária ativa da União.

14. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) A Consti-

tuição Federal de 1988, ao definir as competências tributárias dos entes políticos,

preocupou-se com a repartição das receitas tributárias entre as unidades federa-

das, inclusive diante da preponderância de impostos e contribuições sociais em

favor da União, à qual coube a maior fonte de receitas fiscais.

15. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/TCE-ES/2013) Acerca de competência

tributária, assinale a opção correta.

a) A capacidade de legislar e fiscalizar compõe todo o espectro da competência

tributária

b) A competência tributária residual é atribuída aos estados da Federação

c) A competência tributária não exercida a tempo e a hora pode ser usufruída por

outro ente da Federação.

d) A competência tributária é indelegável, mas a fiscalização da cobrança de um

tributo constitucionalmente criado pode ser atribuída a outro ente da Federação.

e) Atribuir a arrecadação de tributo a uma instituição financeira configura delega-

ção extraordinária da competência tributária.

16. (CESPE/ESPECIALISTA/ANCINE/2013) A União promulgou uma lei que criou

um imposto incidente sobre a atividade de assistir a filmes projetados em salas

de cinema localizadas apenas em shoppings, prevendo isenção para as pessoas

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com mais de 70 anos de idade. Essa lei estabelece ainda, que o sujeito passivo do

imposto é a empresa de projeção de cinema e que o produto da arrecadação se

destina integralmente à ANCINE.

Com base nessa situação hipotética, julgue os itens que se seguem.

Se a União não tivesse criado esse imposto, os estados poderiam criá-lo, em razão

de sua competência legislativa complementar.

17. (CESPE/TITULAR DE SERVIÇO DE NOTAS E REGISTRO/TJ/ES/2013) No que

concerne à competência tributária, assinale a opção correta.

a) Os estados e o DF têm competência para instituir o IPVA.

b) A União tem competência para instituir o imposto sobre a propriedade de veícu-

los automotores (IPVA) de veículos localizados no DF.

c) Os estados e o DF têm competência para instituir o ITBI, a qualquer título, por

ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais so-

bre imóveis, exceto os de garantia, bem como a cessão de direitos a sua aquisição.

d) Mediante lei ordinária, a União tem competência para instituir os impostos re-

siduais.

e) A competência para instituir o imposto sobre a propriedade territorial rural é dos

municípios, desde que haja convênio entre esses e a União.

18. (CESPE/AUDITOR/SEFAZ/ES/2013) Considere que, em projeto de lei ordiná-

ria estadual, seja prevista a cobrança de ICMS, com alteração da base de cálculo

prevista na lei complementar federal. Em face dessa situação hipotética, assinale

a opção correta. Considere que a sigla CF, sempre que utilizada, se refira a Cons-

tituição Federal de 1988.

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a) As limitações do poder de tributar, previstas na CF, servem para que as unidades

da Federação possam exercer sua competência legislativa plena.

b) As normas gerais definidoras do fato gerador e da base de cálculo para cada

imposto estão previstas na CF, não sendo, portanto, o estado obrigado a observar

o previsto a esse respeito na lei complementar federal.

c) O estado possui competência para instituir tributo da forma que bem entender,

uma vez que sua competência é plena no sistema federativo.

d) Lei complementar estadual pode instituir tributo de forma diferente da lei com-

plementar federal, por terem ambas a mesma hierarquia.

e) O estado pode instituir tributo no momento em que desejar, devendo respei-

tar o disposto na CF no que se refere à instituição dos discriminados como de sua

competência

19. (CESPE/AUDITOR/SEFAZ/ES/2013) O cometimento a pessoa de direito priva-

do, como os bancos, do encargo de arrecadar tributos.

a) constitui ato de delegação de competência, de acordo com a legislação tributá-

ria vigente.

b) constitui delegação da capacidade tributária passiva.

c) constitui ato legal em que se atribui apenas a capacidade de arrecadar, não ca-

bendo fiscalização ou cobrança do tributo.

d) não pode ser revogado unilateralmente.

e) pode ser anulado, e não revogado, visto que a revogação tem de ser feita por

mútuo consentimento.

20. (CESPE/ANALISTA/ANTT/2013) A competência tributária do ICMS é somente

dos estados e do Distrito Federal.

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21. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TRF 2ª REGIÃO/2013) Pode ser objeto de delegação

a) a capacidade tributária ativa.

b) o poder tributário.

c) a competência tributária.

d) a soberania tributária.

e) a autonomia tributária.

22. (CESPE/ANALISTA/CNJ/2013) De acordo com a Constituição Federal de 1988,

os estados e os municípios podem legislar sobre impostos incidentes sobre a pro-

dução industrial.

23. (CESPE/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ-ES/2009) Os estados

e os municípios têm competência para instituir contribuições de intervenção no do-

mínio econômico.

24. (CESPE/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ/ES/2009) A institui-

ção de taxas de serviços públicos é de competência tributária comum entre os en-

tes da Federação.

25. (CESPE/Analista/TRT 10ª Região/2013) Julgue os itens a seguir, a respeito de

tributos, segundo a Constituição Federal de 1988 (CF) e o Código Tributário Nacio-

nal (CTN).

A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, ao criarem tributos, exerci-

tam competências atribuídas pela CF.

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26. (CESPE/ANALISTA/TRT 10ª REGIÃO/2013) Julgue os itens a seguir, a respeito

de tributos, segundo a Constituição Federal de 1988 (CF) e o Código Tributário Na-

cional (CTN).

A União tem competência para instituir impostos com vistas a custear obras pú-

blicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa

realizada.

27. (CESPE/DEFENSOR/DPE-TO/2013/ADAPTADA) A respeito das obrigações e

competências tributárias, assinale a opção correta.

a) Compete aos municípios instituir impostos sobre a propriedade de veículos au-

tomotores.

b) A competência tributária é atribuída, constitucionalmente ou legalmente, a um

ente estatal não necessariamente dotado de poder legislativo, haja vista que é

exercida mediante atos administrativos.

c) A União, os estados, o DF e os municípios podem instituir contribuições sociais,

de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou

econômicas, como instrumento de atuação nas respectivas áreas.

d) As competências tributárias foram rigidamente traçadas pelo constituinte origi-

nário, portanto são insuscetíveis de alterações pelo poder constituinte de reforma.

28. (CESPE/ANALISTA/IBAMA/2013) No que diz respeito à instituição de impostos,

apenas a União dispõe da denominada competência tributária residual.

29. (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2009) Suponha que determinado tributo

criado pela União, com base em sua competência tributária residual, tenha o pro-

duto de sua arrecadação destinado à formação de reservas cambiais. Nesse caso,

o referido tributo somente poderá ser uma contribuição.

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30. (CESPE/PROCURADOR/TC/DF/2013) Quando a União deixa de editar normas

gerais sobre matéria tributária, cabe aos estados a prerrogativa de exercer a com-

petência legislativa plena.

31. (CESPE/ANALISTA/EMBASA/2009) Tanto a União como os estados, o Distrito

Federal e os municípios podem legislar concorrentemente sobre direito tributário.

Cada uma das esferas da administração tem competência legislativa plena no âm-

bito de sua jurisdição.

32. (CESPE/ANALISTA/STJ/2012) Compete ao município instituir o imposto sobre

a propriedade de veículos automotores licenciados em seu território, cabendo ao

Senado Federal fixar as alíquotas mínimas desse imposto.

33. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ/BA/2012) Acerca da competência legislativa so-

bre normas gerais de direito tributário, assinale a opção correta.

a) A competência dos estados, ainda que suplementar, é excluída com o exercício,

pela União, da competência para legislar sobre normas gerais de direito tributário.

b) Os municípios não dispõem de competência para instituir normas gerais de di-

reito tributário.

c) Em nenhuma hipótese os estados e o DF exercerão competência legislativa plena.

d) No âmbito dos estados e do DF, prevalecem as respectivas leis sobre as leis fe-

derais.

e) Pertencem à competência concorrente todas as pessoas políticas.

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34. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ/PI/2012) No que concerne à competência tribu-

tária, assinale a opção correta.

a) O poder de criar tributos é repartido entre os vários entes políticos, e a CF assi-

nala a esfera de competência dos níveis federal, estadual e municipal.

b) Mesmo na ausência de normas gerais da União, os estados e o DF não têm a

possibilidade de exercer a competência legislativa plena em matéria tributária.

c) As principais características da competência tributária são a transmissibilidade

e a renunciabilidade, conforme a legislação em vigor.

d) Sendo, como regra geral, delegável a competência tributária, justifica-se a de-

legação da atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos.

e) À luz do CTN, o não exercício da competência tributária pelo ente competente

defere a outra pessoa jurídica de direito público o exercício tributário, que não pode

ser obstaculizado.

35. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TRF 3ª REGIÃO/2011) Suponha que determinado

poder legislativo estadual crie tributo sobre a circulação de qualquer pessoa de um

município para outro, atribuindo-lhe o nome de ICMS e, para justificá-lo, informe

que a maior parte da receita será destinada a construir nova estrada entre os dois

municípios. Nesse caso, o tributo deve ser considerado

a) constitucional, porque só o estado tem competência para instituir ICMS.

b) inconstitucional, por motivos de competência e de vinculação.

c) inconstitucional, porque se caracteriza como taxa, havendo serviço a ela vincu-

lado.

d) constitucional, consistindo em contribuição de melhoria que beneficiará os pro-

prietários da área.

e) constitucional, sendo imposto destinado a financiar a estrada.

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36. (CESPE/JUIZ/TRF 2ª REGIÃO/2011) Com relação às prerrogativas constitucio-

nais da União sobre os estados e municípios, assinale a opção correta.

a) Constitui competência da União instituir isenção do imposto sobre heranças,

legados e doações, desde que essa isenção afete apenas um estado específico.

b) À União cabe definir alíquotas do imposto sobre a propriedade de veículos auto-

motores a serem aplicadas em cada estado.

c) Cabe à União criar imposto sobre serviços de qualquer natureza em municípios

que não tiverem instituído essa exação, embora a competência para cobrá-los seja

dos próprios municípios.

d) À União compete realizar a cobrança de imposto sobre serviços de qualquer na-

tureza em municípios que, embora tenham instituído essa exação, não a estejam

cobrando.

e) Compete à União, por meio de lei complementar, regular a forma como, median-

te deliberação dos estados e do DF, podem ser concedidos, pelos estados, isenções,

incentivos e benefícios fiscais.

37. (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PGE/2016) A capacidade tributária ativa

difere da competência tributária, podendo ser delegada a outras pessoas jurídicas

de direito público. Nesse caso, a delegação envolverá a transferência legal dos po-

deres de cobrança, arrecadação e fiscalização.

38. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 17ª REGIÃO/2013) A Secretaria da Recei-

ta Federal do Brasil é o órgão com competência tributária relativa aos tributos da

União.

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39. (CESPE/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/ANAC/2012) Com relação ao direito

tributário, sistema tributário nacional, tributos e competência tributária, julgue o

item a seguir.

De acordo com o princípio da irrenunciabilidade, é correto afirmar que, se um ente

político não instituir desde logo o seu tributo, nada o impede de fazê-lo no momen-

to em que julgar oportuno.

40. (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2012) Julgue o item seguinte, a respeito

do Sistema Tributário Nacional.

Os municípios podem conceder incentivos fiscais referentes ao ICMS.

41. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/TCE-ES/2013) Acerca de competência

tributária, assinale a opção correta.

a) A capacidade de legislar e fiscalizar compõe todo o espectro da competência

tributária.

b) A competência tributária residual é atribuída aos estados da Federação.

c) A competência tributária não exercida a tempo e a hora pode ser usufruída por

outro ente da Federação.

d) A competência tributária é indelegável, mas a fiscalização da cobrança de um

tributo constitucionalmente criado pode ser atribuída a outro ente da Federação.

e) Atribuir a arrecadação de tributo a uma instituição financeira configura delega-

ção extraordinária da competência tributária.

42. (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/2017) Em determinado município, uma as-

sociação de produtores rurais solicitou que o prefeito editasse lei afastando a inci-

dência do ITR para os munícipes que tivessem idade igual ou superior a sessenta

e cinco anos e fossem proprietários de pequenas glebas rurais, assim entendidas

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as propriedades de dimensão inferior a trezentos hectares. O prefeito, favorável

ao pedido, decidiu consultar a procuradoria municipal acerca da viabilidade jurídica

dessa norma. Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta de

acordo com as normas constitucionais e a legislação tributária vigente.

a) O ITR é um imposto da União e, por conseguinte, é vedado atribuir aos municí-

pios, que não detêm competência para legislar sobre essa matéria, a responsabili-

dade por sua fiscalização.

b) Cabe ao município a competência legislativa sobre o ITR, podendo ele instituir

hipóteses de isenção e de não incidência.

c) O ITR é um imposto de competência da União, não podendo o município redu-

zi-lo ou adotar qualquer renúncia fiscal.

d) A CF prevê a imunidade fiscal para os proprietários de pequenas glebas rurais

que tenham idade igual ou superior a sessenta e cinco anos.

43. (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PGE/2017) Os tributos cuja instituição

compete aos municípios incluem o

a) ITBI, o IPI e o IPVA.

b) ITR, o ITCMD e o IPI.

c) ITBI, o IPVA e o ITCMD.

d) IPTU, o ITR e o ISSQN.

e) IPTU, o ITBI e o ISSQN.

44. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/STJ/2012) Julgue o item a seguir, acerca da

competência tributária, dos impostos, da obrigação e dos créditos tributários. Ocor-

re bitributação quando o mesmo ente tributante edita leis distintas que estabele-

cem múltiplas exigências tributárias em razão do mesmo fato gerador.

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45. (CESPE/ANALISTA/EBC/2011) A competência tributária independe da forma

como se dará a repartição da respectiva receita.

46. (CESPE/ANALISTA/EBC/2011) Somente é lícita a delegação de competência

tributária a pessoa jurídica de direito privado se a função ou encargo referir-se a

arrecadação de tributos.

47. (CESPE/ANALISTA/CORREIOS/2011) Julgue os itens a seguir, acerca do Siste-

ma Tributário Nacional, da competência tributária e dos tributos.

Se determinado estado da Federação não tiver instituído o imposto sobre a proprie-

dade de veículos automotores (IPVA), essa ausência de exercício da competência

tributária não a deferirá a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que

a Constituição Federal de 1988 tenha atribuído tal competência.

Assim, caso o DF não institua o IPVA em seu território, continua sendo competente

para instituir quando desejar. Não poderia o Estado de Goiás se valer da competên-

cia alheia e instituir o IPVA sobre os veículos licenciados no DF.

48. (CESPE/PROFESSOR/IFB/2011) Caso certo município paulista não exerça sua

competência tributária, caberá ao município limítrofe o exercício dessa competência.

49. (CESPE/PROFESSOR/IFB/2011) A competência tributária é indelegável, não

sendo admissível atribuir a outra pessoa jurídica as funções de arrecadar ou fisca-

lizar tributos, bem como executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas

em matéria tributária.

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50. (CESPE/ADVOGADO/BRB/2010) Para que a União tenha competência para ins-

tituir impostos residuais por lei ordinária federal, é suficiente que estes obedeçam

ao requisito de não cumulatividade.

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GABARITO
1. c 26. E

2. b 27. Anulada

3. C 28. C

4. C 29. E

5. E 30. C

6. C 31. E

7. E 32. E

8. E 33. b

9. C 34. a

10. E 35. b

11. E 36. e

12. E 37. C

13. C 38. E

39. E
14. C
40. E
15. d
41. d
16. E
42. c
17. a
43. e
18. e
44. E
19. c
45. C
20. C
46. E
21. a
47. C
22. E
48. E
23. E
49. E
24. C
50. E
25. C

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GABARITO COMENTADO

1. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ/PR/2017) O município de Curitiba – PR instituiu,

por lei ordinária, taxa de coleta e remoção de lixo para os imóveis urbanos situados

em seu território, estabelecendo como base de cálculo do tributo a área construída

do imóvel, que, multiplicada pelo valor de R$ 2, resultaria no valor do tributo devi-

do pelo contribuinte.

Acerca dessa situação hipotética e dos preceitos constitucionais pertinentes ao po-

der de tributar, assinale a opção correta.

a) A utilização da área construída do imóvel como parte da base de cálculo do tri-

buto em questão, por também compor a base de cálculo do IPTU, torna inconstitu-

cional a instituição do mencionado tributo.

b) A restrição constitucional para que haja identidade da base de cálculo atinge

apenas as contribuições, e não as taxas, sendo, portanto, constitucional o tributo

em questão.

c) O serviço de coleta e remoção de lixo em questão pode adotar um dos elemen-

tos de base de cálculo de impostos, desde que não haja identidade completa e o

valor pago pelo contribuinte seja proporcional ao serviço que lhe é prestado.

d) A coleta e remoção de lixo é serviço público inespecífico e indivisível, por beneficiar

toda a coletividade, sendo, portanto, inconstitucional a instituição da referida taxa.

Letra c.

Essa questão faz uma boa revisão do que vimos na aula anterior.

O serviço de coleta de lixo nos imóveis é divisível para fins de cobrança de taxa,

uma vez que é possível identificar os beneficiários e mensurar a utilização por parte

de cada um deles.

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Entretanto, que elemento será usado para medir a utilização de cada um? Logica-

mente, para que a taxa seja juridicamente válida, o critério adotado deve guardar

relação com a atividade estatal, uma vez que a Constituição Federal veda a utiliza-

ção de base de cálculo própria de impostos.

Mas que critério utilizar? Nem sempre isso é tarefa simples.

Alguns elementos poderiam mensurar com mais perfeição a utilização do serviço

por cada beneficiário, tais como o peso do lixo coletado ou seu o volume. Sem dú-

vidas, qualquer um desses elementos seria válido para definir quem usou mais ou

menos o serviço.

Porém, em termos práticos, já imaginou como seria o serviço de coleta? Todos os

caminhões teriam que ter balanças e os coletores teriam que registrar tudo para a

cobrança da taxa. Já pensou no trabalho que isso daria? E quantos equipamentos

deveriam ser utilizados para conseguir registar tudo sem erros?

Diante dessa dificuldade, a grande maioria dos municípios adota um critério inte-

ressante: a área do imóvel. O argumento é de que imóveis maiores produzem mais

lixo. Não deixa de ter fundamento esse argumento, mas ele não é perfeito.

Exemplo

Imagine uma mansão de 3.000m² com apenas uma rica viúva residindo e um

apartamento de 65m² onde residem quatro pessoas, sendo uma delas um recém-

-nascido... Será que o primeiro imóvel produziria mais lixo? Logicamente que não.

Por isso, o critério adotado, apesar de ter certa lógica, não é o mais adequado. O

melhor seria, não fosse a inviabilidade, medir o peso ou o volume de cada lixo.

Mas, por que os municípios adotaram a área do imóvel como parâmetro? Porque

esse elemento já é de conhecimento da prefeitura, pois constitui um dos elementos

da base de cálculo do IPTU. E é aí que mora o problema!

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Com alegação de ofensa ao art. 145, § 2º, muitas leis municipais que seguiam essa

prática chegaram para apreciação do STF. Em muitas decisões, a Corte entendeu

que adotar um dos elementos da base de cálculo própria de impostos nas taxas é

permitido, desde que não ocorra total identidade entre elas. Isso resultou na Sú-

mula Vinculante n. 29:

Súmula Vinculante 29 do STF


É constitucional a adoção, no cálculo do valor da taxa, de um ou mais elementos da
base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade
entre uma base e outra.

2. (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE/TCE-PR/2016) A Constituição Federal de 1988

(CF) atribui competência aos entes federados para instituir e criar tributos. À luz da

legislação constitucional e infraconstitucional, assinale a opção correta, a respeito

do instituto da competência tributária.

a) Ao contrário da capacidade tributária ativa, a competência tributária é delegável

apenas às pessoas jurídicas de direito público.

b) A instituição do imposto sobre grandes fortunas é de competência da União,

mediante lei complementar.

c) Conforme a CF, compete aos municípios instituir imposto sobre a propriedade

de veículos automotores.

d) Cabe aos estados a instituição do imposto sobre serviços de qualquer natureza.

e) A União pode instituir imposto extraordinário na iminência ou no caso de guerra

externa, desde que o faça mediante lei complementar.

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Letra b.

Embora essa competência nunca tenha sido exercida, o IGF ainda não tenha sido

instituído, trata-se de competência prevista no art. 153, VII, da Constituição Fede-

ral, que exige lei complementar.

a) Errada. A assertiva inverte as características da competência tributária e da ca-

pacidade tributária ativa. Enquanto a primeira é indelegável, esta última pode ser

delegada a pessoa jurídica de Direito Público.

c) Errada. A competência para instituição do IPVA é dos Estados e do DF.

d) Errada. A instituição do ISS compete aos Municípios e DF.

e) Errada. A instituição do imposto extraordinário de guerra não exige lei comple-

mentar, podendo ser instituído por lei ordinária.

3. (CESPE/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ-ES/2009) É legalmen-

te facultado à pessoa jurídica de direito público o exercício de sua competência

tributária.

Certo.

Por se tratar de uma competência legislativa, compreende uma faculdade. O ente

político não está obrigado a exercer a sua competência tributária. Entretanto, so-

mente poderá instituir tributos e, consequentemente, arrecadar para custear os

gastos públicos quando a exercer, mediante a edição de lei instituidora de tributo.

Sob a ótica do Direito Tributário, é isso que importa: a competência tributária é um

poder conferido ao ente e pode ser exercido ou não, de acordo com sua conveni-

ência e oportunidade.

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4. (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PGE/2006) A competência tributária é o po-

der indelegável de tributar, juridicamente delimitado e atribuído às pessoas jurídi-

cas de direito público dotadas de poder legislativo. A capacidade tributária ativa,

por sua vez, é atribuída pela Constituição Federal ou por lei a ente estatal não obri-

gatoriamente dotado de poder legislativo e é delegável.

Certo.

A questão apresenta uma perfeita definição para competência tributária. Há que se

fazer uma ressalva apenas à capacidade tributária ativa.

O item considera que pode ser atribuída pela Constituição Federal. Na realidade, a

delegação da capacidade tributária ativa se dá por vontade do ente que detém a

competência, mediante lei.

A banca certamente considerou a previsão constitucional quanto à possibilidade

da opção pelos municípios em assumirem a fiscalização do ITR, imposto de com-

petência da União, mas que pode ser cobrado e fiscalizado pelos Municípios que

manifestarem interesse.

5. (CESPE/AUDITOR/TCE/PA/2016) Em uma federação como a brasileira, em que

mesmo os municípios têm esfera própria de atribuições exercidas com autonomia,

a Constituição trata do provimento de recursos aos vários entes políticos — no caso

brasileiro, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios —, a fim de que

cada qual possa atender aos respectivos dispêndios.


Luciano Amaro. Direito tributário brasileiro. 21.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 115 (com
adaptações).

Tendo como referência inicial o texto apresentado, julgue o item a seguir, em rela-

ção à discriminação constitucional de rendas.

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A instituição, pela União, da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira

(CPMF) decorre do exercício de sua competência residual. Para a sua instituição,

exige-se a edição de emenda constitucional, uma vez que a hipótese de incidência

desse tipo de contribuição não encontra previsão na Constituição Federal de 1988.

Errado.

Além das contribuições especiais previstas expressamente na Constituição Federal,

a União poderá instituir novas contribuições, desde que inovem no fato gerador e

na base de cálculo daquelas.

Há que se observar, porém, a exigência de lei complementar para essa nova

contribuição. O item está errado ao impor a necessidade de emenda constitucional.

6. (CESPE/AUDITOR/TCE-PA/2016) Em uma federação como a brasileira, em que

mesmo os municípios têm esfera própria de atribuições exercidas com autonomia,

a Constituição trata do provimento de recursos aos vários entes políticos — no caso

brasileiro, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios —, a fim de que

cada qual possa atender aos respectivos dispêndios.


Luciano Amaro. Direito tributário brasileiro. 21.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 115 (com
adaptações).

Tendo como referência inicial o texto apresentado, julgue o item a seguir, em rela-

ção à discriminação constitucional de rendas.

A Constituição Federal de 1988 adotou o modelo de federalismo cooperativo, de

modo que a autonomia financeira dos entes federativos é assegurada pela atribui-

ção de competências tributárias e participação nas receitas tributárias arrecadadas

de tributos de competência de outros entes.

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Certo.

A instituição de seus próprios tributos garante ao ente político o ingresso de recur-

sos em seus cofres, assegurando a sua autonomia, como prevê a Constituição.

O que seria dos Municípios se não pudessem instituir seus próprios tributos? Certa-

mente, seriam ainda mais dependentes economicamente dos respectivos Estados,

o que iria acabar com a autonomia de cada um, eis que, como dependentes do re-

passe de recursos, estariam subordinados às imposições do governante estadual.

O exercício da competência tributária, vale dizer, a instituição dos tributos que fo-

ram constitucionalmente outorgados, garante ao ente federado manter sua auto-

nomia e, assim, fazer valer o pacto federativo.

7. (CESPE/TÉCNICO MUNICIPAL/2008) A União tem competência para instituir no-

vos impostos, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou

base de cálculo próprios dos descritos na Constituição Federal. A referida compe-

tência é denominada competência extraordinária.

Errado.

O item estaria totalmente certo se não fosse sua frase final, que classificou a com-

petência residual como competência extraordinária. Essa última se refere à compe-

tência da União para instituir impostos extraordinários de guerra.

8. (CESPE/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ/ES/2009)

A CF criou os tributos possíveis de serem instituídos pelos entes da Federação, sen-

do proibida a criação de outros.

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Errado.

Em primeiro lugar, é importante destacar que a Constituição Federal não cria tribu-

tos. Ela outorga aos entes federados a competência para que cada um institua os

tributos que lhes foram conferidos.

Além disso, existe a possibilidade de criação de outros tributos não previstos ex-

pressamente no texto constitucional, que correspondem aos impostos e contribui-

ções que podem ser criados pela União com base na sua competência residual.

9. (CESPE/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/ANATEL/2014) Acerca de competência

tributária, conceito e classificação dos tributos, bem como de tributos em espécie,

julgue o item a seguir.

De acordo com a CF, compete privativamente à União instituir, entre outros, os

seguintes tributos: imposto de importação, imposto de exportação, imposto de

renda, empréstimos compulsórios e impostos extraordinários, neste último caso

em situação de iminência ou de guerra externa, compreendidos ou não em sua

competência tributária.

Certo.

Esta questão é simples e direta. Todos os tributos elencados são de competência

privativa da União.

10. (CESPE/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/PGDF/2013) O DF pode instituir

contribuições parafiscais, inclusive destinadas à intervenção no domínio econômi-

co, desde que o faça por lei complementar.

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Errado.

A competência para a instituição de contribuições especiais, incluindo as de inter-

venção no domínio econômico, é da União.

11. (CESPE/TITULARIDADE DE SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO/TJDF/2008)

Acerca da disciplina constitucional sobre o imposto de transmissão causa mortis e

de doação, de quaisquer bens e direitos, julgue os itens que se seguem.

Os municípios e o DF têm competência para a instituição do referido imposto.

Errado.

O ITCMD é imposto de competência dos Estados e DF. Os municípios não detêm

essa competência.

12. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/ANTT/2013) A União é competente para

instituir impostos estaduais e municipais em território federal, ainda que esteja di-

vidido em municípios.

Errado.

No uso da sua competência cumulativa, a União poderá instituir impostos estaduais

nos territórios federais. Em relação aos impostos municipais, apenas poderá insti-

tuir se o território não for dividido em municípios.

13. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) O fato de

o produto da arrecadação do imposto de renda retido na fonte ser destinado aos

estados e ao Distrito Federal não retira a competência tributária ativa da União.

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Certo.

Veremos, em aula específica, a repartição constitucional das receitas tributárias.

Em resumo, a Constituição determina que os entes maiores destinem um percen-

tual da receita tributária de alguns impostos com os entes menores (União para

Estados, União para Municípios e Estados para Municípios).

Essa repartição das receitas tributárias em nada afeta a competência tributária, ou

seja, o ente maior, embora forçado a destinar parte da sua arrecadação continua

sendo o titular da competência tributária que lhe foi atribuída pela mesma Consti-

tuição.

14. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) A Consti-

tuição Federal de 1988, ao definir as competências tributárias dos entes políticos,

preocupou-se com a repartição das receitas tributárias entre as unidades federa-

das, inclusive diante da preponderância de impostos e contribuições sociais em

favor da União, à qual coube a maior fonte de receitas fiscais.

Certo.

Conforme acabamos de ver na questão anterior, a repartição das receitas tribu-

tárias ocorre sempre do ente maior para o menor. Isso representa uma forma de

balancear os recursos, visto que a União detém uma competência tributária bem

mais ampla que os demais entes, entre impostos e contribuições.

15. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/TCE-ES/2013) Acerca de competência

tributária, assinale a opção correta.

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a) A capacidade de legislar e fiscalizar compõe todo o espectro da competência

tributária

b) A competência tributária residual é atribuída aos estados da Federação

c) A competência tributária não exercida a tempo e a hora pode ser usufruída por

outro ente da Federação.

d) A competência tributária é indelegável, mas a fiscalização da cobrança de um

tributo constitucionalmente criado pode ser atribuída a outro ente da Federação.

e) Atribuir a arrecadação de tributo a uma instituição financeira configura delega-

ção extraordinária da competência tributária.

Letra d.

Embora a competência tributária seja indelegável, é possível a delegação dos po-

deres de fiscalização e cobrança, que compreendem a capacidade tributária ativa.

a) Errada. A capacidade de legislar compõe o espectro da competência tributária

que representa a capacidade legislativa plena. Porém, a capacidade de fiscalizar é

uma das prerrogativas de quem detém a capacidade tributária ativa.

b) Errada. A competência residual para instituir impostos e contribuições é apenas

da União.

c) Errada. A competência tributária não tem dia nem hora para ser exercida. Uma

das suas características é de ser imprescritível, ou seja, pode ser exercida a qual-

quer tempo. À luz do CTN, o seu não exercício não a defere a outro ente.

e) Errada. A atividade de arrecadar (receber os recursos do contribuinte) não

integra a relação tributária e o seu cometimento a instituições financeiras não re-

presenta a delegação da competência tributária nem da capacidade tributária ativa.

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16. (CESPE/ESPECIALISTA/ANCINE/2013) A União promulgou uma lei que criou

um imposto incidente sobre a atividade de assistir a filmes projetados em salas

de cinema localizadas apenas em shoppings, prevendo isenção para as pessoas

com mais de 70 anos de idade. Essa lei estabelece ainda, que o sujeito passivo do

imposto é a empresa de projeção de cinema e que o produto da arrecadação se

destina integralmente à ANCINE.

Com base nessa situação hipotética, julgue os itens que se seguem.

Se a União não tivesse criado esse imposto, os estados poderiam criá-lo, em razão

de sua competência legislativa complementar.

Errado.

O imposto em questão não consta entre aqueles previstos expressamente na Cons-

tituição Federal. Sendo assim, somente poderia ter sido criado pela União, por força

da sua competência residual, exercida mediante lei complementar.

Apenas a título de observação, por ser imposto, não poderia ter o produto da sua

arrecadação vinculado, como propõe a questão, eis que há vedação específica no

art. 167, IV, da própria Constituição. O mérito da questão, entretanto, não é esse.

A questão trata da competência complementar dos Estados, que deveria ser exerci-

da pelos Estados na omissão da União. Ocorre que essa competência é para legislar

sobre normas gerais. Não se trata de competência para instituir tributos caso outro

ente não o faça. EM nosso ordenamento, a competência tributária não pode ser

delegada, nem mesmo diante da omissão do ente competente em exercê-la.

17. (CESPE/TITULAR DE SERVIÇO DE NOTAS E REGISTRO/TJ/ES/2013) No que

concerne à competência tributária, assinale a opção correta.

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a) Os estados e o DF têm competência para instituir o IPVA.

b) A União tem competência para instituir o imposto sobre a propriedade de veícu-

los automotores (IPVA) de veículos localizados no DF.

c) Os estados e o DF têm competência para instituir o ITBI, a qualquer título, por

ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais so-

bre imóveis, exceto os de garantia, bem como a cessão de direitos a sua aquisição.

d) Mediante lei ordinária, a União tem competência para instituir os impostos re-

siduais.

e) A competência para instituir o imposto sobre a propriedade territorial rural é dos

municípios, desde que haja convênio entre esses e a União.

Letra a.

O IPVA é imposto estadual, sendo possível sua instituição pelos Estados e DF.

b) Errada. A competência para instituição nesse caso é do próprio DF.

c) Errada. O ITBI é imposto de competência municipal. Logo, os Estados não têm

competência para sua instituição. O DF, por outro lado, detém a competência.

d) Errada. Embora a União detenha a competência residual, somente poderá exer-

cê-la por meio de lei complementar.

e) Errada. O ITR é de competência da União. A assertiva tenta confundir o candi-

dato diante da previsão constitucional para a possibilidade de delegação da capaci-

dade tributária ativa do ITR para os Municípios, hipótese em que estes passariam a

dispor da totalidade dos recursos arrecadados. Contudo, a competência tributária,

ainda que essa hipótese se concretizasse, continuaria sendo da União.

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18. (CESPE/AUDITOR/SEFAZ/ES/2013) Considere que, em projeto de lei ordiná-

ria estadual, seja prevista a cobrança de ICMS, com alteração da base de cálculo

prevista na lei complementar federal. Em face dessa situação hipotética, assinale

a opção correta. Considere que a sigla CF, sempre que utilizada, se refira a Cons-

tituição Federal de 1988.

a) As limitações do poder de tributar, previstas na CF, servem para que as unidades

da Federação possam exercer sua competência legislativa plena.

b) As normas gerais definidoras do fato gerador e da base de cálculo para cada

imposto estão previstas na CF, não sendo, portanto, o estado obrigado a observar

o previsto a esse respeito na lei complementar federal.

c) O estado possui competência para instituir tributo da forma que bem entender,

uma vez que sua competência é plena no sistema federativo.

d) Lei complementar estadual pode instituir tributo de forma diferente da lei com-

plementar federal, por terem ambas a mesma hierarquia.

e) O estado pode instituir tributo no momento em que desejar, devendo respei-

tar o disposto na CF no que se refere à instituição dos discriminados como de sua

competência

Letra e.

Nos termos do art. 146, III, a, da Constituição Federal, cabe à lei complementar

estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre a definição

dos fatos geradores, base de cálculo e os contribuintes dos impostos previstos na

própria Constituição.

Desde a outorga da competência tributária até a regulamentação do tributo, há que

ser observada a hierarquia das normas para que a exigência seja válida. Vejamos

a hierarquia a ser observada na tributação:

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Verifica-se que cada norma não pode extrapolar os limites estabelecidos naquelas

que estão acima. Nesse sentido, a Lei de Normas Gerais deve, obviamente, obe-

diência à Constituição Federal; a lei instituidora do tributo não pode criar a exação

sem a observância dos preceitos da lei de normas gerais; o decreto regulamentador

do tributo não pode dizer mais do que a lei instituidora, não pode criar direitos e

obrigações, pois é um ato infralegal.

19. (CESPE/AUDITOR/SEFAZ/ES/2013) O cometimento a pessoa de direito priva-

do, como os bancos, do encargo de arrecadar tributos.

a) constitui ato de delegação de competência, de acordo com a legislação tributá-

ria vigente.

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b) constitui delegação da capacidade tributária passiva.

c) constitui ato legal em que se atribui apenas a capacidade de arrecadar, não ca-

bendo fiscalização ou cobrança do tributo.

d) não pode ser revogado unilateralmente.

e) pode ser anulado, e não revogado, visto que a revogação tem de ser feita por

mútuo consentimento.

Letra c.

Nesta situação, não estamos diante da delegação da capacidade tributária ativa,

mas de mera autorização para que os bancos, casas lotéricas e demais correspon-

dentes bancários possam receber os pagamentos dos tributos. Logo, corresponde

à arrecadação pelas instituições que firmem convênio com o ente tributante.

Trata-se, portanto, de mera atividade de recebimento, estando o agente rece-

bedor fora da relação tributária. As entidades que desempenham tais atividades

não têm nenhum poder de decisão na relação jurídico-tributária. São meros arre-

cadadores.

20. (CESPE/ANALISTA/ANTT/2013) A competência tributária do ICMS é somente

dos estados e do Distrito Federal.

Certo.

Mais uma questão bem direta que apenas questiona se o ente é competente ou não

para instituir determinado tributo.

O ICMS é imposto de competência estadual, podendo der exercida pelos Estados e

pelo DF.

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21. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TRF 2ª REGIÃO/2013) Pode ser objeto de delegação

a) a capacidade tributária ativa.

b) o poder tributário.

c) a competência tributária.

d) a soberania tributária.

e) a autonomia tributária.

Letra a.

Conforme estudamos, a competência tributária é indelegável. Isso já anula a letra c.

Ocorre que todas as expressões utilizadas nas letras b, d e e são sinônimos de

competência tributária (poder, soberania e autonomia).

A única possibilidade de delegação está na capacidade tributária ativa, que, à luz

do CTN, pode ser atribuída a outra pessoa jurídica de direito público.

22. (CESPE/ANALISTA/CNJ/2013) De acordo com a Constituição Federal de 1988,

os estados e os municípios podem legislar sobre impostos incidentes sobre a pro-

dução industrial.

Errado.

O imposto sobre produtos industrializados é de competência privativa da União.

23. (CESPE/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ-ES/2009) Os estados

e os municípios têm competência para instituir contribuições de intervenção no do-

mínio econômico.

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Errado.

A instituição de contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDES) é de

competência privativa da União.

24. (CESPE/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ/ES/2009) A institui-

ção de taxas de serviços públicos é de competência tributária comum entre os en-

tes da Federação.

Certo.

A competência comum engloba os tributos que todos os entes podem instituir.

Trata-se de competência comum porque a Constituição não determina qual taxa

compete a cada ente, podendo ser instituída por quem prestar o serviço.

25. (CESPE/Analista/TRT 10ª Região/2013) Julgue os itens a seguir, a respeito de

tributos, segundo a Constituição Federal de 1988 (CF) e o Código Tributário Nacio-

nal (CTN).

A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, ao criarem tributos, exerci-

tam competências atribuídas pela CF.

Certo.

A instituição de tributos somente pode ocorrer após a outorga constitucional da

competência. Logo, os entes somente poderão instituir aqueles tributos que lhes

foram designados pela Constituição Federal.

Assim, ao instituírem seus tributos, os entes federados estão justamente exercen-

do sua competência tributária.

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26. (CESPE/ANALISTA/TRT 10ª REGIÃO/2013) Julgue os itens a seguir, a respeito

de tributos, segundo a Constituição Federal de 1988 (CF) e o Código Tributário Na-

cional (CTN).

A União tem competência para instituir impostos com vistas a custear obras pú-

blicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa

realizada.

Errado.

Na situação descrita na questão, o tributo cabível seria a contribuição de melhoria

e não imposto.

27. (CESPE/DEFENSOR/DPE-TO/2013/ADAPTADA) A respeito das obrigações e

competências tributárias, assinale a opção correta.

a) Compete aos municípios instituir impostos sobre a propriedade de veículos au-

tomotores.

b) A competência tributária é atribuída, constitucionalmente ou legalmente, a um

ente estatal não necessariamente dotado de poder legislativo, haja vista que é

exercida mediante atos administrativos.

c) A União, os estados, o DF e os municípios podem instituir contribuições sociais,

de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou

econômicas, como instrumento de atuação nas respectivas áreas.

d) As competências tributárias foram rigidamente traçadas pelo constituinte origi-

nário, portanto são insuscetíveis de alterações pelo poder constituinte de reforma.

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Anulada.

a) Errada. A competência para instituição do IPVA é dos Estados e DF.

b) Errada. Há diversos erros na assertiva. Em primeiro lugar, a competência tribu-

tária é apenas constitucional. Não existe outorga legal de competência. Ademais,

o exercício da competência tributária é atividade legislativa e, por conseguinte,

somente pode ser atribuído a entes políticos, dotados de Poder Legislativo.

c) Errada. A competência para instituição de contribuições especiais privativa da

União, ressalvadas apenas a COSIP (Municípios e DF) e a contribuição previdenciá-

ria dos servidores públicos (todos os entes).

d) Errada. Muito embora a competência tributária assegure a autonomia dos en-

tes políticos, não há vedação à alteração promovida por emenda constitucional.

Inclusive uma possível reforma tributária está sendo estudada para implementação

futura, na qual uma possível mudança seria a retirada do ISS da competência mu-

nicipal.

Bom, essa questão teve uma das alternativas retiradas, por tratar de assunto que

veremos mais à frente em nosso curso. Era justamente o gabarito da questão.

Logo, nas condições em que ela ficou, haveria de ser anulada por não ter resposta

correta.

28. (CESPE/ANALISTA/IBAMA/2013) No que diz respeito à instituição de impostos,

apenas a União dispõe da denominada competência tributária residual.

Certo.

A competência residual para a instituição de novos impostos, além daqueles previs-

tos expressamente na Constituição Federal, foi conferida apenas à União.

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29. (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2009) Suponha que determinado tributo

criado pela União, com base em sua competência tributária residual, tenha o pro-

duto de sua arrecadação destinado à formação de reservas cambiais. Nesse caso,

o referido tributo somente poderá ser uma contribuição.

Errado.

Essa é uma questão que deve ser respondida com muita atenção.

A União detém a competência residual para instituir impostos e contribuições, além

daqueles previstos na Constituição Federal.

A questão trata sobre um tributo criado com base nessa competência, informando

apenas que a União iriai destinar o produto da sua arrecadação a um fundo espe-

cífico.

Por força do art. 167, IV, os impostos não podem ter sua arrecadação vinculada a

órgão, fundo ou despesa. Sendo assim, de acordo com a questão, o novo tributo

criado pela União com base na sua competência residual não poderia ser um im-

posto.

Ocorre que também não poderia ser uma contribuição, visto que nos termos do art.

195, § 4º, da Constituição Federal, as contribuições residuais devem ser criadas

para garantir a manutenção ou expansão da seguridade social. No caso da questão,

o tributo criado seria destinado à formação de reservas cambiais, o que não guarda

relação com a seguridade social.

Logo, o novo tributo não atenderia aos requisitos constitucionais para o exercício

da competência residual da União.

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30. (CESPE/PROCURADOR/TC/DF/2013) Quando a União deixa de editar normas

gerais sobre matéria tributária, cabe aos estados a prerrogativa de exercer a com-

petência legislativa plena.

Certo.

Nos termos do art. 24 da Constituição Federal, a União deve editar normas gerais

em matéria tributária, uniformizando as regras básicas de tributação em todo o

território nacional, e os Estados e DF podem suplementá-la.

E o que isso significa? Que os Estados e o Distrito Federal podem editar normas

suplementares, aplicáveis em seus respectivos territórios, esclarecendo os ditames

da lei expedida pela União, de modo que possa atender às suas peculiaridades e,

assim, traçar os contornos para que o legislador estadual possa instituir os tributos,

norteados por essa norma estruturadora.

E se a União deixar de expedir normas gerais em matéria tributária? Como suple-

mentar algo que não existe?

Nesse caso, a Constituição confere aos Estados e DF a competência plena, ou seja,

nessa situação os Estados e o Distrito Federal não apenas teriam o poder de editar

normas suplementares, mas a capacidade para editar sua própria lei de normas

gerais, fazendo o papel que deixou de ser cumprido pela União.

31. (CESPE/ANALISTA/EMBASA/2009) Tanto a União como os estados, o Distrito

Federal e os municípios podem legislar concorrentemente sobre direito tributário.

Cada uma das esferas da administração tem competência legislativa plena no âm-

bito de sua jurisdição.

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Errado.

Nos termos do art. 24 da Constituição Federal, compete à União, aos Estados e DF

legislarem concorrentemente sobre Direito Tributário, sendo a competência dos

Estados e DF suplementar. Os Municípios não detêm essa competência prevista

expressamente na Constituição Federal.

32. (CESPE/ANALISTA/STJ/2012) Compete ao município instituir o imposto sobre

a propriedade de veículos automotores licenciados em seu território, cabendo ao

Senado Federal fixar as alíquotas mínimas desse imposto.

Errado.

A competência para instituição do IPVA é dos Estados e DF, não cabendo aos mu-

nicípios instituir o referido imposto.

33. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ/BA/2012) Acerca da competência legislativa so-

bre normas gerais de direito tributário, assinale a opção correta.

a) A competência dos estados, ainda que suplementar, é excluída com o exercício,

pela União, da competência para legislar sobre normas gerais de direito tributário.

b) Os municípios não dispõem de competência para instituir normas gerais de di-

reito tributário.

c) Em nenhuma hipótese os estados e o DF exercerão competência legislativa ple-

na.

d) No âmbito dos estados e do DF, prevalecem as respectivas leis sobre as leis fe-

derais.

e) Pertencem à competência concorrente todas as pessoas políticas.

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Letra b.

A banca seguiu o entendimento de que, na ausência de menção expressa aos mu-

nicípios, estes não detêm a competência concorrente para legislar sobre normas

gerais em matéria tributária.

a) Errada. Nos termos do § 2º, do art. 24, da CF/88, a competência da União para

legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

c) Errada. Se inicialmente a União for omissa em editar lei de normas gerais, os

Estados e DF exercem sua capacidade legislativa plena.

d) Errada. No que diz respeito às leis instituidoras de tributos, cada ente é au-

tônomo e não pode haver invasão de competência. Assim, a União não poderia

instituir os impostos estaduais no território do Estado da Bahia, por exemplo. Não

há hierarquia superior da lei da União sobre as dos demais entes. Já em relação

às normas gerais, a eficácia da lei estadual não pode contrariar a lei expedida pela

União. Assim, será suspensa no que for contrário à lei federal, de acordo com o §

4º, do art. 24.

e) Errada. Conforme exposto, a competência concorrente não foi conferida ex-

pressamente aos municípios.

34. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ/PI/2012) No que concerne à competência tribu-

tária, assinale a opção correta.

a) O poder de criar tributos é repartido entre os vários entes políticos, e a CF assi-

nala a esfera de competência dos níveis federal, estadual e municipal.

b) Mesmo na ausência de normas gerais da União, os estados e o DF não têm a

possibilidade de exercer a competência legislativa plena em matéria tributária.

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c) As principais características da competência tributária são a transmissibilidade

e a renunciabilidade, conforme a legislação em vigor.

d) Sendo, como regra geral, delegável a competência tributária, justifica-se a de-

legação da atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos.

e) À luz do CTN, o não exercício da competência tributária pelo ente competente

defere a outra pessoa jurídica de direito público o exercício tributário, que não pode

ser obstaculizado.

Letra a.

A competência para a instituição dos diversos tributos foi distribuída aos entes fe-

derados. No caso específico dos impostos, a repartição da competência para a ins-

tituição de cada um deles foi efetuada de acordo com as bases econômicas sobre

as quais incidem, de modo que cada um somente poderá instituir os impostos que

lhes foram designados constitucionalmente.

b) Errada. Na ausência de normas gerais editadas pela União, os Estados e DF

assumem a competência legislativa plena para editar suas normas gerais.

c) Errada. É justamente o contrário. As principais características da competência

tributária são a indelegabilidade e a irrenunciabilidade.

d) Errada. A competência tributária é indelegável, embora seja possível a delega-

ção da capacidade tributária ativa.

e) Errada. Nos termos do art. 8º do CTN, o não exercício da competência tributária

não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constitui-

ção a tenha atribuído.

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35. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TRF 3ª REGIÃO/2011) Suponha que determinado

poder legislativo estadual crie tributo sobre a circulação de qualquer pessoa de um

município para outro, atribuindo-lhe o nome de ICMS e, para justificá-lo, informe

que a maior parte da receita será destinada a construir nova estrada entre os dois

municípios. Nesse caso, o tributo deve ser considerado

a) constitucional, porque só o estado tem competência para instituir ICMS.

b) inconstitucional, por motivos de competência e de vinculação.

c) inconstitucional, porque se caracteriza como taxa, havendo serviço a ela vincu-

lado.

d) constitucional, consistindo em contribuição de melhoria que beneficiará os pro-

prietários da área.

e) constitucional, sendo imposto destinado a financiar a estrada.

Letra b.

A proposta do legislativo estadual no caso apresenta viola alguns preceitos consti-

tucionais.

Primeiramente, pretende criar imposto sobre a circulação de pessoas, competência

que não lhe foi atribuída pela Constituição Federal. Além disso, tenta vincular a ar-

recadação com o novo imposto e uma despesa específica, o que é vedado pelo art.

167, IV, da Constituição Federal.

36. (CESPE/JUIZ/TRF 2ª REGIÃO/2011) Com relação às prerrogativas constitucio-

nais da União sobre os estados e municípios, assinale a opção correta.

a) Constitui competência da União instituir isenção do imposto sobre heranças,

legados e doações, desde que essa isenção afete apenas um estado específico.

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b) À União cabe definir alíquotas do imposto sobre a propriedade de veículos auto-

motores a serem aplicadas em cada estado.

c) Cabe à União criar imposto sobre serviços de qualquer natureza em municípios

que não tiverem instituído essa exação, embora a competência para cobrá-los seja

dos próprios municípios.

d) À União compete realizar a cobrança de imposto sobre serviços de qualquer na-

tureza em municípios que, embora tenham instituído essa exação, não a estejam

cobrando.

e) Compete à União, por meio de lei complementar, regular a forma como, median-

te deliberação dos estados e do DF, podem ser concedidos, pelos estados, isenções,

incentivos e benefícios fiscais.

Letra e.

a) Errada. O ITCMD é imposto de competência dos Estados e DF. Logo, são com-

petentes para conceder isenções, não cabendo à União exercer essa prerrogativa.

b) Errada. Sendo os Estados e DF competentes para instituir o IPVA, também o

são para definir suas alíquotas, observada as alíquotas mínimas definidas pelo Se-

nado Federal.

c) Errada. Caso os Municípios não exerçam sua competência relativa ao ISS, ne-

nhum outro ente poderá instituí-lo, eis que a competência tributária é indelegável

tanto por ação como por omissão.

d) Errada. Uma vez exercida a competência tributária, apenas o próprio ente com-

petente ou a pessoa jurídica de Direito Público que porventura tenha recebido a

delegação da capacidade tributária ativa poderá realizar a cobrança.

e) Certa. Essa prerrogativa está prevista no art. 155, § 2º, XII, g, da Constituição

Federal.

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37. (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/ PGE/2016) A capacidade tributária ativa

difere da competência tributária, podendo ser delegada a outras pessoas jurídicas

de direito público. Nesse caso, a delegação envolverá a transferência legal dos po-

deres de cobrança, arrecadação e fiscalização.

Certo.

No que se refere à distinção entre competência tributária e capacidade tributária

ativa, a característica mais marcante é que a última pode ser delegada, situação

em que se transfere a outra pessoa jurídica de direito público os poderes de cobran-

ça, arrecadação e fiscalização.

38. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 17ª REGIÃO/2013) A Secretaria da Recei-

ta Federal do Brasil é o órgão com competência tributária relativa aos tributos da

União.

Errado.

Por se tratar de uma competência legislativa, apenas os entes políticos podem ins-

tituir tributos (União, Estados, DF e Municípios). Os órgãos, embora integrantes da

estrutura do ente federado, não possuem capacidade legislativa e, por conseguinte,

não dispõem de competência tributária.

39. (CESPE/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/ANAC/2012) Com relação ao direito

tributário, sistema tributário nacional, tributos e competência tributária, julgue o

item a seguir.

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De acordo com o princípio da irrenunciabilidade, é correto afirmar que, se um ente

político não instituir desde logo o seu tributo, nada o impede de fazê-lo no momen-

to em que julgar oportuno.

Errado.

Nos termos do CTN, a competência tributária é indelegável e o seu não exercício

não a defere a outro ente.

Logo, sob a ótica do Direito Tributário, a competência tributária e irrenunciável e

pode ser exercida a qualquer momento.

40. (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2012) Julgue o item seguinte, a respeito

do Sistema Tributário Nacional.

Os municípios podem conceder incentivos fiscais referentes ao ICMS.

Errado.

A competência para instituir o ICMS é dos Estados e do DF. Sendo assim, apenas

quem detém a competência tributária, é competente para instituir isenções e in-

centivos fiscais. Além disso, é necessário que tais exonerações sejam instituídas

por lei específica do ente competente.

Nesse sentido, os municípios não poderiam conceder incentivos fiscais dos tributos

estaduais, nem mesmo por lei, eis que apenas lei específica estadual poderia vei-

cular a matéria.

No caso específico do ICMS, há que se observar a ressalva constitucional para que

a concessão de incentivos fiscais se dê mediante convênio (deliberação) firmado

entre os Estados, conforme dispõe o art. 155, § 2.º, XII, g.

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41. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/TCE-ES/2013) Acerca de competência

tributária, assinale a opção correta.

a) A capacidade de legislar e fiscalizar compõe todo o espectro da competência

tributária.

b) A competência tributária residual é atribuída aos estados da Federação.

c) A competência tributária não exercida a tempo e a hora pode ser usufruída por

outro ente da Federação.

d) A competência tributária é indelegável, mas a fiscalização da cobrança de um

tributo constitucionalmente criado pode ser atribuída a outro ente da Federação.

e) Atribuir a arrecadação de tributo a uma instituição financeira configura delega-

ção extraordinária da competência tributária.

Letra d.

A competência tributária é indelegável. Por outro lado, a capacidade tributária ativa

pode ser delegada a pessoa jurídica de Direito Público.

a) Errada. A capacidade de legislar e fiscalizar compreendem a capacidade tribu-

tária ativa e não a competência tributária.

b) Errada. A competência residual é atribuída apenas à União.

c) Errada. A competência tributária é irrenunciável e imprescritível. À luz do CTN,

o seu não exercício não a defere a outra pessoa política.

e) Errada. A atividade de arrecadação pelas instituições financeiras não corres-

ponde à capacidade tributária ativa.

42. (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/2017) Em determinado município, uma as-

sociação de produtores rurais solicitou que o prefeito editasse lei afastando a inci-

dência do ITR para os munícipes que tivessem idade igual ou superior a sessenta

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e cinco anos e fossem proprietários de pequenas glebas rurais, assim entendidas

as propriedades de dimensão inferior a trezentos hectares. O prefeito, favorável

ao pedido, decidiu consultar a procuradoria municipal acerca da viabilidade jurídica

dessa norma. Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta de

acordo com as normas constitucionais e a legislação tributária vigente.

a) O ITR é um imposto da União e, por conseguinte, é vedado atribuir aos municí-

pios, que não detêm competência para legislar sobre essa matéria, a responsabili-

dade por sua fiscalização.

b) Cabe ao município a competência legislativa sobre o ITR, podendo ele instituir

hipóteses de isenção e de não incidência.

c) O ITR é um imposto de competência da União, não podendo o município redu-

zi-lo ou adotar qualquer renúncia fiscal.

d) A CF prevê a imunidade fiscal para os proprietários de pequenas glebas rurais

que tenham idade igual ou superior a sessenta e cinco anos.

Letra c.

O ente que detém a competência tributária também é competente para conceder

isenções ou benefícios fiscais, bem como regulamentar toda a relação jurídico tri-

butária, visto tratar-se de uma competência legislativa plena.

Assim, sendo o ITR um tributo de competência da União, apenas a União poderia

conceder isenções.

43. (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PGE/2017) Os tributos cuja instituição

compete aos municípios incluem o

a) ITBI, o IPI e o IPVA.

b) ITR, o ITCMD e o IPI.

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c) ITBI, o IPVA e o ITCMD.

d) IPTU, o ITR e o ISSQN.

e) IPTU, o ITBI e o ISSQN.

Letra e.

As alternativas trazem apenas impostos. Porém, além de impostos, os municípios

são competentes para instituir taxas (desde que preste serviços de sua compe-

tência ou exerça o poder de polícia), contribuição de melhoria (desde que realize

obra pública da qual decorra valorização imobiliária) e contribuição para o custeio

do serviço de iluminação pública, além da contribuição previdenciária cobrada dos

servidores municipais, caso disponha de regime próprio de previdência.

Em relação aos impostos, os municípios são competentes para instituir ISSQN,

IPTU e ITBI.

44. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/STJ/2012) Julgue o item a seguir, acerca da

competência tributária, dos impostos, da obrigação e dos créditos tributários. Ocor-

re bitributação quando o mesmo ente tributante edita leis distintas que estabele-

cem múltiplas exigências tributárias em razão do mesmo fato gerador.

Errado.

A bitributação ocorre quando entes diferentes instituem tributos sobre o mesmo

fato gerador.

A definição constante na questão é relativa ao bis in idem.

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45. (CESPE/ANALISTA/EBC/2011) A competência tributária independe da forma

como se dará a repartição da respectiva receita.

Certo.

Como vimos, a repartição das receitas tributárias em nada afeta a competência tri-

butária, ou seja, o ente maior, embora forçado a destinar parte da sua arrecadação,

continua sendo o titular da competência tributária que lhe foi atribuída pela mesma

Constituição.

46. (CESPE/ANALISTA/EBC/2011) Somente é lícita a delegação de competência

tributária a pessoa jurídica de direito privado se a função ou encargo referir-se a

arrecadação de tributos.

Errado.

A atividade de arrecadação propriamente dita, ou seja, o recebimento do paga-

mento dos contribuintes, normalmente é efetuado pela rede bancária, mediante

convênio com o ente tributante. Não se trata de delegação de competência nem de

capacidade tributária ativa.

A competência tributária é indelegável em qualquer circunstância.

47. (CESPE/ANALISTA/CORREIOS/2011) Julgue os itens a seguir, acerca do Siste-

ma Tributário Nacional, da competência tributária e dos tributos.

Se determinado estado da Federação não tiver instituído o imposto sobre a proprie-

dade de veículos automotores (IPVA), essa ausência de exercício da competência

tributária não a deferirá a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que

a Constituição Federal de 1988 tenha atribuído tal competência.

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Certo.

A assertiva resume a característica principal da competência tributária: sua in-

delegabilidade, seja por ação ou por omissão. Para este último caso, o art. 8º do

CTN veda a usurpação da competência por outro ente no caso de omissão do ente

competente.

Assim, caso o DF não institua o IPVA em seu território, continua sendo competente

para instituir quando desejar. Não poderia o Estado de Goiás se valer da competên-

cia alheia e instituir o IPVA sobre os veículos licenciados no DF.

48. (CESPE/PROFESSOR/IFB/2011) Caso certo município paulista não exerça sua

competência tributária, caberá ao município limítrofe o exercício dessa competência.

Errado.

Essa questão complementa a que acabamos de ver, só que traz afirmação no sen-

tido oposto.

A competência tributária é sempre indelegável, inclusive pelo não exercício.

49. (CESPE/PROFESSOR/IFB/2011) A competência tributária é indelegável, não

sendo admissível atribuir a outra pessoa jurídica as funções de arrecadar ou fisca-

lizar tributos, bem como executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas

em matéria tributária.

Errado.

As funções de arrecadar e fiscalizar tributos, executar leis, serviços, atos ou deci-

sões não compreendem a competência tributária, mas sim a capacidade tributária

ativa, que pode ser delegada a outra pessoa jurídica de Direito Público.

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50. (CESPE/ADVOGADO/BRB/2010) Para que a União tenha competência para ins-

tituir impostos residuais por lei ordinária federal, é suficiente que estes obedeçam

ao requisito de não cumulatividade.

Errado.

O exercício da competência residual da União deverá ocorrer obrigatoriamente me-

diante lei complementar. Ademais, ao fazer uso dessa prerrogativa, deverão ser

observados, além da não cumulatividade, a vedação ao bis in idem e à bitributação,

ou seja, deverá inovar no fato gerador e na base de cálculo em relação aos impos-

tos já existentes.

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