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ETHERNET INDUSTRIAL
Luiz Gerbase
lgerbase@altus.com.br
Altus S.A.
Rudy Hamilton Höltz
rudy@altus.com.br
Altus S.A.
Abstract
In the industrial networking environment the trend for adopting a standard technology in all network
level is growing up driving for architecture simplification and cost reducing. Ethernet network and
TCP/IP protocol are important options for these goals. However there are challenges for select this
solution, like the lack of a standard application protocol, preventing different vendor’s equipment
interoperability. Considering that, this work presents some application protocol options for Industrial
Ethernet.
Resumo
No ambiente de redes industriais é crescente a tendência de padronização da tecnologia utilizada nos
diferentes níveis de rede visando simplificação e redução de custos. O padrão Ethernet e o protocolo
TCP/IP têm despontado como opções para atender esta necessidade, mas existem desafios para sua
adoção, como a falta de padronização do protocolo de aplicação, o que impede a interoperabilidade
entre equipamentos de diferentes fabricantes. Considerando isto, este trabalho apresenta algumas
das opções de protocolo de aplicação para Ethernet Industrial.
1 INTRODUÇÃO
Assim como a informática em geral, a automação industrial iniciou com controle centralizado e com a
evolução tecnológica foi migrando para o controle distribuído. Diferentes tipos de redes foram criados
para atender as necessidades de cada nível, mas as crescentes necessidades de integração
associadas a necessidades de simplificação e redução de custos têm exigido uma padronização
destas soluções. A popularidade da Ethernet e do protocolo TCP/IP na automação de escritórios
levou a sua introdução também no ambiente das redes industriais, mas diversos desafios ainda
precisam ser vencidos para que estas tecnologias alcancem o mesmo sucesso obtido no ambiente
coorporativo. No item 2 será apresentado um pequeno histórico da mudança do controle centralizado
para o controle distribuído; o item 3 discute a convergência das redes industriais para Ethernet; o item
4 apresenta os atuais padrões disponíveis para Ethernet Industrial e finalmente no item 5 são
resumidas as tendências para redes industriais.
*
os Sistemas Distribuídos de Controle (DCS), nos quais parte da computação era executada em
unidades remotas microprocessadas que se comunicavam com a sala de controle através de canais
digitais utilizando protocolos proprietários e os cabos de sinais passaram a convergir para as
unidades remotas existentes em cada unidade produtiva.
Com a incorporação de processamento nos dispositivos de campo, os cabos de sinais foram
substituídos pelos cabos dos barramentos de campo que utilizam protocolos padronizados visando
sistemas abertos. Estes sensores e atuadores inteligentes executam funções muito mais sofisticadas,
são mais flexíveis em termos de manutenção, expansão, modificações e ainda apresentam vantagens
como economia de cabos, capacidade de comunicação local e remota, aumento da tolerância a falhas
e interoperabilidade entre dispositivos de fornecedores diversos através da utilização de protocolos
padronizados.
Gerência
ERP
Controle de Produção
PCP
Redes Locais
Controle de Célula
SCADA SCADA
Redes de Processo
Controle Local
Barramentos de Campo
Chão de
Fábrica
Sensores e Atudores
Sistema Controlado
*
Neste texto foi adotada a sigla DCS (Distributed Control System) do termo internacional. No Brasil é usual o termo Sistema
Digital de Controle Distribuído (SDCD) [INT 99].
†
Ao longo do texto será utilizada a sigla PLC (Programmable Logic Controllers) do termo internacional.
3
‡
Espinha dorsal, infra-estrutura central de comunicação, onde se conectam redes menores.
4
baseadas na tecnologia 10 Mb/, mas redes Ethernet mais rápidas baseadas na tecnologia 100
Mb/s e em breve 1 Gb/s estão rapidamente tornando-se o padrão das novas instalações. As
redes Ethernet mais rápidas não eliminam as colisões, mas aumentam a probabilidade dos dados
serem entregues num tempo determinado e reduzem significativamente a probabilidade de
colisão entre pacotes de dados;
A colisão de dados afeta a largura de banda – todo o tráfego na Ethernet é visto em cada nodo,
assim a probabilidade de colisão e o desempenho de qualquer um depende da taxa de utilização
da rede de todas as demais aplicações. Isto é verdade, mas uma rede Ethernet pode ser
segmentada em diferentes domínios de colisão através do emprego de Switches Ethernet, que
além disso permitem operação full-duplex o que dobra a taxa de transferência. Utilizando sub-
redes dedicadas, é possível isolar as aplicações industriais do domínio de colisão de outros
tráfegos de rede, aumentando o determinismo e eliminando a influência destes tráfegos sobre as
aplicações críticas;
Prioridade para aplicações críticas – cada vez mais os terminais finais estão sendo conectados a
portas dedicadas de Switches Ethernet e o desafio passa a ser evitar que todos os pacotes
passem por uma única fila. A definição de prioridades e o isolamento de tráfego entre várias filas
virtuais para cada porta podem ser uma tendência para aplicações críticas onde parâmetros de
qualidade de serviço são negociados no momento da conexão;
Carência de componentes industriais – como a Ethernet é basicamente utilizada em ambiente de
escritório, existe uma preocupação quanto ao fato destes componentes serem apropriados para
aplicações industriais. No entanto, o crescimento do uso da Ethernet em aplicações industriais
tem criado um mercado para estes componentes industriais;
Falta de padronização do protocolo de aplicação – mesmo com o TCP/IP sendo utilizado como
mecanismo comum de transporte, ainda falta uma padronização na camada de aplicação,
correspondente ao nível mais alto do modelo OSI (Open Systems Interconnection). Os usuários
querem estar aptos a trocar facilmente informações entre diversas redes, dispositivos e sistemas
de automação industrial sem recorrer ao dispendioso desenvolvimento de um software específico,
obtendo a mesma interoperabilidade existente entre as aplicações comerciais baseadas em
protocolos como HTTP para transferências de páginas HTML, FTP para transferência de
arquivos, SMTP para encaminhamento de mensagens de email et cetera.
4.2 Modbus/TCP
O protocolo Modbus é uma estrutura de mensagens desenvolvida pela Modicon em 1979, usada para
estabelecer uma comunicação tipo mestre/escravo entre dispositivos inteligentes. É um padrão de
fato totalmente aberto, sendo um dos protocolos de rede mais largamente utilizado no ambiente da
industria de manufatura. O Modbus/TCP consiste basicamente do encapsulamento do protocolo
Modbus num frame TCP. O Modbus/TCP implementa transações orientadas a conexão onde cada
consulta aguarda por uma resposta. Quanto é utilizado UDP (User Datagram Protocol), a verificação
de erros é normalmente feita pela camada de aplicação que sendo de responsabilidade de cada
fabricante leva a soluções proprietárias. No entanto, esta técnica de consulta e resposta combina bem
com a natureza mestre/escravo do Modbus.
Conforme [2], esta solução esta baseada num protocolo largamente utilizado pelos integradores de
sistemas, com baixos problemas de interoperabilidade e sem a existência de um comitê forçando a
implementação de um conjunto mínimo de funções. Como o Modbus refere-se a todos os itens de
dados através dos números de registro, os programas de aplicação ainda são suscetíveis a
alterações no mapeamento de registros dos fornecedores de cada equipamento. Para resolver isto
pode ser adotada um Object Model para descrever os dispositivos, sendo estas definições mantidas
por uma organização como a SEMI (Semiconductor Equipment and Materials International). Neste
modelo, o número de registro é substituído por uma combinação de três números: uma classe que
identifica uma coleção de um determinado tipo de dados; um número de instância que indexa dados
de um mesmo tipo; e um número de atributo que é um valor particular dentro da definição de uma
classe.
4.4 PROFInet
O padrão PROFInet tem como origem a organização PROFIBUS [11] e sua idéia básica é integrar
segmentos PROFIBUS na Ethernet e não encapsular simplesmente o protocolo PROFIBUS. Este
padrão baseia-se numa tecnologia de componentes orientado a objetos e utiliza padrões já aprovados
no ambiente das aplicações comerciais como Ethernet, TCP/IP, COM/DCOM, XML e OPC. O DCOM
é utilizado para comunicação na Ethernet e os padrões OPC e XML são a base da troca de
informações.
6
uma rede de alta velocidade que opera a 100 Mb/s que é baseada apenas em protocolos padrões
abertos, incluindo soluções para redundância capazes de tratar múltiplas falhas simultâneas.
Conforme citado em [1], um sistema Fieldbus Foundation oferece algo mais que a simples
interoperabilidade, pois não basta concentrar os dados apenas no nível dos sistemas SCADA como
no caso do OPC, os dispositivos precisam trocar informações. Os usuários desejam algo fácil de usar
sem um tedioso processo de configuração manual incluindo tipos de dados, números de registro e
escalas. O HSE leva a interoperabilidade ao nível plug-and-play, incluindo uma linguagem de
programação orientada a blocos de função que permite aos usuários criar estratégias de controle
distribuídas através de rede utilizando dispositivos de múltiplos fabricantes.
Business
Application
s
IDA
O padrão IDA prevê uma integração vertical que conecte o chão de fábrica com todos os níveis da
empresa e com a Internet e uma integração horizontal que conecte de forma homogênea os
dispositivos, controladores, interfaces homem máquina e sistemas SCADA em tempo-real. Os
dispositivos deverão ser provedores de informação que irão disponibilizar através de páginas Web
diagnósticos, monitoração, controle e visualização permitindo tanto a operação através de browsers
quanto manutenção remota através da Internet. Através do suporte de padrões de TI (Tecnologia da
Informação) como ODBC, JDBC, CORBA e DCOM deverá haver acesso direto com as aplicações
comercias. As comunicações são baseadas num modelo editor/assinante, o que simplifica a
comunicação entre um emissor e vários receptores e também diminui a carga da rede. Outra
vantagem deste modelo é a eficiência da comunicação, pois nenhuma varredura é necessária e as
transferências de dados orientados a eventos não necessitam de indesejáveis telegramas de
interrogação. Um modelo de objetos é localizado acima deste nível de comunicação e através de
interfaces de programação padronizadas, permite a interoperabilidade entre ferramentas.
8
5 CONCLUSÃO
Existem muitos outros protocolos e arquiteturas propostas: UCA-V2 Utility Communications
Architecture, uma família de protocolos para interligação de equipamentos da área elétrica; IEC
60870-5-104 utilizado por unidades terminais remotas; o padrão Fieldbus Internet Protocol (FIP)
proposto pela organização World FIP para gerenciamento tempo-real de dados de processo et cetera.
Uma arquitetura provável nos próximos anos tende a ser uma combinação da rede Ethernet com as
redes de campo já existentes, pois diversos protocolos industriais estão migrando para Ethernet
incluindo Modbus/TCP, PROFInet, EtherNet/IP e Fieldbus HSE, mas não é esperado que exista
interoperabilidade entre estes. Alguns sistemas poderão ser constituídos apenas da rede Ethernet
como um backbone universal desde o nível corporativo até o nível dos sensores, mas espera-se que
os barramentos de campo atuais continuem tendo grande importância em nichos específicos, se
conectando ao backbone Ethernet através de bridges padrões.
Os principais requisitos a serem atendidos envolvem determinismo, velocidade, volume de dados,
flexibilidade e compatibilidade, mas o desafio de padronização de uma Ethernet industrial é muito
maior que foi o dos barramentos de campo. Devido à magnitude deste trabalho, a estratégia é basear-
se nas tecnologias existentes em barramentos de campo, protocolos da Ethernet e Internet e nos
protocolos e padronizações existentes na área industrial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2000.
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35, Spring 2000.
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Maps the Future / The Automation Supplier Perspective / Development and Support Costs Cut. Illinois, 1998.
Control Magazine Supplement. Disponível em: <http://www.controlmagazine.com/ opc/opc008.html>. Acesso
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Sistemas Computacionais em Automação Industrial. 2000. 75p. Trabalho Individual (Mestrado em Ciência da
Computação) – Instituto de Informática, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
[5] HOUGLAND, Benson. Ethernet Advantages at I/O Level. The Industrial Ethernet Book, [S.l.], Issue 2, p.9,
Spring 2000.
[6] IDA GROUP. Interface for Distributed Automation Home Page. Disponível em: <http://www.ida-group.org>.
Acesso em: 17 maio 2002.
[7] INTECH BRASIL. Usuários Esclarecem as 30 Dúvidas mais Freqüentes sobre SDCDs e CLPs. InTech Brasil,
Ribeirão Preto, p.8-40, maio 1999. Entrevista.
[8] LEBLANC, Chris. The Future of Industrial Networking and Connectivity. The Industrial Ethernet Book, [S.l.],
Issue 2, p.6-8, Spring 2000.
[9] ODVA. Open DeviceNet Vendor Association Home Page. Disponível em: <www.odva.org>. Acesso em: 19
maio 2002.
[10] OPC FOUNDATION. OLE for Process Control Foundation Home. Disponível em:
<http://www.opcfoundation.org/>. Acesso em: 01 abr. 2000.
[11] PROFIBUS International. Technology - Technical Description: PROFInet Overview. Disponível em:
<http://www.profibus.com/technology/profinetdocu/index.html>. Acesso em: 17 maio 2002.