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Usina de Asfalto
Maio, 2010
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Índice
1. Introdução
1.1. Siglas e Abreviaturas
4. Sistemas básicos
4.1. Alimentação e dosagem fria
4.1.1. Silos dosadores frios
4.1.2. Sistema dosador
4.1.2.1. Correia dosadora
4.2. Secagem de agregados
4.2.1. Secador
4.2.2. Queimador
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4.3. Mistura
4.4. Descarga e estocagem de massa
4.5. Filtragem de gases
4.6. Estocagem e dosagem de ligante betuminoso
5. Operação de usinas
5.1. Aterramento
5.2. Energia
5.3. Dosagem de agregados
5.4. Secador e queimador
5.5. Misturador
5.5.1. Externo rotativo
5.5.2. Externo duplo eixo
5.6. Elevador de arraste
5.6.1. Silo descarga
5.7. Filtro
5.7.1. Finos
5.7.2. Sistema de limpeza
5.7.3. Mangas
5.8. Tanques
5.9. Controle
5.9.1. Vazão x Umidade
5.9.2. Dosagem
5.9.3. Vazão
5.9.4. Fogo
5.9.5. Temperaturas
5.9.6. Nomenclaturas/termos utilizados
6. Bibliografia Consultada
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1. Introdução
Na evolução da nossa história é importante destacar que os caminhos, trilhas,
estradas e qualquer via de acesso para permitir o transito de pessoas, animais
e posteriormente os veículos manuais ou através de propulsão foram sendo
criados naturalmente. Isto deu-se pela ação da erosão e por processos
naturais, sendo que na sua maioria por iniciativas da população para atender
à suas necessidades de locomoção para garantia de sua sobrevivência.
Atualmente verifica-se que estes caminhos tornaram-se mais acessíveis e
adequados para atender todas as exigências da sociedade o que demonstra que
ocorreram transformações importantíssimas com base em desenvolvimento
tecnológico para adequar a sua capacidade em relação à demanda.
Diante do cenário de constante crescimento demográfico e respectivo incremen-
to no mercado global, de veículos de carga e passeio nas rodovias, os desafios
tendem a aumentar na mesma proporção.
Desta forma a malha rodoviária deve ter a elasticidade necessária para abranger
todos os cantos do planeta e ao mesmo tempo as organizações em geral devem
fazer a sua parte em prover os investimentos em infra-estrutura e garantir a
manutenção do sistema cabendo a nós, sociedade como ser integrante e parte
interessada deste processo, através da participação intensa no sentido de exigir
segurança e conforto nas rodovias / pavimentos no sentido de cooperar com o
meio ambiente mantendo-as limpa de resíduos que por vez são lançados sem a
devida consciência social.
Assim entende-se que devemos todos fazer a nossa parte e cooperar para
que tenhamos qualidade de vida com conforto e segurança, ao trafegar pelas
nossas rodovias deste imenso Brasil
Siglas e Abreviaturas
Antes de iniciar o curso vamos esclarecer alguns conceitos e nomenclaturas
mais utilizadas mundialmente, e que serão utilizados nos textos e descrições
a seguir, os quais são em ordem alfabética:
CA: Concreto Asfáltico
CBUQ: Concreto Betuminoso Usinado a quente
CAP (Cement Asphalt Petroleum): Cimento Asfáltico de Petróleo
HMA (Hot Mix Asphal): Mistura Asfáltica a quente convencional
CLP: Controlador Lógico Programável
IHM: Interface Homem Máquina
GLP: Gás Liquefeito de Petróleo
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2. Recomendações aos usuários
e consumidores
As atividades laborais devem seguir a política de Saúde, Meio Ambiente e Segurança
(SMS) do local de trabalho. Boas práticas são sempre bem vindas para o sucesso
de qualquer tarefa, portanto é essencial que o trabalhador esteja devidamente
capacitado e treinado para reconhecer os riscos inerentes à sua profissão.
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Recomendações aos usuários e consumidores
Queimaduras dos olhos deverão ser tratadas com socorro imediato da vítima,
para ser atendida por profissionais especializados. Pessoas despreparadas
não deverão tentar remover o ligante.
Para o caso de inalação dos fumos asfálticos, a vítima deverá ser removida
para um local fresco e ventilado, o mais rápido possível. Se os sintomas
persistirem, um médico deverá ser chamado com urgência.
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Recomendações aos usuários e consumidores
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Recomendações aos usuários e consumidores
Para remover o CAP da pele, não se deve utilizar solventes como aguarrás, éter
de petróleo, óleo diesel etc., uma vez que podem agravar a contaminação. O
método de remoção deverá ser avaliado por um profissional da área de saúde.
Incêndios internos em tanques podem ser extintos por injeção de vapor d’água
ou por uma névoa de água no espaço ocupado pelos vapores. Esse método,
no entanto, deve ser utilizado tão somente por operadores devidamente
treinados, pois a água vaporiza se instantaneamente ao contato com o
CAP quente, podendo desprender espuma e provocar transbordamento do
tanque. Alternativamente, extintores de espuma podem ser usados. A espuma
assegura que a água fique bem dispersa. A desvantagem desse tipo de extintor
é que a espuma se desagrega rapidamente ao ser aplicada ao CAP quente.
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3. Tipos de Usina de Asfalto
Usinas de asfalto são equipamentos com a função de produzir a mistura asfáltica
a quente. Normalmente são divididas em formas de secar e dosar os componen-
tes da mistura. Quanto a forma de dosar pode-se classificar entre contínua e
descontínua e a secagem dos agregados entre em contra-fluxo ou fluxo paralelo.
Dosagem Secagem
Fluxo
Contínua Descontínua Contra-Fluxo
Paralelo
Dosagem
Dosagem é denominada a forma em que os produtos primários (CAP,
agregados, filler) são inseridos na usina. Esta dosagem pode ser contínua ou
descontínua. A classificação normalmente é feita observando-se o transporte
dos agregados minerais.
Estas usinas são as mais completas até então desenvolvidas, pois possuem um
sistema de seleção da granulometria dos agregados virgens após secos e na tem-
peratura desejada de mistura, através de peneiras vibratórias localizadas normal-
mente na “torre gravimétrica”, similares às peneiras utilizadas nos processos de
britagem. Com isto os agregados quentes pré-dosados nos silos dosadores frios
e após passagem pelo secador rotativo, são transportados por um elevador de
canecas até atingir a peneira vibratória de seleção dos agregados. Estes agrega-
dos selecionados são enviados ao chamado “silos quente, sendo um para cada
faixa granulométrica do agregado(tamanho de pedra). Os agregados que não
são classificados nas telas da peneira com tamanho excedente, são chamados de
“refugo”, sendo que estes direcionados para um silo chamado “silo de refugo”.
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TIPOS DE USINA DE ASFALTO
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TIPOS DE USINA DE ASFALTO
Figura 1a: Foto de instalação de uma Usina Gravimétrica. Figura 1b: Foto de instalação de uma Usina Gravimétrica.
Fonte (Terex) Fonte (CIBER)
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TIPOS DE USINA DE ASFALTO
Figura 2: Secção transversal genérica da torre da Usina gravimétrica com sistema de peneiramento, silos quentes,
silo balança e misturador. Fonte: (TEREX/CIBER)
Cabe ressaltar que este tipo de usina de asfalto, apesar de ser completa por
possuir a classificação da faixa de agregados desejados na mistura, e dispor-la
em cada silo quente antes da sua utilização, possibilitando a obtenção do traço
especificado de forma muito eficiente, normalmente apresenta custo elevado
de instalação e manutenção.
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TIPOS DE USINA DE ASFALTO
Volumétrica
Contínua
Dosagem Dinâmica
Descontínua
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TIPOS DE USINA DE ASFALTO
Secagem
Sistema construído em chapas de aço carbono resistentes a altas temperaturas,
o secador tem como principal função retirar a umidade dos agregados,
homogeneizá-los e descarregá-lo na temperatura correta dentro do misturador.
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TIPOS DE USINA DE ASFALTO
Fluxo paralelo
É o sistema de secagem em que os agregados são inseridos em paralelo com a
chama do queimador, diretamente na zona de combustão. Neste sistema por
vezes o secador funciona também como misturador, tornando-se um sistema
mais barato, porém o fluxo de vapor e gases em alta temperatura passa pela
zona de mistura causando uma destilação fracionada dos óleos leves. Este
efeito é comumente chamado de oxidação que reduz a vida do pavimeto
devido ao envelhecimento precoce do CAP com perda de suas propriedades.
Outro efeito do fluxo paralelo que podemos observar no quadro abaixo é que o
fluxo paralelo não é eficiente termicamente, pois existe uma grande perda de
energia ao liberar-se os gases, e não transfere-se toda esta energia ao agregado.
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TIPOS DE USINA DE ASFALTO
Durante muitos anos eram utilizados filtros via úmida chamados de Filtro
Venturi, também chamado “Wet Scrubber”. Este tipo de filtros contém um
sistema de jato de água aplicada nos gases da exaustão quando da entrada
no filtro. O choque da água com os gases e particulados gera a decantação
dos particulados no corpo do filtro. Os gases filtrados são enviados para a
atmosfera e os finos decantados no corpo do filtro Venturi são bombeados
para um reservatório de armazenamento em concreto também chamado
de piscina de decantação. A limpeza desta piscina dá-se por intermédio de
remoção dos resíduos por pá carregadeira.
Atualmente o tipo de filtro via úmida, está sendo substituído por Filtro de Mangas,
devido a exigências ambientais. O mesmo ocorre com os equipamentos Usina de
Asfalto de Fluxo paralelo com mistura interna no tambor, chamado Drum Mixers.
Não está previsto no escopo deste treinamento abordar em mais detalhes este
tipo de equipamento, pelo qual o foco dar-se-á ao tipo mais utilizado e que
vem dominando o mercado em sua utilização nos últimos 15 anos, chamado
processo Contra Fluxo, que será abordado a seguir.
Contra-Fluxo
As usinas contra-fluxo foram uma revolução tecnológica em relação às usinas de
fluxo paralelo (‘drum mixers’), pois possuem um mecanismo de transferência de
calor muito mais eficiente onde o processo de mistura dá-se externamente à zona
de secagem, chamado de mistura externa. O misturador externo aumenta expres-
sivamente a qualidade da mistura asfáltica. Os gases fluem em direção oposta ao
agregado evitando uma perda de energia térmica pelo aquecimento dos gases.
Com a utilização de misturar externa à zona de secagem o problema de oxidação
do asfalto foi solucionado permitindo uma maior vida útil à massa asfáltica.
As Usinas Contra Fluxo são as usinas que atualmente possuem grande aceita-
ção e procura por parte de clientes e órgãos regulamentadores. As usinas
contra fluxo possuem alto índice de produtividade, justamente pelo processo
de secagem dos agregados ser do tipo contra fluxo o que permite realizar a
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TIPOS DE USINA DE ASFALTO
Observação
Cabe ressaltar que a regulagem adequada do queimador do secador contra fluxo, no
processo de secagem, com relação ao tipo de combustível utilizado e as condições
ambientais da região onde está instalada a Usina de Asfalto Contra Fluxo, contribui
plenamente para que a combustão seja eficiente e com isto não comprometer os
agregados antes da mistura externa, por sua contaminação de combustível.
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TIPOS DE USINA DE ASFALTO
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TIPOS DE USINA DE ASFALTO
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4. Sistemas Básicos
Independente do tipo de usina existem sistemas básicos que possibilitam a
instalação da usinas de asfalto produzir a mistura. São eles:
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SISTEMAS BÁSICOS
O silo dosador deve possuir uma comporta com regulagem de altura, tanto
para dosagem de material quanto para desobstrução de algum corpo estranho
que venha no agregado. O dosador também pode possuir um sistema de
vibração automática caso falte material no sistema dosador
Notas
• Cada silo deverá conter os agregados de granulometria adequada para mistura.
• Evitar a mistura de materiais de um silo com o de outro, o que normalmente chama-se de
contaminação
• As aberturas das comportas devem estar bem fixadas.
• As comportas devem estar livres de qualquer objeto estranho.
• A umidade presente nos agregados pode causar aglutinação e parada da máquina por
falta de material e erro na dosagem da mistura.
• A umidade está diretamente relacionada à dosagem de asfalto e deve ser medida
constantemente para correção na fórmula em produção.
• Uma maneira de manter baixa a umidade do agregado é cobrindo-o com lonas, principal-
mente a areia e o pó de pedra, itens com maior absorção de água.
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SISTEMAS BÁSICOS
Sistema dosador
Independente do tipo de usina, abaixo do silo há necessidade de um sistema
dosador. Existem sistemas dosadores por calha vibratória, por válvula rotativa
e por correias dosadoras.
Usinas de asfalto modernas normalmente usam sistema dosador por correia dosadora.
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SISTEMAS BÁSICOS
Correia dosadora
Tem a função de fazer a dosagem do agregado virgem. As usinas modernas
utilizam correias dosadoras com sistema de pesagem individual, assim cada
agregado é pesado separadamente de forma dinâmica.
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SISTEMAS BÁSICOS
Notas
• Na área onde a correia for instalada, em hipótese alguma, a célula de carga, poderá sofrer
carga superior a sua capacidade. (Normalmente as células de carga são de 50 a 100 Kgf).
• Evitar choques e colisões nas células de carga: Choques nas células de carga podem
inviabilizar a sensibilidade prejudicando as informações coletadas no processo.
• Isto significa que nenhuma pessoa poderá caminhar sobre a correia, pois ocasionará
danos irreparáveis à célula de carga. Igual cuidado para colisões e descargas elétricas.
• A zona de pesagem deve ser limpa periodicamente, os mecanismos do sistema de
dosagem podem trancar com corpos estranhos.
Secagem de agregados
Como citado na seção anterior os agregados minerais devem ser secos e
aquecidos, pois em estado natural, normalmente não desenvolvem adesividade
suficiente com o ligante asfáltico (CAP). Portanto os agregados devem ser
aquecidos até a temperatura adequada para realizar-se a mistura, em função
do tipo de mistura desejada.
Cada tipo de projeto exige uma mistura determinada, tanto para a utilização
asfalto convencional como para a utilização de asfaltos modificados por exemplo,
misturas com polímero ou asfalto-borracha. Normalmente a temperatura da
mistura quando utiliza-se asfaltos modificados deve ser superior a 160ºC de
acordo com a especificação do fabricante e do projeto da mistura.
Secador
Usinas de asfalto normalmente utilizam o secador rotativo como meio de aquecer
e secar os agregados. Este equipamento normalmente é um cilindro dotado de
anéis de rolagem, que em contato superficial com roletes de apoios e também
acionamento, proporcionam o contato dos agregados com os gases do queimador.
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SISTEMAS BÁSICOS
Queimador
O queimador é a fonte de potência térmica para a secagem e aquecimento do
material. Normalmente usinas de asfalto utilizam queimadores que consomem
óleo pesado, diesel, gás natural ou GLP.
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SISTEMAS BÁSICOS
Cuidado
Algumas usinas antigas utilizam tocha para acendimento, este método é inseguro
oferecendo risco ao operador e pode também danificar a máquina, além de riscos elevados
desegurança das pessoas envolvidas no processo e do meio ambiente.
Nota
É aconselhável a utilização de retificadores de temperatura quando se utilizam óleos
pesados, para proporcionar melhor queima do combustível através da combustão
mais eficiente, e com isto ajudar no processo de filtragem evitando a impregnação dos
elementos filtrantes. Este processo ajuda no aumento da vida útil dos elementos filtrantes.
Mistura
Todas usinas de asfalto tem uma unidade de mistura. O misturador como é
chamado pode ser com paletas, por tamboreamento por reviração, e com eixo
duplo com paletas.
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SISTEMAS BÁSICOS
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SISTEMAS BÁSICOS
• Massa com aspecto fosco ou mesmo com pedras sem cobertura (carijó)
indicando baixa temperatura
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SISTEMAS BÁSICOS
Filtragem de gases
A função do filtro de mangas é bloquear a saída de particulado, gerado
no secador, para o ambiente. Existem normas de controle da emissão de
poluentes para atmosfera. Em média este valor é de 50 mg/Nm3.
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SISTEMAS BÁSICOS
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SISTEMAS BÁSICOS
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5. Operação de Usinas
Aterramento
A norma NBR 5410 elenca os tópicos que devem ser verificados no projeto de
instalação e aterramento de equipamentos no campo. As usinas modernas
possuem sistemas eletrônicos que são sensíveis a descargas e podem além
de colapsar gerar distúrbios no funcionamento, como erros de dosagem ou
leituras de temperatura, queima de componentes, acionamentos indevidos
entre outros.
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OPERAÇÃO DE USINAS
Cabo de
cobre 16 mm2
Haste de
cobre
Energia
As usinas normalmente são fornecidas com tensões de 380 e 440 Volts trifásico
com neutro aterrado para alimentação de motores. O circuito de comando pode
ser na tensão de 120 Volts ou 220 Volts.
As usinas possuem uma série de motores elétricos que servem para acionar seus
diversos sistemas (silos dosadores, secador, misturador, elevador, ventiladores,
compressor,etc.) para isso sempre usam energia elétrica. O fornecimento da
energia elétrica tem parâmetro de funcionamento. Cada fabricante fornece o
equipamento de acordo com as especificações de seu usuário. O suprimento
de energia elétrica deve cumprir com parâmetros pré-determinados, indicados
pelo fabricante.
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OPERAÇÃO DE USINAS
• Temporizadores;
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OPERAÇÃO DE USINAS
Dosagem de agregados
Há basicamente dois tipos de dosagem dos agregados. A primeira é a dosagem
volumétrica, onde a pesagem é feita em apenas uma célula de carga localizada a
correia transportadora. A proporção dos agregados é realizada através da área
da seção transversal abaixo de cada Silo Dosador. Logo, esta área multiplicada
pela velocidade das correis dosadora resultará na vazão em cada Silo Dosador.
Independentemente da quantidade de Silos Dosadores, a proporção entre
os agregados é dada a partir dos parâmetros mencionados acima (altura da
comporta dos Silos Dosadores e velocidade das Correias Dosadoras).
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OPERAÇÃO DE USINAS
Com isso, há necessidade de calibração deste sistema, para que se tenha parâ-
metros de vazão máxima e mínima atrelada a altura de cada comporta abaixo
dos silos dosadores e da velocidade das correias. Abaixo segue imagem exem-
plificando a calibração da velocidade das correias e a vazão resultante.
A umidade deve ser ponderada por cada silo, realizando assim uma umidade
média que servirá de parâmetro para avaliar a capacidade produtiva da usina
e a dosagem de CAP.
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OPERAÇÃO DE USINAS
Secador e queimador
A operação do secador contra fluxo é determinada pelo balanço entre a
potência do queimador e a entrada de agregados para secagem e aquecimento.
Conforme o aumento da entrada de agregados para uma mesma potência de
queimador espera-se uma diminuição da temperatura de saída dos gases do
secador.
A carga dos silos com agregados deve ser observada, pois agregados com
muitas variações de umidade afetam a temperatura e teor da massa que sai
do secador. No início e fim de operação o operador deve atentar a presença ou
não de CAP na medida da temperatura. A temperatura de sensores físicos nos
agregados secos é diferente da medida com CAP.
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OPERAÇÃO DE USINAS
Misturador
Existem diferentes tipos de misturadores, sendo que os que produzem a
melhor massa asfáltica são os de mistura externa, por ficarem afastados da
radiação do queimador causando uma oxidação no asfalto. Os principais tipos
de misturadores são:
a) os externos de duplo eixo “pugmill”; e
b) os externos rotativos tipo Tambor rotativo “Rotative Drum”.
Externo rotativo
O misturador tipo externo rotativo em tambor “Rotative Drum” possui uma câmara
de mistura onde é efetuada a adição do ligante asfáltico, finos e outros aditivos
necessários à mistura como cal ou fibra. O sitema é de alta eficiência o qual o
acionamento do misturador é integrado ao conjunto do tambor secador, e com isto
reduz-se a utilização de potência extra para a geração da mistura, e é um sistema
dedicado exclusivamente a mistura e de alta eficiência onde não existe o contato
dos gases de combustão com o CAP, evitando a oxidação da massa asfáltica.
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OPERAÇÃO DE USINAS
Elevador de arraste
O elevador de arraste é um conjunto que requer uma atenção especial em
manutenção, e cada fabricante possui suas próprias características. Em geral
os principais itens a serem verificados, são:
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OPERAÇÃO DE USINAS
Silo descarga
A manutenção no silo de armazenamento e descarga é bem mais preventiva do
que corretiva, há dois componentes que requerem maior atenção:
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OPERAÇÃO DE USINAS
Filtro
O objetivo principal do filtro de mangas é evitar a poluição atmosférica
provocada por partículas de poeira em suspensão nos gases da combustão das
usinas de asfalto.
Porém, há uma parcela desse pó que não pode ser recuperada, devido a sua
granulometria mais fina e de baixa densidade aparente. Esse pó restante,
carregado pelo fluxo dos gases de exaustão atinge o filtro, onde é retido pelas
mangas.
A poeira retida pela manga se acumula em volta dessa, devendo então, ser
removida pelo sistema automático de limpeza.
Notas
• Em alguns casos esta quantidade de 10% é considerada excessiva para atender o projeto
do pavimento, no caso para retornar ao processo e de mistura, devendo utiliza-se de
outros meios como um sistema de dosagem dos finos recuperados do filtro de mangas.
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OPERAÇÃO DE USINAS
Notas
• É obrigatório o uso de E.P.I durante está operação.
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OPERAÇÃO DE USINAS
4. O tempo de pulso, para mangas novas, pode ser menor (100 milisegundos) e
deverá ser aumentado, quando a manga for mais velha, até 120 milisegundos.
Um tempo maior consome mais ar comprimido.
5. A freqüência de pulsos (intervalo) pode iniciar com tempo maior (15 segundos)
e ser reduzida para até 10 segundos, quando a manga estiver muito suja ou
velha. Intervalo menor consome mais ar comprimido.
10. Após 5 min. desligue os caracóis e verifique o estado das mangas após o
primeiro dia de funcionamento. Se houver muita aderência de carbono (fuligem)
deverá ser regulado o queimador.
Este pó depositado sobre a manga evita o contato direto da fuligem com o feltro
da manga, o que diminuirá a eficiência da filtragem, e a vida das mangas.
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OPERAÇÃO DE USINAS
Finos
Os transportadores helicoidais têm a função de extrair de dentro do filtro de
mangas todo pó recuperado nele e são acionados por motor com polia ou
motoredutores. O acionamento é ligado diretamente no eixo principal da hélice.
Deve-se observar o sentido de transporte do pó, isto chama-se “passo” o passo
caracteriza-se pelo sentido de rotação, ou a direita ou a esquerda.
Sistema de limpeza
Para limpeza do filtro de mangas são utilizados pulsos de ar comprimido a uma
determinada pressão. No pulsos do controlador, deve ser ajustados os seguintes
parâmetros:
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OPERAÇÃO DE USINAS
Para garantir a limpeza correta dos filtros é necessário que se tenha especial
atenção ao compressor e também a possíveis vazamentos na linha pneumática.
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OPERAÇÃO DE USINAS
Controle
O controle de uma usina de asfalto significa o acionamento de motores
elétricos, atuadores elétrico e pneumático, leitura de sensores de temperatura,
peso e outras variável de processo. Este tipo de tarefa pode ser realizada de
forma manual ou por meio de sistemas microprocessados supervisionados via
computador (sistema centralizados).
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OPERAÇÃO DE USINAS
Controle Manual
O controle manual depende única e exclusivamente do operador para realizar
todos acionamentos, controles e monitoramentos durante a produção de massa
asfáltica. Desta forma o seqüenciamento da partida dos motores elétricos,
monitoramento de temperaturas e mudança de produção da usina fica a cargo
da atenção e ação do operador.
Controle Automático
No controle via sistema microprocessados (Exemplo: CLP+Computador) e
supervisão via computador, a ação do operador é guiada pelas informações
que chegam a tela do computador ou IHM. Estas informações são captadas por
sensores e sinais e enviadas para o CLP sendo assim analisadas e processadas
e por fim mostradas na tela do computador. Lógicas de intertravamentos de
segurança e de seqüenciamento são realizadas pelo CLP e desta forma o
operador é informado, por meio de alarmes ou avisos, de alguma advertência
seja de operação ou de processo.
Vantagens:
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OPERAÇÃO DE USINAS
• Confiabilidade de programas
• Funções: o CLP pode executar funções muito mais complexas que qualquer
circuito elétrico
Vazão x Umidade
A vazão de uma usina (t/h) é diretamente relacionada com ma umidade do
agregado de entrada. À medida que a umidade do agregado aumenta se tem
uma perda na produção, pois deve-se diminuir a vazão de agregados para
manter a temperatura de saída da massa conforme a desejada.
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OPERAÇÃO DE USINAS
Importante
Diminuir a umidade de entrada dos agregados no secador utilizando lonas, construindo pro-
teções para a chuva sobre os estoques significa economia de dinheiro, pois quanto maior
a umidade maior será o consumo de combustível. A produção esperada na usina pode ser
diminuída de acordo com um fator de redução conforme a umidade dos agregados.
Dosagem
Cada um dos silos deve ser calibrado de acordo com o procedimento indicado
pelo fabricante, e os percentuais de cada agregado devem ser inseridos na tela
de formulas conforme a formula do projeto
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OPERAÇÃO DE USINAS
• Salvar fórmula: salva a fórmula criada, ficando esta disponível para uso no
sistema;
• Listar fórmula: abre uma janela com a relação de todas as fórmulas exis
tentes até aquele momento. Se a fórmula escolhida for uma fórmula da lista
é só dar um duplo clique para obter seus dados;
Vazão
A vazão de agregados em tonelada hora da usina depende da calibração
dos silos dosadores ou das “balanças”. Usinas modernas apresentam telas
específicas para o processo de calibração.
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OPERAÇÃO DE USINAS
Controle do queimador
A potência térmica da usina é o qe permite a usina atingir a produção desejada,
por isso o queimador é regulado durante a produção aumentando ou diminuindo
potência conforme a ação do operador.
Quando, por outro lado, a temperatura diminui, deve-se aumentar o fogo. Porém
para aproveitar o máximo rendimento do queimador a regulagem do fogo deve
ser feita somente uma vez. Evite modificar constantemente essa regulagem.
Quando a temperatura da massa asfáltica ultrapassar a temperatura requerida,
não altere o fogo, mas sim, aumente a alimentação de agregados e de asfalto.
Atuador do Queimador
O acionamento e configuração dos parâmetros queimador são realizados
através da tela de controle. Ao pressionar sobre o desenho do queimador,
abrirá sua respectiva janela de configuração. Onde o operador pode efetuar
o completo acionamento do queimador e também configurar a relação entre
combustível e ar.
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OPERAÇÃO DE USINAS
Temperaturas
Usinas normalmente estão equipadas com pelo menos três sensores de
temperatura, com indicação no painel do operador:
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OPERAÇÃO DE USINAS
O procedimento de teste é:
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6. Bibliografia Consultada
• ABPV, Atahualpa Schmitz da Siva Prego, ‘A Memória da Pavimentação no
Brasil-Fatos históricos Recordações Depoimentos’, Rio de Janeiro, Brasil, 2001
• Asphalt Institue, ‘The Asphalt Handbook’, Lexington, KY, USA, 1989.
• Petrobras, Liedi Bariani Bernucci, Laura M.G. da Motta, Jorge A. P. Ceratti,
Jorge B. Soares, ‘Pavimentação Asfáltica – Formação básica para Engenheiros’,
Rio de Janeiro, Brasil, 2008
• Read, J.; Whiteoak, D. The Shell Bitumen Handbook. Fifth Edition.Thomas
Telford Publishing. 2003
• Terex Road Building LA, ‘Manual de operação’, Cachoeirinha, Brasil, 2009
• US Army Corps of Engineers, ‘FAA AC 150/5370-14ª Appendix 1 Hot-Mix Asphalt
Paving’, USA, 2000
• Wirtgen Group, CIBER Equipamentos Rodoviários, ‘ #0076179 - Manual de
Operação’, Porto Alegre, Brasil, 2009
• Wirtgen Group, Wirtgen Gmbh, ‘Wirtgen Road Construction Manual’,
Windhagen, Germany, 2002.
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