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1“Não a nós Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória” – O povo de Israel
ora desta maneira pedindo ao Senhor para que o nome dEle venha a ser glorificado. O
fato é que as nações não temiam mais a Deus como nos tempos de outrora. Esta oração
é feita com uma consciência de indignidade, por causa das infidelidades passadas do
povo de Israel. Quando o salmista repete o termo “não a nós” duas vezes, ele expressa
um profundo desejo de renunciar a qualquer glória própria.
“O salmista, com esta repetição, sugere a nossa tendência natural à auto-idolatria, e à
exaltação própria, e à dificuldade de purificar nossos corações destas reflexões. Se é
angelical recusar uma glória indevida, roubada do trono de Deus (Ap 22.8,9); é
diabólico aceitá-la e valorizá-la. “A investigação da própria glória não é glória” (Pv
25.27). É infâmia, e a desonra de uma criatura, que, pela lei da sua criação, se destina
a outro fim. Tudo o que sacrificamos para nosso próprio crédito, para a habilidade das
nossas mãos, ou para a sagacidade do nosso intelecto, nós tiramos de Deus.” (Stephen
Charnock)
Esse verso mostra que todo o mérito das nossas conquistas pertencem ao Senhor,
que é provedor de todos nossos os recursos, e além disso, da nossa salvação. SOLI DEO
GLORIA.
1“Por amor de tua misericórdia e fidelidade” – Parece-nos que tais atributos
divinos estavam em risco se Deus entregasse o seu povo nas mãos do inimigo.
2“Por que diriam as nações: Onde está o Deus deles?” – Esta pergunta
apresenta o grau de incredulidade das nações vizinhas a Israel. “...pela nossa própria
indiferença e pela negligencia da pregação fiel do Evangelho, nos permitimos que
surgisse e se espalhasse a dúvida moderna, e somos obrigados a confessar isto, com
profunda tristeza na alma; mas não podemos, por isto, perder a coragem, mas ainda
devemos implorar para que Deus salve a sua própria verdade e misericórdia do
desprezo dos homens do mundo.” (Spurgeon).
Nossa resposta ao mundo diante desta pergunta deveria ser: E onde Ele não
está?
3“No céu está o nosso Deus” – O salmista mostra que o nosso Deus está em
uma posição superior à dos escarnecedores, “acima do alcance dos zombeteiros
mortais, ouvindo todos os vãos ruídos dos homens” (Spurgeon).
“E quando as nações fizeram aquela exigência zombeteira: “Onde está o seu
Deus?”, por que Davi respondeu: “O nosso Deus está nos céus”? A este e todos os
outros textos de igual significado, podemos responder, a palavra céus aqui não
pretende limitar a presença de Deus, mas guiar a fé e a esperança do homem.” (Joseph
Caryl)
“Em resumo, eles colocam o universo sob o seu controle, e nos ensinam que,
sendo Ele superior a qualquer obstáculo, Ele fez e faz, livremente, tudo o que lhe
parece bom.” (João Calvino)
3“E faz tudo o que lhe apraz.” – Todos os seus decretos e propósitos foram
cumpridos até então. Apesar das zombarias dos homens, a sua providência é
imperturbada, o seu trono inabalável e o seu propósito inalterado.
“Se nada ocorre, senão pelo conselho e determinação de Deus, parece que Ele
não reprova o pecado. No entanto, Deus tem causas secretas, que não conhecemos,
pelas quais Ele permite aquilo que os homens perversos fazem.” (João Calvino). Um
bom exemplo disso é que Deus queria destruir Jerusalém, e este pensamento também
era o mesmo dos Caldeus, embora que por razões diferentes.
4“Os ídolos deles são prata e ouro, obra das suas mãos” – Embora sejam feitos
de materiais de grande valor, esses ídolos não podem fazer nada, demonstrando assim, a
tolice do criador em confeccionar um ídolo para si. Resumindo: sempre o criador é
maior do que a coisa ele cria. “O deus dos modernos, embora seja a criação do próprio
pensador, foi desenvolvido a partir da sua própria consciência, ou moldado de acordo
com a sua própria noção de como um deus deve ser. É evidente que este não é Deus.”
(Spurgeon)
6“Tem ouvidos, mas não ouvem” – Nenhuma oração, nem mesmo gritada por
milhões de pessoas podem ser ouvidas por este ídolo. Como não lembrar de Elias e os
profetas de Baal?
6“Nariz tem, mas não cheiram” – referência aos incensos aromáticos que eram
oferecidos no AT. O nosso Deus recebe nossa adoração como aroma suave em suas
“narinas”.
7“Tem mãos, mas não apalpam, tem pés, mas não andam” - Tais ídolos são
incapazes de agir com força, nem podem andar por suas próprias forças. Ao contrário,
precisam ser carregados e podem cair se ninguém os sustentam.
Diante dessas acusações do salmista aos falsos deuses, podemos observar que o
nosso é Todo olhos, Todo ouvidos, Todo língua, Todo mãos, Todo pés, Todo mente e
Todo coração.
8“Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem” – A irracionalidade e
estupidez de quem produz tais ídolos são semelhantes aos próprios ídolos que eles
criam. “O deus do pensamento moderno se parece excessivamente com as divindades
descritas neste salmo. O panteísmo é incrivelmente semelhante ao politeísmo, e, no
entanto, difere muito pouco do ateísmo. O deus fabricado pelos nossos grandes
pensadores e uma mera abstração: ele não tem propósitos eternos, não intercede pelo
bem do seu povo, ele se preocupa muito pouco com quanto o homem peca, pois ele deu
ao iniciado uma “esperança maior” pela qual os mais incorrigíveis serão restaurados.
Ele e o que o último conjunto de críticos decidiu fazer dele, e diz o que eles decidiram
que ele dissesse, e ele fará o que eles desejarem que ele faça.” (Charles Spurgeon)
“Este credo e seus devotos farão a sua própria refutação, pois assim como agora o seu
deus e como eles, eles serão, gradualmente, como o seu deus; e quando os princípios de
justiça, lei e ordem tiverem sido sugados, poderemos possivelmente testemunhar, em
alguma forma de socialismo, similar à que tão tristemente está se espalhando pela
Alemanha, uma repetição dos males que, em eras anteriores, sobrevieram as nações
que rejeitaram o Deus vivo e estabeleceram os seus próprios deuses.”
(VV. 9-15) – UMA EXORTAÇÃO AOS FIÉIS, PARA QUE CONFIEM EM DEUS E
ESPEREM DELE GRANDES BÊNÇÃOS
9“Confia, ó Israel, no Senhor” – A despeito de qualquer blasfêmia dita pelos
nossos inimigos, podemos permanecer naquele que é capaz de vindicar sua própria
honra, e proteger os seus próprios servos.
9“Ele é teu auxílio e teu escudo” – Em nossas dificuldades diárias (auxílio) e
quando estamos em perigo (escudo), o Senhor é providencial em nossas vidas, ele é a
força e a segurança dos seus servos.
10“Casa de Arão, confia no Senhor” - Referência direta aos sacerdotes, os que
estariam mais próximos do Senhor, e tem seus chamados intimamente ligados com a
verdade de Deus e com a manifestação da glória de Deus aos homens. Estes seriam os
que menos tem motivos para sentirem dúvidas a respeito do Senhor e das suas
promessas.
11“Vós que temeis ao Senhor, confiai no Senhor” ... “Ele é teu auxílio e
escudo” – O salmista repete a expressão do verso 9. “Sem dúvida, estas exortações
repetidas eram consideradas necessárias pela tentadora condição em que os filhos de
Israel se encontravam: as zombarias do adversário atacariam o povo, elas seriam
amargamente sentidas pelos sacerdotes e ministros, e aqueles que eram prosélitos em
segredo, sob o desprezo dirigido à sua religião e ao seu Deus. Tudo isto seria muito
desconcertante para a fé, e por isto, os repetidos pedidos para que confiem no Senhor”
(Spurgeon).
Estamos de fato confiando no Senhor? Talvez a necessidade do salmista em
enfatizar a confiança em Deus seja um alerta para nossa incredulidade e falta de fé.
12“O Senhor que se lembrou de nós” – Deus não nos tem fora de seus
pensamentos, logo não podemos pensar que é difícil que Deus lembre-se de nós.
12“Abençoará, abençoará a casa de Israel; abençoará a casa de Arão – por 3
vezes a palavra “abençoará” é citado nesse versículo, e mais uma vez no verso 13. O
salmista apresenta o Senhor como provedor de muitas e incontáveis bênçãos, e estas
bênçãos devem ser sempre lembradas. Abençoar faz parte da natureza divina, parte da
sua glória, da sua alegria e Ele sempre nos abençoará.
13“Abençoará os que temem ao Senhor, tanto pequenos como grandes” –
Condição social não é requisito para ser abençoado por Deus. Como diria Pedro à
família de Cornélio, reconhecendo que Deus não faz acepção de pessoas.
14“O Senhor vos aumentará cada vez mais, e vós e a vossos filhos” – “Assim
como no Egito Ele multiplicou as pessoas, também aumentará o número de seus santos
sobre a terra; não apenas os fiéis serão abençoados com convertidos, e, assim sendo,
com uma semente espiritual, mas aqueles que são seus filhos espirituais se tornarão
também frutíferos, e assim a multidão dos eleitos se formará.” (Spurgeon)
15“Sede benditos do Senhor, que fez os céus e a terra” – Esta benção é citada
por Melquisedeque, sacerdote do Deus altíssimo: “Bendito seja Abrão do Deus
Altíssimo, o possuidor dos céus e da terra”. É portanto uma benção a todos os povos,
mediante o nosso grande Melquisedeque (Cristo). Visto que ela envolve a plenitude de
sua criação (Céus e a Terra), esta benção releva sua infinitude e a consolação para nós é
de tal maneira assim. Infinitamente superior ao que pode oferecer ídolos de ouro e prata.
17“Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio” – No que
diz respeito a este mundo presente, os mortos não podem se unir com a igreja viva para
louvar a Deus.
18“Mas nós bendiremos ao Senhor, desde agora e para sempre” – Deve-se ter o
cuidado para que o louvor não seja desvalorizado entre os filhos dos homens. Nenhuma
adversidade pode suspender o nosso louvor e o prazer de exaltar ao Senhor. “Os que
estão espiritualmente mortos não podem louvar a Deus, mas a vida dentro de nós nos
força a fazer isto. Os ímpios podem permanecer em silêncio, mas nós ergueremos
nossas vozes em louvor ao Senhor.”. “Uma vez que comecemos a louvar a Deus,
teremos iniciado um serviço infindável. Nem mesmo a eternidade pode esgotar as
razões por que Deus deve ser glorificado.” (Spurgeon). Embora os mortos não possam
e os ímpios não querem louvar a Deus, ainda louvaremos para todo o sempre.