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Oscar A.K.Sampaio
Jan 2008
Introdução
É inegável a contribuição da informatização na produtividade das empresas,
automatizando processos e fornecendo mais controle sobre os mesmos.
Indo desde a venda de mercadorias, passando pelo controle de pedidos,
estoque, financeiro, produção até o que hoje está em voga chamar de
Bussiness Intelligence, a informática se tornou quase vital para a
sobrevivência das empresas no mercado cada vez mais competitivo, onde o
possuir a informação e saber usá-la é cada vez mais importante.
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Este panorama reflete o mercado global, de crescente centralização e
domínio do conhecimento na mão daqueles que tem condições de se
manter e perpetuar nesta dinâmica, tanto no que se refere a produção de
software como na utilização do mesmo. Uma economia de escassez em que
se produz um produto caro para poder manter a estrutura de
desenvolvimento competitiva, e limitando a utilização do mesmo a aqueles
que têm condições de pagar por eles, impedindo o crescimento coletivo em
nome da acumulação do conhecimento e recursos.
Para promover a idéia do software livre foi criada a Free Software Fundation
em 1985 (http://www.fsf.org). Atualmente a luta FSF não se restringe
apenas pelo licenciamento do software mas perpassa todas as dimensões
da informação digital como liberdades de expressão, de imprensa e
associação na Internet, o direito de usar encriptação de software para
comunicação privativa, e o direito de escrever software sem interferência de
monopólios privados.
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modificar e redistribuir, o programa, seu código fonte, desde que garantido
para todos os mesmos direitos.
Stellman criou também uma licença de uso, clamada de GPL (General Public
Licence) como forma de materializar suas idéias.
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Durante a década de 90 e nos anos 2000 o software livre floresceu e se
estabeleceu como alternativa para aplicações que iam desde sistemas
operacionais (Linux, FreeBSD, etc) até editores de texto, planilhas, etc.
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softwares caros, complexos e fechados. Diferente dos sistemas tradicionais
desenvolvidos sob medida por terceiros ou mesmo dentro da própria
empresa, os SIGEs são pacotes integrados contendo vários módulos para
montagem de soluções padronizadas.
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O Openbravo tem como vantagem o fato de ser desenvolvido para web e
trabalhar com bancos de dados com código aberto (Postgresql).
Pequenas Empresas
As pequenas e micro representam 99% do número de empresas, 67% das
ocupações, 28% do faturamento total das empresas e 2% do valor das
exportações (dados da pesquisa do Sebrae Nacional – 1991, 2000, 2001 e
2004). Constituindo uma força importante na economia.
Economia Solidária
A relação entre o desenvolvimento de software livre/aberto e a economia
solidária sempre tem sido afirmado em palestras e painéis como os do
Forum Internacional de Software Livre. Podemos perceber a semelhança da
definição de desenvolvimento solidário dado por Paul Singer abaixo e o
desenvolvimento de software livre e seus ideais:
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“... A economia solidária não pretende opor-se ao
desenvolvimento, que mesmo sendo capitalista, faz a humanidade
progredir. O seu propósito é tornar o desenvolvimento mais justo,
repartindo seus benefícios e prejuízos de forma mais igual e
menos casual.
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Parece natural utilizar um produto criado a partir de um modo de produção
solidário para potencializar forças produtivas da economia solidária.
Ferramentas e aplicativos de código aberto pode ser utilizado para estreitar
distâncias, ligando coletivos em uma rede solidária. SIGE’s podem ser
adaptados para a realidade de gestão dos empreendimentos solidários,
potencializando-os através de uma integração, que se bem conduzida,
permitirá uma gestão holística do negócio.
SIGE solidários
A utilização de SIGE’s se coloca como estratégia de empoderamento de
organizações solidárias e pequenas e micro empresas. Ela fornece
ferramentas, que se bem implantadas e utilizadas, respeitando a
individualidade dessas organizações, podem levar a um maior eficiência da
força produtiva mantendo-se os valores de cooperação, inclusão social e
auto-gestão.
Por outro lado, temos as limitações técnicas para a adaptação dos sistemas
gerenciais à realidade das organizações. Isto tem que ser feito sem
comprometer a sua arquitetura ou funcionalidade.
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Para que isso se torne realidade segue alguns pontos que devem ser
implantados:
Conclusão
A utilização de software livre/aberto como forma de potencializarão das
forças produtivas de pequenas, micro empresas e organizações solidárias se
tornou viável com o amadurecimento dos sistemas de gestão integradas,
comercio eletrônico e inteligência de negócios de código aberto.
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1
http:// pt.wikipedia.org/wiki/GNU
2
http://pt.wikipedia.org/wiki/GNU_General_Public_License
3
Stellman, Richard M. (2002) – Free Software, Free Society: Selected Essays of Richard M.
Stallman. GNU Press. 57–62.
4
Houssain, Liaquat; Patrick, Jon David; Rashid, M.A (2002). – Enterprise Resource Planning: Global
Opportunities & Challenges.
5
Davenport, T. H. (1998). Putting the enterprise into the enterprise system. Harvard Business
Review, 76( 4), 121-131.
6
Mendes, Juliana & Escrivão Filho, Edmundo - Atualização tecnológica em pequenas e médias
empresas: proposta de roteiro para aquisição de sistemas integrados de gestão (ERP). Gest. Prod.,
São Carlos, v. 14, n. 2, p. 281-293, maio-ago. 2007
7
Singer, Paul – Desenvolvimento Capitalista e Desenvolvimento Solidário.
8
Raymond, Eric S. – The Cathedral & the Bazzar. 2000.