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Manual de Controle de Poeira - Cerâmicas
Manual de Controle de Poeira - Cerâmicas
DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS
01
MANUAL DE CONTROLE DA POEIRA NO SETOR
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS
Ministro do Trabalho e Emprego
Carlos Lupi Programa Nacional de Eliminação da Silicose
PNES
Fundacentro
Presidente
Eduardo de Azeredo Costa
Diretor Administrativo
Hilbert Pfaltzgraff Ferreira
Diretor Técnico
Jófilo Moreira Lima Júnior
ASPACER
Presidente
João Oscar Bergstron Neto
Diretor Superintendente
Luis Fernando Quilici
ASPACER
Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento
02 03
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Serviço de Documentação e Biblioteca – SDB / Fundacentro
SUMÁRIO
São Paulo – SP
Erika Alves dos Santos CRB-8/7110
Fundacentro. Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
Manual de controle de poeira no setor de revestimentos
cerâmicos / Fundacentro, Aspacer. – São Paulo, 2010. Reconhecimento dos riscos das poeiras minerais à saúde. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
60 p. : il. ; 23 cm.
Abaixo do título: Programa Nacional de Eliminação da Silicose – Descrição dos processos de fabricação de revestimentos cerâmicos. . . . . . . . . . . . . . . . . 13
PNES.
Fontes de geração da poeira e medidas de controle por etapa dos processos. . . . . . . . . . 25
Este manual foi elaborado como instrumento para a prevenção do risco de silicose no polo
cerâmico de Santa Gertrudes, no estado de São Paulo, e apresenta recomendações técnicas para o
controle da geração de poeira e da exposição dos trabalhadores nos processos de fabricação de
materiais cerâmicos para revestimento. As recomendações foram desenvolvidas pela Fundação Jorge
Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO em parceria com técnicos
do Grupo de Excelência de Segurança do Trabalho – GETSCER da Associação Paulista das Cerâmicas de
Revestimento – ASPACER. O trabalho se insere dentro das ações do Programa Nacional de Eliminação da
Silicose – PNES, por meio do projeto ”Estudo da Exposição Ocupacional à Sílica na Indústria de
Revestimentos Cerâmicos”, da Fundacentro.
06 07
O setor de materiais cerâmicos para revestimento integra a indústria de transformação de
minerais não metálicos e produz, principalmente, placas cerâmicas esmaltadas para a indústria da
construção, que as emprega nas edificações como acabamento de pisos e paredes em diversos ambientes
e no revestimento de fachadas, piscinas, saunas, lareiras e afins.
08 09
RECONHECIMENTO DOS RISCOS DAS POEIRAS MINERAIS À SAÚDE
Dentre os polimorfos da sílica cristalina, o quartzo, por ser o mais abundante na natureza e a
variação mais estável em condições normais de temperatura e pressão, é o mais importante como agente
de risco do aparecimento da silicose entre os trabalhadores, estando presente como componente da
poeira em inúmeros processos industriais.
A silicose é uma doença pulmonar, crônica e incurável, progressiva e irreversível, que pode
determinar a incapacidade para o trabalho, invalidez, aumento da susceptibilidade à tuberculose e,
freqüentemente, levar ao óbito o paciente afetado (GOELZER; HANDAR, 2001). Ocorre, geralmente, como
uma fibrose pulmonar nodular difusa (NIOSH, 2002). Esta doença pulmonar, algumas vezes assintomática,
depende da inalação de partículas de sílica cristalina respirável, ou seja, com diâmetros menores do que
10 µm (dez micrometros), e da sua deposição na região de troca gasosa dos pulmões (IARC, 1987).
10 11
DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS
12 13
Moagem
No processo por via úmida a matéria-prima é moída misturada com água. A massa cerâmica
pode ser composta por várias argilas de tonalidades claras e outros minerais (tais como: feldspatos, filito,
talco, calcário e caulim) que são adicionados à água, com produtos químicos defloculantes (silicato de
sódio e tripolifosfato de sódio), para moagem em moinhos rotativos de bolas (em geral, com esferas de
alumina de alta densidade), que giram na posição horizontal, apoiados em dois eixos nas extremidades,
formando a barbotina, uma “solução” de argila bastante homogênea. A barbotina é descarregada por
mangotes e peneirada, sendo armazenada em tanques subterrâneos (vascas) onde fica em constante
agitação para evitar sua decantação. Com o auxílio de bombas, a barbotina é transferida para um tanque
menor (tanque do dia) e depois para uma torre de secagem, o atomizador (Spray Dryer), onde é borrifada
Fig. 2: Extração da matéria-prima Fig. 3: Armazenamento da matéria-prima e passa por um processo de eliminação da água e de formação de grânulos esféricos, que caracterizam
a massa cerâmica a ser prensada (argila atomizada).
No processo por via seca a argila é moída a seco, em moinhos de martelo e pendulares
combinados. A massa cerâmica é preparada a partir de uma mistura de argilas de queima avermelhada,
mais ou menos plásticas, com posterior seleção granulométrica por peneiramento e umidificação e
FOTO: cortesia de NIS – Network Italiano Silice.
homogeneização em moinhos granuladores, onde se obtém a massa cerâmica para prensagem (argila
granulada).
Fig. 4: Abastecimento do processo via seca Fig. 5: Abastecimento do processo via úmida
14 15
ETAPAS DOS PROCESSOS PRODUTIVOS
Silos
ARMAZENAMENTO
EM SILOS ARMAZENAMENTO EM GALPÕES
Fig. 7: Esteira transportadora de argila
(MOINHOS DE
MARTELO
E PENDULAR)
MOAGEM
COM SILO SILO
ÁGUA PÓ PÓ Prensagem
ATOMIZADO GRANULADO GRANULAÇÃO
E PENEIRAMENTO A massa cerâmica sai dos silos de armazenagem
sendo transportada por meio de esteiras e
MOAGEM PARA PREPARAÇÃO elevador de canecas, passando por uma peneira
DO ESMALTE
vibratória onde o material que está fora do
padrão ou da granulometria é retido. O restante
é conduzido até as tremonhas das prensas
onde ocorre a transformação da massa na
SECADOR
placa cerâmica (verde, biscoito, bolacha, crua,
base). As placas prensadas são transportadas
por roletes e na mesa das prensas passam por
processos de acabamento, como rebarbação e
Fig. 8: Prensa hidráulica escovação.
ESMALTAÇÃO E DECORAÇÃO
Fig. 6
16 17
A esmaltação consiste na aplicação, por meio de cortina (véu campana) ou pulverização, de
uma camada fina de engobe e, sucessivamente, uma ou mais camadas do esmalte, para se obter a
vitrificação e os efeitos de qualidade e de acabamento do revestimento cerâmico. O engobe, entre outras
Secagem
funções, tem o objetivo de inibir reações entre o esmalte e as impurezas da massa cerâmica, e diminuir
Após o processo nas prensas as placas de a absorção do esmalte pela peça crua. Pode-se também aplicar o engobe na base da placa, ao final da
cerâmicas são transportadas até os secadores linha de decoração, para efeito de antiaderência nos rolos do forno.
onde passam por um processo de retirada da
umidade nelas contida. Os secadores podem ser
verticais ou horizontais e processam a secagem Após o recobrimento do revestimento cerâmico com o esmalte, são aplicados os padrões de
com temperaturas em torno de 120 ºC. decoração desejados, com o uso de máquinas serigráficas rotativas e máquinas de impressão flexográfica.
Efeitos de textura e rugosidade são obtidos com a aplicação da granilha, que é um material vítreo de
diferentes granulometrias. Esses processos fornecem diversos efeitos à superfície dos materiais, que só
se distinguem completamente após a queima.
Esmaltação e decoração
Fig. 11: Esmaltação por véu campana Fig. 12: Máquinas serigráficas
Fig. 10: Linha de esmaltação
18 19
Classificação e Embalagem
Pulmão
Após a queima os materiais para revestimento cerâmico são classificados segundo padrões
pré-estabelecidos por normas técnicas; posteriormente são acondicionados em embalagens de papelão e
No final das linhas de esmaltação as placas colocados sobre estrados (pallets). Os pallets depois de inspecionados são revestidos com filme plástico,
cerâmicas são estocadas em unidades móveis se necessário, e transferidos por empilhadeiras para o estoque. Esses processos, em geral, ocorrem de
de armazenamento (cestones), por meio de forma automatizada.
um mecanismo denominado pulmão, antes
de serem levadas automaticamente ao forno.
Esse armazenamento auxilia nos ajustes
necessários nas linhas de esmaltação e nas
operações de manutenção, garantindo que o
forno não se esvazie em eventuais paradas
de produção.
Após o processo na linha de esmaltação, o Fig. 15: Classificação e escolha Fig. 16: Embalagem
revestimento cerâmico segue para o ciclo
de queima (sinterização) em forno contínuo
tipo monoqueima, linear e automático, em
temperatura máxima em torno de 1100 ºC
Estocagem
e com diferentes gradientes de aquecimento
e resfriamento, ao longo do período de
Os pallets são estocados em armazéns de
permanência no forno, resultando no produto
produtos acabados, ou nos pátios das indústrias,
acabado.
e posteriormente enviados ao mercado
consumidor, via transporte rodoviário.
Fig. 14: Forno monoqueima a gás
As misturas dos componentes dos esmaltes e engobe já vêm prontas dos coloríficos,
acondicionadas em embalagens plásticas (bags), processando-se a sua mistura e fracionamento em
moinhos de bola junto com água e pequenas adições dos produtos químicos e corantes necessários para
a formulação completa. Após a moagem, os esmaltes e o engobe são peneirados e transferidos para
tanques com agitadores mecânicos (girandulas). Por meio de vascas são transportados para a linha de BIG
BAG
esmaltação e aplicação sobre as placas cerâmicas. As tintas de acabamento (decorativas) são preparadas
em agitadores, antes de abastecer as máquinas serigráficas e flexográficas.
Recebimento e armazenamento Transporte do bag para
dos bags com as misturas formuladas carregamento do moinho
de esmalte e engobe Carga e preparação das misturas
em moinhos de bola
22 23
FONTES DE GERAÇÃO DE POEIRA E MEDIDAS DE CONTROLE POR ETAPA
DOS PROCESSOS
Neste capítulo são descritas as principais fontes geradoras de poeira nos processos industriais e
indicadas as medidas de controle a serem adotadas em cada etapa da fabricação de materiais cerâmicos
para revestimento.
As medidas de caráter individual e de ordem geral estão detalhadas ao final do capítulo e são
necessárias a todos os locais de trabalho e etapas do processo.
24 25
Transporte e armazenamento das matérias-primas
Medidas de controle:
26 27
Transporte e alimentação das matérias-primas
Medidas de controle:
Medidas de controle:
Segregação da área de moagem no processo industrial, com controle do vento do ambiente externo;
Enclausuramento dos equipamentos de processamento e de transporte das matérias-primas;
Sistemas de VLE, com captores projetados e dimensionados adequadamente, e coleta da poeira por filtros
manga, nas caixas de alimentação dos moinhos, nas peneiras, nos granuladores e atomizadores e
nos pontos de transferência das esteiras transportadoras;
Bandejas de contenção dos resíduos da limpeza no retorno das esteiras transportadoras;
Sistema pneumático para transporte de material pulverulento, sempre que aplicável;
Transporte da barbotina por meio de sistemas fechados (via úmida);
Coleta dos resíduos de derramamentos acidentais da barbotina através de grelhas e tanques de
contenção para a sedimentação e recuperação das matérias-primas (via úmida);
Coleta dos resíduos da massa cerâmica por meio de coletores e procedimentos que evitem a geração Fig. 23: VLE no ponto de transferência da esteira Fig. 24: Sistema de propulsão para o transporte
e dispersão de poeira; pneumático de materiais em pó
30 31
Fig. 25: Esteira enclausurada
Medidas de controle:
34 35
Fig. 32: Bandeja de retenção inclinada e caixa de coleta
de resíduos, sob a mesa da prensa
Fig. 29 Fig. 30
Parte posterior e inferior da prensa: sistemas de VLE para coleta de poeira e de resíduos da bandeja
Medidas de controle:
Sistemas de VLE com captores adequados nas operações de acabamento ao longo da linha;
Fig. 35: VLE na rebarbação das placas cerâmicas e bandeja
Sistema de VLE na aplicação da granilha; para coleta de resíduos
Bandejas de retenção da queda das placas cerâmicas nas curvas das correias transportadoras,
em especial na saída do secador e do forno;
Bandejas para coleta de resíduos na parte inferior das correias, onde houver operações de acabamento;
Limpeza dos pisos com VLE e/ou com água corrente, conforme página 49.
Fig. 36: VLE na escovação das placas cerâmicas Fig. 37: VLE no lixamento e escovação das placas
cerâmicas
38 39
Preparação dos esmaltes e engobe
Medidas de controle:
O PPRA e o PCMSO devem incluir outros programas gerenciais, como o de proteção respiratória
(PPR) e os programas de formação, capacitação e informação dos trabalhadores.
Como medidas de caráter complementar aos projetos de controle da poeira são necessárias as
Fig. 46: Situação inadequada de operação dos
moinhos e de descarte dos bags seguintes medidas de controle de caráter individual:
European Network for Silica
Os equipamentos de proteção individual (EPI) são itens obrigatórios nas situações de trabalho
em que os riscos ocupacionais não se encontram completamente controlados nas fontes de geração e de
transmissão.
Fig. 45: Sistema para coleta e descarte dos bags vazios
O EPI deve ser fornecido gratuitamente pela empresa e ser certificado pelo órgão competente
na certificação desse tipo de equipamento, conforme previsto na legislação de segurança e medicina do
trabalho.
44 45
O equipamento de proteção respiratória (EPR) deve ser utilizado pelos trabalhadores do - respirador do tipo peça facial inteira com filtro P2 ou P3;
processo de fabricação de revestimentos cerâmicos enquanto as medidas de engenharia e de ordem - respirador do tipo peça semifacial com filtro P2 ou P3;
geral não sejam suficientes para manter as concentrações de poeira nos ambientes de trabalho em níveis
- respirador do tipo peça semifacial filtrante PFF2 ou PFF3 (máscara descartável).
abaixo do nível de ação (NA), que se estabelece como sendo a metade do valor do limite de exposição
ocupacional (LEO) recomendado, devendo ser obrigatório nas atividades de manutenção.
46 47
Asseio Pessoal MEDIDAS DE CONTROLE DE ORDEM GERAL
Além do uso de equipamentos de proteção respiratória, os trabalhadores devem ser orientados
Limpeza dos locais de trabalho
e terem facilidades para proceder ao asseio pessoal e se proteger de fontes secundárias de exposição à
poeira, com medidas como:
A limpeza dos locais de trabalho deve ser feita de forma regular e considerar toda a área de
- usar roupas de trabalho preferencialmente fornecidas e lavadas pela empresa;
circulação de pessoas, ou seja, corredores, plataformas, escadas, oficinas e salas, bem como todas as
- separar as roupas de trabalho das de uso comum. Para tanto, a empresa deve possuir vestiários que
instalações dos processos, como máquinas e equipamentos, estruturas e tubulações que possam acumular
disponham de armários duplos para cada trabalhador;
poeira. As áreas de armazenamento temporário ou permanente também devem ser consideradas.
- não utilizar ar comprimido para limpeza das roupas, pois este procedimento, além de implicar na
exposição a poeiras, oferece outros riscos à saúde. Como medida principal para a limpeza das áreas de produção é fundamental que o projeto do
- lavar as mãos, braços e o rosto antes de se alimentar; sistema central de ventilação industrial considere a sua utilização para a aspiração da poeira nos processos
- alimentar-se em local apropriado e separado da área de produção; de limpeza, por meio de pontos de conexão de mangueiras flexíveis aos dutos de VLE, em especial nas
- não fumar, preferencialmente. Se o trabalhador for fumante, fumar em local específico, fora da área de áreas das prensas e dos moinhos e junto às linhas de esmaltação.
produção;
- não usar barba ou bigode, quando utilizar equipamento de proteção respiratória.
Para aspirar derramamentos volumosos de material na forma de pó, os sistemas de VLE devem
Fig. 49: Limpeza e guarda da roupa de Fig. 50: Armários duplos
trabalho
ser projetados especificamente para esse fim, de forma a evitar perda de eficácia no sistema central de
ventilação.
48 49
Nas áreas de circulação de empilhadeiras e trabalhadores, no entorno das linhas de produção,
a limpeza deve ser feita, preferencialmente, com carrinhos automotores de exaustão e/ou lavagem dos
pisos. Em condições em que não seja possível tecnicamente a limpeza por métodos úmidos ou por
exaustão, o uso de outros recursos de limpeza e de coleta, como rodos, pás e recipientes para transporte,
deve ser efetuado de forma a gerar a menor dispersão de poeira possível. A utilização da serragem, com
óleo biodegradável ou outro produto para a unção da serragem e a poeira depositada, deve considerar a
destinação adequada dos resíduos e os riscos que podem apresentar aos trabalhadores que manipulam
esses resíduos e os produtos usados para a limpeza, bem como os seus danos ao ambiente natural.
Fig. 52: Mangueira para limpeza dos pisos com VLE e detalhe do captor
não contribuírem com condições de risco para os trabalhadores e para o meio ambiente externo.
Nos locais onde se utilizar métodos úmidos para a limpeza, observar que as instalações elétricas
estejam devidamente protegidas do contato com a água.
- Considerar, sempre que possível, a limpeza com o uso de água, principalmente na área dos moinhos
de esmalte, na linha de esmaltação e no setor de moagem por via úmida. Nessas áreas, devem ser
previstas canaletas com grades de proteção adequadamente projetadas para permitir a coleta da água
residuária e o seu escoamento para tanques de decantação, para posterior filtragem e reaproveitamento
dos insumos no processo.
- Todos os sedimentos da lavagem devem ser removidos das canaletas de escoamento, dos tanques
e dos sistemas de filtração ainda úmidos, evitando-se a sua secagem para não gerarem poeira nas
operações de manutenção. Esses resíduos, quando não aproveitados no processo industrial, devem ser
Fig. 56: Limpeza com água
destinados conforme o previsto na legislação ambiental.
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Manutenção de equipamentos Sinalização
A sinalização dos locais de trabalho deverá ser efetuada com cartazes de advertência e de
As operações de manutenção podem apresentar condições especiais de risco, devendo-se orientação, de forma a avisar os trabalhadores quanto aos riscos presentes nos processos, sobre os
adotar todas as medidas de controle para minimizar a geração de poeira e a exposição dos trabalhadores. efeitos da exposição a esses riscos e orientar sobre as medidas de prevenção.
O uso de proteção respiratória deve ser obrigatório nas situações em que a geração de poeira não pode
ser controlada adequadamente na sua fonte.
Em locais com poeira contendo sílica podem ser utilizados cartazes de advertência com os
Devem ser realizadas periodicamente verificações e manutenções nos equipamentos do
seguintes dizeres:
processo segundo a indicação dos seus produtores e fornecedores para uma condição de operação
eficiente, especialmente dos sistemas de enclausuramento e de ventilação industrial.
PERIGO
ÁREA DE TRABALHO COM SÍLICA
SILICOSE
ENTRADA PERMITIDA SOMENTE A
Fonte: Sílica: manual do trabalhador, 2010
PESSOAS AUTORIZADAS
Além dos cartazes de advertência sobre os riscos presentes nos ambientes de trabalho, são
indicados cartazes com conteúdos que orientem, em especial, sobre as medidas de controle a serem
observadas para evitar a geração e a exposição à poeira, como por exemplo:
ALGRANTI, E. et. al. Patologia respiratória relacionada com o trabalho. In: MENDES, R. (Org.). Patologia do
Trabalho. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2003. v. 2, cap. 32, p. 1329-97.
DIPARTIMENTO DI SANITÀ PUBBLICA DELLE AUSL DI MODENA E REGGIO EMILIA. Misure di prevenzione
e protezione per ridurre l’esposizione a polveri contenenti silice libera cristallina. Piastrelle
ceramiche. Sassuolo, 2010. (Documento Tecnico, Network Italiano Silice).
EUROPEAN NETWORK FOR SILICA – Employee and Employer European Sectoral Associations. Guia de
melhores práticas para a protecção da saúde dos trabalhadores através do correcto manuseamento
e utilização da sílica cristalina e produtos relacionados, 2006. Disponível em: <http://www.nepsi.eu>.
Acesso em: 05 ago. 2010.
EUROPEAN COMMISSION. Joint Research Center. Integrated pollution prevention and control reference
document on best available techniques in the ceramic manufacturing industry. Seville: IPTS,
December, 2006. 230 p. (MB/FS/EIPPCB/CER-BREF-final). Disponível em: <http://eippcb.jrc.es/reference/cer.
html>. Acesso em: 05 ago. 2010.
GANA SOTO, J. M. O. et al. Levantamento do risco potencial de silicose: estudo realizado em indústrias
Não sacuda, bata ou Ao manusear os resíduos cerâmicas do município de Pedreira, São Paulo. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 9, n. 33, p. 71-
108, 1981.
de argila e de chamote
jogue a sacaria vazia
adote procedimentos que GOELZER, B. I. F; HANDAR, Z. Programa Nacional de Eliminação da Silicose, 2001. 17 p. Documento de
MANUSEIE COM evitem ou minimizem a referência. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/conteudo.asp?D=SES&C=662&menuAberto=118>.
Acesso em: 05 ago. 2010.
CAUTELA formação de poeira
HEALTH AND SAFETY EXECUTIVE - HSE. Control of exposure to silica dust in small potteries. Ceramics
information sheet n. 2, 2002. (HSE information sheet CEIS2). Disponível em:
< http://www.hse.gov.uk/pubns/ceis2.pdf >. Acesso em: 05 ago. 2010.
56 57
HEALTH AND SAFETY EXECUTIVE – HSE. COSHH essentials in brick and tile making: silica, 2006. (Control
approach 2 Engineering control). Disponível em:
<www.coshh-essentials.org.uk/Home.asp>. Acesso em: 05 ago. 2010
INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER - IARC. Silica and some silicates. Lyon: 1987. 289 p.
(IARC Monographs on the Evaluation of the Carcinogenic Risk of Chemicals to Humans, v. 42).
INTERNATIONAL FINANCE CORPORATION – IFC. Environmental, health, and safety guidelines for
ceramic tile and sanitary ware manufacturing, 2007. Disponível em: <http://www.ifc.org/ifcext/
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KULCSAR NETO, F. et al. Sílica: manual do trabalhador. 2. ed. São Paulo: Fundacentro, 2010.
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Codes. 4123:1-5-992 Examples of Local Exhaust Ventilation. OhioBWC: Columbus, OH. Disponível em:
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(Protection of the Human Environment Occupational and Environmental Health Series. WHO/SDE/OEH/99.14.).
Tradução de: SENAC/SP (disponível em CD-ROM).
58 59
Sobre o manual:
Realização:
Supervisão:
Fundacentro e ASPACER
Revisão gramatical: Dryelle Regina Gaudino da Silva
Design capa: Eduardo A. Viana
Projeto gráfico / Editoração miolo: Cosgraf
Ilustração: Robson Corrêa Moisés e Camilo Borges
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ASPACER
Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento