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SISTEMAS

OPERACIONAIS DE
REDES ABERTAS

Júlio Serafim Martins


Introdução ao sistema
operacional Linux
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Reconhecer os conceitos de software livre.


 Descrever o Linux como um sistema operacional de redes.
 Apresentar o histórico e a evolução das distribuições do sistema ope-
racional Linux.

Introdução
Atualmente, faz-se necessário entender os conceitos de software livre, pois
são nesses conceitos que toda a comunidade tecnológica se baseia para
a criação e o desenvolvimento de aplicações desse tipo. Nesse contexto,
o software livre pode ser considerado uma filosofia de trabalho baseada
em cooperação.
Na vertente do software livre, surge o Linux, um sistema operacional de
código-fonte aberto e livre para que as pessoas possam estudar, utilizar e
até mesmo modificar o software. Assim, surgem as diversas distribuições
Linux com os mais diversos objetivos.
Neste capítulo, você conhecerá a filosofia e os conceitos de software
livre. Além disso, conhecerá o sistema operacional Linux, bem como a
história e a evolução de suas distribuições.

1 Conceitos de software livre


Segundo Williams (2009), o software livre respeita a liberdade de seus usuários
e sua comunidade. Em outras palavras, os usuários possuem certas liberdades,
como: executar, copiar, distribuir, estudar, modificar e melhorar o software.
Nesse contexto, o autor afirma que o termo software livre é uma forma de
liberdade em relação ao que o usuário pode fazer com o software, e não em
2 Introdução ao sistema operacional Linux

relação ao seu preço. Um software livre possui essas liberdades, mas isso não
significa que ele deve ser gratuito.
Um programa de computador pode ser considerado software livre se os
usuários possuírem quatro liberdades, são elas (LAURENT, 2004):

1. Liberdade 0: liberdade de executar o software como desejar, para


qualquer propósito.
2. Liberdade 1: liberdade de estudar como o software funciona, com a
possibilidade de modificar o código para que o software faça o que o
usuário deseja.
3. Liberdade 2: liberdade de redistribuir cópias do software.
4. Liberdade 3: liberdade de distribuir cópias de versões modificadas para
outras pessoas, de modo que toda a comunidade possa se beneficiar
dessas versões modificadas.

Para entender melhor como funciona as quatro liberdades do software livre,


imagine que você pretende desenvolver um software livre com o objetivo de
cadastrar alunos em uma escola de ensino fundamental. Com a liberdade 0,
qualquer pessoa poderá executar o seu software como quiser; por exemplo, um
diretor ou dono de escola pode executá-lo para realizar o cadastro de alunos.
Em relação à liberdade 1, qualquer pessoa pode modificar o seu software
como desejar ou estudar o seu código. Por exemplo, imagine que uma pessoa
quer modificar o seu software para realizar o cadastro de estudantes do ensino
fundamental e do ensino médio. Com a liberdade 2, por sua vez, qualquer
pessoa pode redistribuir o seu software para outras pessoas o utilizarem. Por
fim, a liberdade 3 diz que qualquer pessoa pode modificar e distribuir as ver-
sões modificadas do seu software para outras pessoas. É importante que você
entenda bem as quatro liberdades para entender o conceito de software livre.
Para que o software seja considerado “livre”, faz-se necessário que ele esteja de
acordo com as quatro liberdades essenciais. Segundo Laurent (2004), o desenvol-
vimento de um software livre para fins comerciais não é uma prática comum nos
dias atuais, mas é possível comprar cópias de software livre e, independentemente
de como foram adquiridas, modificá-las, copiá-las e até mesmo vendê-las.
De acordo com Shah e Keefe (2010), um dos grandes percussores do movimento
do software livre é o programador Richard Stallman. Segundo os autores, Richard
Stallman não estava satisfeito com a maneira como o software era desenvolvido, de
modo que decidiu, então, criar o projeto GNU, em 1984, um sistema operacional
livre. Além disso, ele criou uma organização sem fins lucrativos, chamada de Free
Software Foundation (em português, Fundação do Software Livre), para ajudar
Introdução ao sistema operacional Linux 3

no desenvolvimento do GNU e na disseminação da filosofia do software livre, e


é apontado como um dos principais nomes na área de software livre.
Shah e Keefe (2010) apontam os principais benefícios do software livre:

 Menor custo para empresas: o menor custo de licença é um dos prin-


cipais motivos para as empresas adotarem o software livre, pois elas
investem muito dinheiro em produtos comerciais de software para obter
licenças. Em geral, os software livres oferecem baixos custos de licença e
manutenção, o que ajuda a reduzir o custo da tecnologia para uma empresa.
 Melhor performance: com frequência, o software comercial apresenta
complexidade e muitas funcionalidades para gerar uma maior receita.
Em contrapartida, os desenvolvedores de software livre se esforçam para
oferecer apenas os principais recursos. Portanto, as empresas são capazes
de obter melhor desempenho ao utilizar os sistemas livres. Muitos desses
programas, como Linux, MySql, Apache e Eclipse, são responsáveis
pelo aumento da eficiência no desenvolvimento de produtos e serviços.
 Melhor qualidade: mais pessoas estão envolvidas na revisão do código-
-fonte do software livre do que do software proprietário. Problemas como
violações de segurança são corrigidos e comunicados relativamente
rápido à comunidade de usuários. Portanto, o software livre tem melhor
qualidade que o software comercial, devido a esse enorme número de
pessoas engajadas na comunidade.
 Bom suporte: como o desenvolvimento de software livre envolve uma
comunidade de programadores e especialistas em computadores, isso
permite que o usuário de software livre experimente a rápida imple-
mentação de novos recursos e correções de segurança. Além disso, a
comunidade fornece respostas relacionadas com a solução de problemas
e sugere aprimoramentos.
 Atualização ilimitada: o software comercial geralmente não possui
código compartilhado, de modo que as atualizações dependem das em-
presas donas desses software. Dessa forma, algumas empresas de software
comercial podem prover atualizações limitadas durante um período de
tempo. Em contrapartida, no contexto do software livre, as atualizações
são ilimitadas, devido ao grande número de pessoas na comunidade.

Assim, é possível perceber a importância do software livre no mundo atual


e como esse tipo de tecnologia pode beneficiar diversas pessoas em virtude
do seu baixo custo e alto suporte. Nesse sentido, é preciso entender bem a
filosofia do software para poder distinguir o que é e o que não é software livre.
4 Introdução ao sistema operacional Linux

Um software só pode ser considerado livre se ele atender a todas as quatro liberdades
apresentadas anteriormente. Se um software atender a apenas três delas, ele não
poderá ser considerado um exemplo de software livre.

2 Linux como um sistema operacional de redes


Conforme Tanenbaum e Bos (2015, p. 1), a função de um sistema operacional
é “[...] fornecer aos programas de usuário um modelo de computador melhor,
mais simples e mais limpo, assim como lidar com o gerenciamento de todos
os recursos disponíveis como memória, processamento dentre outros recursos
[...]”. Assim, é possível entender que um sistema operacional é um software que
ajuda a facilitar a vida do usuário e a utilização do computador. Por exemplo,
se você consegue utilizar um computador e fazer atividades diárias, como
preencher planilhas, criar documentos ou até mesmo pesquisar no Google,
saiba que utiliza um sistema operacional para facilitar a realização de cada
uma dessas atividades. Nesse contexto, surgiu um sistema operacional que
se tornou popular com o passar dos anos: o Linux.
Segundo Negus (2014), o sistema operacional Linux é uma das grandes des-
cobertas e criações no mundo da tecnologia, devido ao seu impacto em relação
ao crescimento da internet, à sua compatibilidade com diversos dispositivos
baseados em computador e por mostrar que projetos que possuem colaboração
podem ser mais vantajosos do que pessoas e empresas que possuem políticas
individualistas e fechadas. O autor aponta, ainda, que empresas como Google
e Facebook utilizam alguma tecnologia baseada no Linux em seus produtos,
o que comprova a popularidade desse sistema operacional.
O Linux é um sistema operacional que consiste em gerenciar recursos
computacionais e possui as seguintes características (NEGUS, 2014):

 Detecta e prepara o hardware: na inicialização, o sistema Linux checa


os componentes computacionais, como CPU, disco rígido, placa de
rede, memória, etc.) e carrega os software essenciais para o correto
funcionamento de hardware.
 Gerenciamento de processos: um sistema operacional deve controlar os
diversos processos. Por exemplo, ao abrir um arquivo qualquer, é criado
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um processo, e é papel do sistema operacional controlar vários processos


ao mesmo tempo para decidir o acesso destes ao processamento.
 Gerenciamento de memória: o sistema operacional deve realizar
o controle de memória à medida que as aplicações forem abertas na
máquina ou na rede.
 Controle de sistemas de arquivos: o sistema operacional faz o controle
do acesso (quem pode acessar) aos arquivos e às pastas que contêm
arquivos.
 Acesso e autenticação de usuário: criar contas de usuários e definir
permissões para essas contas é uma característica básica de um sistema
Linux. Assim, é possível fazer a separação de contas de usuário e de
grupo, o que permite o controle de acesso a arquivos.

Essas são as características básicas de todo sistema operacional Linux. No


entanto, os sistemas Linux modernos podem funcionar com um sistema operacio-
nal de redes, de modo que possuem as seguintes características (NEGUS, 2014):

 Clusterização: o sistema Linux pode ser configurado para funcionar em


clusters, ou seja, vários computadores em uma rede dando a impressão
de serem apenas um computador. Os serviços são configurados para
funcionarem sem interrupção, já que são vários computadores tentando
realizar uma tarefa. Além disso, se um dos computadores não funcionar
ou “cair”, outro computador poderá assumir a função, impedindo que
a rede pare de funcionar. Dessa forma, existe uma maior rapidez no
processamento de alguma tarefa.
 Virtualização: para fazer o gerenciamento de recursos de computação
de maneira mais otimizada, o Linux pode funcionar como um servidor de
virtualização. Assim, é possível executar outros sistemas operacionais,
dando a impressão de ser um computador separado.
 Computação em tempo real: é possível fazer a configuração em tempo
real, com a possibilidade de definir a prioridade de um processo. Quanto
maior a prioridade de um processo, mais “atenção” da CPU ele receberá,
de modo que será executado de forma mais rápida.
 Armazenamento especializado: os dados não são armazenados ape-
nas em disco rígido, pois é possível utilizar várias interfaces para o
armazenamento local e em rede.
6 Introdução ao sistema operacional Linux

Portanto, é possível perceber o poder que o Linux possui e o quão robusto ele
é, uma vez que pode ser utilizado como um sistema operacional que fornecerá
os recursos necessários para o funcionamento de computadores.

Qual a diferença entre o Linux e os outros sistemas


operacionais?
Se você é um usuário iniciante do Linux, talvez já tenha utilizado os sistemas
operacionais Windows ou Apple Mac OS. Esses sistemas são das empresas Mi-
crosoft e Apple, respectivamente, e são sistemas operacionais proprietários. Dessa
forma, esses sistemas se diferenciam do Linux por alguns fatores (NEGUS, 2014).
Por exemplo, não é possível visualizar o código-fonte dos sistemas operacionais
Windows e Apple Mac OS, de modo que, se um desses sistemas não atender
às suas necessidades, você não pode construir seu próprio sistema baseado no
código-fonte deles. Além disso, não é possível verificar o código-fonte desses
sistemas para encontrar erros ou fazer a exploração de problemas de segurança,
tampouco saber o que o código está fazendo, já que é um código fechado.
A Figura 1, a seguir, apresenta a interface gráfica do Windows 10, um
sistema proprietário.

Figura 1. Sistema operacional proprietário Windows 10.


Fonte: Pedroso (2020, documento on-line).

O Windows 10 é bem popular e muito utilizado, porém é um sistema


proprietário, de modo que esse software não segue as liberdades do software
livre. Em contrapartida, o sistema operacional Linux é uma opção robusta e
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possui diversas distribuições (versões diferentes de sistemas operacionais).


A seguir, serão descritas a história do Linux e a evolução de suas distribuições.

3 O histórico e a evolução das distribuições


do sistema operacional Linux
Segundo Tanenbaum e Bos (2015), a palavra Linux refere-se a um grupo de
distribuições de sistemas operacionais construídos a partir do Kernel Linux.
O Kernel Linux é o principal componente de um sistema operacional Linux,
pois é o núcleo onde estão implementadas as funcionalidades básicas de um
sistema Linux (NEGUS, 2014). Ou seja, para criar o seu próprio sistema
operacional Linux, faz-se necessário entender e ter como base o Kernel Linux.
Mas como surgiu o Linux? De acordo com Tanenbaum e Bos (2015), o
Linux possui suas raízes no Unix e no Multics, dois projetos com o intuito de
desenvolver um sistema operacional robusto. O Unix foi desenvolvido a partir
da iteração do projeto Multics no Centro de Pesquisa em Ciências da Compu-
tação dos laboratórios Bell. Os desenvolvedores que trabalhavam com Multics
nos laboratórios Bell e em outros lugares estavam interessados em criar um
sistema operacional multiusuário com armazenamento de nível único, vincu-
lação dinâmica e um sistema de arquivos hierárquico. Em 1969, o laboratório
Bell parou de financiar o projeto Multics, mas um grupo de pesquisadores,
incluindo Ken Thompson e Dennis Ritchie, continuou trabalhando com os
princípios fundamentais do projeto. Em 1972, esses pesquisadores tomaram
a decisão de reescrever o sistema em C, o que tornava o Unix exclusivamente
portátil, ao contrário de outros sistemas operacionais contemporâneos. O Unix
levantou questões importantes para os desenvolvedores, mas permaneceu
proprietário nas primeiras iterações.
Nesse contexto, em 1984, Richard Stallman deu início ao projeto GNU, que
pode ser lido como “GNU is not Unix” (em português, GNU não é o Unix)
(NEGUS, 2014). O GNU se tornou um projeto da Fundação do Software Livre,
tido como uma recodificação do Unix para ser redistribuído gratuitamente.
Para Stallman, reescrever milhões de linhas de código pode ser uma tarefa bem
complexa para apenas uma pessoa, mas distribuir esse esforço para centenas de
programadores tornou possível a criação do projeto GNU. Assim, foi possível
perceber que o mesmo resultado podia ser alcançado com um código novo,
o qual, em algumas situações, era melhor do que o código das versões do
Unix. Durante esse tempo, outro desenvolvedor começou a trabalhar no Linux
em paralelo. O nome desse desenvolvedor era Linus Torvalds, um estudante
8 Introdução ao sistema operacional Linux

de ciência da computação, o qual desenvolveu, em 26 de agosto de 1991, a


primeira versão pública do Kernel do Linux. Como o Kernel do Linux foi a
última, e mais importante, parte necessária para terminar o GNU, as pessoas
começaram a desenvolver distribuições baseadas no Kernel Linux. Dessa
forma, o Linux é descrito como um sistema operacional de código aberto do
tipo Unix. Mas como surgiram as distribuições Linux?
Negus (2014) afirma que alguns dos melhores desenvolvedores começaram
a construir suas próprias distribuições Linux. Uma distribuição Linux deve
possuir os componentes necessários para criar um sistema de trabalho Linux.
Para que a distribuição Linux possa ser desenvolvida do jeito que o programador
quiser, é preciso se basear no Kernel Linux. Após esse desenvolvimento, é
possível distribuir cópias do sistema operacional Linux criado.
Com o passar do tempo, muitas distribuições Linux foram criadas, mas
duas se tornaram base para muitas outras distribuições, são elas: o Red Hat
Linux e o Debian (NEGUS, 2014). A seguir, serão descritas essas duas essas
distribuições, além de Fedora e Ubuntu.

Para saber mais sobre a história do projeto GNU nas palavras do próprio Richard
Stallman, visite o site oficial do projeto.

Conhecendo o Red Hat Linux


Segundo Sobell (2012), durante muito tempo, a distribuição Red Hat Linux
foi uma das distribuições mais populares entre profissionais da área de tec-
nologia da informação (TI) e usuários entusiastas do Linux; atualmente, essa
distribuição é paga. Esse sucesso se deu devido a algumas razões (SOBELL,
2012), são elas:

 Gerenciamento dos pacotes RPM: o Red Hat possuía o formato de


empacotamento RPM, de modo que era possível saber informações
importantes sobre um determinado pacote instalado no sistema ope-
racional, como versão do pacote, origem e quais são os arquivos de
configuração e de documentos.
Introdução ao sistema operacional Linux 9

 Instalação de forma simplificada: a instalação do Red Hat se tornou


mais simples, apenas percorrendo e selecionando algumas perguntas
simples. O instalador Anaconda foi muito importante para que isso
fosse possível.
 Recursos gráficos: com o sistema Red Hat, foi possível utilizar ferra-
mentas gráficas para adicionar novos usuários, configurar hora e data,
configurar impressoras, além de fazer atividades de trabalho básicas,
tudo isso sem precisar executar comandos.

A Figura 2, a seguir, apresenta um exemplo de tela do sistema Red Hat.

Figura 2. Sistema operacional Red Hat Linux.


Fonte: Riker (2020, documento on-line).

A distribuição Red Hat foi base para diversas outras distribuições Linux,
como Turbolinux, PLD, LinuxPPC, Conectiva, Red Flag, entre outras.

Para saber mais sobre a árvore genealógica das distribuições Linux, visite o site Wiki-
media.org e procure pela distribuição que deseja.
10 Introdução ao sistema operacional Linux

Conhecendo o Fedora
Segundo Sobell (2012), o Fedora é uma distribuição Linux bem fácil de se utilizar,
devido à sua interface gráfica amigável. Essa distribuição é patrocinada pela
empresa Red Hat, de modo que o Fedora é visto como uma estratégia da empresa
para engajar pessoas que desejam utilizar uma distribuição Linux para uso pessoal.
O sistema operacional Fedora possui mais de 16 mil pacotes de software e
as mais recentes interfaces gráficas. No entanto, o Fedora é considerado um
sistema menos estável, pois essa distribuição se concentra nas tecnologias
mais recentes (NEGUS, 2014).
As principais razões para se utilizar o Fedora são as seguintes (NEGUS, 2014):

 ele é livre e gratuito;


 é uma distribuição que apoia o aprendizado tanto de desenvolvedores
quanto de usuários comuns de sistemas Linux;
 é extremamente popular, em virtude de sua facilidade de uso.

A Figura 3, a seguir, apresenta um exemplo de tela da distribuição Fedora.

Figura 3. Sistema operacional Fedora.


Fonte: Brito (2018, documento on-line).
Introdução ao sistema operacional Linux 11

Atualmente, o Fedora está na versão 32 e, segundo seu site oficial, pode


ser descrito como uma plataforma inovadora, gratuita e de código aberto para
hardware e nuvens, o que possibilita que desenvolvedores de software e mem-
bros da comunidade construam soluções personalizadas para os seus usuários.
O Fedora é baseado no Fedora Core, que, por sua vez, é baseado no Red Hat.
O Fedora é base para sistemas como Ojuba, VortexBox, Fusion, entre outros.

Para saber mais sobre o Fedora, visite o site oficial dessa distribuição.

Apesar de o Fedora ser uma versão muito fácil de ser utilizada, nos últi-
mos anos, outra distribuição passou a ser uma das mais utilizadas: o Ubuntu
(NEGUS, 2014), descrito em detalhes a seguir.

Conhecendo o Ubuntu
De acordo com Tabassum e Mathew (2014), o Ubuntu é um sistema operacional
Linux baseado no Debian, com desenvolvimento liderado pela Canonical Ltd.,
de propriedade de Mark Shuttle. A distribuição Ubuntu é um software livre de
código aberto, licenciado sob a GNU General Public License, juntamente a várias
outras licenças gratuitas. O Ubuntu possui algumas versões, como a versão desktop
e a versão para servidor. As versões desktop e servidor diferem em termos do
pacote de interface gráfica do usuário. Para a versão desktop, a interface gráfica
do usuário UNITY ou GNOME é pré-instalada por padrão, ao passo que a versão
do servidor possui uma interface de linha de comando por padrão.
Segundo os autores, o Ubuntu 4.0 foi a primeira versão do Ubuntu OS,
lançada em 26 de outubro de 2004. A cada 6 meses, o Ubuntu lança uma nova
versão. As versões LTS destinam-se, principalmente, a usuários corporativos
e à implantação em larga escala do sistema operacional. Assim, em anos
pares, a versão do Ubuntu é LTS e, com isso, possui um suporte com maior
duração. As convenções de nomenclatura utilizadas em cada versão do Ubuntu
OS baseiam-se em nomes de animais que tenham aparência ou hábitos que
reflitam os novos recursos dessa versão específica. A atribuição numérica
das versões de lançamento representa o ano e o mês da data de lançamento.
12 Introdução ao sistema operacional Linux

Por exemplo, no primeiro semestre de 2020, foi lançada a versão do Ubuntu


20.04, em que 20 é o ano atual (2020) e 04 é referente ao mês, no caso, mês
de abril (TABASSUM; MATHEW, 2014).
Uma das grandes vantagens do Ubuntu foi a utilização de live CDs, em
que é possível fazer a instalação de sistema operacional em poucos minutos
(NEGUS, 2014). A Figura 4, a seguir, apresenta um exemplo de tela do Ubuntu
18.04, sistema que ficou muito famoso e popular devido à sua interface gráfica
extremamente intuitiva para usuários sem experiência com sistemas Linux.
Por exemplo, como representado na Figura 4, existe a central de programas
(sexto ícone de cima para baixo, na barra lateral esquerda), que permite que
o usuário instale programas com poucos cliques.

Figura 4. Sistema operacional Ubuntu 18.04.


Fonte: Simioni (2018, documento on-line).

O Ubuntu é baseado no sistema Debian, um dos sistemas Linux mais po-


pulares e mais conhecidos, e é base para sistemas operacionais como Xubuntu,
Kubuntu, Lubuntu, Edubuntu, entre outros.

Para saber mais o Ubuntu, visite o site oficial dessa distribuição.


Introdução ao sistema operacional Linux 13

Conhecendo o Debian
De acordo com Kumar (2019), o projeto Debian foi iniciado por Ian Murdock
em agosto de 1993. O primeiro lançamento do sistema operacional foi em
janeiro de 1994. A versão estável desse sistema operacional sai a cada dois
anos, ao passo que a versão experimental é a versão de teste da versão Debian.
O projeto Debian segue o esquema de numeração e nome do código para todos
os lançamentos. Segundo o autor, muitas distribuições populares derivam do
Debian, a exemplo da distribuição popular Ubuntu, e existem atualmente
cerca de 143 distribuições baseadas no Debian.
Os repositórios de pacote Debian contêm 51.000 pacotes de aplicativos,
de modo que os usuários podem disponibilizar software para qualquer fim.
O projeto Debian é único entre os outros projetos Linux, devido ao amplo
suporte da comunidade, aos seus grandes repositórios de pacotes e ao estilo de
gerenciamento de projetos gratuito. Além disso, o Debian Linux possui muitos
recursos úteis adequados para grupos de usuários novos e mais experientes.
A Figura 5, a seguir, apresenta uma tela do sistema operacional Debian.

Figura 5. Sistema operacional Debian.


Fonte: Simioni (2018, documento on-line).
14 Introdução ao sistema operacional Linux

Como pode ser visto na Figura 5, o Debian possui uma interface mais
enxuta em relação aos outros sistemas operacionais, além de ser bem mais
estável. Por esse motivo, várias distribuições são baseadas nele.
Dessa forma, é importante que o profissional de TI conheça e aprenda a
utilizar as distribuições Linux, pois, atualmente, existem muitas empresas
que utilizam o Linux como tecnologia base, de modo que saber utilizar esse
sistema operacional pode ser um diferencial na sua carreira.

BRITO, E. Fedora 28 beta lançado com o GNOME 3.28 e muito mais. 2018. Disponível em:
https://www.edivaldobrito.com.br/fedora-28-beta/. Acesso em: 18 jun. 2020.
KUMAR, V. Debian: a Linux based operating system for all purposes. [S. l.: s. n.], 2019.
LAURENT, A. M. S. Understanding open source and free software licensing: guide to navi-
gating licensing issues in existing & new software. [S. l.]: O'Reilly Media, 2004.
NEGUS, C. Linux: a bíblia. 8. ed. Rio de Janeiro: Alta Books, 2014.
PEDROSO, A. L. Quase chegando. Windows 10 May 2020 Update entra em fase final
de testes. 2020. Disponível em: https://mundoconectado.com.br/noticias/v/13271/
quase-chegando-windows-10-may-2020-update-entra-em-fase-final-de-testes. Acesso
em: 18 jun. 2020.
RIKER, A. Usando e desvendando o red hat enterprise Linux. 2020. Disponível em: https://
www.rikerlinux.com.br/2016/10/usando-e-desvendando-o-red-hat.html. Acesso em:
18 jun. 2020.
SHAH, V.; KEEFE, J. Free software: uses of free software and its implications in the software
industry. 2010. Disponível em: https://www.westga.edu/~bquest/2010/software10.
pdf. Acesso em: 18 jun. 2020.
SIMIONI, D. 7 coisas para fazer depois de instalar o Ubuntu 18.04 LTS. 2018. Disponível
em: https://diolinux.com.br/2018/04/o-que-fazer-depois-instalar-ubuntu-1804-lts.
html. Acesso em: 18 jun. 2020.
SOBELL, M. G. A practical guide to Fedora and red hat enterprise Linux. 6th ed. Upper
Saddle River: Prentice Hall Press, 2012.
TABASSUM, M.; MATHEW, K. Software evolution analysis of linux (Ubuntu) OS. In: INTER-
NATIONAL CONFERENCE ON COMPUTATIONAL SCIENCE AND TECHNOLOGY (ICCST),
2014. Proceedings […]. [S. l.]: IEEE, 2014.
Introdução ao sistema operacional Linux 15

TANENBAUM, A. S.; BOS, H. Modern operating systems. 4th ed. Boston: Pearson, 2015.
WILLIAMS, S. Free as in freedom: Richard Stallman's crusade for free software. [S. l.]:
Createspace, 2009.

Leituras recomendadas
BENVENUTI, C. Understanding Linux network internals. Beijing: O'Reilly Media, 2005.
LOVE, R. Linux kernel development. 3rd ed. Upper Saddle River: Addison-Wesley, 2010.

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