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Conceitos Básicos Software Livre

Histórico

Nos anos 60 e 70 nas universidades, os programadores compartilhavam seus


códigos-fontes. TODOS podiam modificar o programa e partilhavam suas mudanças.
Espírito acadêmico: princípios de LIBERDADE e COOPERAÇÃO se assemelham aos da
cultura Hacker. O desenvolvimento dos softwares era compartilhando com todos aqueles
que tinham interesse em conhecer e auxiliar na sua criação.

Quando os Computador Pessoais(PC) passaram a ser viáveis, acessível como


produto de distribuição em massa, os sofwares passaram a ter valor de mercado. Com
isso as pesquisas em desenvolvimento de softwares cresceram, e muitas empresas
adotaram como estratégia comercial a não-divulgação dos códigos-fonte.

Houve uma mudança drástica na estratégia de criação de um software, o usuário


passa a receber somente o programa executável, onde somente era possível a sua
utilização NÃO mais possibilitava o ESTUDO, MODIFICAÇÃO e a LIVRE
DISTRIBUIÇÃO. O CONHECIMENTO sobre o software ficava RESTRITO as empresas
proprietárias. Em virtude disso, cresciam as barreiras de entrada de novas empresas.Os
jovens programadores assinavam termos de compromisso de não divulgação dos
segredos da programação. Tudo que era desenvolvido pelos programadores deveriam ser
apresentados primeiro para as empresa proprietárias a quem o jovens era vinculado.
Caso a empresa não apresentasse interesse pelo software, o programador poderia
mostrar o código fonte para os demais colegas. Os softwares vendidos possuíam licenças
que impunham diversas restrições.

Em resumo o cliente não tinha controle sobre o software executado em seu


equipamento. Comprava somente uma licença de USO. Definem-se aí os Softwares
Proprietários.
Software Proprietário Software Livre
Restringido por parte do proprietário a sua Disponibilizado para ser usado, copiado,
redistribuição, cópia e modificação. Os modificado e redistribuído livremente.
direitos são exclusivos do produtor tendo de Apresentando-se com o código-fonte
ser respeitados os direitos autorais e as disponível para modificações posteriores.
patentes.

A Revolta do Domínio

Um grupo de Hackers programadores do MIT (Instituto de Tecnologia de


Massachussets, nos EUA) perceberam que podiam fazer a diferença. Lembrando que
Hackers são pessoas com princípios éticos, defensores da cooperação e da
disseminação do conhecimento através da liberdade da informação. Possuem uma
estrutura hierárquica implícita baseada na cultura da dádiva, cooperação mútua e
definida apenas pelo mérito. Importante saber que quanto mais contribuições um hacker
oferece para a sua comunidade, mais status ele possui dentro dela. Já os crackers e os
defacers são os verdadeiros criminosos digitais.

Surgimento do Software Livre


Um jovem hacker chamado RICHARD STALLMAN, estudante da universidade
MIT, fundou o Projeto GNU visando uma plataforma de software totalmente livre. Idealizou
o conceito que para cada software proprietário existente, buscariam construir um outro
similar, totalmente LIVRE.
No Projeto GNU instituiu as quatro liberdade que definem um software livre onde
qualquer pessoa pode:
Liberdade 0: Utilizar o software para qualquer fim
Liberdade 1: Estudar o código do software
Liberdade 2: Modificar o código do software
Liberdade 3: Redistribuir cópias do software

Esses quatro direitos ficaram conhecidos como “As Quatro Liberdades do


Software Livre”. Mas faltava um sistema operacional para supervisionar e auxiliar a
execução dos diversos softwares aplicativos. Sendo que o sistema operacional é
fundamental para o funcionamento da máquina. Surge então um jovem finlandês LINUS
TORVALDS, que com ajuda de diversos programadores desenvolveu o núcleo (Kernel) de
um sistema operacional, batizado de LINUX.
Mas o que é Kernel? É o núcleo do sistema operacional, a sua parte essencial. Cabe ao
kernel fazer a intermediação entre o hardware e os programas executados pelo
computador.

Kernel
Kernel administra as principais funções dentro do sistema operacional. Funções
tais como gerenciamento da memória, dos processos, dos arquivos e de todos os
dispositivos periféricos.

Cabe ressaltar que o LINUX não foi criado totalmente do "zero", mas sim como
uma variação do MINIX. Por sua vez o Minix trata-se de um sistema operacional simples,
criado por ANDREW S. TANENBAUM, renomado professor de computação.Tanenbaum
disponibilizou o Minix para servir de auxílio no ensino de computação.
Curiosidade: o MINIX também não foi criado totalmente do zero, era uma variação
simples do UNIX, sistema operacional para máquinas de grande porte como os
maiframes. A empresa proprietária do UNIX era a AT&T que na época ganhava fortunas
em dinheiro com aluguéis de maiframes (hardware) e não imaginaria que no futuro o valor
a ser agregado seria nos Softwares. Sendo assim, o código fonte do UNIX era aberto o
que facilitou ao professor Tanenbaum os estudos e a modificação para um software mais
simples, que iria requerer menos de recursos de máquinas (hardware).

O Linux e os softwares desenvolvidos pelo Projeto GNU formaram o primeiro


sistema computacional livre, o GNU/Linux.
Software Livre não é mantido por uma entidade única, não pode ser comprado por
qualquer outra empresa. Software Livre se refere à liberdade que o usuário tem de
executar, distribuir, modificar e repassar as alterações sem, para isso, ter que pedir
permissão ao autor do programa.

Linux
Com o objetivo de ser livre e gratuito, seu código-fonte é aberto, permitindo que
pessoas, empresas e organizações possam customizar conforme a necessidade,
tornando-o adaptável para qualquer tipo de uso.
Distribuições Linux (Distro)
Trata-se de um conjunto de softwares elaborados em torno do Kernel do Linux,
tornando-o operacional para usos distintos.
Distribuições Linux utilizam o código aberto e, nesse processo, a maioria das distro
adiciona seus próprios toques finais, como temas e softwares personalizados, além de
escolher o ambiente desktop, o navegador web e outros programas padrões que irão
rodar junto ao sistema operacional. Dessa forma, o usuário leigo tem a impressão que
está lidando com diferentes sistemas operacionais, quando de fato todos utilizam o
mesmo Kernel mudando somente a roupagem.
No sistema operacional proprietário não ocorre esse dilema pois não há a
possibilidade de “adicionar os toques finais, como temas e softwares personalizados” ou
“escolher o ambiente desktop, ...”, uma vez que estamos falando de sistema operacional
com o código fonte fechado limitando o acesso somente a empresa detentora do mesmo.

Diferenças entre Distros


Podem distinguir sobre vários aspectos que vão desde softwares padrão que
acompanham cada distribuição, ao gerenciador de pacotes que podem mudar a cada
distribuição, até ao fato de uma distribuição a incluir software de código fonte fechado
(proprietário, onde deve ser pago valores para usar o software). Os pacotes dos
gerenciadores de pacotes são os softwares que podem ser instalados.
Fique à vontade e escolha sua distro/Linux:
Software Livre e o Governo Brasileiro
No ano de 2003 o governo federal publicou o decreto de número 10.007 que
instituía os Comitês Técnicos do Comitê Executivo do Governo Eletrônico com o objetivo
de incentivar as repartições públicas no uso de softwares livres.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,
inciso VI, alínea "a", da Constituição,

DECRETA:
Art. 1o Ficam instituídos Comitês Técnicos, no âmbito do Comitê
Executivo do Governo Eletrônico, criado pelo Decreto de 18 de outubro de 2000,
com a finalidade de coordenar e articular o planejamento e a implementação de
projetos e ações nas respectivas áreas de competência, com as seguintes
denominações:

I - Implementação do Software Livre;


II - Inclusão Digital;
III - Integração de Sistemas;
IV - Sistemas Legados e Licenças de Software;
V - Gestão de Sítios e Serviços On-line;
VI - Infra-Estrutura de Rede;
VII - Governo para Governo - G2G; e
VIII - Gestão de Conhecimentos e Informação Estratégica.

O decreto 10.007, de 29 de outubro de 2003 foi revogado em duas ocasiões, o


mais recente que diz respeito as estratégias digitais do governo federal é o decreto de nº
10.332, que entrou em vigor no dia 28 de abril de 2020. Faço aqui uma ressalva ao
Anexo, Objetivo 16, onde nos informa as intenções de otimização das infraestruturas de
tecnologia da informação. Transcrevo abaixo o texto do objetivo 16 do decreto 10.332.
Objetivo 16 - Otimização das infraestruturas de tecnologia da informação

Iniciativa 16.1. Realizar, no mínimo, seis compras centralizadas de bens e


serviços comuns de tecnologia da informação e comunicação, até 2022.
Iniciativa 16.2. Ampliar o compartilhamento de soluções de software
estruturantes, totalizando um novo software por ano, até 2022.
Iniciativa 16.3. Ofertar, no mínimo, quatro soluções de tecnologia da
informação e comunicação por meio do marketplace, até 2022.
Iniciativa 16.4. Otimizar a infraestrutura de, pelo menos, trinta datacenters
do Governo federal, até 2022.
Iniciativa 16.5. Migração de serviços de, pelo menos, trinta órgãos para a
nuvem, até 2022.
Iniciativa 16.6. Negociar acordos corporativos com os maiores
fornecedores de tecnologia da informação e comunicação do governo, de forma a
resultar na redução de, no mínimo, vinte por cento dos preços de lista, até 2022.

Link de acesso ao decreto 10.332,de dia 28 de abril de 2020.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10332.htm#art14

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