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O CERNE RESPONDE
PERGUNTAS E RESPOSTAS
SOBRE O DOM DE LÍNGUAS
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Capa Revista Time/ 21 de junho de 1971
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A revista americana Time publicou uma
edição que em sua capa trazia um rosto
estilizado de Jesus, com o título: “The
Jesus Revolution”. Em 10 de suas
páginas internas, a revista tratava dessa
revolução que marcou os anos 70. Um
dos seus sinais: o pentecostalismo
emergente no seio da Igreja Católica!
A foto que ilustra a capa deste nosso
livrete faz parte dessa matéria, e é do
fotógrafo John Robaton (Câmera 5), e
tinha por legenda a frase: “Católico
Pentecostal fala em línguas”.
Depois de mais de 50 anos, a “novidade”
ainda surpreende...
O Autor
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O CERNE RESPONDE
PERGUNTAS E RESPOSTAS
SOBRE O DOM DE LÍNGUAS
Reinaldo Beserra dos Reis
Editora CERNE – Centro de Estudos
Renovação no Espírito
Direitos da obra: Associação Carismática
Casa de Marta e Maria – CNPJ
10.682.387/0001-67 - Sorocaba – SP
e
Reinaldo Beserra dos Reis (autor)
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SUMÁRIO
I – INTRODUÇÃO
II – PERGUNTAS E RESPOSTAS
III – BIBLIOGRAFIA BÁSICA
IV – DO AUTOR/ENDEREÇO PARA
SUGESTÕES/CRÍTICAS
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uma teologia dos carismas, e até mesmo
de uma conseqüente abertura a esse tipo
de operar do Espírito (tido por muitos
como “coisa de protestante”), causa
resistências, apreensões e inclusive
deboches da parte de não poucos, na
Igreja.
Embora não tenha o “monopólio” dos
carismas, a Renovação Carismática
Católica encarnou o protótipo daqueles
que, na Igreja, procuram pautar sua
prática religiosa baseada de modo
acentuado no exercício dos dons
carismáticos.
De todos os carismas, “falar, cantar, ou
orar em línguas” talvez constituam o
aspecto mais controvertido desse modo
de se viver a fé a que chamamos
Renovação Carismática Católica. Se em
muitos desperta um sentimento de
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abertura e aceitação, em outros suscita
reações de apreensão e de recusa.
A intenção deste livrete é colocar em
destaque as principais preocupações de
muitas das pessoas que, diante do
carisma das línguas, se questiona a
respeito de sua pertinência, de sua
validade, de sua autenticidade do ponto
de vista bíblico-eclesial. Mesmo para os
que já aceitam a sua prática, acredito
trazer aqui informações esclarecedoras
que ajudarão a muitos, de modo simples,
a valorizar adequadamente esse presente
(dom) de Deus para os nossos tempos.
Não sou teólogo. Escrevo como quem
participa da RCC desde os seus começos
no Brasil, em 1969, e que já ouviu
exaustivamente os muitos e diferentes
argumentos, pró ou contra, acerca desse
intrigante dom. Sirvo-me também da
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reflexão de muitos autores a quem tive a
graça de conhecer, pessoalmente ou
através de suas obras.
Algumas afirmações e pontos-de-vista
estão sendo trazidos a público, até onde
sei, pela primeira vez. Não as li em lugar
nenhum, e por isso ficaria muito grato se
alguns leitores pudessem me escrever,
confirmando, acrescentando outras
fundamentações, sugerindo novas e
diferentes abordagens, ou discordando,
mostrando falhas em meu raciocínio, e
mesmo dando nova interpretação a
alguns pontos. E que toda língua
(estranha ou conhecida) confesse, para a
glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é o
Senhor! (cf. Fp 2, 11; I Cor 12, 3).
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O Espírito dá a alguém a inspiração de
“falar em línguas” em alta voz. Suas
palavras contém uma mensagem
espiritual para um ou mais ouvintes. A
mensagem permanece incompreensível,
enquanto não for interpretada (I Cor 14,
27 ss)
A mensagem interpretada assume,
regularmente, as características de uma
profecia carismática, que, segundo Paulo
(I Cor 14,3), edifica, exorta e consola a
assembléia.
Autores há que, em vista de maior
clareza, dão outro nome a esta forma de
falar em línguas. Chamam-na de
“mensagem em línguas”, ou ainda de
“profecia em línguas”. Em oposição ao
“falar em línguas” durante a oração, este
dom não está livremente à disposição da
pessoa. Exige-se uma inspiração
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peculiar. Muitas vezes, ela está
acompanhada de outra inspiração, a
saber, num dos ouvintes, que então
“interpreta” a mensagem e a traduz em
linguagem comum, para a comunidade.
MEMORIZE ESTE TEXTO: ”Aquele
que fala em línguas não fala aos homens,
senão a Deus: ninguém o entende, pois
fala coisas misteriosas, sob a ação do
Espírito” (I Cor 14,2).
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4 – Quando pratico o dom de línguas,
ocorre em mim uma espécie de transe?
Embora Deus possa intervir com o Seu
Espírito na vida de quem quiser com
uma força e um poder tal que deixa claro
de que é Ele quem está no comando
(vide a conversão de Paulo, At 9,1-19), o
dom de línguas não supõe absolutamente
um estado de “transe” para se praticá-lo,
não corresponde a um estado “extático”
(no sentido de que torne o indivíduo
mais ou menos inconsciente do mundo
exterior e lhe tira, de certa forma, a
consciência e a capacidade de reflexão),
e nem a uma exagerada emoção
(emocionalismo), permanecendo, aquele
que o pratica, no total domínio de si
mesmo e de suas emoções. Pois o
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Espírito Santo jamais se apossa de
alguém de modo a anular-lhe a
personalidade, conforme nos atesta o
Apóstolo: “O espírito dos profetas deve
estar-lhes submisso, porquanto Deus não
é Deus de confusão, mas de paz” (I Cor
14, 32-33).
Delírios, manifestações patológicas,
reações notadamente desequilibradas,
podem ocorrer durante uma assembléia
carismática; mas tais realidades - se
acontecem -, decorrem de reações
inteiramente humanas, e não por causa
da ação do poder do Espírito Santo.
Revelam limitações na vida das pessoas,
as quais devem merecer nossa atenção,
pois que precisam ser orientadas, tratadas
e curadas.
Gritos histéricos, quedas seguidas de
convulsão, movimentos incontroláveis,
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são reações que normalmente se
constituem mais em obstáculos que à
abertura às autênticas manifestações.
MEMORIZE ESTE TEXTO: “O espírito
dos profetas deve estar-lhes submisso,
porquanto Deus não é Deus de confusão,
mas de paz”. (I Cor 14,32-33)
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imediata solução, o que dizer?; o que
orar? Pomo-nos a orar em línguas, e
pedimos que o Espírito Santo nos
socorra, e também ore em nós e conosco,
como convém (cf. Rm 8,26), e nos
conceda palavras de sabedoria e de
ciência, com o que poderemos ajudar
aquela pessoa. E como funciona!!!
(especialmente em casos quando oramos
pedindo a Deus uma cura ou uma
libertação).
d) Às vezes me disponho a ter um tempo
de louvor – ou de intercessão – na
presença do Senhor. Em pouquíssimo
tempo, porém, meus recursos verbais se
esgotam. A oração tende a ficar
monótona e repetitiva. Passo então, a
orar em línguas, e assim posso
permanecer por quanto tempo quiser –
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ou agüentar, fisicamente. O dom ajuda-
nos, pois, a cumprir o “orai sem cessar”
recomendado por Paulo ( I Tes 5,17).
(Na assembléia, o canto em línguas nos
ajuda a sustentar o louvor e a adoração,
por longos e agradáveis períodos).
Recomendamos que se leia, a esse
respeito, no livro de Benigno Juanez, SJ,
“Falar em línguas”, Ed. Loyola, os
capítulos sobre “o valor libertador” e “o
valor santificador” do orar em línguas
(pg. 97 a 111).
MEMORIZE ESTE TEXTO: “Aquele
que fala em línguas, edifica a si
mesmo...” (I Cor 14,4a).
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7 – Ouvi dizer que quando não há
intérprete, não se deve orar em línguas.
É correta essa afirmação?
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Creio podermos especular sobre o
assunto sob dois pontos de vista:
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de Pentecostes (dos quais esse dom seria
um traço distintivo).
Mas uma coisa é certa: Ele disse que nós
– os que cremos – poderíamos,
prodigiosamente, falar novas línguas (cf.
Mc 16,17). E que faríamos até “coisas
ainda maiores do que as que ele fez!!!”
(cf. Jo 14,12-14).
MEMORIZE ESTE TEXTO: “...Jesus
tem o primeiro lugar em todas as
coisas... e aprouve a Deus fazer habitar
nele toda a plenitude...” (cf. Cl 1, 18b-
19).
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as mulheres, entre elas, Maria, mãe de
Jesus, e os irmãos dele” (At 1, 13a.-14)
42
As primeiras pessoas que oravam em
línguas, segundo as Escrituras – At 2,
4;10, 44-46; 19,6 -, não tiveram um
“modelo prévio” no qual pudessem se
basear para começar a falar em línguas.
Por outro lado, uma vez que na base de
todo carisma está sempre presente uma
realidade humana, natural – pois o
Espírito sempre se serve de mediações
humanas para colocar em evidência suas
manifestações –, é certo imaginarmos
que, ouvir outras pessoas praticarem o
dom facilita a nossa predisposição de
realizar aquilo que estamos aspirando.
Promove uma maior abertura em nossa
mente para acolher aquela experiência
que, até então, é nova e desconhecida
para nós, (uma vez que, enquanto não
tivermos ouvido alguém orar dessa
maneira, não faremos a menor idéia de
43
como isso ocorre). Os carismas – dons
atribuídos ao operar do Espírito Santo –
são gratuitos enquanto procedem da
liberdade do Espírito, mas também são
sujeitos à livre opção daqueles que
assumem, desejam ou pedem esses dons
(cf. I Cor 12,31; I Tm 3,1).
Se por um lado é importante ressaltar
que, em última análise, o carisma não
depende estritamente de conhecimento
prévio ou de aprendizagem – pois é dom
do Espírito, que o distribui
gratuitamente, a quem quer –, também é
necessário deixar claro que aquele que
fala em línguas está em plena posse de si
mesmo, e usa deliberadamente de seus
mecanismos verbais – mesmo quando a
glossolalia se manifesta imperiosamente,
de improviso.
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Em resumo: aprender sobre como se dá o
carisma, do ponto de vista de minhas
faculdades, não é necessariamente
garantia de que estarei exercendo
verdadeiramente o dom, que depende,
em última instância, da concessão do
Espírito. Que espera pela minha vontade
e anuência...
Sem o “toque” de Deus, permaneço só na
aprendizagem, na imitação...
MEMORIZE ESTE TEXTO: “Ficaram
todos cheios do Espírito Santo e
começaram a falar em outras línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedia
que falassem” (At 2,4)
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a exercitarem os carismas –
especialmente o carisma das línguas.
Está correta esta atitude?
Não! É um abuso de autoridade, e um
desrespeito à identidade da Renovação
Carismática.
A RCC é um movimento eclesial que
tem seus Estatutos aprovados junto à
Santa Sé, em Roma, através do Pontifício
Conselho dos Leigos, por um Decreto
próprio (Pontificium Consilium pro
Laicis, 1565/93 AIC-73, segundo o
Cânone 116 do código de Direito
Canônico). E os Estatutos dizem, em seu
Preâmbulo, que um dos objetivos da
R.C.C. é “fomentar a recepção e o uso
dos dons espirituais (carismas), não
somente na Renovação Carismática, mas
também na Igreja inteira” (objetivo 3º).
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Em seu Decreto a respeito dos Leigos
(Apostolicam Actuositatem, n.3), o
Concílio Vaticano II destacou que, para
seu apostolado, o Espírito Santo “confere
dons peculiares aos fiéis (cf. I Cor 12,7),
distribuindo-os todos, um por um,
conforme quer” (I Cor 12,11) (...)“Da
aceitação desses carismas, mesmo dos
mais simples, nasce em favor de cada um
dos fiéis o direito e o dever de exerce-
los para o bem dos homens e a edificação
da Igreja e do mundo, na liberdade do
Espírito Santo, que “sopra onde quer”
(Jo 3,8), e ao mesmo tempo na
comunhão com os irmãos em Cristo,
sobretudo com seus pastores, a quem
cabe julgar sobre a autenticidade e o uso
dos carismas dentro da ordem, não por
certo para extinguirem o Espírito, mas
47
para provarem tudo e reterem o que é
bom (cf. 1Ts 5,12.19.21).”
No Decreto para os Presbíteros
(Presbyterorum Ordinis, n.9), o Concílio
deu esta orientação aos sacerdotes da
Igreja: “Pondo à prova os espíritos para
ver se são de Deus, descubram (os
presbíteros) com o senso da fé,
reconheçam com alegria e incentivem
com entusiasmo os multiformes
carismas dos leigos, dos modestos aos
mais elevados. Entre os demais dons de
Deus, que se encontram abundantemente
no meio dos fiéis, são dignos de especial
carinho aqueles que atraem não poucos
para uma mais elevada vida espiritual.”
João Paulo II, escrevendo aos leigos
(Exortação Apostólica Christifideles
Laici), disse: “Na lógica da originária
doação donde derivam, os dons do
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Espírito Santo exigem que todos aqueles
que os receberam os exerçam para o
crescimento de toda a Igreja, como no-lo
recorda o Concílio” (n.24).
A Renovação Carismática Católica não
se organiza em nenhuma diocese sem
que antes tenha a devida aprovação do
bispo local. Somos membros do
Colegiado do Conselho Nacional do
Laicato do Brasil, ligado à Comissão do
Laicato – uma das diversas Comissões da
CNBB.
Nas orientações pastorais emanadas
sobre a Renovação Carismática (Doc. 53
da CNBB), no nº 25, lê-se: “Deve-se
também reconhecer a legitimidade dos
encontros e reuniões específicas da RCC,
nas quais seus membros buscam
aprofundar sua espiritualidade e métodos
49
próprios, dentro da doutrina da fé e da
grande comunhão”
Por fim, diz a Sagrada Escritura:
“Empenhai-vos em procurar a caridade.
Aspirai igualmente os dons
espirituais...” (I Cor 14,1a). E, no mesmo
capítulo: “Ora, desejo que todos faleis
em línguas...” (5a). E, ainda: “... não
impeçais falar em línguas...” (39b).
É possível que, por erro ou por abusos de
pessoas insuficientemente formadas, mal
orientadas, o padre tenha lá suas razões
para se preocupar. Mas, não é porque
existem “moedas falsas” circulando por
aí, que vamos jogar fora as legítimas,
não é mesmo?
De nossa parte, busquemos adequada
formação. Isso nos garante a correta
prática dos carismas, e nos confere
50
elementos para bem dialogar com
aqueles que resistem à nossa identidade.
MEMORIZE ESTE TEXTO: “...Não
impeçais falar em línguas” (I Cor 14,
39b).
13 – A Igreja concorda com a doutrina
dos carismas defendida pela RCC?
Em primeiro lugar, é preciso ressaltar
que a RCC é a Igreja, também. Nasceu
na Igreja, da Igreja. E só tem razão de
existir se for para a Igreja.
Por isso, nada há na doutrina defendida
pela RCC que não seja da Igreja. É da
Igreja e através da Igreja que, todos,
recebemos o Espírito Santo – e seus
carismas!
A Renovação Carismática Católica tem
seus fundamentos estribados no
51
Pentecostes histórico, na tradição
católica, e no magistério da Igreja. O
Concílio Vaticano II forneceu as linhas
mestras para o reavivamento, nesses
nossos tempos, dessa espiritualidade
de Pentecostes no seio da Igreja Católica
(especialmente pelos documentos Lumen
Gentium, nºs 4 e 12; Presbyterorum
Ordinis, nº 9; Ad Gentes, nº 4; e
Apostolicam Actuositatem, nº 3).
A Renovação Carismática, de fato, nada
trouxe de novo – no sentido absoluto do
termo – para a Igreja. Apenas... renovou,
resgatou aspectos preciosos de seu
inesgotável depósito de fé! E São João
Paulo II, na celebração da Vigília de
Pentecostes do ano de 2004, na Praça de
São Pedro, em Roma, falando à toda a
Igreja, disse: ”Saúdo de modo especial
os membros da Renovação no Espírito,
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uma das várias expressões da grande
família do Movimento Carismático
Católico. Graças ao movimento
carismático tantos cristãos, homens e
mulheres, jovens e adultos, têm
redescoberto Pentecostes como realidade
viva e presente na sua existência
cotidiana. Desejo que a espiritualidade
de Pentecostes se difunda na Igreja,
como um renovado salto de oração, de
santidade, de comunhão e de anúncio.
(...)
Por isso digo também a vocês: „Abri-vos
com docilidade aos dons do Espírito!
Acolhei com gratidão e obediência os
carismas que o Espírito Santo não cessa
de conceder!” (L‟Osservatore Romano, 5
de junho de 2004).
53
MEMORIZE ESTE TEXTO: “A cada
um é dada a manifestação do Espírito
para proveito comum” (I Cor 12,7).
54
A essa “tomada de consciência” a
respeito do significado do sacramento do
Batismo em nossas vidas, a RCC chama
de “batismo no Espírito”, ou, “efusão do
Espírito”. Na liberdade do Espírito,
ocorre com qualquer um, e em qualquer
lugar: quando estamos sozinhos, ou em
grupo; rezando, lendo as Escrituras, ou
ouvindo uma homilia; durante um
momento de lazer, ou num retiro
espiritual...
Na RCC, costumamos, durante encontros
de oração ou “Seminários de Vida no
Espírito”, orarmos pelas pessoas para
que recebam essa “efusão”: que o
Espírito que já está presente nelas, se
revele, aqui e agora, como uma
realidade viva em suas vidas. E que
aquilo que até então está nelas num
sentido quase que apenas teórico, se
55
manifeste como uma experiência de
Deus, como um encontro pessoal, íntimo,
com Jesus Cristo. Com isso, aflora
também em suas vidas – naquele
momento ou algum tempo depois -, os
carismas que o Espírito houver por bem
lhes conceder.
Não há regra, não há rito pré-
determinado, e o Espírito tem caminhos
diversos e misteriosos para cada pessoa.
Ajuda-nos, porém, observar alguns
pontos:
1. É Jesus que batiza no Espírito (cf. Jo
1, 29-34; At 1,5; 2,32-33). É Ele quem,
“tendo entrado uma vez por todas no
santuário do céu, intercede sem cessar
por nós como mediador que nos garante
permanentemente a efusão do Espírito
56
Santo” (Catecismo da Igreja Católica, n.
667)
2. Creia, e espere pelo cumprimento das
promessas de Deus para a sua vida (At
1,4-5). “Pela fé, recebemos o Espírito
santo”. (cf. Gl 3,14b).
58
desse novo “sabor” das coisas de Deus
em sua vida...
MEMORIZE ESTE TEXTO: “...O fruto
do Espírito é caridade, alegria, paz,
paciência, afabilidade, bondade,
fidelidade, brandura, temperança. Contra
estas coisas não há lei!” (Gl 5,22-23).
O DOM DE LÍNGUAS
III - BIBLIOGRAFIA BÁSICA
A – Citada:
1. MÜHLEN, Heribert, “Fé Cristã
Renovada”, Ed. Loyola, 1980, pg. 226
2. LAURENTIN, Renè, “Pentecostalismo
entre os católicos”, Ed. Vozes, 1977, pg. 66.
59
3. LEÃO XIII, “Divinum Illud Múnus”,
(1897), Petrópolis, Editora Vozes, 1946.
4. SÃO JOÃO PAULO II, “Tertio
Millennio Adveniente”, Paulus Editora,
1994 (2ª edição), n. 45, pg 48.
5. SÃO JOÃO PAULO II, em alocução
aos dirigentes da Renovação Carismática
na Itália, a 14 de março de 2002
(L‟Osservatore Romano de 30 de março
de 2002).
B. Outras indicações
6. JUANES, Benigno, “Falar em
Línguas”, Ed. Loyola, 1997
7. SMET, Walter, “Eu faço um mundo
novo”, Ed. Loyola, 1978.
60
8. FALVO, Serafino, “O despertar dos
Carismas”, Paulus Editora, 1976, 13ª
edição.
9. GRASSO, Domenico, “Los carismas
en la Iglesia”, Ediciones Cristandad
(Madrid), 1984
10. CONGAR, Yves, “El Espíritu
Santo”, Editorial Herder (Barcelona),
1983.
O DOM DE LÍNGUAS
IV – DO AUTOR
Reinaldo Beserra dos Reis é um dos
pioneiros da Renovação Carismática
Católica no Brasil. Foi coordenador do
Movimento na Arquidiocese de Sorocaba
(2 mandatos), no Estado de São Paulo (2
mandatos consecutivos), e Presidente do
61
Conselho Nacional da RCC por 2
mandatos consecutivos (de maio de 2000
a dezembro de 2004). Foi membro do
Comitê Executivo do ICCRS –
International Catholic Charismatic
Service –, o Conselho Internacional da
Renovação Carismática Católica, e
administrador do Escritório Nacional da
RCC-BR, em Sorocaba (SP). Participou
do Serviço Nacional de Comunhão, do
CHARIS.
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