Você está na página 1de 71

CURSO DEGRAUS

PREPARATÓRIO PARA O CHQAO


EXÉRCITO BRASILEIRO
Prof. MARÇAL ALVES
e-mail: marcal_sevla@hotmail.com
PROCESSO PENAL MILITAR
Prof. MARÇAL ALVES

2 ª AULA
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR
PROCESSO PENAL MILITAR
Prof. MARÇAL ALVES

SUMÁRIO:
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
2. CARACTERÍSTICAS DO IPM
3. INSTAURAÇÃO DO IPM
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
5. CONCLUSÃO DO IPM
6. QUESTÕES COMENTADAS
PROCESSO PENAL MILITAR
Prof. MARÇAL ALVES

SUMÁRIO:
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
2. CARACTERÍSTICAS DO IPM
3. INSTAURAÇÃO DO IPM
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
5. CONCLUSÃO DO IPM
6. QUESTÕES COMENTADAS
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
1.1. AUTORIDADE POLICIAL MILITAR

Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, pelas
seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições:
a) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em todo o
território nacional e fora dele, em relação às forças e órgãos que
constituem seus Ministérios, bem como a militares que, neste caráter,
desempenhem missão oficial, permanente ou transitória, em país
estrangeiro;

• Atualmente Comandantes da Marinha; Exército e Aeronáutica

• Ex: Militares fora da Força ou em Missão no Exterior que cometam


crimes a apuração é responsabilidade do Cmt da Força respectiva.
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
1.1. AUTORIDADE POLICIAL MILITAR

Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, pelas
seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições:
b) pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, em relação a
entidades que, por disposição legal, estejam sob sua jurisdição;
c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da Marinha, nos
órgãos, forças e unidades que lhes são subordinados;
d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da Esquadra,
nos órgãos, forças e unidades compreendidos no âmbito da respectiva
ação de comando;
e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, nos
órgãos e unidades dos respectivos territórios;

• Os Comandos de Exército atualmente são os Comandos Militares de


Área (ex: Comando Militar do Leste – Rio de Janeiro)

• Atualmente Zonas Aéreas equivalem aos Comandos Aéreos (COMAR)


1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
1.1. AUTORIDADE POLICIAL MILITAR

Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, pelas
seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições:
f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do
Ministério da Aeronáutica, nos órgãos e serviços que lhes são
subordinados;
g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou
serviços previstos nas leis de organização básica da Marinha, do Exército
e da Aeronáutica;
h) pelos comandantes de forças, unidades ou navios;

• Diversos níveis de Comando


1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
1.2. DELEGAÇÃO DE ATRIBUIÇÃO
Art. 7º 1º Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição, hierarquia e
comando, as atribuições enumeradas neste artigo poderão ser delegadas a
oficiais da ativa, para fins especificados e por tempo limitado.
2º Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial
militar, deverá aquela recair em oficial de posto superior ao do indiciado,
seja este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado.
3º Não sendo possível a designação de oficial de posto superior ao do
indiciado, poderá ser feita a de oficial do mesmo posto, desde que mais
antigo.
4º Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado, não prevalece, para a
delegação, a antiguidade de posto.
• Na própria portaria de Instauração do IPM o comandante delega seus
poderes a determinado oficial que deve ser superior ao indiciado ou
em ultimo caso mais antigo que o indiciado
• Qualquer oficial da ativa é considerado mais antigo que qualquer
oficial da reserva do mesmo posto
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
1.2. DELEGAÇÃO DE ATRIBUIÇÃO

1.2.1. NÃO HAVENDO OFICIAL DA ATIVA MAIS ANTIGO QUE O


INDICIADO

Art. 7º 5º Se o posto e a antiguidade de oficial da ativa excluírem, de modo


absoluto, a existência de outro oficial da ativa nas condições do § 3º,
caberá ao ministro competente a designação de oficial da reserva de
posto mais elevado para a instauração do inquérito policial militar; e, se
este estiver iniciado, avocá-lo, para tomar essa providência.

• Não havendo na ativa nenhum oficial mais antigo, o CMT da força


nomeará um Oficial do mais alto posto da reserva
• Ex: Comete um crime o General de Exército mais antigo do Exército
• Não havendo oficial na reserva mais antigo, o próprio Cmt da Força
preside o IPL (não havendo a delegação)
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
1.2. DELEGAÇÃO DE ATRIBUIÇÃO

1.2.2. POSTO IGUAL OU SUPERIOR AO COMANDANTE

Art. 10º 1º Tendo o infrator posto superior ou igual ao do comandante,


diretor ou chefe de órgão ou serviço, em cujo âmbito de jurisdição militar
haja ocorrido a infração penal, será feita a comunicação do fato à
autoridade superior competente, para que esta torne efetiva a delegação,
nos têrmos do § 2° do art. 7º.

1.2.3. PROVIDÊNCIAS IMEDIATAS

Art. 10º 2º O aguardamento da delegação não obsta que o oficial


responsável por comando, direção ou chefia, ou aquele que o substitua ou
esteja de dia, de serviço ou de quarto, tome ou determine que sejam
tomadas imediatamente as providências cabíveis, previstas no art. 12,
uma vez que tenha conhecimento de infração penal que lhe incumba
reprimir ou evitar.
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
1.2. DELEGAÇÃO DE ATRIBUIÇÃO

1.2.4. CRIME COMUM

Art. 10º 3º Se a infração penal não for, evidentemente, de natureza militar,


comunicará o fato à autoridade policial competente, a quem fará
apresentar o infrator. Em se tratando de civil, menor de dezoito anos, a
apresentação será feita ao Juiz de Menores.

• A mudança recente do CPM (Art 9º) tornou essa hipótese mais rara.
• Juiz de menores entenda Vara da Infância e Juventude

1.2.5. CRIME PRATICADO POR OFICIAL GENERAL

Art. 10º 4º Se o infrator for oficial general, será sempre comunicado o fato
ao ministro e ao chefe de Estado-Maior competentes, obedecidos os
trâmites regulamentares.
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
1.2. DELEGAÇÃO DE ATRIBUIÇÃO

1.2.6. ENVOLVIMENTO DE OFICIAL MAIS ANTIGO OU SUPERIOR AO


ENCARREGADO

Art. 10º 5º Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a


existência de indícios contra oficial de pôsto superior ao seu, ou mais
antigo, tomará as providências necessárias para que as suas funções
sejam delegadas a outro oficial, nos têrmos do § 2° do art. 7º.

1.2.7. DESIGNAÇAO DE ESCRIVÃO

Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo


encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação
para aquele fim, recaindo em segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado
fôr oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos demais casos.
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
1.2. DELEGAÇÃO DE ATRIBUIÇÃO
1.2.8. ASSISTÊNCIA DE PROCURADOR
Art. 14. Em se tratando da apuração de fato delituoso de excepcional
importância ou de difícil elucidação, o encarregado do inquérito poderá
solicitar do procurador-geral a indicação de procurador que lhe dê
assistência.
1.2.9. ENCARREGADO CAPITÃO OU OFICIAL SUPERIOR
Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível, oficial de
posto não inferior ao de capitão ou capitão-tenente; e, em se tratando de
infração penal contra a segurança nacional, sê-lo-á, sempre que possível,
oficial superior, atendida, em cada caso, a sua hierarquia, se oficial o
indiciado.
• Crimes contra a segurança externa (art 136 a 148 CPM) – Of Sup
• “Sempre que possível” – admite exceções
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
1.2. DELEGAÇÃO DE ATRIBUIÇÃO
1.2.10. SUSPEIÇÃO DO ENCARREGADO DE INQUÉRITO
Art. 142. Não se poderá opor suspeição ao encarregado do inquérito, mas
deverá êste declarar-se suspeito quando ocorrer motivo legal, que lhe seja
aplicável.
• As partes não podem arguir
• Mas o encarregado poderá declarar-se suspeito
• É um direito do Encarregado (questão de foro íntimo)
• JUSTIFICATIVA DA VEDAÇÃO – pouco poderia um Encarregado
influir na decisão final do julgamento
• CRÍTICA – importantes provas são produzidas unicamente na fase de
inquérito. Ex: Perícias
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
1.3. COMPETÊNCIA DA POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR

Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar:


a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão
sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria;
b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do
Ministério Público as informações necessárias à instrução e julgamento
dos processos, bem como realizar as diligências que por eles lhe forem
requisitadas;
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar;
d) representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão
preventiva e da insanidade mental do indiciado;
e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob
sua guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições deste
Código, nesse sentido;

• Funções bem similares às da Autoridade Policial Comum


1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
1.3. COMPETÊNCIA DA POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR

Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar:


f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis
à elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo;
g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e
exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial
militar;
h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de
apresentação de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade
civil competente, desde que legal e fundamentado o pedido.

• Requisitar qualquer informação a qualquer órgão civil que não exigir


quebra de sigilo judicial
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
1.4. FINALIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos


têrmos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de
instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos
necessários à propositura da ação penal.
Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal os
exames, perícias e avaliações realizados regularmente no curso do
inquérito, por peritos idôneos e com obediência às formalidades previstas
neste Código.

• Apurar AUTORIA e MATERIALIDADE

• Fornecer elementos à propositura da Ação Penal

• Tem natureza de instrução provisória (Provas Indiciárias - repetidas


em Juízo durante a Ação Penal) Exceção: Exames, Perícias e
Avaliações (não repetidas em juízo – provas cautelares)
PROCESSO PENAL MILITAR
Prof. MARÇAL ALVES

SUMÁRIO:
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
2. CARACTERÍSTICAS DO IPM
3. INSTAURAÇÃO DO IPM
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
5. CONCLUSÃO DO IPM
6. QUESTÕES COMENTADAS
2. CARACTERÍSTICAS DO IPM
2.1. POLÍCIA JUDICIÁRIA

• Fase Pré processual (Poder Executivo)

• POLÍCIA JUDICIÁRIA : atividade policial voltada a apuração de


autoria e materialidade de uma infração penal. (função repressiva)

• POLÍCIA ADMINISTRATIVA: atividade policial voltada a fiscalização e


vigilância (função preventiva)

2.2. INQUISITIVO

• Não existe ampla defesa e contraditório

• Porém o indiciado pode requerer diligências que são avaliadas pela


autoridade policial e não está obrigado a produzir provas contra si
mesmo
2. CARACTERÍSTICAS DO IPM
2.3. SIGILOSO
• O sigilo não é absoluto, pois não atinge os membros do MP; a
autoridade judiciária; o defensor público e o advogado do indiciado.

• Para alguns atos exige-se o sigilo para o defensor do indiciado


Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que
dêle tome conhecimento o advogado do indiciado.

SÚMULA VINCULANTE 14 - É direito do defensor, no interesse do


representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de
defesa.
2. CARACTERÍSTICAS DO IPM
2.4. DISPENSÁVEL
• Quando já existe indícios de autoria e materialidade o IP é
dispensável utiliza-se apenas as peças de informação.

• Ex: APF

• Como consequência desta característica, os vícios do IP não


implicam em anulação do processo penal. (Ex: provas ilícitas)

Art. 27. Se, por si só, fôr suficiente para a elucidação do fato e sua autoria,
o auto de flagrante delito constituirá o inquérito, dispensando outras
diligências, salvo o exame de corpo de delito no crime que deixe vestígios,
a identificação da coisa e a sua avaliação, quando o seu valor influir na
aplicação da pena. A remessa dos autos, com breve relatório da
autoridade policial militar, far-se-á sem demora ao juiz competente, nos
têrmos do art. 20.
2. CARACTERÍSTICAS DO IPM
2.4. DISPENSÁVEL

Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência


requisitada pelo Ministério Público:
a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos
ou outras provas materiais;
b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou
publicação, cujo autor esteja identificado;
c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal Militar.

• Outras hipóteses de dispensa de IPM

• Art 341 CPM – Desacato

• Art 349 CPM - Desobediência a decisão judicial da Justiça Militar


2. CARACTERÍSTICAS DO IPM
2.5. DISCRICIONÁRIO
• Quanto ao melhor momento para executar determinado ato a
Autoridade Policial possui discricionariedade

• Não existe porém discricionariedade quanto a apuração dos fatos


que é vinculada.
PROCESSO PENAL MILITAR
Prof. MARÇAL ALVES

SUMÁRIO:
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
2. CARACTERÍSTICAS DO IPM
3. INSTAURAÇÃO DO IPM
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
5. CONCLUSÃO DO IPM
6. QUESTÕES COMENTADAS
3. INSTAURAÇÃO DO IPM

FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO IPM


DE DETERMINAÇÃO REQUISIÇÃO DO DECISÃO REQUERIMENTO SINDICÂNCIA
OFÍCIO SUPERIOR MPM DO STM DO OFENDIDO

3.1. DE OFÍCIO

Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:


a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou
comando haja ocorrido a infração penal, atendida a hierarquia do infrator;

• A Autoridade Policial Militar instaura através de portaria, quando


tomar conhecimento do crime;

• A escolha do Encarregado é discricionária, devendo respeitar a


hierarquia militar
3. INSTAURAÇÃO DO IPM
3.2. DETERMINAÇÃO SUPERIOR

Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:


b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que, em
caso de urgência, poderá ser feita por via telegráfica ou radiotelefônica e
confirmada, posteriormente, por ofício;

• Os comandantes militares podem determinar a instauração de um


IPM nas unidades subordinadas ao tomar ciência de um crime militar

• Ex: O Comandante de uma Brigada pode determinar que o


Comandante de um de seus Batalhões instaure um IPM

• A instauração é obrigatória (hierarquia militar)

• Não existe essa hipótese no CPP comum !


3. INSTAURAÇÃO DO IPM
3.3. REQUISIÇÃO DO MPM

Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:


c) em virtude de requisição do Ministério Público;

• O MPM toma ciência de um crime militar em determinada unidade


militar e determina ao comandante a instauração

• A instauração é obrigatória, não pela hierarquia que não existe, mas


pela lei, exceto em caso de flagrante ilegalidade.

• IMPORTANTE – O CPPM não previu a instauração por determinação


do Juiz auditor ou dos Conselhos de Justiça. Nesse caso o Juiz envia
os indícios ao MPM que requer a instauração
3. INSTAURAÇÃO DO IPM
3.4. DECISÃO DO STM

Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:


d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos termos do art. 25;

Art 25. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro, se


novas provas aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou a terceira
pessoa, ressalvados o caso julgado e os casos de extinção da
punibilidade.

• Instauração de novo IPM por surgimento de novas provas, diante do


arquivamento de IPM anterior (Art 25)

• CUIDADO : Diferente do CPP comum não se fala na justiça militar em


Desarquivamento de IPM !!
3. INSTAURAÇÃO DO IPM
3.5. REQUERIMENTO DO OFENDIDO

Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:


e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente,
ou em virtude de representação devidamente autorizada de quem tenha
conhecimento de infração penal, cuja repressão caiba à Justiça Militar;

• O requerimento NÃO é uma condição de procedibilidade

• O requerimento não obriga a Autoridade Policial Militar a instaurar o


IPM se entender que não há crime a apurar.

• Este requerimento feito pela vítima é chamado NOTITIA CRIMINIS


3. INSTAURAÇÃO DO IPM
3.6. SINDICÂNCIA

Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:


f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte
indício da existência de infração penal militar.

• No relatório da sindicância o encarregado demonstra os indícios de


crime militar e sugere a instauração do IPM

• A decisão compete ao CMT


3. INSTAURAÇÃO DO IPM
3.7. OBSERVAÇÕES

• Não existe previsão DELATIO CRIMINIS no Processo Penal Militar


(pessoas do povo)

• Não existe REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO, pois no Processo


Militar as Ações são Públicas Incondicionadas
PROCESSO PENAL MILITAR
Prof. MARÇAL ALVES

SUMÁRIO:
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
2. CARACTERÍSTICAS DO IPM
3. INSTAURAÇÃO DO IPM
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
5. CONCLUSÃO DO IPM
6. QUESTÕES COMENTADAS
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
4.1. PRESERVAÇÃO DO LOCAL DO CRIME

Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar,
verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10
deverá, se possível:
a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a
situação das coisas, enquanto necessário

• Visa evitar a contaminação da cena do crime e a perda de provas.

• O Encarregado deve comparecer ao local do crime.


4. DILIGÊNCIAS DO IPM
4.2. APREENDER OBJETOS DO CRIME

Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar,
verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10
deverá, se possível:
b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com
o fato;

• INSTRUMENTOS DO CRIME – são objetos utilizados pelo criminoso


para a pratica do crime (Ex: Arma do crime)

• OBJETOS RELACIONADOS COM O CRIME – são quaisquer objetos


que possam ser úteis para elucidar o crime. (Ex: copo sujo de
sangue)
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
4.3. PRISÃO DO INFRATOR

Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar,
verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10
deverá, se possível:
c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244;

• Só se estiver em flagrante delito (Art 244)

• Caso contrário só com determinação judicial


4. DILIGÊNCIAS DO IPM
4.4. COLHER TODAS AS PROVAS
Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar,
verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10
deverá, se possível:
d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias.
• Não se limita aos objetos da cena do crime
• Ex: Procura de testemunhas, câmeras de segurança etc

4.5. OITIVA DO OFENDIDO


Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação dêste:
b) ouvir o ofendido;
• Não presta compromisso de dizer a verdade, mas comete crime se
imputar falsamente crime a alguém
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
4.6. OITIVA O INDICIADO
Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação deste:
c) ouvir o indiciado;
• INDICIAMENTO é um poder dever Encarregado do IPM (não é
discricionário) que imputa a conduta criminosa a determinada
pessoa diante das provas existentes.
• SUSPEITO ≠ INDICIADO – o suspeito não possui provas contra si,
enquanto o indiciado já possui.
• Pode ocorrer a qualquer momento durante o IPM
• O indiciado pode permanecer em silêncio (direito constitucional)
• A presença de advogado é possível, mas não é obrigatória
• O advogado pode conversar com o indiciado antes do interrogatório,
• O indiciamento não vincula o MP, nem o Juiz.
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
4.7. OITIVA DE TESTEMUNHA
Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação deste:
d) ouvir testemunhas;

Art. 19. As testemunhas e o indiciado, exceto caso de urgência inadiável,


que constará da respectiva assentada, devem ser ouvidos durante o dia,
em período que medeie entre as sete e as dezoito horas.
2º A testemunha não será inquirida por mais de quatro horas consecutivas,
sendo-lhe facultado o descanso de meia hora, sempre que tiver de prestar
declarações além daquele têrmo. O depoimento que não ficar concluído
às dezoito horas será encerrado, para prosseguir no dia seguinte, em hora
determinada pelo encarregado do inquérito.
• Está obrigada a comparecer e deve dizer a verdade
• Ouvidos entre 7 e 18 hs
• Se ultrapassar 4 horas de depoimento deve ter descanso de 30 min
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
4.8. RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS E ACAREAÇÕES
Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação deste:
e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações;
• Procedimentos detalhado na aula de provas

4.9. EXAME DE CORPO DE DELITO E OUTRAS PERÍCIAS


Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação deste:
f) determinar, se fôr o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e
a quaisquer outros exames e perícias;

• EXAME DE CORPO DE DELITO – sempre que a infração deixar


vestígios
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
4.10. AVALIAÇÃO DOS DANOS
Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação deste:
g) determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, desviada,
destruída ou danificada, ou da qual houve indébita apropriação;
• Visa criar parâmetros para futuras indenizações judiciais

4.11. REALIZAR BUSCAS E APREENSÕES


Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação deste:
h) proceder a buscas e apreensões, nos termos dos arts. 172 a 184 e 185
a 189;
• INCONSTITUCIONALIDADE – não cabe ao encarregado a decisão.
Precisa de autorização judicial

• Regras veremos na aula de provas


4. DILIGÊNCIAS DO IPM
4.12. PROTEÇÃO DE TESTEMUNHAS
Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação deste:
i) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemunhas,
peritos ou do ofendido, quando coactos ou ameaçados de coação que
lhes tolha a liberdade de depor, ou a independência para a realização de
perícias ou exames.;
• Buscar medidas concretas de proteção as testemunhas peritos e
vitima

4.13. REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS


Art. 13. Parágrafo único. Para verificar a possibilidade de haver sido a
infração praticada de determinado modo, o encarregado do inquérito
poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não
contrarie a moralidade ou a ordem pública, nem atente contra a hierarquia
ou a disciplina militar.
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
4.14. INCOMUNICABILIDADE DO PRESO
Art. 17. O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o
indiciado, que estiver legalmente prêso, por três dias no máximo.

Art 5º LXIII CF - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o


de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e
de advogado;

• REQUISITOS DA INCOMUNICABILIDADE – Prazo máximo de 3 dias /


Não se aplica ao Defensor, ao MP e ao Juiz.

• INCONSTITUCIONAL - A doutrina majoritária entende que a


incomunicabilidade do preso é inconstitucional, pois a CF veda nos
Estados de Sítio e de Defesa e ainda garante o direito do preso de
assistência da família e do seu advogado.
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
4.15. DETENÇÃO DO PRESO SEM FLAGRANTE
Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar
detido, durante as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se
a detenção à autoridade judiciária competente....
• Detenção sem ordem judicial e sem estar em flagrante delito
SOMENTE SE FOR CRIME PROPRIAMENTE MILITAR
• Se for CRIME IMPROPRIAMENTE MILITAR deverá ser requerida à
Justiça Militar
• Equivale a Prisão Temporária (permitir a busca de provas)
• Deve ser comunicada à Justiça Militar (controle de legalidade)
Art 5º LXI CF - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo
nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos
em lei;
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
4.15. DETENÇÃO DO PRESO SEM FLAGRANTE
Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar
detido, durante as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se
a detenção à autoridade judiciária competente. Esse prazo poderá ser
prorrogado, por mais vinte dias, pelo comandante da Região, Distrito
Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação fundamentada do encarregado
do inquérito e por via hierárquica.
• PRORROGAÇAO DO PRAZO – por mais 20 dias pelo Comandante de
Região Militar

• O Encarregado deve requerer a prorrogação antes do final do prazo


inicial de 30 dias
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
4.16. REPRESENTAÇÃO PELA PRISÃO PREVENTIVA OU MENAGEM
Art. 18. Parágrafo único. Se entender necessário, o encarregado do
inquérito solicitará, dentro do mesmo prazo ou sua prorrogação,
justificando-a, a decretação da prisão preventiva ou de menagem, do
indiciado.
• Representação ao Juiz !
PROCESSO PENAL MILITAR
Prof. MARÇAL ALVES

SUMÁRIO:
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
2. CARACTERÍSTICAS DO IPM
3. INSTAURAÇÃO DO IPM
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
5. CONCLUSÃO DO IPM
6. QUESTÕES COMENTADAS
5. CONCLUSÃO DO IPM
5.1. PRAZOS DE CONCLUSÃO DO IPM
Art 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado
estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a
ordem de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando o indiciado estiver
solto, contados a partir da data em que se instaurar o inquérito.
1º Este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela
autoridade militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou
perícias já iniciados, ou haja necessidade de diligência, indispensáveis à
elucidação do fato. O pedido de prorrogação deve ser feito em tempo
oportuno, de modo a ser atendido antes da terminação do prazo.
• RÉU SOLTO – 40 dias + 20 dias (contados da instauração)
• RÉU PRESO – 20 dias sem prorrogação (contados da prisão)
• A prorrogação deve ser solicitada a autoridade militar superior, não
precisa solicitar à JMU (diferente do Processo Penal Comum)
5. CONCLUSÃO DO IPM
5.1. PRAZOS DE CONCLUSÃO DO IPM
Art 20. 2º Não haverá mais prorrogação, além da prevista no § 1º, salvo
dificuldade insuperável, a juízo do ministro de Estado competente. Os
laudos de perícias ou exames não concluídos nessa prorrogação, bem
como os documentos colhidos depois dela, serão posteriormente
remetidos ao juiz, para a juntada ao processo. Ainda, no seu relatório,
poderá o encarregado do inquérito indicar, mencionando, se possível, o
lugar onde se encontram as testemunhas que deixaram de ser ouvidas,
por qualquer impedimento.
• Em regra haverá apenas uma prorrogação de 20 dias (somente para
réus soltos
• Esgotado o prazo já prorrogado deve encaminhar o IPM no estado
que se encontrar detalhando no relatório.
• EXCEÇÃO – dificuldade insuperável a critério do CMT da FORÇA
5. CONCLUSÃO DO IPM
5.1. PRAZOS DE CONCLUSÃO DO IPM
Art 20. 3º São deduzidas dos prazos referidos neste artigo as interrupções
pelo motivo previsto no § 5º do art. 10.
• Quando houver envolvimento de oficial superior ao Encarregado
• O tempo decorrido para a nomeação de outro Encarregado deve ser
descontado.
5. CONCLUSÃO DO IPM
5.2. RELATÓRIO DO IPM
Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu
encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os
resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato
delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou indício
de crime, pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sobre a
conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos termos legais.
• CONTEÚDO DO RELATÓRIO - diligências feitas / pessoas ouvidas /
resultados obtidos / dinâmica dos fatos / ocorrência de infração
disciplinar ou crime.

• PRISÃO PREVENTIVA – pode ser solicitada e fundamentada no


relatório
5. CONCLUSÃO DO IPM
5.3. CONCLUSÃO FINAL DO IPM
Art. 22. 1º No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertura do
inquérito, o seu encarregado enviá-lo-á à autoridade de que recebeu a
delegação, para que lhe homologue ou não a solução, aplique penalidade,
no caso de ter sido apurada infração disciplinar, ou determine novas
diligências, se as julgar necessárias.
2º Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o delegou
poderá avocá-lo e dar solução diferente.
• ENCARREGADO POR DELEGAÇÃO – encaminha o relatório para
apreciação da autoridade delegante.
• DECISÕES DA AUTORIDADE – Homologa o relatório; solicita novas
diligências ou avoca e decide diferente.
• APLICAÇÃO DE PUNIÇÃO DISCIPLINAR – não pode arquivar o IPM (o
mais prudente é aguardar a decisão da JMU)
5. CONCLUSÃO DO IPM
5.3. CONCLUSÃO FINAL DO IPM

5.3.1. APLICAÇÃO DE PUNIÇÃO DISCIPLINAR

ESTATUTO DOS MILITARES

Art 42 § 2° - No concurso de crime militar e de contravenção ou


transgressão disciplinar, quando forem da mesma natureza, será aplicada
somente a pena relativa ao crime.

• DIFERENTE DO DIREITO ADMINISTRATIVO E PENAL COMUM

• Havendo a condenação criminal NÃO PODE HAVER a punição


disciplinar

• Caso haja a absolvição PODE HAVER A PUNIÇÃO DISCIPLINAR


5. CONCLUSÃO DO IPM
5.3. CONCLUSÃO FINAL DO IPM

5.3.1. APLICAÇÃO DE PUNIÇÃO DISCIPLINAR

• Se a absolvição for POR INEXISTÊNCIA DO FATO ou NEGATIVA DE


AUTORIA, IMPEDE a punição disciplinar

• Se for por INSUFICIÊNCIA DE PROVAS ou ARQUIVAMENTO POR


ATIPICIDADE, ADMITE a punição disciplinar

• Mas e preciso instaurar o procedimento punitivo disciplinar com


garantias de ampla defesa e contraditório. (Caso tenha ocorrido
SINDICÂNCIA com direito à ampla defesa, pode aplicar a punição
logo em seguida à absolvição criminal.)
5. CONCLUSÃO DO IPM
5.4. REMESSA DO IPM À JMU
Art. 23. Os autos do inquérito serão remetidos ao auditor da Circunscrição
Judiciária Militar onde ocorreu a infração penal, acompanhados dos
instrumentos desta, bem como dos objetos que interessem à sua prova

Art. 24. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de


inquérito, embora conclusivo da inexistência de crime ou de
inimputabilidade do indiciado.

• Não pode arquivar IPM em unidade militar (todos devem ser


encaminhados a JMU, mesmo não havendo indício de crime)

• Nem o MPM nem o Juiz Auditor se vinculam ao entendimento da


autoridade militar.
5. CONCLUSÃO DO IPM
5.5. AÇÕES DO MPM
Art. 26. Os autos de inquérito não poderão ser devolvidos a autoridade
policial militar, a não ser:
I — mediante requisição do Ministério Público, para diligências por ele
consideradas imprescindíveis ao oferecimento da denúncia;
• AÇÕES DO MPM
a) Oferecimento da Denúncia
b) Solicitação de Novas Diligências indispensáveis ao Oferecimento
da Denúncia
c) Arquivamento
d) Arguir incompetência da Justiça Militar (Art 398 CPPM)
5. CONCLUSÃO DO IPM
5.6. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS DO IPM
Art. 26. Os autos de inquérito não poderão ser devolvidos a autoridade
policial militar, a não ser:
II — por determinação do juiz, antes da denúncia, para o preenchimento
de formalidades previstas neste Código, ou para complemento de prova
que julgue necessária.
Parágrafo único. Em qualquer dos casos, o juiz marcará prazo, não
excedente de vinte dias, para a restituição dos autos.
• PARADOXO – o juiz auditor não pode requisitar a Instauração do IPM,
mas pode determinar diligências investigativas que julgar
necessárias

• PRINCÍPIO DA VERDADE REAL – justifica que o juiz busque


esclarecer a verdade dos fatos

• PRAZO PARA A DEVOLUÇÃO – até 20 dias


5. CONCLUSÃO DO IPM
5.7. ARQUIVAMENTO DO IPM
Art 25. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro, se
novas provas aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou a terceira
pessoa, ressalvados o caso julgado e os casos de extinção da
punibilidade.
• MOTIVOS DE ARQUIVAMENTO - Falta de Provas / Fato Atípico /
Coisa Julgada / Causa Extintiva de Punibilidade

• FALTA DE PROVAS – única hipótese que justifica abertura de outro


IPM se aparecerem novas provas

• Nem o MPM nem o Juiz Auditor se vinculam ao entendimento da


autoridade militar.

• CUIDADO – O CPPM não se refere a DESARQUIVAMENTO e sim


INSTAURAÇÃO DE NOVO IPM
5. CONCLUSÃO DO IPM
5.7. ARQUIVAMENTO DO IPM
Art 25. 1º Verificando a hipótese contida neste artigo, o juiz remeterá os
autos ao Ministério Público, para os fins do disposto no art. 10, letra c.
2º O Ministério Público poderá requerer o arquivamento dos autos, se
entender inadequada a instauração do inquérito.
• 1 – A autoridade militar descobre novas provas
• 2 – Encaminha essas novas provas ao Juiz Auditor
• 3 – O Juiz auditor como não pode requisitar um novo IPM encaminha
ao MPM
• 4 – O MPM analisa e se entender que deve encaminha requisição a
Autoridade Militar para a instauração de novo IPM
• 5 – O MPM pode requerer o arquivamento das novas provas se
entender que não justificam nova investigação
5. CONCLUSÃO DO IPM
5.7. ARQUIVAMENTO DO IPM
Art. 397. Se o procurador, sem prejuízo da diligência a que se refere o art.
26, n° I, entender que os autos do inquérito ou as peças de informação
não ministram os elementos indispensáveis ao oferecimento da denúncia,
requererá ao auditor que os mande arquivar. Se este concordar com o
pedido, determinará o arquivamento; se dele discordar, remeterá os autos
ao procurador-geral.
• 1ª HIPÓTESE - MP requer o arquivamento – Juiz concorda – Arquiva
• 2ª HIPÓTESE - MP requer o arquivamento – Juiz Discorda – Remete
ao PGJM
OBS: O pedido de arquivamento deve necessariamente partir do MP,
pois é o titular da ação penal. Não pode o juiz de oficio determinar o
arquivamento.
OBS: Não existe recurso contra a decisão de arquivamento do IP
5. CONCLUSÃO DO IPM
5.7. ARQUIVAMENTO DO IPM
Art. 397. 1º Se o procurador-geral entender que há elementos para a ação
penal, designará outro procurador, a fim de promovê-la; em caso contrário,
mandará arquivar o processo.
2º A mesma designação poderá fazer, avocando o processo, sempre que
tiver conhecimento de que, existindo em determinado caso elementos
para a ação penal, esta não foi promovida.
• 1ª HIPÓTESE - Se o PGJM concordar com o arquivamento, o juiz
deverá arquivá-lo
• 2ª HIPÓTESE - Se o PGJM discordar do arquivamento, designará
outro membro do MP para fazê-lo
• AVOCAÇÃO DO PROCESSO PELO PGJM – sempre que já houver
provas suficientes para oferecimento da denuncia e o MPM não
oferecê-la
PROCESSO PENAL MILITAR
Prof. MARÇAL ALVES

SUMÁRIO:
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
2. CARACTERÍSTICAS DO IPM
3. INSTAURAÇÃO DO IPM
4. DILIGÊNCIAS DO IPM
5. CONCLUSÃO DO IPM
6. QUESTÕES COMENTADAS
6. QUESTÕES COMENTADAS
6.1. QUESTÃO 1
Ano: 2012 - Banca: Exército - Órgão: EsFCEx - Prova: Oficial
59. Analise os casos abaixo, colocando entre parênteses a letra V, quando se
tratar de afirmativa verdadeira e a letra F, quando se tratar de afirmativa
falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
( ) De acordo com o CPPM, se o Comandante de uma Organização Militar
toma conhecimento de um fato que, segundo o Código Penal Militar,
configura crime militar, pode, instaurar uma sindicância para fazer,
inicialmente, uma apuração sumária.
( ) Verificando que um relatório de um Inquérito Policial Militar (IPM) afasta a
hipótese de existência de crime, a autoridade policial judiciária militar
mandará arquivá-lo.
( ) O encarregado de IPM deve declarar-se suspeito quando ocorrer motivo
legal que lhe seja aplicável

(A) V –V – V (B) V–F–V (C) F–F–V (D) F–V–F (E) F–F–F


6. QUESTÕES COMENTADAS
6.1. QUESTÃO 1
RESPOSTA LETRA C

( F ) De acordo com o CPPM, se o Comandante de uma Organização Militar


toma conhecimento de um fato que, segundo o Código Penal Militar,
configura crime militar, pode, instaurar uma sindicância para fazer,
inicialmente, uma apuração sumária. (INSTAURA IPM DIRETO)
( F ) Verificando que um relatório de um Inquérito Policial Militar (IPM) afasta
a hipótese de existência de crime, a autoridade policial judiciária militar
mandará arquivá-lo. (SÓ QUEM PODE ARQUIVAR É O JUIZ)
( V ) O encarregado de IPM deve declarar-se suspeito quando ocorrer motivo
legal que lhe seja aplicável (ART 142)

(A) V –V – V (B) V–F–V (C) F–F–V (D) F–V–F (E) F–F–F


6. QUESTÕES COMENTADAS
6.2. QUESTÃO 2
Ano: 2013 - Banca: Exército - Órgão: EsFCEx - Prova: Oficial

63. Analise as afirmativas abaixo, conforme positivado nas normas legais


pertinentes, colocando entre parênteses a letra V, se a afirmativa For
verdadeira, e a letra F se a afirmativa for falsa.

( ) O Tenente Joe, oficial de dia de um Batalhão do Exército, em certa


madrugada, encontrou o corpo degolado do Soldado Jack e, ouvindo um
barulho vindo do banheiro, encontrou o Soldado Mike com uma foice
ensanguentada na mão, e dizendo: “ Não fui eu, não fui eu! “. A situação é
de flagrante delito e o oficial deve dar voz de prisão ao Sd Mike e não
deve providenciar o isolamento e preservação do local do crime, vez que
isso deve ser feito apenas pelos peritos que são técnicos.
6. QUESTÕES COMENTADAS
6.2. QUESTÃO 2
RESPOSTA FALSO
( F ) O Tenente Joe, ..... e não deve providenciar o isolamento e
preservação do local do crime, vez que isso deve ser feito apenas
pelos peritos que são técnicos.
Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar,
verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10
deverá, se possível: a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não
alterem o estado e a situação das coisas, enquanto necessário
Art. 10 2º O aguardamento da delegação não obsta que o oficial
responsável por comando, direção ou chefia, ou aquêle que o substitua ou
esteja de dia, de serviço ou de quarto, tome ou determine que sejam
tomadas imediatamente as providências cabíveis, previstas no art. 12,
uma vez que tenha conhecimento de infração penal que lhe incumba
reprimir ou evitar.
6. QUESTÕES COMENTADAS
6.3. QUESTÃO 3
Ano: 2013 - Banca: Exército - Órgão: EsFCEx - Prova: Oficial

63. Analise as afirmativas abaixo, conforme positivado nas normas legais


pertinentes, colocando entre parênteses a letra V, se a afirmativa For
verdadeira, e a letra F se a afirmativa for falsa.

( ) Se, ao final do IPM ou APF, a autoridade militar verificar que está


plenamente comprovada a manifesta inexistência de infração penal militar
ou a não participação da pessoa investigada ou conduzida, deverá
arquivar o IPM ou o APF.
6. QUESTÕES COMENTADAS
6.3. QUESTÃO 3
RESPOSTA FALSO

( F ) Se, ao final do IPM ou APF, a autoridade militar verificar que está


plenamente comprovada a manifesta inexistência de infração penal militar
ou a não participação da pessoa investigada ou conduzida, deverá
arquivar o IPM ou o APF.

Art. 24. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de


inquérito, embora conclusivo da inexistência de crime ou de
inimputabilidade do indiciado.
6. QUESTÕES COMENTADAS
6.4. QUESTÃO 4
Ano: 2016 - Banca: Exército - Órgão: EsFCEx - Prova: Oficial

33 Analise as afirmativas abaixo, colocando entre parênteses a letra V,


quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra F, quando se tratar de
afirmativa falsa.

( ) Havendo indício de crime militar em um dano ao patrimônio sob


administração militar ocorrido em sua organização militar, o Coronel John,
do Exército, comandante, poderia, dentre os oficiais de sua organização
militar, designar o Tenente John como encarregado do Inquérito Policial
Militar, mas não poderia designar o Aspirante a Oficial Paul.
6. QUESTÕES COMENTADAS
6.4. QUESTÃO 4
RESPOSTA VERDADEIRO
( V ) Havendo indício de crime militar em um dano ao patrimônio sob
administração militar ocorrido em sua organização militar, o Coronel John,
do Exército, comandante, poderia, dentre os oficiais de sua organização
militar, designar o Tenente John como encarregado do Inquérito Policial
Militar, mas não poderia designar o Aspirante a Oficial Paul.
Deve ser sempre um oficial, preferencialmente de Capitão para cima
Se for crime contra a segurança nacional preferencialmente oficial
superior
Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível, oficial de
posto não inferior ao de capitão ou capitão-tenente; e, em se tratando de
infração penal contra a segurança nacional, sê-lo-á, sempre que possível,
oficial superior, atendida, em cada caso, a sua hierarquia, se oficial o
indiciado.
6. QUESTÕES COMENTADAS
6.5. QUESTÃO 5
Ano: 2016 - Banca: Exército - Órgão: EsFCEx - Prova: Oficial

33 Analise as afirmativas abaixo, colocando entre parênteses a letra V,


quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra F, quando se tratar de
afirmativa falsa.

( ) É ato discricionário do Comandante de uma Organização Militar (OM) do


Exército a instauração de um IPM sobre fato ocorrido em sua OM, quando
requisitado pelo Ministério Público Militar.
6. QUESTÕES COMENTADAS
6.5. QUESTÃO 5
RESPOSTA FALSO

( F ) É ato discricionário do Comandante de uma Organização Militar (OM) do


Exército a instauração de um IPM sobre fato ocorrido em sua OM, quando
requisitado pelo Ministério Público Militar.

A instauração é obrigatória, não pela hierarquia que não existe, mas


pela lei, exceto em caso de flagrante ilegalidade.

Você também pode gostar