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Para Marx, a utilidade de uma coisa faz dela um “valor de uso”. Este valor de uso é
algo material, e realiza-se somente no uso ou no consumo, portanto consiste no
conteúdo real de uma coisa, no caso de uma sociedade capitalista, uma mercadoria.
Assim, na sociedade capitalista, os valores de uso também constituem nos suportes
materiais do “valor de troca”.
Sendo assim, o valor de troca expressa uma igualdade entre as mercadorias, algo
que possibilita que elas sejam comensuráveis. Marx explica que essa igualdade não
pode ser uma propriedade física ou uma grandeza geométrica, pois é a abstração
dessas propriedades materiais, ou seja, do próprio valor de uso, que caracteriza o
valor de troca.
Seguindo este raciocínio, o autor observa que qualquer mudança na força produtiva
do trabalho, e portanto, também no tempo de trabalho socialmente necessário,
impacta no valor de uma mercadoria.
A natureza dupla da mercadoria retratada por Marx, que consiste no valor de uso e
no valor de troca, também se reflete no trabalho, que é expresso abstratamente no
valor ao mesmo tempo que produz valores de uso.
Por outro lado, o valor da mercadoria expressa o trabalho humano abstrato, sem
distinção, levando em conta apenas a força humana de trabalho despendida na
produção.
Da mesma forma que uma mercadoria A pode ser expressa em uma mercadoria B,
também pode ser expressa em todas as outras mercadorias de espécies diferentes.
“Sua expressão individualizada de valor se transforma, assim, numa série sempre
ampliável de suas diferentes expressões simples de valor.” (MARX, 2013, n. p.)
Por isso, o autor a expande para a forma de valor universal. Esta expressa o valor
de todas as mercadorias por meio da sua igualdade com uma única mercadoria em
forma equivalente de valor. Assim, ela recebe o caráter de equivalente universal.
“Uma mercadoria só ganha expressão universal de valor porque, ao mesmo tempo,
todas as outras expressam seu valor no mesmo equivalente, e cada novo tipo de
mercadoria que surge tem de fazer o mesmo.” (MARX, 2013, n. p.).
Quando, pelo hábito social, um tipo específico de mercadoria passa a ser sempre
utilizado como equivalente geral, este tipo se torna mercadoria-dinheiro, forma de
valor que Marx denomina como forma-dinheiro.
O caráter místico da mercadoria não provém de seu valor de uso, nem do dispêndio
de trabalho humano que lhes determina o valor. Esse caráter fetichista se origina do
fato de que as relações entre os produtores de mercadorias assumem a forma de
uma relação social entre os produtos de trabalho.
Os trabalhos privados atuam como membros do trabalho social total por meio das
relações de troca entre os produtos do trabalho. Uma vez que os homens
relacionam seus produtos de trabalho por meio do valor, eles, sem perceber,
igualam seus trabalhos privados enquanto trabalho humano abstrato formador de
valor.