A Tropicália, ou Tropicalismo, é um movimento cultural brasileiro que teve início
no final dos anos 1960, nos Festivais de Música Popular Brasileira promovidos pela TV Record, durante a ditadura militar, e se manifestou principalmente na música. O movimento teve influências de correntes artísticas da Vanguarda e da cultura Pop nacional e estrangeira, mesclando manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas, como o Rock, a Psicodelia e a guitarra elétrica, buscando um “som universal” – o que acabou por abrir novos caminhos para experimentações para a MPB, até “então refutados pelos mais tradicionalistas” (MONTEIRO, 2017).
Segundo OLIVEIRA (2020), “Ao unir o popular, o pop e o experimentalismo
estético, as ideias tropicalistas acabaram impulsionando a modernização não só da música, mas da própria cultura nacional”. O cenário musical brasileiro se encontrava divido em dois grupos na década de 60: os “alienados”, com músicas consideradas apolíticas (Jovem Guarda e Bossa Nova), e os “engajados”, com canções politizadas e de protesto (Tropicália e MPB). As letras da Tropicália se caracterizam pelo forte teor crítico à ditadura militar, disfarçado em metáforas, em jogos de palavras, que se aproxima da poesia.
Os destaques do movimento tropicalista foram os cantores-compositores
Caetano Veloso e Gilberto Gil, além da cantora Gal Costa e do cantor- compositor Tom Zé, da banda Mutantes, e do maestro Rogério Duprat. A cantora Nara Leão e os letristas José Carlos Capinan e Torquato Neto se uniram ao coletivo formado pelos representantes do movimento. Em 1968, lançaram o disco Tropicalia ou Panis et Circencis.
Algumas canções que marcaram o movimento:
- ‘Alegria, alegria’ (Caetano Veloso) e ‘Domingo no parque’ (Gilberto Gil),
apresentado no III Festival de MPB da TV Record, em 1967. - ‘Tropicália’ (Caetano)