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Capítulo 3: Orçamento, planejamento e controle de obras

Vanessa Rosa Pereira Fidelis

Introdução
O presente capítulo apresenta um panorama atual do processo de Orçamento,
Planejamento e Controle de Obras, onde vocês terão a oportunidade de conhecer os
processos que darão subsídios para a obtenção de resultados eficazes nas atividades de
engenharia.

Após o correto gerenciamento e compatibilização de todos os projetos e elaboração de


projetos detalhados tem-se em mãos as ferramentas necessárias para a obtenção de um
orçamento próximo da realidade da obra.

Neste capítulo descrevemos os fundamentos para a orçamentação por meio de estimativas


de custos de forma detalhada com as etapas mínimas para obtenção de custos de
materiais, mão de obra, equipamentos, encargos sociais, impostos, outras despesas e lucro.
Faz-se ainda uma abordagem atual sobre os custos diretos e indiretos mostrando-se os
itens que compõe o BDI - Benefício e Despesas Indiretas. Fechando a etapa de
orçamentação tem-se a elaboração da Planilha Orçamentária.

Ademais, apresenta-se as ferramentas mínimas necessárias para o planejamento e controle


de obras a partir do orçamento gerado.

A finalidade deste capítulo é orientar os alunos de engenharia civil na elaboração de


orçamento e planejamento para obras de construção civil, e capacitá-los a utilizar os
produtos como ferramenta de controle durante a execução. Com esse intuito este capítulo
apresenta diversas referências às normas aplicáveis, abordagens atuais, ilustrações e
exemplos, como forma de aproximar o aluno das ferramentas propostas.

Objetivos
Ao final deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:

 realizar o levantamento de quantitativos de serviços de um projeto;


 realizar a elaboração de composições unitárias de serviços;
 realizar a composição do BDI – Benefício e Despesas Indiretas;
 elaborar planilha orçamentária para execução de uma obra;
 entender a importância do Planejamento e Controle de obras;
 conhecer as bases para o Planejamento;
 definir métodos de Gestão e Controle de Processos;
 definir as causas das deficiências no Planejamento e Controle de obras;
 conhecer o Ciclo de Planejamento e Controle;
 reconhecer os elementos do processo de Planejamento de obras;
 reconhecer as ferramentas utilizadas no processo de Controle de obras.

Esquema
3.1 Orçamento
3.2 Planejamento e controle de obras

3.1 Orçamento

Segundo Mattos (2006), o orçamento é produto do processo de orçamentação obtido não


por um exercício de futurologia, mas resultado de um árduo trabalho com critérios técnicos
bem estabelecidos, utilização de informações confiáveis e bom julgamento do orçamentista
para gerar resultados precisos, ainda que fora da exatidão.

Pode-se dizer que o orçamento é uma estimativa, mas os critérios escolhidos para o
elaborar levam à aproximação ou não do resultado mais preciso.

Algumas formas de determinação do orçamento são conhecidas e utilizadas nas empresas


e por profissionais da área, entretanto, nesse capítulo vamos tratar de três formas básicas:

 estimativa de custos pelo CUB;


 estimativa de custos por etapa de obra;
 orçamento detalhado.

3.1.1 Custo Unitário Básico

O Custo Unitário Básico da construção civil por metro quadrado (CUB/m2) é um índice
regionalizado publicado periodicamente nos sites dos Sindicatos da Indústria da Construção
(Sinduscons) dos estados e/ou regiões do Brasil determinados a partir da ABNT NBR 12721
de 2006.

O CUB/m² foi criado em dezembro de 1964, através da Lei Federal 4.591, inicialmente para
servir como parâmetro na determinação dos custos dos imóveis. Ao longo do tempo, o
CUB/m² passou a ser o indicador de custos do setor (SINDUSCON-MG, 1997).

Atualmente, o CUB/m² possibilita uma primeira referência de custos dos mais diversos tipos
e padrões de empreendimentos e permite o acompanhamento da evolução desses custos
ao longo do tempo (SINDUSCON-MG, 1997).

Entretanto, o CUB/m² já passou por algumas transformações desde a ABNT NB-140 de


1965, que foi a primeira Norma da ABNT a estabelecer os procedimentos técnicos para o
cálculo do CUB/m², até a atual ABNT NBR 12721 de 2006. As construções ganharam novas
características e a legislação urbana evoluiu (SINDUSCON-MG, 1997).

A NBR 12721 de 2006 apresenta os critérios para coleta de preços e cálculo de Custos
Unitários Básicos (CUB) de construção para uso dos Sindicatos da Indústria da Construção
Civil.

A Tabela1 apresenta parcialmente as nomenclaturas e critérios estabelecidos na norma.

__________________________________________________________________________
Tabela 1: Características principais do Projeto Padrão
Residência Unifamiliar
Residência Padrão Baixo Residência Padrão Normal Residência Padrão Alto
(R1-B) (R1-N) (R1-A)
Residência composta de quatro
Residência composta de três dormitórios, sendo um suíte
dormitórios, sendo um suíte com banheiro e closet, outro
Residência composta de dois com banheiro, banheiro social, com banheiro, banheiro social,
dormitórios, sala, banheiro, sala, circulação, cozinha, área sala de estar, sala de jantar e
cozinha e área pra tanque. de serviço com banheiro e sala íntima, circulação, cozinha
varanda (abrigo para e área de serviço completa e
automóvel) varanda (abrigo para
automóvel)
Área Real: 58,64 m2 Área Real: 106,44 m2 Área Real: 224,82 m2
Residência Popular (RP1Q)
Residência composta de dois dormitórios, sala banheiro e cozinha.
Área Real: 39,56 m2
Fonte: NBR 12721 (ABNT, 2006).
__________________________________________________________________________

A partir dos critérios da Tabela 1, o Sinduscon-MG apresenta mensalmente o CUB/m2. A


Figura mostra os resultados de maio de 2011.

Valores em R$/m2
PROJETOS – PADRÃO RESIDENCIAIS

PADRÃO BAIXO PADRÃO NORMAL PADRÃO ALTO


R-1 928,49 R-1 1.125,26 R-1 1.389,65
PP-4 854,11 PP-4 1.058,61 R-8 1.121,25
R-8 810,66 R-8 912,88 R-16 1.145,95
PIS 608,45 R-16 884,80
PROJETOS – PADRÃO COMERCIAIS
CAL (Comercial Andares Livres) e CSL (Comercial Salas e Lojas)

PADRÃO NORMAL PADRÃO ALTO


CAL – 8 1.038,63 CAL – 8 1.133,08
CSL – 8 890,86 CSL – 8 987,21
CSL – 16 1.187,32 CSL – 16 1.314,60

PROJETOS – PADRÃO GALPÃO INDUSTRIAL (GI) E RESIDÊNCIA POPULAR (RP1Q)

RP1Q 915,59
G1 488,18

Projeto-padrão R8-N (Maio/2011):


Número-índice: 135,843 (Base Fev/2007 = 100)
Variação Global: 0,27%
Figura 1: Custo Unitário Básico (CUB) da Construção Civil - maio/2011.
Fonte: SINDUSCON João Pessoa/PB (2011).

Assim, podemos determinar, por meio do CUB/m2, o custo atual de uma construção.

Exemplificando!

Para um projeto-padrão de uma residência unifamiliar de 3 dormitórios e


padrão normal, com 250 m 2, o custo atualizado para o mês de maio de
2011 seria de:

𝟐𝟓𝟎 × 𝑹$ 𝟏. 𝟏𝟐𝟓, 𝟐𝟔 = 𝑹$ 𝟐𝟖𝟏. 𝟑𝟏𝟓, 𝟎𝟎

3.1.2 Custo por etapa de obra

A PINI1 possui uma metodologia de cálculo do custo do metro quadrado construído,


denominado Custo Unitário PINI de Edificações que também serve como referência para
estimativa de custos de uma obra.

Todas as obras possuem etapas bem definidas de execução. Quando possuímos um


terreno limpo, ou seja, sem necessitar de demolições para posterior execução da obra,
temos as etapas mínimas de execução global que são:

 serviços preliminares;
 movimento de terra;
 fundações especiais;

1
Fundada em 1948, a PINI é uma das mais tradicionais empresas no setor de engenharia, arquitetura e construção. Atuando
na área de soluções tecnológicas compostas por software, banco de dados especializados e soluções de e-business para o
mercado de arquitetura e engenharia, com a PINI Web e em outras áreas operacionais com a Editora PINI, PINI Serviços de
Engenharia e PINI Eventos. (Informações disponíveis em: www.pini.com.br)
 infraestrutura;
 superestrutura;
 vedação;
 esquadrias;
 cobertura;
 instalações hidráulicas;
 instalações elétricas;
 impermeabilização e isolação térmica;
 revestimentos (pisos, paredes e forros);
 vidros;
 pintura;
 serviços complementares;
 elevadores.

Assim, a partir das definições de metragem quadrada e tipologia do empreendimento pode-


se determinar o custo por metro quadrado (m2) a partir do Custo Unitário PINI de
Edificações, conforme apresentado na Tabela2 e, posteriormente enquadrá-lo na tabela de
Etapas Construtivas (Tabela3) publicada pelo Guia da Construção (PINI), definindo-se os
custos por etapa de obra.

Tabela 2: Custos Unitários PINI de edificações (R$/m 2) - Mês de referência: outubro/11

USO DA EDIFICAÇÃO MINAS GERAIS – R$/M2


HABITACIONAL
Residência padrão fino 1282,21 836,56 445,65
Sobrado padrão médio 943,35 567,59 375,76
Residência térrea padrão popular 747,09 468,78 278,3
Sobrado padrão popular 840,41 508,84 331,57
Prédio com elevador fino 1013,24 652,23 361,01
Prédio com elevador padrão médio alto 1020,86 738,61 282,25
Prédio com elevador médio 938,04 615,75 322,29
Prédio sem elevador médio 989,04 560,26 428,78
Prédio sem elevador popular 716,48 399,24 317,24
COMERCIAL
Prédio com elevador fino 1096,4 743,21 353,19
Prédio sem elevador médio 1091,15 676,98 414,17
Clínica veterinária 1073,41 746,53 326,88
INDUSTRIAL
Galpão de uso geral médio 920,56 680,02 240,54

Fonte: Guia da Construção (2011, p.61).

Para a mesma residência unifamiliar de 250 m2 teríamos:

𝟐𝟓𝟎 × 𝑹$ 𝟗𝟒𝟑, 𝟑𝟓 = 𝑹$ 𝟐𝟑𝟓. 𝟖𝟑𝟕, 𝟓𝟎

Sendo o valor encontrado distribuído nas etapas construtivas de acordo com percentual de
obra a ser executado para o padrão Residencial Médio (Tabela3).
Tabela 3: Estimativas de gastos por etapa de obra (%) - Mês de referência: outubro/2011

RESIDENCIAL
ETAPAS CONSTRUTIVAS
FINO MÉDIO POPULAR
Serviços preliminares 2,4 a 3,4 2,4 a 3,4 0,6 a 1,2
Movimento de terra 0 a 1,0 0 a 1,0 0 a 1,0
Fundações especiais
Infraestrutura 7,0 a 7,6 3,8 a 4,4 2,4 a 4,4
Superestrutura 15,5 a 18,2 12,2 a 16,8 10,4 a 13,2
Vedação 4,4 a 7,3 7,0 a 11,0 7,5 a 13,3
Esquadrias 2,8 a 5,6 7,1 a 13,2 8,2 a 13,7
Cobertura 0 a 0,4 4,4 a 9,5 9,7 a 19,3
Instalações Hidráulicas 11,2 a 13,1 11,2 a 13,1 11,1 a 12,0
Instalações Elétricas 3,8 a 4,8 3,8 a 4,8 3,8 a 4,8
Impermeabilização e isolação térmica 10,6 a 13,8 0,4 a 0,8 0,4 a 0,8
Revestimentos (pisos, paredes e forros) 20,4 a 27,6 23,9 a 29,7 21,3 a 29,4
Vidros 1,6 a 3,0 0,3 a 0,7 0,6 a 1,2
Pintura 3,7 a 5,3 5,9 a 7,6 3,7 a 4,6
Serviços Complementares 2,2 a 3,4 0,5 a 0,7 0,5 a 1,0

Fonte: Guia da Construção (2011, p.61).

3.1.3 Orçamento detalhado

O orçamento detalhado é o desafio a ser implementado pelos engenheiros nas empresas.


Em muitas destas, quando o orçamento detalhado é gerado, fica restrito à “pasta” que
compõe os documentos do engenheiro responsável pela execução do empreendimento.
Ocorre que muitas vezes o orçamento é confiado a profissionais mal preparados por não
existir uma preocupação da empresa com o que antecede à execução da obra.

Em tempos onde a escassez de mão de obra é evidente e a oferta de materiais e processos


alternativos aumenta, o orçamento detalhado torna-se essencial e não menos importante
que a produção na obra. A integração da equipe que realiza o orçamento e a que produz a
obra é imprescindível para o sucesso da implantação do projeto.

Para gerar um orçamento detalhado, as etapas acontecem conforme descrito no fluxograma


apresentado na Figura 2.
Levantamento de
quantidades

Composição de
custos unitários de
serviços

Composição de Composição de Composição de


custos de mão de custos de custos de
obra materiais equipamentos

Elaboração de
planilha
orçamentária

Elaboração de
curva ABC

Composição do
BDI

Elaboração de
preço de venda e
planilha final

Figura 2: Sequência de atividades para elaboração de orçamento detalhado.

Para a elaboração de um orçamento detalhado é necessário ter em mãos um conjunto de


documentos que viabilizem a execução do mesmo:

 desenhos arquitetônicos detalhados;


 desenhos complementares detalhados;
 especificações técnicas;
 caderno de encargos;
 memorial descritivo;
 lista de materiais.

3.1.3.1 Levantamento das quantidades

Para o levantamento de quantidades, os serviços correspondentes precisam ser


identificados nos documentos apresentados.

É necessária muita atenção e um perfil detalhista do orçamentista. O processo exige leitura


dos projetos (desenhos), cálculo de distâncias, áreas e volumes, conversão de unidades e
consulta a informações específicas dos fabricantes.

O processo de levantamento de quantidades deve compor um dossiê para consultas futuras


e os desenhos utilizados devem ser identificados e arquivados juntamente para identificação
dos itens considerados na planilha.
Dicas

Separar um jogo de cópias de desenhos para ser utilizado no levantamento


de quantitativos e identificar o selo do projeto com “orçamento” e data do
levantamento realizado.

 Esquadrias

Iniciar o levantamento de quantidades pelas esquadrias (portas e janelas) do projeto,


seguindo-se o preenchimento da Tabela4.

Tabela 4: Planilha de levantamento de quantitativos de esquadrias

Altura Área
Esquadria Tipo Cod Largura Qt Área Total Pintura Vidros
   (m) (m2) 
(m)  (m2)  (m2)  (m2) 
 
Fantasia
CF Verniz Esmalte
(m2)

 Esquadria – colocar o nome da esquadria constante no projeto. Ex.: J1, P3, PV4 ou outro.

 Tipo – colocar o tipo de esquadria constante no projeto. Ex.: Abrir; correr; bascular,
veneziana, vidro ou outro.

 Cod – adotar um código para a esquadria conforme material empregado na confecção da


mesma. Ex.: AL: alumínio; MAD: madeira ou outro.

 Largura – colocar a largura da esquadria constante no projeto. Ex. 1,50 (em metros).

 Altura – colocar a altura da esquadria constante no projeto. Ex. 1,00 (em metros).

 Área – multiplicar a largura pela altura da esquadria. Ex. 𝟏, 𝟓𝟎 × 𝟏, 𝟎𝟎 = 𝟏, 𝟓𝟎 𝒎𝟐 .

 QT – colocar a quantidade dessa esquadria constante no projeto. Ex. 3 (em unidades).

 Área Total – multiplicar a quantidade de esquadrias da referida tipologia (QT) pela área
unitária da mesma. Ex. 𝟑 × 𝟏, 𝟓𝟎 = 𝟒, 𝟓𝟎 𝒎𝟐

 Pintura – colocar a área de pintura conforme tipo a ser executado. Ex. Verniz, esmalte ou
outro.

As esquadrias possuem duas faces e tipologias diferentes. As esquadrias do tipo veneziana,


por exemplo, requerem uma maior quantidade de tinta para a pintura pelas inúmeras
reentrâncias apresentadas em suas folhas, além do requadro da esquadria. Já as
esquadrias apenas com requadros e vidros em suas folhas consomem um pouco menos de
tinta para a pintura.
Assim, com diferentes critérios para o consumo de material e custo de mão de obra adota-
se coeficientes (CF) para cada tipo de esquadria (Quadro 1), que serão utilizados para
cálculo da área de pintura.

Importante!

Quadro 1: Coeficiente de pintura de esquadrias (CF)


Tipo de esquadria Multiplicador
Com requadro ou portal e vidro (abrir, correr, 2,0
bascular, maxim-ar e outras)
Com requadro ou portal e folha lisa (enrolar, abrir e 2,5
outras)
Com veneziana e vidro (abrir, correr e outras) 3,5

A partir da determinação do coeficiente, multiplica-se o mesmo pela área total encontrada


para determinado tipo de esquadria. Ex.: 𝟒, 𝟓𝟎 𝒎𝟐 × 𝑪𝑭

 Vidros – considerar a área total de esquadrias que possuem vidro e arredondar o valor
para números inteiros. Ex.: 𝟒, 𝟓𝟎 𝒎𝟐 ≅ 𝟓 𝒎𝟐

 Paredes e painéis

Em seguida realizar o levantamento de quantidades das paredes e painéis do projeto.


Primeiramente a alvenaria e seguindo-se as demais vedações, como: divisórias e outros.

Para a quantificação de painéis deve-se considerar a área quadrada assim:

𝒄𝒐𝒎𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 (𝒄)𝒙 𝒂𝒍𝒕𝒖𝒓𝒂 (𝒉) ou 𝒑𝒆𝒓í𝒎𝒆𝒕𝒓𝒐 (𝒑)𝒙 𝒑é − 𝒅𝒊𝒓𝒆𝒊𝒕𝒐 (𝒉)

Importante!

Pé-direito
É a distância entre o piso acabado e teto acabado de uma edificação, ou
seja, a altura interna líquida.

A quantificação das paredes acontece na sequencia da Tabela5 conforme demonstrado a


seguir.

Tabela 5: Planilha de levantamento de quantitativos de paredes e painéis

Cod Comp Pé-direiro Área Vãos Área Total Qt Total Geral


Peça 
  (m)  (m2)  (m2)  (m2)   (m2) 
 Peça – colocar o nome na peça de parede que está sendo levantada, identificando-a no
projeto com códigos e cores. Na Figura 3, apresenta-se uma forma de identificação das
alvenarias para levantamento. As alvenarias identificadas como “H” e cor “rosa” são as
horizontais e as identificadas como “V” e destacadas de “verde” são as verticais.
2,4m
H1

1,25m
1,05m

V2
H2

0,15m
J1
2,80m

1,20X1,20
ESCRITÓRIO
P1
0,80X2,10

1,25m
V1

V3
H3

0,15m
3,15m
0,15m 0,15m

Figura 3: Planta baixa de escritório sem escala anotada com anotações de orçamento.

Utilizando-se a planilha para o levantamento de quantitativos de paredes e painéis teríamos


o seguinte:

Tabela 5: Planilha de levantamento de quantitativos de paredes e painéis (cont.)

Cod Comp (m) Pé-direiro Área Vãos Área Total Qt Total Geral
Peça 
  (m)  (m2)  (m2)  (m2)   (m2) 
H1 2,40
H2 1,20
H3 3,45
V1 2,50
V2 1,10
V3 1,25

 Cod – adotar um código para a parede ou painel conforme o material de composição da


mesma. Ex.: B09 – Alvenaria de blocos cerâmicos de 9x19x24 assentados de ½ vez;
BC11 – Alvenaria de blocos de concreto estrutural de 11x19x39 e outros.

 Comprimento – colocar o comprimento da parede constante no projeto ou medido em


escala.

 Pé-direito – colocar a altura livre da parede constante no projeto ou medida em escala.


 Área – multiplicar comprimento pela altura livre da parede ou painel.

 Vãos – calcular a área dos vãos livres, multiplicando a largura pela altura dos mesmos se
houver e acrescentar as áreas de vãos de esquadrias já calculados na 1ª etapa de
levantamentos.

Importante!

Vão de alvenaria a descontar

𝑉ã𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑣𝑒𝑛𝑎𝑟𝑖𝑎 < 2𝑚2 𝑛ã𝑜 𝑠𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑎 𝑎𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎


𝑉ã𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑣𝑒𝑛𝑎𝑟𝑖𝑎 ≥ 2𝑚2 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎 − 𝑠𝑒 𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑑𝑒𝑟 𝑎 2 𝑚2

Obs.: A análise é feita vão por vão, e não pela soma dos vãos, assim, se
forem duas janelas, desconta-se o que exceder a 2m 2 em cada uma das
aberturas (MATTOS, 2006).

 Área Total – subtrair os vãos da área total mesma.

 QT – colocar a quantidade de alvenarias com a mesma área total.

 Total Geral – multiplicar a quantidade pela área total.

Importante!

Quantitativos de alvenaria estrutural

Para a quantificação de alvenaria estrutural em blocos cerâmicos ou de


concreto, deve-se realizar o levantamento da seguinte forma:
(a) conta-se os blocos pelo tipo apresentado nos desenhos das
elevações;
(b) multiplica-se a altura pela largura frontal mais 1 cm de junta de
assentamento do bloco (em metros quadrados - m2);
(c) multiplica-se também pela quantidade de blocos de cada tipologia;
soma-se as áreas encontradas para composição da metragem quadrada da
alvenaria.
Importante!

Veja o exemplo dado a seguir (Figura 4, Tabela 7):

Figura 4: Elevação de alvenaria de projeto.

Tabela 7: Levantamento de quantidades

Descrição do tipo de bloco Quantidade (UN)


Bloco inteiro 14x19x39 151
Meio Bloco 14X19x19 4
Canaleta 14x19x39 21
Bloco especial 14X19x44 7

Para a composição do projeto apresentado, teríamos:

Á𝒓𝒆𝒂 𝒅𝒆 𝒂𝒍𝒗𝒆𝒏𝒂𝒓𝒊𝒂
(𝟎, 𝟐𝟎 × 𝟎, 𝟒𝟎 × 𝟏𝟓𝟏) + (𝟎, 𝟐𝟎 × 𝟎, 𝟐𝟎 × 𝟒) + (𝟎, 𝟐𝟎 × 𝟎, 𝟒𝟎 × 𝟐𝟏) + (𝟎, 𝟐𝟎 × 𝟎, 𝟒𝟓 × 𝟕)
= 𝟏𝟒, 𝟓𝟓 𝒎𝟐
 Revestimentos internos

Após realizar o levantamento de paredes e painéis, passa-se para a quantificação dos


revestimentos internos (Tabela8). Nesse momento, o memorial descritivo e especificações
de projeto tornam-se imprescindíveis para o bom andamento das atividades.

Tabela 8: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento interno

Descrição do Piso (m2) Teto (m2) Pé-direito Perímetro Peitoril (m) Vãos
Ambiente (1) (2) (3) (m) (4) (m) (5) (6) (m) (7)

Pé-direito x Vãos a
Soleira (m) Rodapé (m) Revestimento Pintura (m2)
Perímetro descontar
(8) (9) (m2) (12) (13)
(m2) (10) (m2) (11)

Para o detalhamento de cada um dos campos da planilha de levantamento de revestimentos


internos, adotaremos um quadro de acabamentos retirado do memorial descrito (Quadro2).

Quadro 2: Informações de revestimento, acabamentos e pintura

REVESTIMENTOS, ACABAMENTOS E PINTURA


AMBIENTE PISO PAREDE TETO
Chapisco, reboco (massa
Cerâmica PEI IV 30x30 paulista), selador acrílico sobre Reboco sob pintura
Sala
da marca X reboco e pintura látex PVA látex PVA marca Y.
marca Y.
Chapisco, reboco (massa
Cerâmica PEI IV 30x30 paulista), selador acrílico sobre Reboco sob pintura
Dormitórios
da marca X reboco e pintura látex PVA látex PVA marca Y.
ÁREA PRIVATIVA

marca Y.
Chapisco, reboco (massa
paulista), cerâmica PEI III 20x30
da marca X até 1,80m no Box e
Cerâmica PEI IV 30x30 Reboco sob pintura
Banho até 1,50m na parede hidráulica,
da marca X látex PVA marca Y.
restante com selador acrílico
sobre reboco e pintura látex
PVA marca Y.
Chapisco, reboco (massa
paulista), cerâmica PEI III 20x30
Cerâmica PEI IV 30x30 da marca X até 1,50m na parede Reboco sob pintura
Cozinha
da marca X da bancada da pia, restante com látex PVA marca Y.
selador acrílico sobre reboco e
pintura látex PVA marca Y.
Chapisco, reboco (massa
Telhado em telha
paulista), cerâmica PEI III 20x30
cerâmica com
até 1,50m em parte da parede
Área de Piso em concreto madeiramento
do tanque, que corresponde à
serviço desempenado. aparente
área molhada. Restante com
envernizado ou
selador acrílico sobre reboco e
estrutura metálica.
pintura látex PVA Y.
Beiral em telha
No perímetro da casa
Chapisco, reboco (massa cerâmica com
será executada uma
paulista), selador acrílico sobre madeiramento
Área externa calçada com largura de
reboco e pintura látex Acrílica aparente
60 cm em concreto
marca Y. envernizado ou
desempenado.
estrutura metálica.

(1) Descrição do Ambiente – Esse campo BANHO


está reservado para relacionar todos os
ambientes constantes no projeto. Conforme mostrado no projeto DORMITÓRIO
da Figura5.2

DORMITÓRIO 1 DORMITÓ

HALL

SERVIÇO

SALA ESTAR COZINHA

Figura 5: Planta baixa (parcial) da unidade habitacional.

Tabela 8: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento interno (cont.)


Descrição do Piso (m2) Teto (m2) Pé-direito Perímetro Peitoril (m) Vãos
Ambiente (1) (2) (3) (m) (4) (m) (5) (6) (m) (7)
SALA DE ESTAR
COZINHA
(2) Piso – Nesse campo deverá ser anotada a metragem quadrada do piso do ambiente
descrito, e ainda, no campo ao lado deve-se colocar o código referente ao tipo de
acabamento que consta no projeto e/ou memorial descritivo. No exemplo mostrado
anteriormente teríamos o seguinte:

Tabela 8: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento interno (cont.)


Descrição do Piso (m2) Teto (m2) Pé-direito Perímetro Peitoril (m) Vãos
Ambiente (1) (2) (3) (m) (4) (m) (5) (6) (m) (7)
SALA DE ESTAR 10,49 C30
COZINHA 7,085 C30

Sala de Estar – 𝟐, 𝟕𝟐𝟓 × 𝟑, 𝟖𝟓 = 𝟏𝟎, 𝟒𝟗𝒎𝟐 C30 – Revestimento em placas cerâmicas


Cozinha – 𝟐, 𝟕𝟐𝟓 × 𝟐, 𝟔𝟎 = 𝟕, 𝟎𝟖𝟓𝒎𝟐 PEI IV 30x30.

(3) Teto – Nesse campo deverá ser anotada a metragem quadrada do teto do ambiente
descrito, e ainda, no campo ao lado deve-se colocar o código referente ao tipo de
acabamento que consta no projeto e/ou memorial descritivo. Assim como para o piso, no
projeto mostrado anteriormente e com base no memorial descritivo do Quadro 1 teríamos o
seguinte:

Tabela 8: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento interno (cont.)


Descrição do Piso (m2) Teto (m2) Pé-direito Perímetro Peitoril (m) Vãos
Ambiente (1) (2) (3) (m) (4) (m) (5) (6) (m) (7)
SALA DE ESTAR 10,49 C30 10,49 RL
COZINHA 7,085 C30 7,085 RL

Sala de Estar – 𝟐, 𝟕𝟐𝟓 × 𝟑, 𝟖𝟓 = 𝟏𝟎, 𝟒𝟗𝒎𝟐 RL – Revestimento argamassado (reboco)


Cozinha – 𝟐, 𝟕𝟐𝟓 × 𝟐, 𝟔𝟎 = 𝟕, 𝟎𝟖𝟓𝒎𝟐 sob pintura látex.

Nesse exemplo a área do teto é idêntica a área do piso, o que acontece na maioria das
vezes, mas não é uma regra.

(4) Pé-direito – A altura livre do piso ao teto acabados pode ser identificada no corte da
planta baixa apresentado no desenho do projeto arquitetônico, como mostrado no corte do
desenho da
6:

CORTE BB
Figura 6: Corte BB da planta baixa da Figura5.

Tabela 8: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento interno (cont.)


Descrição do Piso (m2) Teto (m2) Pé-direito Perímetro Peitoril (m) Vãos
Ambiente (1) (2) (3) (m) (4) (m) (5) (6) (m) (7)
SALA DE ESTAR 10,49 C30 10,49 RL 2,80
COZINHA 7,085 C30 7,085 RL 2,80

Para o exemplo o pé-direito apresentado no corte BB seria 2,80m.

(5) Perímetro – O perímetro é conseguido percorrendo-se todas as laterais do ambiente.


Esse item é essencial para a determinação das áreas de revestimento que serão obtidos
mais à frente. Para o projeto apresentado na Figura encontramos:

Sala de Estar – 𝟐, 𝟕𝟐𝟓 × 𝟐 + 𝟑, 𝟖𝟓 × 𝟐 = 𝟏𝟑, 𝟏𝟓 𝒎


Cozinha – 𝟐, 𝟕𝟐𝟓 × 𝟐 + 𝟐, 𝟔𝟎 × 𝟐 = 𝟏𝟎, 𝟔𝟓 𝒎
Tabela 8: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento interno (cont.)
Descrição do Piso (m2) Teto (m2) Pé-direito Perímetro Peitoril (m) Vãos
Ambiente (1) (2) (3) (m) (4) (m) (5) (6) (m) (7)
SALA DE ESTAR 10,49 C30 10,49 RL 2,80 13,15
COZINHA 7,085 C30 7,085 RL 2,80 10,65

(6) Peitoril – O item “peitoril” é definido pela soma da largura das janelas do ambiente onde
o além do requadro da esquadria será assentada uma “pedra” para, além de efeitos
estéticos evitar-se infiltrações decorrentes das chuvas. A seguir apresenta-se o Quadro 3 de
esquadrias do projeto anterior:

Quadro 3: Quadro de esquadrias do projeto arquitetônico

JANELAS
TIPO QUANTIDADE MEDIDAS PEITORIL MATERIAL LOCAL

J1 01 150X100 110 FERRO-VIDRO/CORRER SALA

J2 01 100X100 110 FERRO-VIDRO/CORRER COZINHA

J3 03 150X100 110 VENEZIANA/VIDRO DORMITÓRIOS

J4 01 60X60 180 BASCULANTE BANHO

PORTAS
TIPO QUANTIDADE MEDIDAS PEITORIL MATERIAL LOCAL
VENEZIANA E VIDRO
P1 02 080X210 110 SALA/COZINHA
PIVOTANTE
P2 03 080X210 110 MADEIRA/PIVOTANTE DORMITÓRIOS

P3 01 070X210 110 MADEIRA/PIVOTANTE BANHO

Na Sala de Estar a esquadria que possui peitoril é a J1 e na cozinha a J2. Segundo o


memorial descritivo no item RODAPÉS, SOLEIRAS E PEITORIS consta que “as casas
serão entregues com rodapés h = 5 cm do mesmo padrão do piso e soleiras e peitoris em
ardósia ou granito cinza polido”. Para o desenho da Figura 3 juntamente com o quadro de
esquadrias do projeto, tem-se:

Tabela 8: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento interno (cont.)


Descrição do Piso (m2) Teto (m2) Pé-direito Perímetro Peitoril (m) Vãos
Ambiente (1) (2) (3) (m) (4) (m) (5) (6) (m) (7)
SALA DE ESTAR 10,49 C30 10,49 RL 2,80 13,15 1,50 GR
COZINHA 7,085 C30 7,085 RL 2,80 10,65 1,00 GR

Nesse campo deverá ser anotado o comprimento das esquadrias do ambiente descrito, e
ainda, no campo ao lado deve-se colocar o código referente ao tipo de material do peitoril
que consta no projeto e/ou memorial descritivo.

GR – Material em granito cinza polido.


(7) Vãos – Os vãos em metros são conseguidos somando-se as aberturas ao longo do
perímetro que encontram-se no “pé” das alvenarias ao longo do ambiente. Esse item é
essencial para a determinação dos rodapés no item seguinte. Para o projeto apresentado na
Figura 3 temos:

Na Sala de Estar existem 3 vãos:

a. vão da porta P1 – deverá ser descontada a metragem da largura da P1 que está


indicada no quadro de esquadrias, igual a 0,80 m.

b. vão da passagem para o hall – deverá ser medido no escalímetro, pois não tem
indicações de dimensões no projeto. A medida do vão é de 1,00 m.

Importante!

Escala de projeto
O desenho do projeto apresentado na Figura está fora de escala, portanto,
não será possível conferir a dimensão colocando-se o escalímetro no
referido desenho.

Vão da passagem para a cozinha. É possível encontrar-se o vão de passagem para a


cozinha apenas pelo cálculo das dimensões constantes em projeto, subtraindo-se o total da
lateral da sala pelas dimensões da mureta “passa-prato” assim:

Vão de passagem para a cozinha

𝟐, 𝟕𝟐𝟓 − (𝟎, 𝟓𝟎 + 𝟎, 𝟏𝟏 + 𝟏, 𝟏𝟓) = 𝟎, 𝟗𝟔𝟓 𝒎

Finalmente, somam-se os vãos do ambiente preenchendo o campo (7) da planilha de


levantamento de revestimentos internos.

𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,80 + 1,00 + 0,965 = 2,765 𝑚

Na Cozinha existem 2 vãos:

a. vão da passagem para a Sala de Estar. Este vão já está calculado no ambiente Sala
de Estar, cujo valor é de 0,965 m;

b. vão da porta P1 – deverá ser descontada a metragem da largura da P1 que está


indicada no quadro de esquadrias, igual a 0,80 m.

Assim, somam-se os vãos do ambiente preenchendo o campo (7) da planilha de


levantamento de revestimentos internos.

𝑻𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝟎, 𝟖𝟎 + 𝟎, 𝟗𝟔𝟓 = 𝟏, 𝟕𝟔𝟓 𝒎

Tabela 8: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento interno (cont.)


Descrição do Piso (m2) Teto (m2) Pé-direito Perímetro Peitoril (m) Vãos
Ambiente (1) (2) (3) (m) (4) (m) (5) (6) (m) (7)
SALA DE ESTAR 10,49 C30 10,49 RL 2,80 13,15 1,50 GR 2,765
COZINHA 7,085 C30 7,085 RL 2,80 10,65 1,00 GR 1,765

(8) Soleira – O item “soleira” é definido pela soma da largura das portas onde exige-se a
colocação das mesmas, seja no projeto ou memorial descritivo. No vão da porta é
assentada uma “pedra” para, além de efeitos estéticos determinar mudanças de pisos de um
ambiente para outro, diferenças de níveis entre eles ou ambientes internos que dão acesso
a ambientes externos. Salvo por indicações de detalhes de projeto, a soleira possui a
largura da alvenaria de suas extremidades.

Na Sala de Estar existe uma soleira que será assentada na entrada da porta P1. Portanto
com comprimento na largura da porta, igual a 0,80 m. De igual modo na Cozinha, onde a
porta de acesso externo também é uma P1. Entre os ambientes serão mantidos mesmos
pisos e níveis, e como não há indicações de detalhes no projeto ou memorial não será
assentada soleira nesse local.

Assim como para o peitoril, há um campo para a indicação do tipo de material da soleira. E
como foi indicado no mesmo item do memorial descritivo, será GR – Granito Polido.

Tabela 8: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento interno (cont.)


Pé-direito x Vãos a
Descrição do Soleira (m) Rodapé (m) Revestimento Pintura (m2)
Perímetro descontar
Ambiente (1) (8) (9) (m2) (12) (13)
(m2) (10) (m2) (11)
SALA DE
0,80 GR
ESTAR
COZINHA 0,80 GR

(9) Rodapé – Para o rodapé deve-se subtrair do perímetro (5) os vãos em metros (7), assim:

𝑹𝒐𝒅𝒂𝒑é 𝒅𝒂 𝑺𝒂𝒍𝒂 𝒅𝒆 𝑬𝒔𝒕𝒂𝒓 = 𝟏𝟑, 𝟏𝟓 − 𝟐, 𝟕𝟔𝟓 = 𝟏𝟎, 𝟑𝟖𝟓 𝒎

Dicas

Rodapé x revestimento cerâmico de parede

Quando houver revestimento cerâmico a partir do piso e na parede do


ambiente onde deseja-se calcular o rodapé, o mesmo não deve ser
considerado, salvo por detalhes específicos constantes no memorial
descritivo ou projeto.

Como consta no memorial descritivo (Quadro 1) que o revestimento da cozinha será de


“chapisco, reboco (massa paulista), cerâmica PEI III 20x30 da marca X até 1,50m na parede
da bancada da pia, restante com selador acrílico sobre reboco e pintura látex PVA marca Y”,
para o cálculo do rodapé deve-se subtrair a parede da pia (2,725m) juntamente com os vãos
das outras 3 laterais da cozinha, conforme a seguir:

𝑹𝒐𝒅𝒂𝒑é 𝒅𝒂 𝑪𝒐𝒛𝒊𝒏𝒉𝒂 = 𝟏𝟎, 𝟔𝟓 − 𝟐, 𝟕𝟐𝟓 − 𝟏, 𝟕𝟔𝟓 = 𝟔, 𝟏𝟔 𝒎


Tabela 8: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento interno (cont.)
Pé-direito x Vãos a
Descrição do Soleira (m) Rodapé (m) Revestimento Pintura (m2)
Perímetro descontar
Ambiente (1) (8) (9) (m2) (12) (13)
(m2) (10) (m2) (11)
SALA DE
0,80 GR 10,385 C30
ESTAR
COZINHA 0,80 GR 6,16 C30

Assim como para o revestimento do piso, há um campo para a indicação do tipo de material
do rodapé. E como foi indicado no mesmo item do memorial descritivo, será de placas
cerâmicas PEI IV 30x30, com o código C30.

(10) Pé-direito x perímetro – Como esta coluna serve para transição e definição posterior
das áreas de revestimentos, nesse momento apenas realiza-se a operação de multiplicação
das duas colunas citadas:

Tabela 8: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento interno (cont.)


Pé-direito x Vãos a
Descrição do Soleira (m) Rodapé (m) Revestimento Pintura (m2)
Perímetro descontar
Ambiente (1) (8) (9) (m2) (12) (13)
(m2) (10) (m2) (11)
SALA DE
0,80 GR 10,385 C30 36,82
ESTAR
COZINHA 0,80 GR 6,16 C30 29,82

𝑺𝒂𝒍𝒂 𝒅𝒆 𝑬𝒔𝒕𝒂𝒓 = 𝟐, 𝟖𝟎 × 𝟏𝟑, 𝟏𝟓 = 𝟑𝟔, 𝟖𝟐 𝒎𝟐

𝑪𝒐𝒛𝒊𝒏𝒉𝒂 = 𝟐, 𝟖𝟎 × 𝟏𝟎, 𝟔𝟓 = 𝟐𝟗, 𝟖𝟐 𝒎𝟐

(11) Vãos a descontar – Agora, precisamos descontar os vãos em metros quadrados de


cada parede. Para isso, adota-se o mesmo critério que as alvenarias:

Dicas

Vão a descontar
𝑉ã𝑜 < 2𝑚2 𝑛ã𝑜 𝑠𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑎 𝑎𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎
𝑉ã𝑜 ≥ 2𝑚2 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎 − 𝑠𝑒 𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑑𝑒𝑟 𝑎 2 𝑚2

Obs.: A análise é feita vão por vão, e não pela soma dos vãos, assim, se
forem duas janelas, desconta-se o que exceder a 2m 2 em cada uma das
aberturas (MATTOS, 2006).

Agora, analisa-se cada um dos vãos e faz-se o somatório para o ambiente conforme critério
de “vão a descontar” citado anteriormente.

Na Sala de Estar existem 3 vãos:


a. vão da porta P1 – deverá analisada a metragem quadrada da P1, igual a 1,68 m2,
como o valor não excede a 2 m2, o referido vão não será descontado

b. vão da passagem para o hall – de igual modo deverá ser analisada a metragem
quadrada do vão de passagem para o hall igual a 2,10 m2. Como o vão excede em
0,10 m2 o mesmo deverá ser somado aos vãos que serão descontados da Sala de
Estar

c. vão da passagem para a cozinha. Finalmente, o vão da passagem da cozinha é de


2,03, portanto 0,03 m2 deverá ser somado ao total. Assim, tem-se:

𝑻𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒐𝒔 𝒗ã𝒐𝒔 (𝑺𝒂𝒍𝒂 𝒅𝒆 𝑬𝒔𝒕𝒂𝒓) = 𝟎, 𝟏𝟎 + 𝟎, 𝟎𝟑 = 𝟎, 𝟏𝟑 𝒎𝟐

Na Cozinha existem 2 vãos:

a. vão da passagem para a Sala de Estar. Este vão já está calculado no ambiente Sala
de Estar, cujo valor é de 2,03 m2 e, portanto, excede em 0,03 m2.

b. vão da porta P1 – igual a 1,68 m2, e como o valor não excede a 2 m2, o referido vão
não será descontado. Tem-se:

𝑻𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒐𝒔 𝒗ã𝒐𝒔 (𝑪𝒐𝒛𝒊𝒏𝒉𝒂) = 𝟎, 𝟎𝟑 𝒎𝟐

Tabela 8: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento interno (cont.)


Pé-direito x Vãos a
Descrição do Soleira (m) Rodapé (m) Revestimento Pintura (m2)
Perímetro descontar
Ambiente (1) (8) (9) (m2) (12) (13)
(m2) (10) (m2) (11)
SALA DE
0,80 GR 8,885 C30 36,82 0,13
ESTAR
COZINHA 0,80 GR 6,16 C30 29,82 0,03

(12) Revestimento – Conforme descrito no memorial descritivo (Quadro 2), para a Sala de
Estar e Cozinha os revestimentos são:

 Sala de Estar: Chapisco, reboco (massa paulista), selador acrílico sobre reboco e pintura
látex PVA marca Y.

 Cozinha: Chapisco, reboco (massa paulista), cerâmica PEI III 20x30 da marca X até 1,50m na
parede da bancada da pia, restante com selador acrílico sobre reboco e pintura látex PVA
marca Y.

Assim para os respectivos ambientes tem-se como área de revestimento a diferença entre o
“Pé-direito x Perímetro” e os “Vãos a descontar”, conforme descrito a seguir:

𝑺𝒂𝒍𝒂 𝒅𝒆 𝑬𝒔𝒕𝒂𝒓 = 𝟑𝟔, 𝟖𝟐 − 𝟎, 𝟏𝟑 = 𝟑𝟔, 𝟔𝟗 𝒎𝟐

𝑪𝒐𝒛𝒊𝒏𝒉𝒂 = 𝟐𝟗, 𝟖𝟐 − 𝟎, 𝟎𝟑 = 𝟐𝟗, 𝟕𝟗 𝒎𝟐

No campo ao lado deve-se colocar o código referente ao tipo de acabamento que consta no
projeto e/ou memorial descritivo.
Tabela 8: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento interno (cont.)
Pé-direito x Vãos a
Descrição do Soleira (m) Rodapé (m) Revestimento Pintura (m2)
Perímetro descontar
Ambiente (1) (8) (9) (m2) (12) (13)
(m2) (10) (m2) (11)
SALA DE
0,80 GR 8,885 C30 36,82 0,13 36,69 Re
ESTAR
COZINHA 0,80 GR 6,16 C30 29,82 0,03 29,79 Re

Re – Revestimento argamassado (reboco)

(13) Pintura – Seguindo-se o mesmo item do memorial onde constam-se os revestimentos


encontram-se os tipos de pintura e acabamentos, assim calcula-se a área:

Tabela 8: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento interno (cont.)


Pé-direito x Vãos a
Descrição do Soleira (m) Rodapé (m) Revestimento Pintura (m2)
Perímetro descontar
Ambiente (1) (8) (9) (m2) (12) (13)
(m2) (10) (m2) (11)
SALA DE
0,80 GR 8,885 C30 36,82 0,13 36,69 Re 47,18 L
ESTAR
COZINHA 0,80 GR 6,16 C30 29,82 0,03 29,79 Re 32,79 L
4,09 C20

Para a sala de estar, a área de revestimento argamassado é totalmente coincidente com a


área de pintura. Somando-se à área de teto a ser revestida com película de pintura tem-se:

𝑺𝒂𝒍𝒂 𝒅𝒆 𝑬𝒔𝒕𝒂𝒓 = 𝟑𝟔, 𝟔𝟗 + 𝟏𝟎, 𝟒𝟗 𝒎𝟐 = 𝟒𝟕, 𝟏𝟖 𝒎𝟐

Para o cálculo do acabamento da cozinha, precisamos considerar que existem dois tipos de
revestimentos, assim calcula-se os dois tipos, utilizando-se uma linha adicional da planilha
para a anotação. A área de revestimento argamassado que será pintada é a de reboco
subtraindo-se o revestimento cerâmico em placas 20x30, somando-se a área de teto.

𝑪𝒐𝒛𝒊𝒏𝒉𝒂 (𝒑𝒍𝒂𝒄𝒂𝒔 𝒄𝒆𝒓â𝒎𝒊𝒄𝒂𝒔) = 𝟐, 𝟕𝟐𝟓 ∗ 𝟏, 𝟓𝟎 = 𝟒, 𝟎𝟗 𝒎𝟐

𝑪𝒐𝒛𝒊𝒏𝒉𝒂 (𝒕𝒊𝒏𝒕𝒂 𝒍á𝒕𝒆𝒙) = 𝟐𝟗, 𝟕𝟗 − 𝟒, 𝟎𝟗 = 𝟐𝟓, 𝟕𝟎 𝒎𝟐 + 𝟕, 𝟎𝟗 = 𝟑𝟐, 𝟕𝟗 𝒎𝟐

L – Tinta látex PVA.

C20 – Revestimento em placas cerâmicas PEI III 20x30.

 Revestimentos externos

Após realizar o levantamento de revestimentos internos, passa-se para a quantificação dos


revestimentos externos (Tabela22). O critério para descontar os vãos é o mesmo adotado
para paredes e painéis e revestimentos internos.
Tabela 09: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento externo

Comp Altura Área Vãos QT Área total Cod Faixas Cod


Fachada (1)
(m)(2) (m) (3) (m2) (4) (m2) (5) (6) (m2) (7) (8) (9) (10)

Fachada – Esse campo está reservado para relacionar todas as fachadas do projeto,
conforme exemplo descrito a seguir:

Tabela 09: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento externo (cont.)


Comp Altura Área Vãos QT Área total Cod Faixas Cod
Fachada (1)
(m)(2) (m) (3) (m2) (4) (m2) (5) (6) (m2) (7) (8) (9) (10)
Fachada Frontal

Fachada 1

(2) Comprimento – Nesse campo deverá ser anotado o comprimento da fachada e a seguir,
no campo

(3) Altura, anota-se a altura da fachada.

(4) Área – A área é obtida multiplicando-se o comprimento pela altura da fachada;

(5) Vãos – Os vãos seguem o critério da alvenaria e revestimento interno, descontando-se


apenas o que ultrapassar os 2 m2 por vão;

(6) QT – Se houver mais de uma fachada idêntica deve-se utilizar esse campo para colocar
o multiplicador;

(7) Área Total – A área total é obtida pela equação: Á𝑟𝑒𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = (Á𝑟𝑒𝑎 − 𝑉ã𝑜𝑠) × 𝑄𝑇

(8) Cod – Esse campo é reservado para codificação dos acabamentos de fachada. Ex.:
Textura Acrílica (TXA); Grafiatto (GTO); Pastilha de Vidro 2x2 (PV22).

(9) Faixas – Nesse campo, deve-se colocar diferenças de acabamento em uma mesma
fachada, para isso pode-se usar mais de uma linha conforme, assim utiliza-se o campo (10)
em substituição ao campo (8) exemplo a seguir:

Tabela 09: Planilha para levantamento de quantitativos de revestimento externo (cont.)


Comp Altura Área Vãos QT Área total Cod Faixas Cod
Fachada (1)
(m)(2) (m) (3) (m2) (4) (m2) (5) (6) (m2) (7) (8) (9) (10)
Fachada Frontal 61,90 - 52,00 TXA

- 9,60 PV22

Fachada 1
 Coberturas

A quantificação do serviço de cobertura desdobra-se em estrutura de madeira, telhas e


demais complementos se houver, como por exemplo: calhas, rufos, cumeeiras e capa
lateral. Para o levantamento da área de cobertura deve-se considerar a inclinação informada
no projeto e utilizar um fator de cálculo como multiplicador da área projetada. Veja Tabela
251 a seguir:

Tabela 251: Fator para cálculo de área de telhado

Inclinação % Graus Fator


0 0 1,000
5 2,86 1,001
10 5,71 1,005
15 8,53 1,011
20 11,31 1,020
25 14,04 1,031
30 16,70 1,044
35 19,29 1,059
40 21,80 1,077
45 24,23 1,097
50 26,57 1,118
55 28,81 1,141
60 30,96 1,166
65 33,02 1,193
70 34,99 1,221
75 36,87 1,250
80 38,66 1,281
85 40,36 1,312
90 41,99 1,345
5 43,53 1,379
100 45,00 1,414

Fonte: MATTOS (2006).


Importante!

Veja o exemplo dado a seguir...

Para o projeto de cobertura a seguir (Figura7), pede-se calcular a área real de cobertura.

Figura 7: Projeção da cobertura (sem escala).

Á𝒓𝒆𝒂 𝒅𝒆 𝒑𝒓𝒐𝒋𝒆çã𝒐 = 𝟏𝟎, 𝟏𝟗 × 𝟕, 𝟎𝟎 = 𝟕𝟏, 𝟑𝟑 𝒎𝟐

Á𝒓𝒆𝒂 𝒓𝒆𝒂𝒍 = 𝟕𝟏, 𝟑𝟑 𝒎𝟐 × 𝟏, 𝟎𝟒𝟒 = 𝟕𝟒, 𝟒𝟕 𝒎𝟐

Quantidade de telhas

Para o cálculo da quantidade de telhas, deve-se observar o tipo e fabricante, assim,


multiplica-se a área real pelo consumo de telha por metro quadrado constante na
especificação do respectivo fabricante. De igual modo para as cumeeiras e capas laterais.

Quantidade de madeira

Para o cálculo da quantidade de madeira para o projeto, deve-se dimensionar as peças de


acordo com o tipo de telha e inclinação da cobertura. De posse dos desenhos, pode-se
proceder com o cálculo da quantidade de metros cúbicos por metro quadrado de área real
ou relacionar cada peça com as respectivas dimensões.
 Fundações / Estruturas

As fundações e estruturas de concreto armado são calculadas a partir dos projetos


específicos, calculando-se as áreas de formas nas superfícies das peças, a quantidade de
metros cúbicos de concreto e o peso da armação.

Normalmente, os projetos apresentam resumos de forma, armação e concreto, entretanto,


sugere-se realizar conferência, ainda que parcial para elaboração do orçamento.

Dicas

Formas

As formas são calculadas a partir da área da superfície da peça estrutural:

1. Vigas baldrames, blocos, cortinas, radiers (Figura8), sapatas:


laterais da peça.

Figura 8: Forma de radier nas laterais.

2. Pilares: quatro laterais (Figura 9).

Figura 1: Formas de pilares nas quatro laterais.


Dicas

Formas

3. Lajes: Assoalho e laterais (Figura 10).

Figura 10: Fundo de forma de laje maciça.

Quantidade de armação

Para o cálculo da quantidade de armação em massa, deve-se considerar a bitola das peças,
utilizando-se a massa nominal constante na tabela de características de fios e barras da
NBR 7480 (Tabela26), e adaptada pelos fabricantes de aço.

Tabela 26: Características de fios e barras

Massa Nominal
Barra (mm)
(kg/m)
5,0 0,154
6,3 0,245
8,0 0,395
10,0 0,617
12,5 0,963

Fonte: Adaptado de NBR 7480 (1996).

Exemplificando!

Veja o exemplo dado a seguir...

𝟏𝟐𝟑𝟎 𝒎 × 𝟎, 𝟑𝟗𝟓 𝒌𝒈/𝒎 = 𝟒𝟖𝟓, 𝟖𝟓 𝒌𝒈

Para 1230 metros de aço de 8 mm tem-se aproximadamente 486 kg de aço.


Quantidade de concreto

Finalmente, para o cálculo da quantidade de concreto da estrutura deve-se medir quantos


metros cúbicos são necessários para cada peça.

Exemplificando!

Um pilar cilíndrico de diâmetro de 40 cm e pé-direito de 3 m tem-se:

𝟐 × 𝝅 × 𝒓𝟐 × 𝒉
𝟐 × 𝝅 × 𝟎, 𝟐𝟎𝟐 × 𝟑, 𝟎 = 𝟎, 𝟕𝟓 𝒎𝟑

Para o exemplo, a quantidade de concreto é de 0,75 m 3 para a execução do


pilar.

Ampliando o conhecimento
Outras estruturas

Para a quantificação de outros tipos de estruturas, como metálicas ou pré-


moldadas de concreto, sugere-se consultar os quantitativos com os
fabricantes. Estruturas metálicas após o cálculo são orçadas por peso e
estruturas pré-moldadas de concreto são orçadas por metro quadrado de
construção.

 Instalações

As instalações são calculadas a partir do detalhamento de projetos e lista de materiais


fornecidos pelos projetistas e conferidos pelo orçamentista. Os tipos de instalações mais
comumente encontrados nos projetos são:

 instalações elétricas;
 instalações hidráulicas e sanitárias;
 instalações de prevenção e combate a incêndio;
 instalações de ar condicionado/climatização.

 Proteções

Pesquisando
Impermeabilizações
Impermeabilizações são calculadas pela área a ser impermeabilizada e tipo
de técnica a ser utilizada. Para saber mais sobre projetos de
impermeabilização, tipos e técnicas consulte:

NBR 9574:2008; NBR 9575:2010; NBR 9685:2005; NBR 11905:1995


3.1.3.2 Composição de custos unitários

A composição de custos é o agrupamento de insumos necessários para a execução de um


serviço. Ainda consta a quantidade de cada insumo dentro da composição e seus
respectivos custos unitários e totais.

A composição é nomeada como de custos unitários, pois relaciona custos de uma unidade
de produção. Exemplo:

 1 m2 de alvenaria de blocos cerâmicos de ½ vez de 9x19x24 cm;


 1 m3 de concreto de 25 MPa, slum 8 +/- 2 lançado;
 1 m2 de pintura com tinta látex PVA;
 1 m de meio-fio assentado.

A composição unitária é basicamente composta conforme Tabela a seguir.

Tabela 10: Planilha modelo para composição unitária

Unidade
Descrição do serviço (1)
(2)
Preço Custo
UN Consumos Custo MO Custo Total
Insumos (3) Unitário Material
(4) (5) (8) (9)
(6) (7)

Custo total

Preço total R$

Ampliando o conhecimento
TCPO

As composições unitárias podem ser elaboradas a partir de dados reais de


consumo e produtividade encontrados nas obras, ou ainda, pode-se
elaborar o orçamento a partir da Tabela de Composição de Preços para
Orçamento da editora PINI. A TCPO contém composições de custos
unitários montadas a partir de pesquisas de consumos e produtividades em
diversas localidades do Brasil e prontas para serem utilizadas nos
orçamentos. Deve-se ter atenção para as adequações necessária para
cada empresa.
Neste capítulo mostraremos como elaborar uma composição unitária a partir do serviço que
se deseja incluir no orçamento.

Exemplificando!

Veja o exemplo dado a seguir...

(1) Descrição do serviço – Alvenaria de blocos cerâmicos ½ vez, 9x19x24 cm.

(2) Unidade – metros quadrados.

Tabela 11: Planilha de Composição Unitária de Alvenaria de blocos cerâmicos ½ vez, 9x19x24 cm
Unidade
Descrição do serviço (1) Alvenaria de blocos cerâmicos ½ vez, 9x19x24 cm (2)
m2
Preço Custo
UN Consumos Custo Custo
Insumos (3) Unitário Material
(4) (5) MO (8) Total (9)
(6) (7)

Custo total

Preço total R$

(3) Insumos – para definição dos insumos a serem utilizados na composição da alvenaria, deve-se
saber qual o método construtivo a ser adotado dentre as opções de produção, como por exemplo:

Tipo de argamassa utilizada no assentamento de blocos:

 argamassa ensacada e pronta;


 argamassa estabilizada pronta e entregue em masseiras;
 argamassa intermediária e adição de cimento na obra;
 argamassa totalmente rodada em obra com cimento, cal e areia.

Tipo de mão de obra empregada:

 empreitada;
 horária.

Para o exemplo, adotamos a argamassa intermediária com adição de cimento em obra e mão de obra
por hora. Cada insumo deve ter a unidade de medida relacionada no campo (4)
Tabela 11: Planilha de Composição Unitária de Alvenaria de blocos cerâmicos ½ vez, 9x19x24 cm
Unidade
Descrição do serviço (1) Alvenaria de blocos cerâmicos ½ vez, 9x19x24 cm (2)
m2
Preço Custo
UN Consumos Custo Custo
Insumos (3)
(4) (5)
Unitário Material
MO (8) Total (9)
(6) (7)
Bloco cerâmico 9x19x24 cm un
Cimento Portland CPII E 32 kg
Argamassa Intermediária m3
Pedreiro h
Servente h

Custo total

Preço total R$

(5) Consumos – os consumos são definidos pela quantidade que se gasta para a produção de uma
unidade do serviço, ou seja, quanto se gasta de blocos cerâmicos para a produção de 1 m 2 de
alvenaria de ½ vez. Ainda, soma-se as perdas existentes no processo.

Relembrando
Alvenaria de ½ vez

É a alvenaria constituída de blocos cerâmicos assentados de modo que a


largura do bloco corresponda à espessura da parede (Figura 11)

Figura 11: Alvenaria assentada de ½ vez com blocos


cerâmicos de 15 cm.
Importante!

Definição dos consumos


Para a definição dos consumos, considera-se a perda referente ao
processo. As perdas são definidas a partir dos valores quantificados pela
empresa a partir de levantamentos em obras ou em estudos já consolidados
e disponíveis no mercado, como a TCPO da editora PINI.

(6) Preço Unitário – valor que será pago pelo material na localidade onde o material será adquirido,
considerando-se valores de frete, impostos e outros.

(7) Custo do Material – para obtenção do custo do material, multiplica-se o consumo pelo preço
unitário.

(8) Custo de Mão de Obra – os consumos são definidos pela quantidade que se gasta para a
produção de uma unidade do serviço, ou seja, quanto se gasta de blocos cerâmicos para a produção
de 1 m2 de alvenaria de ½ vez. Ainda, soma-se as perdas existentes no processo.

(9) Custo Total – os consumos são definidos pela quantidade que se gasta para a produção de uma
unidade do serviço, ou seja, quanto se gasta de blocos cerâmicos para a produção de 1 m 2 de
alvenaria de ½ vez. Ainda, soma-se as perdas existentes no processo.

Curiosidade
Composições de Custos Unitários

Pode-se obter as composições prontas nos softwares para orçamento


disponíveis no mercado ou, ainda, na TCPO.

3.1.3.3 Custos de materiais

Primeiramente deve-se relacionar todos os insumos de materiais constantes nas


composições unitárias e, posteriormente realizar a tomada de preços de acordo com as
especificações solicitadas.

Os custos de materiais são definidos pelo valor pago pelo material posto em obra, ou seja,
ao valor pago pelo material deve-se acrescer frete, seguros, ICMS e descarga quando
houver. No momento da elaboração do orçamento deve-se realizar a tomada de preços no
local possível de aquisição para minimizar a possibilidade de erros. Após a tomada, deve-se
arquivar informações constantes em e-mails, faxes ou anotações de local, nome do
vendedor e data de cotação, para futuras atualizações se necessário.
Ampliando o conhecimento

FOB, CIF, ICMS

CIF – Cost Insurance Freight ou Custo, Seguro e Frete. O fornecedor se


responsabiliza pelo seguro e pelo frete até ao local de destino, indicado pelo
comprador.

FOB - Free on Boad ou Posto a Bordo. Diferentemente do CIF o


responsável por pagar todos os custos referentes ao frete e seguro é o
comprador.

ICMS - sigla que identifica o Imposto sobre Operações relativas à


Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. É um imposto que cada
um dos Estados e o Distrito Federal podem instituir, como determina a
Constituição Federal de 1988.

O insumo apresentado a seguir, na Figura 12, apresenta as especificações corretas e completas para
a aquisição.

Especificações
Descrição Básica Detalhadas - Tipo,
Quantidade Modelo, Marca
Unidade do Insumo NBR Aplicável

500.000 kg - Cimento Portland CP II E 32 NBR 11578


Figura 12: Modelo de especificações de aquisição

Relaciona-se este em uma planilha onde serão inseridos os preços de três fornecedores ou
conforme critério definido pela empresa na fase de elaboração do orçamento.

Tabela 12: Planilha modelo para tomada de preços no mercado


Fornecedor Fornecedor Fornecedor
Descrição do insumo un qt
1 2 3
Cimento Portland CP II E
kg 500.000 R$ 0,36 R$ 0,39 R$ 0,37
32 NBR 11578
Importante!

Unidades dos insumos


É importante observar que nem sempre a unidade utilizada para
composição do orçamento é a unidade utilizada para a aquisição do
insumo. No exemplo apresentado o cimento está em quilos, mas será
adquirido em embalagens de 50 kg, assim, deve-se fazer a conversão
quando realizada a tomada de preços. Ao encontrar um valor de R$
18,00/saco de 50kg, utiliza-se R$ 0,36/kg e assim sucessivamente,
finalizando a tomada de preços e possibilitando a melhor escolha de
fornecimento.

Relembrando
Valores dos insumos

Durante a tomada de preços deve-se observar que os valores apresentados


devem conter os impostos relativos, fretes e descargas na obra.

3.1.3.4 Custos de mão de obra

Os custos de mão de obra são definidos pelo salário pago ao profissional acrescido dos
encargos tributários praticados pela empresa. Na composição de custos unitários tal valor
deve ser dividido pela quantidade de horas trabalhadas no mês e, posteriormente
multiplicado pelo tempo gasto para a execução de uma unidade do serviço.

𝑪𝑼𝑺𝑻𝑶 𝑫𝑬 𝑴Ã𝑶 𝑫𝑬 𝑶𝑩𝑹𝑨


= 𝑺𝒂𝒍á𝒓𝒊𝒐 + 𝑳𝒆𝒊𝒔 𝑺𝒐𝒄𝒊𝒂𝒊𝒔 + 𝒆𝒏𝒄𝒂𝒓𝒈𝒐𝒔 𝒅𝒊𝒓𝒆𝒕𝒐𝒔 𝒅𝒐 𝒕𝒓𝒂𝒃𝒂𝒍𝒉𝒂𝒅𝒐𝒓∗

*(𝒂𝒍𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒂çã𝒐, 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒑𝒐𝒓𝒕𝒆, 𝑬𝑷𝑰, 𝒖𝒏𝒊𝒇𝒐𝒓𝒎𝒆𝒔)

Para a obtenção das Leis Sociais deve-se realizar a composição de custos com encargos
básicos, complementares, incidências e reincidências.

Exemplificando!

Veja o exemplo dado a seguir...

A seguir apresenta-se uma planilha de composição de encargos sociais (Tabela31) utilizado pelo
Sinduscon de João Pessoa-PA.

Tabela 13: Planilha de encargos sociais


Encargos Sociais Básicos
DESCRIÇÃO HORISTA MENSAL

A1 Previdência Social 20,00 20,00

A2 Fundo de Garantia por Tempo de Serviços 8,00 8,00

A3 Salário-Educação 2,50 2,50

A4 SESI 1,50 1,50

A5 SENAI 1,00 1,00

A6 SEBRAE 0,60 0,60

A7 INCRA 0,20 0,20

A8 INSS 3,00 3,00

A9 SECONCI

A Total 36,80 36,80

Encargos Sociais que recebem incidências de A

B1 Repouso semanal e feriados 22,90

B2 Auxílio-enfermidade 0,79

B3 Licença-paternidade 0,34

B4 13º Salário 10,57 8,22

Dias de chuva/ faltas justificadas na obra/ outras dificuldades/ acidentes de trabalho/


B5 4,57
greves/ falta ou atraso na entrega de materiais ou serviços

B Total 39,17 8,22

Encargos Sociais que não recebem as incidências globais de A

C1 Depósito por despedida injusta 50% sobre [A2+(A2xB)] 5,57 4,33

C2 Férias (indenizadas) 14,06 10,93

C3 Aviso-prévio (indenização) 13,12 10,20

C Total 32,75 25,46


Taxas incidências e reincidências

D1 Reincidência de A sobre B 14,61 3,02

D2 Reincidências de A2 sobre C3 1,05 0,82

D Total 15,66 3,84

Subtotal (A+B+C+D)

127,96 77,25

Taxas complementares

E1 Vale Transporte 8,73 8,73

E2 Refeição Mínima 6,50 6,50

E3 Cesta Básica 8,23 8,23

E4 EPI – Equipamento de Proteção 2,59 2,59

E5 FM – Ferramentas Manuais 1,28 1,28

E6 Uniforme de Trabalho 1,44 1,44

E7 Exames médicos obrigatórios (EM) 1,03 1,03

E Total 29,80 29,80

TOTAL GERAL (A+B+C+D+E)

157,76 107,05

QUADRO RESUMO DOS ENCARGOS SOCIAIS

A Total dos Encargos Sociais Básicos 36,80 36,80

B Total de Encargos Sociais que recebem incidências de A 39,17 8,22

C Total dos Encargos Sociais que não recebem as incidências globais de A 32,75 25,46

D Total das Taxas incidências e reincidências 19,24 6,77

E Total das taxas complementares 29,80 29,80


Percentagem Total de Encargos Sociais (A+B+C+D+E) 157,76 107,05

Fonte: SINDUSCON João Pessoa/PB (2011).

Para os cálculos apresentados, na contratação de um pedreiro da construção civil em João


Pessoa para trabalhar como mensalista teríamos pelo menos o seguinte custo para a
empresa:

Salário Base do Pedreiro em João Pessoa = R$ 790,00.

Encargos sociais acrescidos ao salário = 157,76%.

Custo para a construtora:


𝑹$ 𝟕𝟗𝟎 × 𝟐, 𝟓𝟕𝟕𝟔 = 𝑹$ 𝟐. 𝟎𝟑𝟔, 𝟑𝟎

Como o funcionário trabalha 220 horas mensais, o custo por hora trabalhada no regime
mensalista é de:
𝑹$ 𝟐. 𝟎𝟑𝟔, 𝟑𝟎 ÷ 𝟐𝟐𝟎 = 𝑹$ 𝟗, 𝟐𝟔

Dicas
Composição de Encargos Sociais

Os valores que incidem sobre o salário devem ser fornecidos pela


contabilidade e considerado o regime de contrato – horista, diarista ou
mensalista.

Outra forma de estabelecer o cálculo do valor da mão de obra é pelo regime de empreitada.

As empreitadas são serviços contratados por unidade (m 3, m2, kg ou outro) e, pagos ao pessoal,
desconhecendo-se o valor de custo para o empreiteiro que fornece o serviço.

Para ambos obtém-se um valor unitário para a execução do serviço que posteriormente será
acrescido à planilha orçamentária.

3.1.3.5 Custos de equipamentos

Os custos de equipamentos são definidos pelo valor da hora de utilização do mesmo. Deve-
se acrescer a este o valor da depreciação, sendo este último fornecido em planilha
específica calculada pela contabilidade da empresa em relação ao seu patrimônio.
Dicas
Equipamentos
Para o cálculo de serviços que necessitem da utilização de equipamentos,
pode-se inserir o insumo equipamento na composição unitária do mesmo ou
constituir um item “EQUIPAMENTOS” nos primeiros itens da Planilha
Orçamentária e estabelecer valores, calculados a partir da demanda mensal
durante todo período de execução da obra.

3.1.3.6 Planilha orçamentária

A planilha orçamentária é a planilha que contém TODOS os serviços necessários para a


execução da obra. Dos serviços preliminares à limpeza final normalmente em ordem
cronológica de execução, exemplificada na Tabela.

Somente após a finalização das composições unitárias é que se pode estabelecer a planilha
orçamentária. A planilha é definida pela descrição do serviço, unidade de produção,
quantidade a ser produzida, custos de materiais, custos de mão de obra e custos de
equipamentos, sendo este último normalmente incluído no item “Serviços Preliminares”
como “Equipamentos e Ferramentas”.

O Custo Direto Total é o somatório do total de todos os serviços e o Preço Total apresenta o
Custo acrescido do BDI.

Tabela 14: Modelo de Planilha Orçamentária


PLANILHA ORÇAMENTÁRIA

Empreendimento: Residencial Rota do Sol


Local: Cidade Quente
Endereço: Av. dos Coqueiros, 777 Data Base: Dezembro/2011
Preço Unitário Subtotal
Item Descrição dos serviços UN QT Total (R$)
Material MO (R$)
1 SERVIÇOS PRELIMINARES
2 INFRAESTRUTURA
3 SUPERESTRUTURA
Forma com chapa
3.1 compensada plastificada e = m2 68,32 21,80 14,00 35,80 2.445,86
11mm
4 PAREDES E PAINÉIS
5 ESQUADRIAS
5.1 Esquadrias de madeira
5.2 Esquadrias metálicas
6 VIDROS
7 COBERTURA E PROTEÇÕES
8 FORRO
9 REVESTIMENTOS
9.1 Revestimentos internos
9.2 Revestimentos externos
10 PAVIMENTAÇÃO
11 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
12 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
13 PINTURA
14 SERVIÇOS COMPLEMENTARES

CUSTO DIRETO TOTAL R$ 70.236,10


BDI 31%
PREÇO TOTAL R$ 92.009,29

3.1.3.7 Curva ABC

Existem vários tipos de curva ABC que podem ser extraídas de um orçamento. A curva ABC
mais utilizada é a de insumos, que apresenta a relação de insumos em ordem decrescente
de custos totais.

Para a obtenção da curva ABC é necessária a finalização de todas as composições unitárias


e estabelecimento da planilha orçamentária, a partir da qual são relacionados TODOS os
insumos da obra com suas respectivas quantidades, preços unitários e custos totais.
Posteriormente os valores são ordenados em ordem decrescente de custos totais por
insumo e faz-se o percentual de cada item em relação ao valor total da obra.

Os percentuais são acumulados até o total e a classificação dos mesmos em A, B e C


acontece através do seguinte critério: A – insumos que têm valores acumulados em torno de
50%; B – insumos com valores acumulados de 50 a 80%; C – demais insumos. A seguir
(Tabela 33) apresenta-se um modelo de Curva ABC de insumos, seguido do gráfico
(Figura13).

Tabela 15: Modelo de Planilha de Curva ABC de Insumos


Custo
Insumo Un Qt total Custo total % % acum. Classif
unitário
Placa Cerâmica 30x30cm PEI
m2 89,00 18,00 1.602,00 19,12% 19,12%
4
Argamassa pronta m3 7,30 210,00 1.533,21 18,30% 37,42% A

Pedreiro h 168,00 7,90 1.327,20 15,84% 53,26%


Bloco Cerâmico 9x19x24 un 2.800,00 0,45 1.260,00 15,04% 68,30%
B
Servente h 250,00 4,50 1.125,00 13,43% 81,73%
Areia média m3 6,80 49,00 333,20 3,98% 85,71%
Pintor h 38,00 7,90 300,20 3,58% 89,29%
Tinta acrílica branco gelo l 36,00 7,40 266,40 3,18% 92,47%
Cimento Portland CP II E 32 kg 643,20 0,36 231,55 2,76% 95,23%
Cal Hidratada CH I kg 440,00 0,42 184,80 2,21% 97,44% C
Massa corrida a base de PVA kg 19,00 4,00 76,00 0,91% 98,35%
Lixa combinada m 5,00 12,00 60,00 0,72% 99,06%
Rejunte colorido kg 35,60 1,60 56,96 0,68% 99,74%
Selador acrílico l 3,60 6,00 21,60 0,26% 100,00%
TOTAL 8.378,12 100%
Figura 13: Gráfico da Curva ABC do Modelo.

Ampliando o conhecimento
Curva ABC

O nome “Curva” vem do traçado gráfico que apresenta o percentual


acumulado de custo do item no valor acumulado da obra, conforme mostra
a Figura 94; entretanto, para melhor análise e controle da obra comumente
utiliza-se o formato de Tabela, conforme demonstrado na

Tabela33.

O nome “ABC” vem da classificação dos itens em A, B e C de acordo com o


que já foi apresentado anteriormente. Tal classificação é utilizada para
indicar qual a relevância de cada item em todo o orçamento.

Entende-se que atuando nos itens de classe A e B é possível conseguir


redução de custos relevantes para a obra. Já os de classe C tomariam
muito tempo do Engenheiro e pouco resultado no final da obra, por
somarem em torno de 20% do custo da obra e apresentarem uma
quantidade significativa de itens.

Finalmente, o princípio 80/20 atribuído por Juran ao economista italiano


Vilfredo Pareto, afirmava que 80% das consequências advêm de 20% das
causas. Para a Curva ABC utilizada nos orçamentos, indica que em
aproximadamente 20% dos itens de um orçamento (insumos ou serviços)
3.1.3.8 Benefício e Despesas Indiretas – BDI

O BDI do termo original em inglês significa Budget Difference Income que foi traduzido para
Benefício ou Bonificação e Despesas Indiretas. Diz respeito à soma das despesas indiretas
de um empreendimento e o benefício ou lucro que pretende-se obter e convertido em um
percentual aplicado sobre os serviços da planilha orçamentária.

O BDI pode ser o mesmo para todos os itens da planilha orçamentária, mas também pode
ser diferenciado de acordo com o tipo do serviço à escolha do profissional que elabora o
orçamento.

Para entendermos como o BDI é calculado, é preciso compreender a diferença entre o custo
do orçamento e a Despesa Indireta:

Custo Direto – são gastos necessários para a execução da obra e compreende materiais,
mão de obra, equipamentos, instalações de apoio no canteiro e pessoal diretamente
relacionado à produção do empreendimento.

Despesa Indireta – são gastos que não estão diretamente ligados à produção da obra mas
que são igualmente necessários, como a administração central, tributos e comercialização.

Preço de Venda – é o Custo acrescido da Despesa Indireta e Lucro pretendido pela


empresa.

Segundo Tisaka (2006), o BDI é a soma do lucro, despesas de comercialização e despesas


indiretas, ou seja, as despesas que não fazem parte dos custos considerados como objeto
principal da construção que farão parte definitiva da obra.

A seguir apresenta-se a fórmula proposta por Tisaka (2004) e adotada nesse capítulo para o
cálculo do percentual que será aplicado aos Custos Diretos da obra.

(𝟏 + 𝒂). (𝟏 + 𝒓). (𝟏 + 𝒇)
𝑩𝑫𝑰 = {[ ] − 𝟏} × 𝟏𝟎𝟎
𝟏 − (𝒕 + 𝒄 + 𝒍)

Sendo:

a = taxa do rateiro da administração central e gastos específicos da obra


r = taxa de risco orçamentário do empreendimento
f = taxa do custo financeiro
t = taxa de todos os tributos
c = taxa de despesas de comercialização e outros
l = taxa do lucro líquido

Para o cálculo do BDI é preciso ter as informações que fazem parte da composição da
fórmula anterior. Segundo apresentado por Tisaka (2004) tem-se:

Custo direto

Planilha Orçamentária compreende:

 Custos de produção (materiais, mão de obra e equipamentos);


 Encargos de mão de obra;
 Administração local da obra;
 Instalações provisórias no canteiro de obras;
 Mobilização/Desmobilização.

BDI

Administração Central:
 Despesas Específicas:
 Geradas na sede central que são específicas de uma determinada obra:
• Gerente do contrato (parcial ou integral);
• Outras despesas (viagens, refeições etc.);
• Consultorias especializadas.

 Despesas Rateadas (Rateio):


• É a cota de despesas, proporcional ao seu porte.

Taxa de Risco do Empreendimento, é aplicado quando:

 Empreitada integral ou global;


 Projeto pouco detalhado;
 Especificações mal feitas;
 Prazo duvidoso;
 Incertezas no pagamento.

Taxa de Custo Financeiro, é aplicado quando:

 Prazo de pagamento acima de 7 dias da medição


 Custo do capital de giro
 Financiamento da obra ou serviços
 Desconto de faturas em bancos
 Taxa de juros do mercado

Tributos Federais e Municipais (Lucro Presumido) | % (Quadro5).

Quadro 5: Tributos Federais e Municipais (Lucro Presumido) %


MATERIAL MAT+MO
PIS – Programa de Integração Social 0,65 0,65
Cofins – Financiamento da Seguridade Social 3,00 3,00
IRPJ – Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas 1,20 4,80
CSLL – Contribuição Social do Lucro Líquido 1,08 2,88
ISS – Imposto Sobre Serviços 2,00* 2,00*
Movimentações Financeiras

* O ISS varia de acordo com o Município onde o empreendimento será implantado


** Para a empresa optante pelo Lucro Real ou Supersimples os percentuais não se aplicam

Taxa de Comercialização:

 Compra de editais;
 Preparação de propostas;
 Viagens, certidões;
 Seguros;
 ART’s;
 Propagandas, anúncios etc.

Valor estimado em até 5%.

Taxa de Lucro pretendido:

 Remuneração bruta pretendida pela empresa;


 Custo de oportunidade do capital aplicado;
 Manutenção da capacidade administrativa gerencial e tecnológica da empresa;
 Investir na qualidade e formação profissional;
 Capacidade de reinvestir no próprio negócio;
 Reserva de contingência.

3.1.3.9 Tipos de contrato e preço de venda

Os principais tipos de contratos utilizados pelas empresas de construção civil são:

 Empreitada por preço unitário – são calculados os valores unitários de cada serviço e
aplicado o BDI. Os quantitativos são medidos posteriormente e calculado o valor total
de recebimento a cada medição. Utiliza-se esta modalidade quando o projeto não
está bem detalhado.

 Empreitada global – o orçamento é fechado considerando-se projetos bem


detalhados, compatibilizados e sem dúvidas em relação aos memoriais. Ao Custo
Direto total da planilha aplica-se o BDI estabelecendo-se o preço de venda.

 Contrato por administração – o custo direto é calculado e a empresa estabelece


percentual para administrar a obra. O cliente realiza todos os desembolsos
necessários para a execução da obra.

Para o cálculo do preço de venda a partir de Custos Diretos levantados e BDI estabelecido,
utiliza-se a seguinte expressão:

𝑩𝑫𝑰
𝑷𝑽 = 𝑪𝑫 × [𝟏 + ]
𝟏𝟎𝟎

Sendo:
PV = Preço de Venda;
BDI = Benefício e Despesas Indiretas;
CD = Custo Direto.

3.2 Planejamento e controle de obras

Inicialmente é importante entendermos que toda a fase de orçamento será utilizada para
realizar o planejamento e controle da obra.
Relembrando
Elaboração de Orçamento Detalhado

As etapas do orçamento apresentadas na seção 3 do Orçamento são:

(1) Levantamento de quantidades dos projetos;


(2) Elaboração das composições de custos unitários de serviços;
(3) Elaboração de planilha orçamentário;
(4) Elaboração da curva ABC;
(5) Composição do BDI;
(6) Composição do preço de venda.

Os elementos estabelecidos a partir da elaboração do orçamento servem para controle do


custo da obra, desenvolvimento do planejamento e controle ao longo do tempo.

O Planejamento de uma obra deve ser realizado como instrumento para garantia de
cumprimento de prazos, custos e qualidade do projeto. Entretanto, entende-se que o
planejamento deve ser associado ao controle, ou seja, não há motivos para a realização de
um planejamento se o mesmo não for controlado ao longo da execução do projeto.

Para falar de planejamento, necessariamente precisa-se conhecer a metodologia que deve


ser aplicada a todos os processos. Tal metodologia, conhecida como Ciclo PDCA, é o
conjunto de ações ordenadas e interligadas entre si dispostas graficamente em um círculo
onde cada quadrante corresponde a uma fase do processo. Tal técnica visa o controle do
processo, podendo ser usado de forma contínua para o gerenciamento das atividades de
uma organização.

A NBR ISO 9001 de 2008 apresenta sucintamente a definição para o Ciclo PDCA conforme
apresentado na Figura14.

Figura 14: Ciclo PDCA.


Fonte: NBR ISO 9001 (2008).

P = Plan (planejar): estabelecer os objetivos e processos necessários para gerar resultados


de acordo com os requisitos do cliente e com as políticas da organização;

D = Do (fazer): implementar os processos;

C = Check (checar): monitorar e medir os processos e produtos em relação às políticas, aos


objetivos e aos requisitos para o produto e relatar os resultados;
A = Act (agir): executar ações para promover continuamente a melhoria do desempenho do
processo

Curiosidade
Ciclo PDCA

O Ciclo PDCA foi idealizado por Walter Shewart na década de 30 e


divulgado por Deming na década de 50 logo após a 2ª guerra mundial na
reconstrução do Japão.

3.2.1 Importância do planejamento e controle

O aumento da competitividade, o surgimento de novas tecnologias associadas ao aumento


da exigência por parte dos clientes, são fatores que elevam a importância do planejamento e
controle das obras.

Planejar é esquematizar o que se espera do desenvolvimento do projeto para antever as


ações, sempre na busca por melhores resultados de prazo, custos e qualidade final do
produto.

O planejamento e o controle devem ser realizados a fim de garantir a perpetuidade da


empresa, dando condições aos gerentes para que deem respostas rápidas e certeiras,
através do monitoramento da evolução do empreendimento e do eventual redirecionamento
estratégico.

Antigamente pensava-se no preço de venda de um imóvel como sendo o custo total somado
ao lucro que desejado. Assim, a definição do valor de venda pertencia ao empresário que
após conhecer o custo do empreendimento adicionava o lucro pretendido.

𝑷𝒗 = 𝑪 + 𝑳

Entretanto, em uma visão atual, o resultado do projeto está atrelado à eficiência da atuação
da empresa no desenvolvimento do mesmo, ou seja, quanto menor o custo maior é o lucro
obtido (Equação2), pois a definição do preço de venda é atribuição do mercado.

𝑳 = 𝑷𝒗 − 𝑪

Portanto, torna-se necessário realizar um planejamento para todo projeto a ser desenvolvido
e dispensar tempo para o acompanhamento e controle.

3.2.2 Deficiências do planejamento e controle

Segundo Mattos (2010) as empresas possuem deficiência em planejamento e controle em


função de alguns aspectos que destacamos a seguir.

3.2.2.1 Planejamento e controle como atividade de um único setor:

 planilhas e cronogramas não passam pela área de equipe de produção;


 não é visto como processo gerencial e sim como trabalho isolado;
 o planejamento é realizado, mas não há atualização;
 faltam reuniões eficazes de acompanhamento e envolvimento com toda a equipe;
 não há a apropriação de dados no campo o que permitiria aos gerentes a
detectar desvio de focos e tomada de ações.

3.2.2.2 Descrédito por falta de certeza dos parâmetros

 a empresa não domina o processo por não realizar o acompanhamento e


controle do mesmo, faltando-lhe parâmetros para gerar planejamentos mais
precisos, e, por isso finda no descrédito.

3.2.2.3 Planejamento excessivamente informal

 o planejamento são ordens transmitidas pelo engenheiro ao seu mestre de obras


 dificulta a comunicação setores da empresa
 leva à perda do conceito sistêmico de planejamento, com a visão de longo prazo
sendo obstruída pelo imediatismo das atividades de curto prazo.

3.2.2.4 Mito do “tocador de obras”

 “Tocador de Obras” – engenheiro com postura de tomar decisões rápidas,


apenas com base na experiência e intuição sem o devido planejamento, tornando
um círculo vicioso, já que passa a existir a necessidade de um profissional com o
perfil de “Tocador”;

 para alcançar um processo de planejamento e controle o estágio de consolidação


necessita de trabalho em equipe.

Deste modo, torna-se necessário atuar com base nas deficiências apresentadas afim de
possibilitar que a empresa realize o planejamento e controle adequado de suas obras.

3.2.3 Bases para o planejamento e controle

São consideradas bases para o planejamento e controle de obras: os projetos


compatibilizados; os memoriais; os orçamentos detalhados de custos diretos e indiretos da
obra (Figura15), conforme detalhado nos subitens seguintes.

Orçamento de
custos diretos e
indiretos

Projetos Memoriais
compatibilizados descritivos

Planejamento
da obra

Figura 15: Bases para o planejamento de obras.


3.2.3.1 Projetos

Os projetos são os desenhos compatibilizados para cada especificidade da obra que


contemplam todas as informações necessárias para a correta execução da mesma. Como
principais projetos tem-se:

 projeto arquitetônico;
 projeto de instalações hidráulicas;
 projeto de instalações elétricas e telefônicas;
 projeto estrutural;
 projeto de fundações;
 projeto de prevenção e combate a incêndio e outros.

Importante!

Compatibilização de projetos

Os projetos não podem ser utilizados de forma isolada. Para a minimização


das interferências em obra é necessário realizar a compatibilização dos
diferentes projetos a ser desenvolvidos e memoriais descritivos.

A compatibilização deve acontecer na fase de desenvolvimento de projeto,


e na finalização dos projetos para execução da obra os mesmos não
deverão apresentar dúvidas para o executor.

Dicas
Como realizar a compatibilização

 Definir os Dados de Entrada dos projetos com o cliente.


 Elaborar e acompanhar um cronograma de entregas e
desenvolvimento dos projetos.
 Realizar reuniões para socializar informações necessárias para o
desenvolvimento dos mesmos e para definições entre os envolvidos.
 Realizar a sobreposição de diferentes projetos no CAD.
 Verificar os projetos após o término para conferência das Entradas e
definições durante o desenvolvimento.

3.2.3.2 Memoriais

Os memoriais contemplam de forma descritiva todos os tipos de acabamentos e método


construtivo utilizado para a execução e, portanto, também deve ser compatibilizado com os
projetos específicos.
Importante!

MEMORIAL x PROJETO

Se houver divergência entre o Memorial Descritivo e o Projeto, normalmente


prevalece a especificação constante no MEMORIAL.

3.2.3.3 Orçamentos de custos diretos e indiretos

O orçamento de custos tratados na primeira seção deste capítulo contém a descrição de


cada etapa da obra e seus respectivos custos diretos e indiretos que compõe a planilha
orçamentária e que serão utilizados para o estabelecimento da sequência física de
execução da obra

3.2.4 Indicadores do planejamento e controle

O planejamento não tem causa se não houver o controle. Para atestar se realmente o
planejamento está sendo eficiente é preciso estabelecer indicadores que permitam tal
monitoramento.

Os principais indicadores de gestão do planejamento são:

 PRAZO – cumprimento das etapas de trabalho no tempo estipulado;


 CUSTO – cumprimento dos custos orçados durante a execução da obra;
 LUCRO – resultado obtido a partir da eficiência da empresa;
 QUALIDADE – a análise dos aspectos relacionados à qualidade do empreendimento
são essenciais para o mesmo;
 SATISFAÇÃO DO CLIENTE – durante e após a execução da obra o objetivo da
empresa é medir a satisfação do cliente para melhoria dos futuros empreendimentos.

3.2.5 Etapas para elaboração do planejamento

Para a elaboração do Planejamento Básico de uma obra necessita-se da planilha


orçamentária do empreendimento a se executado. Em seguida apresentamos os passos no
fluxograma da Figura16 e detalhados nos subitens seguintes.
As atividades são
identificadas pelos itens da
Planilha Orçamentária
Atividades

Determinação da duração
Duração das atividades

Identificação da precedência
entre as atividades
Precedência

Estabelecimento do
diagrama de redes e,
Rede/Caminho Identificação do caminho
Crítico mais longo da rede ou
Caminho Crítico

Elaboração do Cronograma
Cronogramas Físico-Financeiro, Curva S,
Cronograma de Desembolso

Histogramas Elaboração de Histogramas


de recursos

Figura 16: Etapas de elaboração de um projeto básico.

3.2.5.1 Atividades

Nesse momento identificam-se as atividades (Tabela ) do projeto utilizando como referência


os itens da planilha orçamentária apresentada no exemplo da seção anterior.

Tabela 16: Modelo de planilha de atividades

Item Atividade Duração Predecessoras

1 SERVIÇOS PRELIMINARES
2 INFRAESTRUTURA
3 SUPERESTRUTURA
4 PAREDES E PAINÉIS
5 ESQUADRIAS
5.1 Esquadrias de madeira
5.2 Esquadrias metálicas
6 VIDROS
7 COBERTURA E PROTEÇÕES
8 FORRO
9 REVESTIMENTOS
9.1 Revestimentos internos
9.2 Revestimentos externos
10 PAVIMENTAÇÃO
11 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
12 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
13 PINTURA
14 SERVIÇOS COMPLEMENTARES

3.2.5.2 Duração

A duração de cada atividade é a quantidade de tempo em horas, dias, semanas ou meses


que a atividade precisa para ser executada, lembrando-se sempre da produtividade e
quantidade de serviço para a determinação desse tempo. A duração de cada atividade a ser
executada está apresentada na coluna “Duração” da Tabela 35.

Tabela 17: Modelo de planilha de atividades com a duração

Duração
Item Atividade Predecessoras
(meses)
1 SERVIÇOS PRELIMINARES 1
2 INFRAESTRUTURA 1
3 SUPERESTRUTURA 2
4 PAREDES E PAINÉIS 2
5 ESQUADRIAS
5.1 Esquadrias de madeira 0,5
5.2 Esquadrias metálicas 0,5
6 VIDROS 0,25
7 COBERTURA E PROTEÇÕES 0,5
8 FORRO 0,5
9 REVESTIMENTOS
9.1 Revestimentos internos 2
9.2 Revestimentos externos 2
10 PAVIMENTAÇÃO 2
11 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS 3
12 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 3
13 PINTURA 1
14 SERVIÇOS COMPLEMENTARES 0,25

3.2.5.3 Precedência

A precedência nem sempre está associada diretamente à sequência das atividades, ou seja,
pode ser que uma atividade tenha relação com mais de uma que acontece anteriormente,
ou ainda, pode ser que uma atividade inicie antes que outra termine. Existem quatro tipos de
dependências, nas quais pode ser acrescido ou descontado tempo, conforme apresentamos
nas figuras a seguir:

TI (término-início) (Figura 17) – a atividade seguinte inicia-se após o término da anterior;


T T
A A

4 dias
B B
I I

Figura 17: Dependência TI e Dependência TI+4 dias.

II (início-início) (Figura 18) – a atividade seguinte inicia-se apenas quanto a anterior tiver
iniciado;

I I
A A
4 dias

B B
I I

Figura 18: Dependência II e Dependência II+4 dias.

IT (início-término) (Figura 19) – a atividade seguinte termina se a anterior tiver iniciado;

I I
A A
4 dias

B B
T T

Figura 29: Dependência IT e Dependência IT+4 dias.

TT (término-término) (Figura 20) – a atividade seguinte finaliza-se apenas quanto a anterior


tiver finalizado.
T T
A A
4 dias

B B
T T

Figura 20: Dependência TT e Dependência TT+4 dias.

Importante!

Término-Início

Na utilização da dependência término-início pode-se omitir a representação


TI, ou seja, subentende-se que a referência à atividade sem as letras TI
indica que a atividade iniciará após o término da anterior.

Exemplo:
Código | Atividade | Predecessoras
1 | Infraestrutura |-
2 | Superestrutura | 1TI ou 1

Curiosidade
Start-Start (SS) | Finish-Finish (FF)
Finish-Start (FS) | Start-Finish (SF)
Devido à utilização de softwares estrangeiros, utiliza-se também para
Término a letra “F” de finish e para Início a letra “S” de start.

A
Tabela apresenta as predecessoras em relação às atividades da planilha e suas
respectivas formas de dependência.

Tabela 18: Modelo de planilha de atividades com as predecessoras

Duração
Item Atividade Predecessoras
(meses)
1 SERVIÇOS PRELIMINARES 1 -
2 INFRAESTRUTURA 1 1
3 SUPERESTRUTURA 2 2
4 PAREDES E PAINÉIS 2 3
5 ESQUADRIAS
5.1 Esquadrias de madeira 0,5 4
5.2 Esquadrias metálicas 0,5 4
6 VIDROS 0,25 5.2
7 COBERTURA E PROTEÇÕES 0,5 4
8 FORRO 0,5 3;7
9 REVESTIMENTOS
9.1 Revestimentos internos 2 5.1;5.2
9.2 Revestimentos externos 2 9.1 II
10 PAVIMENTAÇÃO 2 9.1
11 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS 3 4 II+0,5
12 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 3 4 II+0,5
13 PINTURA 1 9.1;9.2+0,5
14 SERVIÇOS COMPLEMENTARES 0,25 13

3.2.5.4 Diagrama de rede

É a representação gráfica que considera a dependência entre as atividades. Nessa etapa


utiliza-se as atividades relacionadas anteriormente a partir da inter-relação estabelecida no e
construindo um caminho que irá do início ao término da obra.

O diagrama de rede pode ser construído utilizando-se o método das flechas ou o método
dos blocos, sendo que para ambos o resultado produzido é o mesmo. Nesse capítulo será
adotado o método dos blocos que será detalhado na sequência.

Importante!

Método das Flechas


Na utilização da dependência término-início pode-se omitir a representação
TI, ou Arrow Diagramming Method – ADM

Método dos blocos


Precedence Diagramming Method – PDM

A diferença entre estes está no método para se desenhar o diagrama. Para


saber mais sobre o método das Flechas consulte Mattos (2010) p.112.

 Método dos blocos

No método dos blocos utilizam-se os nós para representação das atividades, conforme
apresentado no diagrama da Figura. O diagrama foi elaborado a partir da planilha da
Tabela 36, e contêm os números das atividades inseridos em blocos, as setas
representando a sequência das mesmas considerando-se suas predecessoras e acima a
duração da atividade e a duração total até o momento (Erro! Fonte de referência não
encontrada.).
(0,5) 7

8
(0,5) 6,5 (2) 8,5

7 9.2 (1) 10 (0,25) 10,25

(1) 1 (1) 2 (2) 4 (2) 6 +0,5 mês


(0,5) 6,5 (2) 8,5 13 14
1 2 3 4 5.1 9.1 (2) 10,5
(0,5) 6,5 (0,25) 6,75 10
5.2 6
(3) 7,5
+0,5 mês
11
(3) 7,5
+0,5 mês
12

Figura 21: Diagrama de Blocos (Conforme planilha da


Tabela ).

Duração da Duração total até


atividade a atividade C

Identificação
(1,5) 2 da atividade

C
Figura 22: Representação dos nós no diagrama de rede.

3.2.5.5 Caminho crítico

O caminho crítico é o caminho mais longo até o término da obra. As atividades que constam
no caminho crítico não possuem folgas, ou seja, qualquer atraso implicará em atraso no
prazo final de entrega do empreendimento. A Figura 23 apresenta o diagrama de rede pelo
método dos blocos com o caminho crítico destacado.
(0,5) 7

8
(0,5) 6,5 (2) 8,5

7 9.2 (1) 10 (0,25) 10,25

(1) 1 (1) 2 (2) 4 (2) 6 +0,5 mês


(0,5) 6,5 (2) 8,5 13 14
1 2 3 4 5.1 9.1 (2) 10,5
(0,5) 6,5 (0,25) 6,75 10
5.2 6
(3) 7,5
+0,5 mês
11
(3) 7,5
+0,5 mês
12

Figura 23: Representação do caminho crítico do diagrama da Figura.

O caminho crítico é utilizado para acompanhamento dos prazos de cronograma


estabelecidos em contrato. Mas existem atividades que não constam no caminho crítico e,
portanto possuem uma margem para serem executadas.

Importante!

Folgas

A margem que as atividades que estão fora do Caminho Crítico possuem


são também chamadas de FOLGAS.

Para saber mais sobre o assunto e para elaboração de diagramas mais


detalhados, consultar Mattos (2010, p.184).

3.2.5.6 Cronogramas

 Cronograma de Gantt

O método gráfico de Gantt é a representação das atividades com suas durações em forma
de barras ao longo do tempo a intervalos pré-estabelecidos. Entretanto, para que este
formato se tornasse ainda mais utilizado e eficiente no controle das obras, passou-se a
utilizar a ferramenta incluindo-se as dependências entre as atividades e o caminho mais
longo a ser seguido para a finalização da obra. Tais informações advêm do diagrama de
rede e método do caminho crítico estudados anteriormente.
Curiosidade
Gantt
O cronograma de barras é também chamado de cronograma ou gráfico de
Gantt. Tal atribuição deve-se ao engenheiro Henry Gantt que introduziu a
ferramenta de planejamento e controle no acompanhamento de fluxos de
produção no início do século XX.

Para um cronograma de Gantt com execução entre 02/09/11 e 02/12/12, após a definição
das atividades (tarefas) e da duração de cada uma delas, apresenta-se um exemplo na
Figura , desenvolvido no MS-Project, um software de gestão de projectos (ou gerência de
projetos) produzido pela Microsoft.

Iden set 2011 out 2011 nov 2011 dez 2011


tifica Nome da tarefa Início Término Duração
ção 4/9 11/9 18/9 25/9 2/10 9/10 16/10 23/10 30/10 6/11 13/11 20/11 27/11 4/12 11/12 18/12 25/12

1 Fundações 02/09/2011 15/09/2011 2sem

2 Superestrutura 16/09/2011 29/09/2011 2sem

3 Alvenarias 30/09/2011 14/10/2011 2sem 1d

4 Cobertura 17/10/2011 24/10/2011 1sem 1d

5 Instalações 30/09/2011 23/12/2011 12sem 1d

6 Esquadrias 25/10/2011 04/11/2011 1sem 4d

7 Revestimentos 11/11/2011 08/12/2011 4sem

8 Pintura 09/12/2011 02/01/2012 3sem 2d

Figura 24: Exemplo de cronograma de barras ou cronograma de Gantt elaborado no MS-Project.

 Cronograma de físico-financeiro

O cronograma físico-financeiro é formado após o diagrama de rede, o mesmo é obtido ao


elaborar-se o cronograma de barras com os recursos do orçamento.

O cronograma físico-financeiro é a representação das atividades ao longo do tempo com


suas durações e o custo atrelado, oriundo do orçamento. A Figura 25 apresenta um exemplo
de um cronograma físico-financeiro.

Importante!

CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
FÍSICO – estabelecido a partir do diagrama de redes
FINANCEIRO – estabelecido a partir do orçamento
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
CLIENTE: SEM NOME Base: junho/04
OBRA: SEM NOME Data: 24/06/2004
LOCAL: Sem endereço

CÓDIGO DESCRIÇÃO P/R VALOR JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO

100,00%
P
1 PROJETOS COMPLEMENTARES 6.000,00 6.000,00
R
50,00% 40,00% 10,00%
P
2 SERVICOS PRELIMINARES 11.666,00 5.833,00 4.666,40 1.166,60

R
30,00% 25,00% 25,00% 20,00%
P
3 EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS 1.500,00 450,00 375,00 375,00 300,00
R
25,00% 25,00% 25,00% 25,00%
P
4 EQUIPE PERMANENTE 6.160,00 1.540,00 1.540,00 1.540,00 1.540,00
R
50,00% 50,00%
P
5 ALVENARIAS 5.884,20 2.942,10 2.942,10
R
100,00%
P
6 COBERTURA 5.833,50 5.833,50
R
25,00% 50,00% 25,00%
P
7 ESTRUTURA METÁLICA 127.500,00 31.875,00 63.750,00 31.875,00
R
100,00%
P
8 FORRO 8.170,00 8.170,00
R
10,00% 34,00% 35,00% 21,00%
P
9 PISOS 191.882,00 19.188,20 65.239,88 67.158,70 40.295,22
R
10,00% 60,00% 30,00%
P
10 PINTURA 33.802,45 3.380,25 20.281,47 10.140,74
R
60,00% 40,00%
INSTALACOES HIDROSANITARIAS E P
11 35.000,00 21.000,00 14.000,00
COMBATE A INCÊNDIO
R
10,00% 60,00% 30,00%
INSTALACOES ELÉTRICAS, P
12 40.000,00 4.000,00 24.000,00 12.000,00
TELEFÔNICAS
R
60,00% 40,00%
P
13 OUTROS 103.500,00 62.100,00 41.400,00
R
20,00% 15,00% 30,00% 35,00%
P
14 LIMPEZA 18.319,10 3.663,82 2.747,87 5.495,73 6.411,69
R

P 30.675,02 136.769,99 269.809,60 157.962,64


TOTAL 595.217,25 5,15% 22,98% 45,33% 26,54%
R
30.675,02 167.445,01 437.254,61 595.217,25
P
TOTAL ACUMULADO 595.217,25 5,15% 28,13% 73,46% 100,00%
R

Figura 25: Modelo de Cronograma Físico-Financeiro.

 Cronograma de desembolso

O cronograma de desembolso é estabelecido com o planejamento de compras e


contratações que envolvem o planejamento do empreendimento. O cronograma, que
também é no formato de barras, apresenta no período o que a empresa terá que
desembolsar antecipadamente ou posteriormente à aquisição de insumos para a execução
do empreendimento.

Importante!

Cronograma de desembolso

Desembolso – estabelecido a partir da projeção de pagamentos que serão


efetuados, ou seja, o que a empresa irá desembolsar independente do
andamento da obra.

 Curva “S”

A Curva de Gauss tem o formato de um “sino” e apresenta os valores ao longo do tempo de


execução do projeto, entretanto, a curva “S” demonstra a evolução de um projeto, em
relação ao valor acumulado referente às atividades executadas.

A curva “S” possui esse nome, pois tem o formato da letra “S” (Figura ). A curva comumente
é elaborada para os custos de um projeto onde se obtém os momentos em que as
alterações poderão ocorrer sem que haja prejuízos no projeto.

Figura 26: Curva “S” padrão.


Fonte: PMI-PMBOK (2011).

O primeiro período é o mais propício para a realização de alterações no projeto, pois ainda
não existiram muitos gastos com o mesmo. O segundo período, considerado de
CRESCIMENTO RÁPIDO, inspira cuidados, pois a alteração poderá implicar em gastos
elevados com o projeto. No terceiro período, não devem ser admitidas alterações pois
necessariamente os dados financeiros para o projeto serão majorados.

Curiosidade
Curva de Gauss ou gaussiana ou curva sino
A Curva de Gauss acumulada é uma Curva “S”.
A seguir apresenta-se a curva “S” a partir do Cronograma anteriormente apresentado
(Figura 27).
700.000,00

600.000,00

500.000,00

400.000,00

300.000,00

200.000,00

100.000,00

0,00
JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO

Figura 27: Curva “S” obtida a partir do Cronograma Físico-Financeiro (Figura 106).

Analisando-se a curva da Figura , pode-se concluir que TODAS as alterações realizadas


antes do mês de agosto não acarretarão em grande impacto no custo final do projeto. Ainda
conclui-se que o período de agosto a setembro, compreende o período de CRESCIMENTO
RÁPIDO do desenvolvimento da execução do projeto, assim, alterações nesse período
devem ser evitadas e minuciosamente analisadas para que haja surpresas com o custo final
do projeto.

3.2.5.7 Histograma de Recursos

O Histograma gerado no planejamento é uma ferramenta importante para o


desenvolvimento do projeto. Com os cronogramas instituídos é possível gerar os
histogramas de recursos, que são representados em gráficos de barras no intervalo
estabelecido no cronograma físico do empreendimento.

São dois os tipos mais comumente utilizados para o controle do projeto:

(a) Histograma de permanência de mão de obra – por essa ferramenta é possível


visualizar a quantidade e tipo de mão de obra que deverá ser contratada ou demitida
no intervalo estabelecido no cronograma físico (dia, semana, mês ou outro);

(b) Histograma de compras de insumos – por essa ferramenta é possível visualizar a


quantidade e tipo de material que deverá ser utilizado no intervalo estabelecido no
cronograma físico (dia, semana, mês ou outro), assim, pode-se estabelecer os
prazos de compras para que não prejudiquem os prazos de execução na obra;

(c) Histograma de locação de equipamentos – por essa ferramenta é possível visualizar


a quantidade e tipo de equipamento que deverá ser utilizado no intervalo
estabelecido no cronograma físico (dia, semana, mês ou outro), assim, pode-se
estabelecer os prazos contratuais de locação dos equipamentos ou, cálculo da
depreciação dos equipamentos próprios.
A partir de todas as composições unitárias do orçamento, do quantitativo total dos serviços
apresentados na planilha orçamentária referente ao insumo e cronograma físico
estabelecido, elabora-se o histograma de recurso (material, mão de obra ou equipamento).
Para o exemplo, o histograma refere-se ao insumo de mão de obra de pedreiro, conforme
apresentado na Figura .

50
45
45
40
35
30
30
PEDREIROS

25
20
20
15
10
10
5
0
JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO

Figura 28: Exemplo de histograma de recurso (mão de obra/pedreiro).

Significa que no mês de julho são necessários 20 pedreiros para a execução dos serviços
apresentados no cronograma e assim sucessivamente. Ainda, a partir dos histograma é
possível identificar programação e custos mensais de contratações e demissões (mão de
obra), programação de aquisições (materiais e equipamentos) e programação de locações
(equipamentos).

3.2.5.8 Linha de Base

Finalmente, como já dissemos anteriormente, não existe planejamento sem controle, assim
a partir do momento que o Orçamento e Planejamento de um empreendimento são
aprovados, os mesmos deverão ser disponibilizados para os envolvidos no processo, para
acompanhamento das metas estabelecidas. Afim de que esse processo ocorra de forma
satisfatória, uma linha de base ou baseline é estabelecida, “congelando” o que foi planejado
inicialmente e a equipe passa a acompanhar o planejamento.

A partir do planejamento faz-se um acompanhamento do tipo Previsto X Realizado, para


tomadas de decisões durante o desenvolvimento do projeto e replanejamento das ações e
recursos previamente estabelecidos. O acompanhamento comparado com o inicial é
utilizado também para realimentar as ações da empresa em outros projetos.
Resumo

O presente capítulo trata da elaboração de orçamento para obras de construção civil a partir
da utilização de planilhas de apoio à quantificação de projetos, elaboração de composições
unitárias, planilha orçamentária e obtenção de curva ABC.

Fornece subsídios para o desenvolvimento de um planejamento básico, que gere um


cronograma físico e financeiro, curva “S” e histogramas de recursos para o
acompanhamento e controle das obras. Finalmente, proporciona ao Engenheiro Civil a
possibilidade de desenvolver o orçamento e planejamento de obras antes mesmo de sua
execução.

Atividades

Atividade 1

Para o Planejamento e Controle de Obras, utiliza-se uma técnica que visa o controle do
processo, podendo ser usado de forma contínua para o gerenciamento das atividades de
uma organização. Esta técnica é composta de um conjunto de ações ordenadas e
interligadas entre si, dispostas graficamente em um círculo onde cada quadrante
corresponde a uma fase do processo.

Descreva esta técnica em forma de gráfico, explicando cada fase do processo de controle.

Atividade 2

Considerando-se 1.230 m2 de uma alvenaria de blocos cerâmicos de 9x19x29 cm


assentados de uma vez e juntas horizontais e verticais de 1 cm, pede-se:

(a) A quantidade de blocos cerâmicos necessários para a execução do serviço,


considerando-se uma perda de 8% no material.

(b) O volume de argamassa necessário para o assentamento dos blocos para uma perda
de 6%.

Atividade 3

(a) Calcule e escreva qual é o volume de argamassa de revestimento, necessário para


execução de reboco interno com 1,5 cm de espessura e reboco externo com 2,0 cm de
espessura em uma alvenaria de 380 m2, considerando-se perda de 6%.

(b) Calcule e escreva quantos blocos cerâmicos de 9x19x24 cm são necessários para a
execução de 200 m2 de alvenaria de uma vez (20cm) com juntas horizontais e verticais
de 1 cm considerando-se perda de 12%.

Atividade 4
A partir da curva “S” apresentada e considerando-se o período de crescimento rápido na
construção de um empreendimento, explique:

Escreva qual é o melhor momento para realizar uma alteração no projeto de forma que
minimize ao máximo a possibilidade de custos extras para o projeto.

Fonte: PMI-PMBOK (2011).

Atividade 5

A Curva ABC é um recurso para identificar os itens mais importantes dentro de uma
quantidade geralmente grande de itens de um orçamento, sejam eles insumos ou serviços.
Com a Curva ABC, você vai trabalhar com “foco” nos itens mais relevantes de seu
orçamento com o objetivo de obter os melhores resultados.

Como responsável pelo planejamento de um determinado projeto, estabeleça a curva ABC


para os insumos a seguir, e, com base em suas análises informe quais os materiais que o
comprador deverá se empenhar mais na negociação para obtenção de um resultado
satisfatório ao empreendimento.

Referências
ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR ISO 9001: Sistemas de gestão da
qualidade - Requisitos. Rio de Janeiro, 2008.

_____. NBR 9574: Execução de impermeabilização. Rio de Janeiro, 2008

_____. NBR 9575: Impermeabilização - Seleção e projeto. Rio de Janeiro, 2010.

_____. NBR 9685: Emulsão asfáltica para impermeabilização. Rio de Janeiro, 2005

_____. NBR 11905: Sistema de impermeabilização composto por cimento impermeabilizante e


polímeros - Especificação. Rio de Janeiro, 1995

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