Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Revisão Capa
Ricardo Moura NT Editora
Filipe Lopes
Ilustração
Editoração Eletrônica Rodrigo Souza
Daniel Lopes
ISBN 978-85-8416-287-1
1. Transmissão. 2. Engrenagens.
I. Título
ÍCONES
Prezado(a) aluno(a),
Ao longo dos seus estudos, você encontrará alguns ícones na coluna lateral do mate-
rial didático. A presença desses ícones o(a) ajudará a compreender melhor o conteúdo
abordado e a fazer os exercícios propostos. Conheça os ícones logo abaixo:
Saiba mais
Esse ícone apontará para informações complementares sobre o assunto que
você está estudando. Serão curiosidades, temas afins ou exemplos do cotidi-
ano que o ajudarão a fixar o conteúdo estudado.
Importante
O conteúdo indicado com esse ícone tem bastante importância para seus es-
tudos. Leia com atenção e, tendo dúvida, pergunte ao seu tutor.
Dicas
Esse ícone apresenta dicas de estudo.
Transmitindo o conhecimento
Toda vez que você vir o ícone de exercícios, responda às questões propostas.
Exercícios
Ao final das lições, você deverá responder aos exercícios no seu livro.
Bons estudos!
Sumário
1 SISTEMA DE TRANSMISSÃO AUTOMOTIVA.................................................. 9
1.1 Histórico do sistema de transmissão automotiva.......................................................9
1.2 Tipos de transmissão........................................................................................................... 14
1.3 Principais componentes de um sistema de transmissão....................................... 17
1.4 Outras peças e componentes do sistema de transmissão.................................... 21
2 ENGRENAGENS............................................................................................... 31
2.1 História das engrenagens.................................................................................................. 31
2.2 Princípio de funcionamento das engrenagens......................................................... 35
2.3 Principais defeitos de engrenagens.............................................................................. 44
2.4 Tipos de engrenagens........................................................................................................ 49
3 CORREIAS E POLIAS....................................................................................... 60
3.1 Princípios básicos de correias e polias.......................................................................... 60
3.2 Tipos mais comuns de correias e polias....................................................................... 67
3.3 Principais danos em correias e polias........................................................................... 73
6 TRANSMISSÕES MANUAIS..........................................................................124
6.1 Conceituando caixa de mudança de marcha...........................................................124
6.2 Funcionamento e defeitos da caixa de marcha.......................................................132
6.3 Diagrama dente de serra................................................................................................. 135
6.4 Partes de um câmbio manual........................................................................................138
7 TRANSMISSÕES AUTOMÁTICAS.................................................................150
7.1 Histórico e componentes da transmissão automática.........................................150
7.2 Controle hidráulico............................................................................................................154
7.3 Princípio básico de funcionamento das trocas de marcha automáticas....... 156
4 NT Editora
8 TRANSMISSÃO CONTINUAMENTE VARIÁVEL (CVT)................................167
8.1 Noções básicas de tramissões continuamente variáveis (CVTs)....................... 167
8.2 CVT Toroidal (Nissan)........................................................................................................171
GLOSSÁRIO......................................................................................................222
BIBLIOGRAFIA.................................................................................................223
Caro(a) estudante,
Seja bem-vindo(a) aos Sistemas de Tansmissão Automotiva!
Os sistemas de transmissão automotiva abordam um tema de grande relevância, pois os
profissionais da área necessitam entender e atuar com esses sistemas de modo a resolver problemas,
que, quando acometem os veículos, podem, em alguns casos, ser catastróficos ao ponto de inutilizá-
los, causando muitos infortúnios aos proprietários. Esses sistemas são considerados itens de extrema
importância para o desempenho e o consumo do veículo.
Este material tem por premissa apresentar as tecnologias existentes no que tange à transmis-
são dos veículos, principalmente os de passeio, com destaque nos tipos de transmissões existentes,
transmissões manuais, automáticas e automatizadas. Fornece, ainda, um conteúdo técnico sobre a
transmissão automotiva, a fim de facilitar a manutenção de um veículo, mostrando as diferenças de
cada tipo de transmissão, com foco nos tipos comercializados pela indústria automotiva, e de identifi-
car problemas comuns e como proceder na eliminação deles.
Bons estudos!
Jessé Luís Padilha
Reprodução proibida. Copyright © NT Editora. Todos os direitos reservados.
Vamos iniciar nossos estudos falando sobre o sistema de transmissão, que é de fundamental
importância para todos os tipos de veículos, sejam eles máquinas pesadas, como os grandes caminhões fora-
de-estrada utilizados na mineração, sejam os pequenos veículos de passeio que nos levam para o trabalho.
Em qualquer aplicação, a transmissão tem função de comunicar às rodas do veículo a potência gerada
no motor a partir de um conjunto de componentes e mecanismos que trabalham simultaneamente. A
transmissão se inicia na engrenagem do motor e prolonga-se através da embreagem, da caixa de mudança
de marcha, eixo de transmissão, e do diferencial até as rodas. Nosso foco será no sistema de transmissão
automotiva, que não deixa de ter semelhanças a sistemas de outros tipos de veículos.
Objetivos
Ao finalizar esta lição, você deverá ser capaz de:
Saiba mais
Durante a Idade Média, as técnicas agrícolas foram as que mais se aperfeiçoaram. Isso ocorreu
pelo fato de as civilizações estarem aumentando suas relações umas com as com outras, desenvol-
vendo um mercado consumidor maior. Assim, a procura por produtos agrícolas aumentou, e como os
instrumentos existentes não supriam a esse aumento, isso implicou um desenvolvimento tecnológico
na agricultura, que possibilitou gerar um excedente de produção.
Essa situação gerou a substituição do velho arado de madeira ou de ferro pela charrua (ou ara-
do pesado), que, pelo fato de ser mais pesado, fazia sulcos mais profundos na terra, o que possibilita
um maior cultivo. Outra invenção foi a nova forma de atrelar os animais através do arreio mais rígido,
ocorrendo, também, a substituição da tração do boi pela do cavalo.
10 NT Editora
Saiba mais
Esse dispositivo ficou conhecido como diferencial e é responsável pela transmissão de força
Reprodução proibida. Copyright © NT Editora. Todos os direitos reservados.
(torque) para as rodas motrizes do veículo. Ele resolve o problema do escorregamento das rodas inter-
nas devido à diferença de velocidade com as externas, bem como o fato de as duas estarem acopladas
ao mesmo eixo, fazendo com que a roda interna assuma a velocidade da roda externa, causando o seu
deslizamento em contato com a superfície.
Em 1834, Bodmer projetou uma transmissão planetária. Em 1934, a ZF Soden cria um câmbio
nos moldes mais próximo dos atuais, com todas as marchas à frente sincronizadas.
Esse conjunto consiste de engrenagem solar, engrenagens planetárias com seus respectivos
pinhões e uma engrenagem interna. Por estarem constantemente interligadas (engrenadas), quando
uma recebe força, a outra é bloqueada. A terceira engrenagem transferirá essa força par ao eixo de
saída e, dependendo da quantidade de dentes de cada uma (relação de marcha), será obtida uma
redução ou uma multiplicação de força ou velocidade.
Diversas razões impedem que os veículos sejam movidos diretamente pelo motor de combus-
tão interna, entre elas:
• a rotação do motor geralmente é bem mais alta que a das rodas do veículo;
• o veículo, ao aguardar o sinal verde do trânsito, deve ficar parado e com o motor ligado;
• ao começar a mover-se, ou em subidas, o veículo necessita receber mais força do motor
do que em pisos horizontais e em alta velocidade;
• todas as mudanças de marcha do veículo devem ser feitas sem que ocorram trancos, isto
é, de forma suave.
Importante
Todas essas funções são desempenhadas pelo sistema de transmissão do veículo, conjunto esse
que atua como intermediário entre o motor e as rodas motrizes do veículo. É a transmissão que
envia e conduz a rotação do motor às rodas, reduzindo ou aumentando seu valor para permitir
ao veículo fornecer mais força ou mais velocidade em seu deslocamento.
É muito comum que as pessoas acreditem que o motor é a parte mais complexa da mecânica de
um automóvel, a transmissão, porém, é uma parte mais complicada, sendo importante compreender
como ela funciona.
A transmissão evoluiu juntamente com a história do automóvel. Foi em 1895 que os irmãos Lan-
chester lançaram o eixo de transmissão. Nessa mesma época, eles lançaram ainda a caixa planetária e
a transmissão por eixo cardan.
12 NT Editora
Fiat Topolino 500
Transmitindo o conhecimento
Levando em conta a evolução das tecnologias utilizadas no sistema de transmissão au-
tomotiva, julgue os itens que seguem em verdadeiro (V) ou falso (F).
I. A partir do princípio da alavanca, podemos deduzir que, ao ser aumentada a distân-
cia entre o ponto de aplicação e o ponto fixo, ocorrerá a compensação da força ou o
aumento da força aplicada.
II. Em uma engrenagem é utilizado o princípio da alavanca para multiplicar a força.
III. Os primeiros sistemas de transmissão foram utilizados em máquinas a vapor e a fun-
ção de transmitir a força gerada pela caldeira paras as rodas em contato com os trilhos.
Quais dos itens são verdadeiros?
a) I e II.
Reprodução proibida. Copyright © NT Editora. Todos os direitos reservados.
b) I e III
c) apenas III.
d) I, II e III.
Comentário: se você marcou a alternativa “d”, você acertou. Como vimos, no princípio
da alavanca, quanto maior for a distância entre o ponto de aplicação da força em rela-
ção ao ponto de apoio fixo, maior será multiplicada essa força. Esse mesmo princípio é
utilizado nas engrenagens que transmitem a força a partir do engrenamento dos seus
dentes. Vimos que as primeiras transmissões foram utilizadas em máquinas a vapor du-
rante a Revolução Industrial, principalmente as locomotivas.
As transmissões manuais possuem hoje, em alguns casos, mais de seis marchas, com a automa-
tização sendo implementada em áreas da embreagem e da troca de marchas. A seleção automática
de marchas, tanto por alavanca ou por botões no volante, ou por modo totalmente automotivo, é
possível agora através de sistemas de controle denominados como shift-by-wire.
Enquanto transmissões automáticas de atuação e controle hidráulicos comuns nos Estados Uni-
dos normalmente possuem quatro velocidades, a maioria dos veículos europeus e asiáticos possui
Saiba mais
Para veículos com torque de saída baixo para moderado, ou seja, até 200Nm, uma transmissão
continuamente variável (TCV) é uma opção interessante. O desenvolvimento do TCV está agora volta-
do á capacidade de transferir torque elevado para possibilitar o uso da tecnologia em veículos médios,
como a aplicação desenvolvida pela ZF para motores de até 310Nm. Transmissões do tipo toroidal
são novidades para veículos com torque elevado dotados de motores de 8 e 12 cilindros e possuem
aplicação restrita a poucos modelos.
14 NT Editora
Nos parágrafos a seguir, será descrita uma revisão das implicações de vários sistemas de trans-
missões baseada na demanda futura do mercado de automóveis de passeio.
Esse tipo de configuração é o padrão para veículos de tração traseira. Trata-se de uma combina-
ção de transmissão e motor em linha instalado longitudinalmente.
Nesse caso, um eixo transfere torque de saída da transmissão para um outro eixo com um dife-
rencial integrado, o qual transfere o torque para as rodas motrizes.
Saiba mais
A utilização mais proeminente dessa configuração é a do Volkswagen (VW) Fusca original, en-
quanto uma variação é a instalação dos motores no Porsche Boxter.
Reprodução proibida. Copyright © NT Editora. Todos os direitos reservados.
O eixo de tração e o diferencial estão interligados na transmissão, com a tração das rodas pro-
venientes diretamente das hastes do flange montadas em ambos os lados da transmissão. A posição
do eixo fica atrás da árvore do virabrequim. Essa configuração é comumente empregada em veículos pe-
quenos e médios e alcança o segmento superior. Um exemplo é a grande maioria de veículos produzidos
no Brasil, tais como, Celta, Astra e Vectra respectivamente três veículos da General Motors do Brasil.
Uma variação especial dessa linha de transmissão é conhecida como formato em U, na qual a
transmissão localiza-se atrás do motor.
Essa configuração é a de veículos que possuem motores de grande dimensão, tais como moto-
res de 0 a 12 cilindros em formato V e que não possuem espaço suficiente para uma composição de
motor e transmissão em linha.
Variantes com tração integral podem ser também derivadas da linha de transmissões transver-
16 NT Editora
Transmitindo o conhecimento
Sabemos que as linhas de transmissão em veículos de passageiro podem ser classifica-
das em dois grupos. A respeito desses tipos de transmissão, julgue os itens que seguem
em verdadeiro (V) ou falso (F).
I. Um dos tipos de linha de transmissão que é comumente utilizado em veículos de
passageiro é com motor transversal à frente do veículo tracionando as rodas dianteiras.
II. A linha de transmissão longitudinal traseira é equivalente à linha de transmissão lon-
gitudinal dianteira, porém em sentido oposto.
III. Para veículos com torque de saída baixo para moderado (até 200Nm), não é reco-
mendável utilizar uma transmissão continuamente variável (TCV).
Marque a sequência correta com base no julgamento dos itens acima.
a) V-V-V.
b) V-F-V.
c) V-V-F.
d) V-F-F.
Comentário: se você marcou a alternativa “c”, muito bem! Os itens I e II estão absoluta-
mente corretos, o III, por sua vez, é falso, já que, em veículos com torque de saída baixo
para moderado, a melhor opção é uma transmissão continuamente variável (TCV).
câmbio, eixo de transmissão, diferencial e semieixos que chegam até as rodas do automóvel. Vamos,
então, conhecer cada uma dessas partes.
Embreagem
Em outras palavras, a embreagem deve exercer duas funções, quando tratar-se, naturalmente,
de embreagens mecânicas de comando por pedal:
• ligar progressivamente o motor às rodas do veículo para levá-lo a uma marcha que corres-
ponde ao regime de rotação do motor;
• separar momentaneamente o motor dos elementos de transmissão para permitir a ope-
ração de mudanças de marcha.
Sistemas de acionamento
Esses sistemas são bastante utilizados em veículos de passeio e veículos comerciais leves, pois
a multiplicação da força aplicada peço motorista é suficiente para desacoplar a placa de pressão do platô.
Saiba mais
O pedal de acionamento da embreagem mecânica costuma endurecer em carros que têm mui-
tos quilômetros rodados. Isso acontece, normalmente, por a mola do disco perder uma boa par-
te de sua flexibilidade.
A aplicação de sistemas hidráulicos torna-se necessária em casos nos quais a força da placa de
pressão do platô é maior, como em veículos comerciais leves e em alguns médios. O sistema hidráulico
proporciona maiores possibilidades de multiplicação de força, contando, além das alavancas mecâni-
cas (pedal e garfo de embreagem), com a relação hidráulica entre os cilindros mestre e auxiliar.
Deve-se explorar ao máximo o curso do pedal disponível e atingir valores de atuação do platô
próximos ao limite inferior. Esse é o primeiro passo quando se deseja obter o mínimo de esforço
de acionamento.
Existem, ainda, sistemas automatizados que dispensam o uso do pedal utilizando um sistema
de controle eletrônico que identifica a troca de marcha através de um joystick, ou alavanca conven-
cional, e determina qual será a melhor condição de troca de marchas não comprometendo a durabi-
lidade do sistema e nem o conforto dos ocupantes. Esse sistema pode ser utilizado com câmbio sem
sincronizadores. Nesse caso, a sincronização é feita através de um frio no eixo intermediário do câmbio
e a embreagem é utilizada somente na partida do veículo.
18 NT Editora
Acionamento hidráulico da embreagem
Existem ainda outros tipos de embreagens, que são: embreagem centrífuga, eletrônicas, secas
e úmidas.
Caixa de câmbio
O câmbio permite que a relação de transmissão entre o motor e as rodas de acionamento mude
à medida que a velocidade do carro aumente ou diminua. Trocam-se as marchas para que o motor se
mantenha abaixo do limite e próximo da faixa de rotação de sua melhor performance.
Caixa de transferência
Para que parte do torque seja transmitido para todos os eixos, o sistema de transmissão deve
possuir um componente que faça a distribuição de torque entre esses eixos.
Importante
A caixa de transferência, então, foi desenvolvida para prover torque a dois eixos, podendo o
motorista, ou não, selecionar quando utilizar o sistema de tração nas quatro rodas.
O comando da caixa de transferência é feito através de uma alavanca existente dentro da cabi-
na do veículo, cuja posição pode ser: desengatada, quando usada em estradas normais. Nesse caso o
movimento da rotação da caixa de mudanças é transferido somente para o eixo traseiro, ou então é
engatada, para terrenos de difícil acesso. Nessa situação, faz-se necessário o movimento de rotação da
caixa de mudanças, que é transmitido para o eixo traseiro e para o dianteiro.
20 NT Editora
Transmitindo o conhecimento
O sistema de transmissão de um veículo possui diversos componentes que se conectam
para realizar a transmissão de torque e velocidade. Sobre os componentes do sistema
de transmissão, marque a alternativa correta.
a) O acionamento da embreagem é feito, geralmente, por meio de um pedal que desen-
cadeia um processo mecânico.
b) Ligar progressivamente o motor às rodas do veículo para levá-lo a uma marcha que
corresponde ao regime de rotação do motor é uma das funções básicas que deve ser
exercida por uma embreagem mecânica acionada por pedal.
c) A caixa de câmbio, ou caixa de marchas de automóvel, possui um único conjunto de
engrenagens que se conecta a todos os eixos de transmissão.
d) O comando da caixa de transferência é feito através de um pedal, normalmente loca-
lizado ao lado do freio do veículo.
Comentário: se você marcou a alternativa “b”, muito bem. Uma embreagem mecânica
acionada por pedal possui duas funções básicas, sendo uma delas justamente ligar o motor
às rodas do veículo, a fim de levar até elas a rotação correspondente à marcha acionada.
Transmissão articulada
Junta elástica
Está presente no final da transmissão articulada e possui entalhes (estrias) nos quais a superfície
do garfo, também entalhado (estriado), desliza. As estrias permitem um deslocamento entre a árvore
de transmissão e o garfo, compensando, assim, as oscilações da suspensão do veículo.
Elas são o órgão que transmite movimento entre dois eixos concorrentes. Compõem-se de dois
garfos (ou forquilhas) fixados aos respectivos eixos e ligados entre si, por uma cruzeta. O ângulo entre
os eixos pode variar durante o funcionamento, mas sem superar os 40º, sob risco de romper a cruzeta.
Cruzeta
É uma peça em forma de cruz, com quatro braços iguais, em ângulo de 90º. Cada uma das extre-
midades desses eixos é depositada sobre um rolamento tipo agulhas, lubrificado com graxa.
Saiba mais
Quando o veículo entra em movimento, freia, ou transita em pisos irregulares, o eixo motriz sobe
e desce constantemente, fazendo com que variem o ângulo formado sobre a árvore secundária
da caixa de mudanças e a transmissão articulada, havendo uma variação de distância entre a
caixa de mudanças e o eixo motriz. Essas variações são compensadas pela ação das juntas uni-
versais da junta elástica.
22 NT Editora
Junta homocinética
É o elemento articulado que faz a ligação entre as árvores de saída e de entrada, permitindo, em
qualquer momento, uma velocidade de rotação igual e regular, entre as duas.
Transmitindo o conhecimento
Sobre a transmissão articulada e suas principais peças, marque a alternativa incorreta.
a) A transmissão articulada impede o excesso de vibrações flexionais perigosos.
b) A junta elástica é responsável pela compensação da variação da distância entre o
eixo traseiro e a caixa de câmbio devido ao movimento de suspensão do automóvel.
c) A cruzeta possui três braços em ângulo de 180°. Cada uma das extremidades desses
eixos é depositada sobre um rolamento tipo agulha.
d) A junta homocinética é responsável pela ligação entre a árvore de saída e a de entra-
da, permitindo a transmissão de velocidade igual e regular entre as duas.
Comentário: se escolheu a alternativa “c”, você acertou. A cruzeta, na verdade, possui
quatro braços em ângulo de 90°.
Reprodução proibida. Copyright © NT Editora. Todos os direitos reservados.
Diferencial
O diferencial é um conjunto de engrenagens de aço que combinam entre si. Elas realizam movi-
mentos rotativos a fim de permitir que as rodas motrizes dos veículos desenvolvam rotações diferen-
tes uma da outra quando o veículo se desloca em curvas, garantindo, assim, a sua estabilidade.
Quando um veículo se desloca em curva, as rodas que descrevem o arco maior da curva per-
correm uma distância maior do que as rodas que descrevem o arco menor, da mesma curva, no
mesmo tempo. Desse modo, as rodas que percorrem maior distância giram com maior velocida-
de do que as que percorrem a menor, no mesmo tempo.
Semiárvore
A semiárvore é uma barra de aço cilíndrica cujas extremidades são preparadas para fazer aco-
plamentos com outras peças, por meio de entalhes ou conicidades com rasgos para chavetas e roscas
de fixação.
Em veículos automotivos cujo motor é instalado na dianteira e cujas rodas motrizes são na
Semiflutuante
Cada uma das semiárvores está apoiada, na extremidade interior, por um rolamento que tam-
bém serve de apoio para o diferencial. Essas semiárvores devem suportar os esforços impostos pelo
24 NT Editora
peso do veículo, além de transmitir o torque às rodas motrizes.
¾ flutuantes
Possuem um rolamento na parte externa de cada uma das semiárvores , entre o cubo da roda e
a bainha da semiárvores, de tal forma que possa suportar o peso do veículo. Essas semiárvores ficam
sujeitas a flexões, somente quando o veículo se desloca nas curvas.
Flutuante
Existem dois rolamentos em cada semiárvores, entre o cubo da roda e a bainha da semiárvores ,
os quais suportam o peso do veículo e mais as suas forças geradas, quando este se desloca em curvas.
Esse tipo de eixo raramente é utilizado em veículos leves.
Reprodução proibida. Copyright © NT Editora. Todos os direitos reservados.
Transmitindo o conhecimento
Além dos componentes principais, como a embreagem e a caixa de câmbio, os sistemas
de transmissão possuem muitos outros componentes importantes. Sobre esses compo-
nentes, julgue os itens que seguem em verdadeiro (V) ou falso (F).
I. O diferencial é um conjunto de engrenagens que realizam movimentos rotativos
a fim de permitir que as rodas motrizes do veículo tenham rotações diferentes durante uma
curva
II. Quando um veículo se desloca em linha reta, as semiárvores, a coroa, as planetárias,
os satélites e a caixa diferencial formam um só corpo, isto é, atuam como se fossem um
só eixo girando em uma velocidade uniforme.
III. As semiárvores são responsáveis pelo acoplamento entre o diferencial e as rodas do
veículo.
Resumindo
Nesta lição foi possível aprender sobre a história e o desenvolvimento de mecanismos que au-
xiliam na multiplicação da força através do princípio da alavanca. Também mostramos outros fatos
históricos que contribuíram significativamente para a criação e evolução dos Sistemas de Tansmissão
Automotiva, como a agricultura na idade média e a revolução industrial.
Além disso, abordamos as principais configurações de linhas de transmissão presentes nos au-
tomóveis, desde os mais antigos até os mais modernos e compactos, onde o motor é posicionado
transversalmente e à frente do veículo. Falamos sobre os tipos de transmissão automotiva, dando ên-
fase para a transmissão automática, semiautomática e a transmissão manual e detalhamos um pouco
os principais componentes e mecanismos de um sistema.
Vimos também os tipos de embreagem, e mostramos as diferenças existentes das mais antigas
para as mais modernas. Por fim, falamos, de forma breve, sobre tipos de engrenagens que constituem
um diferencial, e também aprendemos sobre as semiárvores, responsáveis pela transmissão do tor-
que, conduzido através do diferencial para as rodas motrizes.
26 NT Editora
Exercícios
Parabéns,
Questão 1 - Sobre a história do desenvolvimento das técnicas e tecnologias que foram você fina-
primordiais para o desenvolvimento dos sistemas de transmissão automotiva, analise lizou esta
os itens que seguem e, em seguida, marque a alternativa correta. lição!
Agora
I) O aumento da produção de grãos causou a necessidade da utilização de uma nova responda
forma de moer os grãos, para isso foram implementados os moinhos movidos por va- às questões
por, que iniciaram a Revolução Industrial. ao lado.
II) A substituição dos arados de madeira pelas charruas e a substituição da força animal,
principalmente a do boi pela do cavalo, possibilitaram um aumento na produção dos
grãos. As locomotivas foram as principais máquinas que se desenvolveram durante o
período da Revolução Industrial.
III) Uma das primeiras invenções que ajudaram o homem na multiplicação da força para
o trabalho foi a alavanca.
Questão 3 - O homem sempre buscou por recursos que pudessem facilitar sua vida
e, desde a Idade das Pedras, vem desenvolvendo artefatos que o auxiliam de alguma
forma as atividades diárias. Algumas das tecnologias criadas ao longo da história para
ajudar em atividades do dia a dia foram fundamentais para os sistemas de transmissão
automotiva. Sabendo disso, assinale a alternativa que apresenta uma invenção impor-
tante para os sistemas de transmissão.
d) Motores elétricos.
b) A transmissão pode ora aumentar ora reduzir a rotação para fornecer mais ou menos
força para as rodas do veículo.
c) Durante a subida de uma ladeira, é necessário que a força do motor seja reduzida
para que a rotação seja elevada e o veículo tenha mais força para se mover.
28 NT Editora
III) Para veículos com torque de saída baixo para moderado (até 200Nm), não é reco-
mendável utilizar uma transmissão continuamente variável (TCV).
a) Estão presentes tanto em veículos que possuem o motor de tração traseira quanto
em tração na dianteira.
c) No tipo semiflutuante, cada uma das semiárvores está apoiada por um rolamento
que também serve de apoio para o diferencial.