Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
22-X-B (Goiânia)
2
GEOLOGIA
2.1 Contexto Geológico Regional Montalvão (1980) obtiveram isócrona de 2.929Ma,
com razão inicial de 0,701. Nas rochas dos comple-
Os limites da Folha Goiânia (1:250.000) estão xos: Anápolis-Itauçu, Canabrava, Niquelândia e
contidos na área do Maciço Mediano de Goiás, en- Barro Alto, as datações radiométricas (K/Ar), reali-
tidade geotectônica definida por Almeida (1968) e zadas por Matsui et al. (1976) e Girard (1978), de-
Marini et al. (1981), onde estão incorporados os ter- terminaram idades que variam de 4.125 ± 192Ma a
renos granito-greenstone e os de alto grau meta- 552 ± 6Ma, evidenciando diferentes eventos termo-
mórfico, que constituem o embasamento arqueano tectônicos, mas não deixando dúvidas quanto à
de Goiás (figura 2.1). idade arqueana.
Os terrenos granito-greenstone ocupam áreas Os terrenos de alto grau metamórfico integram o
no oeste de Minas Gerais e parte substancial de embasamento arqueano/proterozóico inferior, e são
Goiás. Compreendem grandes extensões de ro- constituídos pelos complexos básico-ultrabásicos
chas granito-gnáissicas de composição granodio- (Canabrava, Niquelândia e Goianésia-Barro Alto),
rítica a tonalítica (Berbert, 1980 e Danni & Fuck, corpos esses situados na porção centro-norte do es-
1981), metamorfizadas nas fácies xisto-verde a an- tado de Goiás. O Complexo Granulítico Anápo-
fibolito, geralmente milonitizadas e ultramilonitiza- lis-Itauçu é formado por corpos básico-ultrabásicos
das. As seqüências vulcano-sedimentares do tipo diferenciados, suítes charno-enderbíticas e por
greenstone belts, associadas às rochas grani- componentes metassedimentares, representados
to-gnáissicas, foram definidas nas regiões de Pilar por quartzitos impuros, rochas calcissilicáticas, már-
de Goiás, Hidrolina, Guarinos (Danni & Ribeiro, mores impuros e gnaisses aluminosos e hiperalumi-
1978), Crixás (Sabóia, 1979) e serra de Santa Rita nosos. Relacionada genética e espacialmente a es-
ou Goiás Velho (Barreiras & Dardenne, 1981, e Ve- ses granulitos, ocorre a Associação Ortognáissi-
neziani, 1985). ca-Migmatítica (Araújo et al., 1994 e Oliveira et al.,
As datações radiométricas (Rb/Sr) disponíveis re- 1994), onde predominam ortognaisses calcio-sódi-
ferem-se aos ortognaisses da região de Crixás, Hi- cos, tonalíticos e granodioríticos (Schobbenhaus Fi-
drolina e Pilar de Goiás, nos quais Tassinari & lho et al., 1984 e Danni & Fuck, 1981).
– 7–
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
TOCANTINS
49°
47°
13° 13°
BAH
4
51°
IA
3
2
2
15°
SO
15° 1
OS
2
GR
3
TO
MA
1 47°
17° 17°
S
AI
ER
19° 19° G
49° S
MA 53° MINA Folha Goiânia
TO
GR
OS
SO
DO 0 100 200km
51°
SU
L
Coberturas Cenozóicas
Faixa Araguaia
Faixa Uruaçu
Cinturão Granulítico:
1 - Complexo Anápolis-Itauçu; 2 - Complexo Goianésia - Barro Alto
3 - Complexo Niquelândia; 4 - Complexo Canabrava
TERRENOS GRANITO-GREENSTONE
Complexo Granito-Gnáissico
– 8–
Folha SE.22-X-B (Goiânia)
Fazem parte também do Maciço Mediano de Rb/Sr, interpretaram que extensas áreas ortognáis-
Goiás os terrenos originados no Proterozóico sicas, distribuídas nas regiões de Arenópolis, Ma-
Inferior, representados pelos complexos máfico- trinxã e Sanclerlândia, tidas como do embasamen-
ultramáficos de Americano do Brasil (Nilson, 1981 e to arqueano, estão relacionadas a episódio do Neo-
1984) e de Santa Bárbara (Baêta J.r., 1994) e as proterozóico. Associadas a estes gnaisses vincula-
seqüências metavulcano-sedimentares de Jusce- ram as seqüências metavulcano-sedimentares de
lândia (Fuck, 1981), Indaianópolis (Danni & Bom Jardim, Arenópolis, Iporá e Jaupaci, cujos litó-
Leonardos, 1978, 1980a e1980b) e Palmeirópolis tipos encontram-se metamorfizados nas fácies xis-
(Ribeiro Filho & Teixeira, 1980) que situam-se to-verde a anfibolito.
imediatamente a oeste, respectivamente, dos Assinala-se também o desenvolvimento de sedi-
grandes maciços básico-ultrabásicos de Goianésia- mentos continentais lagunares no Terciário, de co-
Barro Alto, Niquelândia e Canabrava, sendo correla- berturas detrítico-lateríticas no Tércio-Quaternário,
cionáveis entre si (Sá et al., 1984) e consideradas e de depósitos aluvionares no Quaternário; estes
como desenvolvidas sobre crosta oceânica (Araújo, encontrados principalmente ao longo dos rios Meia
1987 e Baêta Jr., 1987). Ponte, dos Bois, Corumbá, Piracanjuba, das Antas,
Na região centro-sul do estado de Goiás ocor- Areia e Padre Souza.
rem as seqüências metavulcano-sedimentares Ani-
cuns-Itaberaí (Barbosa, 1987), Silvânia (Valen- 2.2 Estratigrafia
te,1986), Rio do Peixe e Nerópolis (Nascimento,
1985), originadas no Proterozóico Inferior, cujos A área encontra-se inserida em terrenos meta-
desenvolvimentos no Ciclo Tectônico Transama- mórficos pré-cambrianos de evolução complexa,
zônico foram atribuídos a uma possível ambiência contendo elementos estratigráficos, estruturais e
vulcânica do tipo arcos-de-ilhas oceânicas, embo- mineralógicos total e/ou parcialmente obliterados
ra os dados texturais, estruturais e as datações ra- por eventos tectono-metamórficos superpostos, o
diométricas ainda não se mostrem conclusivos. que dificulta a identificação apropriada dos ambi-
Os metassedimentos da Faixa Uruaçu, definidos entes de formação das unidades geológicas, bem
como do Proterozóico Médio, encontram-se distri- como as determinações de suas posições estrati-
buídos na borda ocidental do Cráton do São Fran- gráficas.
cisco, apresentando estruturação em dobras re- O arcabouço litoestratigráfico da área, foi esta-
cumbentes com metamorfismo do tipo “barrowia- belecido com base na individualização dos princi-
no”, de intensidade crescente de leste para oeste pais eventos deformacionais ocorridos, bem como
(Fuck & Marini, 1981). Esta Faixa Uruaçuana é sec- pelas caracterizações petrográficas, petrogenéti-
cionada em dois compartimentos distintos pela Me- cas e geocronológicas das associações de litóti-
gainflexão dos Pirineus, com direção aproximada pos existentes. Estas informações, fornecidas pela
WNW-ESE (Marini et al., 1981). No compartimento cartografia geológica realizada nas folhas Nerópo-
norte estariam alojados os litótipos dos grupos Ara- lis (Araújo et al., 1994), Goiânia (Moreton et al.,
xá, Serra da Mesa, Araí e Natividade, enquanto no 1994), Anápolis (Radaelli et al., 1994), Leopoldo de
do sul encontrar-se-iam os do Grupo Araxá e da Se- Bulhões (Oliveira et al., 1994) e Caraíba (Lacerda
qüência Serra Dourada (Barbosa, 1987). Filho et al., 1994), permitiram estabelecer a seguin-
A Faixa de Dobramentos Brasília encontra-se te estrutura litoestratigráfica (figura 2.2):
confinada entre a Faixa Uruaçu a oeste e o Cráton – Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu (APai) –
do São Francisco a leste, sendo formada por me- uma provável seqüência do Arqueano ao Protero-
tassedimentos epimetamórficos, tidos como do zóico Inferior, representada por ortognaisses gra-
Proterozóico Médio a Superior. É constituída basi- nulíticos e paragnaisses aluminosos de alto grau e
camente pelos sedimentos dos grupos Paranoá e seus derivados anatéticos;
Bambuí, cujo baixo grau de metamorfismo é de- – Associação Ortognáissica-Migmatítica (g 1) – de
crescente de oeste para leste. provável idade arqueana a proterozóica, formada
Na região oeste de Goiás, Pimentel & Fuck por ortognaisses tonalíticos, granodioríticos e gra-
(1991), por meio de datações isotópicas U/Pb e níticos, às vezes migmatíticos;
– 9–
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
CENOZÓICO
COBERTURAS SUPERFICIAIS
Aluviões recentes, arenosas e areno-argilosas, areias com níveis de cisalhamento e pequenas turfeiras associadas.
Coberturas detrito-areno-argilosas, com a formação de latossolos com ou sem desenvolvimento de crostas late-
ríticas.
Sedimentos argilosos a síltico-arenosos, de coloração rósea-avermelhada.
MESOZÓICO
Diques de diabásio.
PROTEROZÓICO SUPERIOR
PROTEROZÓICO MÉDIO
Unidade D – ± clorita + muscovita + quartzo xisto, clorita-muscovita-quartzo xisto grafitoso e piritoso (sgf), filitos
GRUPO ARAXÁ
(fl), sericita quartzito (qt) e subordinadamente lentes de metacalcários (cc).
Unidade B – Muscovita-quartzo xisto, com intercalações de sericita quartzito (qt) e subordinadamente granada-
biotita xisto.
Unidade B – Granada ± silimanita ± estaurolita + muscovita + biotita + quartzo xisto e sericita quartzito (qt).
Subordinamente grafita xisto e lentes de talco xisto e anfibolito (af).
ASSOCIAÇÃO ORTOGNÁISSICA-MIGMATÍTICA
Ortognaisses tonalíticos, granodioríticos e graníticos, às vezes migmatíticos. Migmatitos com restitos de rochas
granulíticas.
Granulitos ortoderivados (APaio) – gnaisses ortoderivados, charnockitos (ck), e/ou enderbitos, metagabróides
(mgb), metabásicas (mb), metaultrabásicas (mub), piroxenitos (px) e seus derivados transformados. Subordina-
damente granulitos paraderivados.
– 10 –
Folha SE.22-X-B (Goiânia)
– 11 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
49º30' 48º00'
16º00' 7 6 7 16º00'
9 10 9 4
6
2 9
9 6
10 9 6
10 2
6 6
2
10 9
10
2 7
10
1
2 2 10 2
10
9 10 6
10
9 4
5 9
10 9 7 9 2
10
7 9 4
9 9
10 10
5
7
1 10
7 10
6 10
2 10
5 2 9
3
6 10
6 9
6
6 10
5 6 7
8 10 6 10
5
6 Hidrolândia 2
6 10 5
6
17º00' 17º00'
49º30' 48º00'
5 0 10 20km
Figura 2.3 – Distribuição geográfica e relação de contato do Complexo Granulítico Anápolis - Itauçu.
partir da datação dos granulitos bandados que 2.2.1.1 Granulitos Ortoderivados (APaio)
ocorrem na pedreira Santa Bárbara, nas proxi-
midades da rodovia Goiânia-Anápolis, que, pelo Os granulitos ortoderivados ocorrem em faixa
método Rb/Sr, (Ianhez et al., 1983), acusaram orientada segundo NW-SE, em toda a extensão do
idade aproximada de 2.600Ma, com razão inicial Complexo Granulítico. Às vezes contêm interca-
próxima a 0,701. lações subordinadas de paraderivados e de
– 12 –
Folha SE.22-X-B (Goiânia)
– 13 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
Na porção noroeste, Araújo et al. (1994) defini- Capoeirão, exibindo os charnockitos cores vari-
ram faixas de ortoderivadas, predominantemente ando de rosa-claro a verde-claro, com tonalidades
constituídas por granulitos félsicos (principalmente tendendo para o cinza. Os enderbitos apresentam-
enderbitos), com ocorrências típicas na estrada se na cor cinza-esverdeada.
Anápolis-Petrolina de Goiás e em duas pedreiras Anfibolitos – ocorrem de forma restrita, geral-
nas imediações do povoado de Veniápolis mente resultantes de retrometamorfismo, associa-
(próximo à nascente do rio da Lagoa Alegre). Tais dos localmente a zonas de cisalhamentos. Exibem
constatações levaram a concluir que esses litótipos coloração cinza-escura a esverdeada, granulação
apresentam um zoneamento na folha mapeada, fina a média, textura nematoblástica, estrutura fo-
haja vista que, no centro-sudeste, as máficas são liada. São constituídos essencialmente por horn-
mais abundantes (figura 2.5). blenda e plagioclásio, podendo ocorrer piroxênio,
Os enderbitos são caracterizados por textura gra- quartzo, biotita, epidoto e clorita. Em lâmina del-
noblástica média a grossa, estrutura foliada, local- gada não foi possível observar texturas primárias,
mente bandados e marcados por níveis cinza- mas as geminações complexas apresentadas pelo
esverdeados (plagioclásio e quartzo). Ao micros- plagioclásio sugerem origem ígnea.
cópio, são compostos essencialmente por plagio- Na Folha Anápolis (Radaelli et al., 1994), foi
clásio (An 40), quartzo, hiperstênio e granada; e se- possível, em amostra de anfibolito, caracterizar três
cundariamente biotita, carbonato, muscovita e epi- gerações de hornblenda: os grandes cristais (1 a
doto. Ao microscópio os charnockitos exibem com- 2mm), castanho-avermelhados, são possivelmente
posição mineralógica média, essencialmente for- magmáticos (primários); os da fácies granulito pos-
mada por feldspato potássico (40%), plagioclásio suem cor verde-oliva; e, finalmente, os verde-
(10%), quartzo (30%), biotita (15%), ortopiroxênio claros, de mais baixa temperatura, são típicos da
(3%); tendo por acessórios, apatita e zircão. Os char- transição entre xisto-verde e anfibolito.
noenderbitos são compostos por plagioclásio (35%), Metaultrabásicas – no extremo-oeste da folha, a
ortopiroxênio (8%), pertita (5%) e quartzo (45%). norte de Trindade, afloram piroxenitos que formam
Na região de Goiânia, Moreton et al. (op. cit.) car- elevações destacadas na topografia regional. A
tografaram charnockitos/enderbitos no córrego partir de análises petrográficas foram caracteriza-
dos como pertencentes a um corpo plutônico dife-
renciado, representado por metagabros e metapi-
Q roxenitos. Apresentam-se na fácies granulito, cujo
metamorfismo ocorreu sintectonicamente a um
evento deformacional progressivo não-coaxial, em
condição de alta ductibilidade.
Os metapiroxenitos apresentam granulação fina
a média, exibindo localmente porfiroclastos acha-
tados de hiperstênio, que atingem até 10cm de
comprimento, coloração vermelha-escura a cinza-
escura, e, às vezes, estrutura bandada. Ao micros-
cópio evidenciam composição mineralógica bas-
CHARNOCKITOS tante simples, marcada pela predominância de or-
CHARNOENDERBITOS ENDERBITOS
topiroxênio e de hornblenda, além de clinopiroxê-
nio e plagioclásio subordinadamente.
Da atuação de processos metassomáticos sobre
os litótipos metaultrabásicos resultaram talco xis-
A P
tos, talco-clorita xistos, actinolita-tremolita xistos e
serpentinitos que ocorrem localizadamente. Repre-
Figura 2.5 – Composição modal das rochas ortoderiva- sentam estágios finais da atuação de eventos
das félsicas do Complexo Granulítico Anápolis - dinâmicos que provocaram transformações retro-
Itauçu. (Modificado de Araújo et al., 1994). metamórficas nos metapiroxenitos. Em geral apre-
– 14 –
Folha SE.22-X-B (Goiânia)
sentam cores esverdeadas, estrutura xistosa fina, restrito no intervalo da fácies granulito, e indicaria
ocorrendo nos serpentinitos, além da serpentina, pressões superiores a 8kb.
magnetita e talco subordinadamente. Quando alte- Os contatos dos granulitos paraderivados com os
rados exibem cor amarela. Os actinolita-tremolita ortoderivados e com os litótipos da Associação
xistos são constituídos predominantemente por an- Ortognáissica-Migmatítica, da Seqüência Meta-
fibólio (tremolita e actinolita). vulcano-sedimentar de Silvânia e do Grupo Araxá,
resultaram de imbricamentos tectônicos que gera-
ram intensa xistificação de todas as unidades
2.2.1.2 Granulitos Paraderivados (APaip) envolvidas.
Gnaisses Sílico-Aluminosos – sob esta desig-
Os granulitos paraderivados estão presentes em nação foram agrupados uma série de gnaisses, cuja
toda a área de abrangência do Complexo Anápo- composição modal média pode ser representada
lis-Itauçu, dispondo-se segundo faixas subparale- por biotita, granada, sillimanita, feldspato potássico
las, alongadas na direção NW-SE, e alternadas com e plagioclásio, embora em alguns desses ocorra a
as dos ortoderivados, ou como encraves internos de cianita como o mineral aluminoso estável.
dimensões não representáveis nesta cartografia. Apresentam cor cinza a cinza-clara, textura gra-
Compreendem uma associação de supracrustais, noblástica e, por vezes, estrutura bandada, eviden-
tendo como litótipo de maior distribuição os gnaisses ciada pela intercalação entre níveis, centimétricos
aluminosos, cuja paragênese típica: quartzo + sil- a decimétricos de máficos e félsicos. Localmente
limanita + plagioclásio ± cianita ± granada ± biotita, podem ser porfiroblásticos, com granadas
caracteriza o alto grau do metamorfismo regional em subarredondadas de até 3cm, imersas em matriz
seqüências sílico-aluminosas (Winkler, 1977). O fina. Pode também ocorrer espinélio associado a
campo de estabilidade é o da fácies anfibolito supe- granada e, como acessórios, zircão, rutilo e opa-
rior, em transição para a fácies granulito. A estabili- cos. A cordierita é de ocorrência restrita.
zação da paragênese diagnóstica ocorreu simulta- Afloram dispersos por toda a área da unidade,
neamente a um evento deformacional com geome- em escassos e diminutos locais, geralmente no
tria não-coaxial em condições de alta ductibilidade meio de superfícies arrasadas.
(cisalhamento simples). Gonditos – ocorrem em raras lentes de espessu-
Também observa-se o retrometamorfismo generali- ras centimétricas a métricas, intercaladas em gra-
zado que degrada a paragênese de alto grau, do que nada gnaisses. Exibem coloração cinza-escura,
resultaram gnaisses diaftoréticos, cujas paragêneses textura granoblástica e granulação média. São
representativas: quartzo + muscovita (sericita) + clorita, constituídos por granada, quartzo e óxidos de ferro
caracterizam fácies xisto-verde-baixo. e manganês. Quando supergenicamente alterados
Moreton et al. (op. cit.) sugerem que esta compo- formam pequenas concentrações manganesíferas
sição sílico-aluminosa pode ter origem sedimentar, de vários tamanhos, em meio a latossolos.
e/ou mesmo ser resultante da atuação de soluções Quartzitos Aluminosos e Ferruginosos – os
hidrotermais associadas ao cisalhamento dúctil quartzitos distribuem-se de maneira restrita, for-
operante, com lixiviação parcial dos protólitos or- mando lentes descontínuas de espessuras métri-
toderivados. Ainda descrevem gnaisses sílico- cas, alongadas segundo NW-SE e geralmente in-
aluminosos com paragênese: quartzo + granada + tercaladas tectonicamente com os gnaisses alumi-
sillimanita ± hiperstênio + safirina, em afloramento nosos. São composicionalmente impuros, exibindo
a norte de Goiânia, na fazenda Cascão (margem granulação fina a grossa (com predominância da
esquerda do rio Meia Ponte) e a oeste de Damolân- média), cor variando de branca a amarela, que
dia (Folha Nerópolis). passa a rósea-avermelhada quando alterados.
A safirina – por si própria uma raridade mineraló- Os litótipos predominantes são cianita-sillimanita
gica – ocorre junto ao quartzo, numa paragênese quartzitos, granada-sillimanita quartzitos e ± biotita
saturada, de raro registro na literatura mundial. Se- + muscovita + granada quartzitos, muitos dos
gundo Winkler (1977), a associação safirina + quais apresentam características miloníticas, sob a
quartzo tem um campo de estabilidade muito forma de quartzo xistos.
– 15 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
Na rodovia Goiânia - Anápolis, Moreton et al. mitem supor a hipótese de geração por processos
(1994) descreveram ocorrência de quartzito ferrugi- hidrotermais.
noso milimetricamente bandado, caracterizado por Marundito – na rodovia Nerópolis Petrolina de
intercalações entre níveis claros, compostos por Goiás, nas proximidades do entroncamento de
quartzo e por alguns plagioclásios; e escuros (de acesso a Damolândia, ocorre uma rocha constituída
cor vermelha-amarronzada), constituídos por mag- essencialmente de margarita e coríndon, contendo
netita e opacos. Embora não sejam continuamente por acessórios turmalina, muscovita e opacos. Esta
persistentes por grandes extensões, eles apresen- composição mineralógica evidencia a atuação de in-
tam espessuras métricas e se encontram inseridos tensos processos hidrotermais de enriquecimento
paralelamente na foliação milonítica transposta dos em alumínio e cálcio, que transformaram localmente
gnaisses aluminosos encaixantes. uma porção do gnaisse regional em marundito.
Calcissilicáticas e Mármores – as rochas calcis- De acordo com Araújo et al. (1994), tal asso-
silicáticas ocorrem normalmente associadas às me- ciação mineral indica que a rocha poderia ter sido
tabásicas em quase todas as áreas de afloramentos originada do mesmo modo que os gnaisses calcis-
do Complexo Granulítico. São constituídas por len- silicáticos, ou seja, pela ação de fluidos hidroter-
tes, de dimensões centimétricas a métricas, embuti- mais circulantes ao longo das zonas de cisa-
das concordantemente nas encaixantes (estiradas lhamento. Além da elevada concentração de
e/ou boudinadas), em razão da ação tectônica do alumínio e cálcio (margarita), a geração requereria
cisalhamento dúctil que afetou a região. a lixiviação do ferro e da sílica dos protólitos gnáis-
Apresentam cor verde a cinza, granulação fina a sicos. Essas trocas, supostamente relacionadas a
média e textura granonematoblástica poligonal. A movimentações tectônicas, teriam ocorrido sob
textura poiquiloblástica ocorre nas variedades em condições hidrotermais/pneumatolíticas, conforme
que a granada atinge dimensões centimétricas. aponta a presença de turmalina.
Exibem, em nível microscópico, bandamento com- A denominação marundito é devida a Hall (1922,
posicional distinto, com intercalações entre faixas in: Anhaeusser, 1978), restringindo-se sua ocorrên-
ricas em ferromagnesianos e em quartzo/plagio- cia ao interesse acadêmico, haja vista que a rari-
clásio. As bandas são irregulares, desenvolvendo dade não se deve somente na presença do corín-
comumente mútuas interpenetrações. Geralmente don, mas, especialmente, da própria margarita –
estão milonitizadas, destacando-se nelas as se- uma mica de composição cálcica formada sob
guintes paragêneses: condições especiais.
– Quartzo + escapolita + plagioclásio + clinopi-
roxênio ± titanita
– Plagioclásio + clinopiroxênio + hornblenda + 2.2.2 Associação Ortognáissica-Migmatítica (g1)
apatita + titanita;
– Quartzo + hornblenda + epidoto + clorita-Mg + É constituída por uma geração de granitóides
flogopita. de filiação calcialcalina, de baixo potássio, com-
A noroeste de Nerópolis e a norte de Trindade, posta por tonalitos, com variações locais para
foram encontrados mármores impuros, normal- granitos e granodioritos, além de migmatitos com
mente calcíticos, ricos em diopsídio e escapolita, encraves de granulitos. Estes litótipos, ora rea-
com textura granoblástica e estrutura conglome- grupados em uma associação distinta, estavam
rática em matriz muito fina, rica em Ca. A pa- incluídos anteriormente: ou no Complexo Basal
ragênese principal do mármore – calcita + diop- Goiano (Almeida, 1967), ou na Unidade Pré-
sídio + escapolita + quartzo + granada – é estável Cambriana Indiferenciada (Barbosa, 1970b).
em larga faixa de temperatura da fácies anfibolito Mais recentemente, em trabalho executado pela
de média pressão, embora a escapolita possa ser CPRM para o PLGB na região centro-sul de
indicativa de atividade metassomática de CO2 em Goiás, folhas Nerópolis, Goiânia, Anápolis, Leo-
altas temperaturas. As feições observadas, bem poldo de Bulhões e Caraíba, tais rochas foram
como seu modo de ocorrência – sempre ligadas a denominadas informalmente de Granitóides
básicas, ultrabásicas e/ou calcissilicáticas – per- Gama 1 (g 1).
– 16 –
Folha SE.22-X-B (Goiânia)
Neste trabalho adotou-se a proposição de Oliveira É difícil delimitar com precisão os locais de
et al. (1996) e Araújo et al. (1996), que denominaram ocorrência desses litótipos, haja vista aflorarem
o conjunto, Associação Ortognáissica-Migmatítica também granitóides de geração mais nova (Araújo
(g 1). O bandamento milonítico – gerado por transposi- et al., 1994 e Radaelli et al., 1994), parte dos quais
ção da foliação – e a proeminente lineação de estira- provavelmente originados da própria refusão dos
mento mineral associada são suas características in- primitivos. Em razão desta superposição espaço-
defectíveis. Associam-se-lhes encraves de granuli- temporal, os diagramas QAP (Streckeisen, 1975)
tos, o que possibilita supor que derivaram de anate- mostram as amplas variedades composicionais
xia, parcial ou total, de rochas do Complexo Granulíti- dessas misturas, ao invés de caracterizar os tonali-
co Anápolis-Itauçu. tos dominantes na unidade (figura 2.6).
Q Q
VA-24 / PT-71
VA-57
MK-81
VA-30 GM-89 MK-64
GM-121
VA-89 GM-55 GM-286A VA-02
CC-216A
GM-116 GM-92A
JF-25 VA-28 GM-07 GM-220 CC-130A
GM-134C VA-98
PT-76 GM-92
MK-78 GM-182 VA-79 CV-60
GM-156 VA-89A VA-26B
JF-58 PT-106A CV-23A
JF-43 GM-02F2 VA-03 CV-68A
GRANITOS GM-12A
MK-29 TONALITOS
CV-05A
PT-43 GM-118 CV-07A
VA-13 GRANODIORITOS GRANITO GRANODIORITO TONALITO
GRANITOS
A P A P
Q Q
60
172 A TONALITOS
207 397
69 326 78A 29 JV-82B
117 1 JV-264 JV-02
186 54 50 84
166 JV-12 JV-260
199 JV-06 JV-91
7 27 52 167 74
GRANITOS GRANODIORITOS
20
5
A P A P
– 17 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
Corpos de tal natureza ocorrem em uma faixa sições nas cabeceiras e nas margens dos princi-
de direção SE-NW, que se estende desde a re- pais drenos.
gião sudeste até as nascentes do rio Piracanjuba, Os contatos com as unidades vizinhas se reali-
local em que se subdivide em dois braços (figura zam através de extensas zonas de cisalhamento,
2.7). Na porção noroeste, os gnaisses formam tanto contracionais como transcorrentes compres-
lentes alongadas descontínuas, intercaladas em sionais, em cujos locais desenvolveram-se impor-
granulitos, encontrando-se suas melhores expo- tantes ações hidrotermais.
49º30' 48º00'
16º00' 7 6 7 16º00'
9 10 9 4
6
2 9
9 6
10 9 6
10 2
6 6
2
10 9
10
2 7
10
1
10 2 2 10 2
9 10 6
10
9 4
5 9
10 9 7 9 2
10
7 9 4
9 9
10 10
5
7
1 10
7 10
6 10
2 10
5 2 9
3
6
6 9 10
6
6 10
5 6 7
8 10 6
5 10
6 Hidrolândia 2
6 10 5
6
17º00' 17º00'
49º30' 48º00'
5 0 10 20km
– 18 –
Folha SE.22-X-B (Goiânia)
A paragênese secundária, originada pela defor- 2.2.3 Intrusivas Ultramáficas Tipo Morro Feio (u)
mação superposta (quartzo + albita + mica branca
+ clorita ± epidoto), é própria de um evento meta- Numerosos e pequenos corpos ultramáficos, rela-
mórfico da fácies xisto-verde, ao passo que, aquela tados como serpentinitos, actinolita xistos, talco xis-
exclusiva dos tonalitos aluminosos (quartzo + bioti- tos e clorita xistos, ocorrem em dimensões não repre-
ta (titanífera) + granada + sillima- nita + cianita), ca- sentáveis na escala de apresentação (1:250.000).
racteriza recristalização em condições da fácies O principal deles aflora no Morro Feio, sendo
anfibolito. Admite-se que esses corpos ascende- constituído por serpentinito (90%), clorita xisto e
ram a níveis crustais superiores em razão de tectô- talco xisto, com pequenas lentes de actinolita xisto,
nica contracional regional. turmalina-clorita xisto e talco. Localiza-se no su-
Com base nas características texturais e compo- doeste da folha, 4km ao norte de Hidrolândia, e
sicionais, na evolução síncrona com o Complexo possui forma ovalada, com comprimento em torno
Granulítico Anápolis-Itauçu e em duas isócronas de 4km e largura de 2km. Os demais corpos
Rb/Sr (Tassinari, 1988) de granitóides da Folha situam-se na porção norte da folha (nascente do rio
Jaraguá (Justo et al., 1989) – a primeira acusando Capivari) (figura 2.8).
2.000Ma ± 70Ma e razão inicial 0,707 ± 0,0023; e a O serpentinito do Morro Feio, caracterizado por
segunda 2.160Ma ± 130Ma, e razão inicial de 0,719 Berbert (1970) como Tipo Alpino, foi original e deta-
± 0,006 – interpretou-se que o sistema teria sido lhadamente estudado por Mello & Berbert (1969),
fechado no Proterozóico Inferior, durante o Ciclo que o apontaram como alojado à baixa temperatura
Transamazônico. nos metassedimentos do Grupo Araxá. Seu posi-
Na Folha Anápolis, na região da fazenda Concei- cionamento alóctone, de acordo com Danni &
ção, foi datado (Rb/Sr) um granitóide, cuja isócrona Teixeira (1981), teria sido favorecido pela presença
revelou idade de 1.300Ma ±100Ma e razão inicial de de grandes suturas fósseis, geradas provavelmente
0,714. Entretanto, esta datação deve ser encarada pela colisão de placas no Proterozóico Médio.
com profunda cautela, haja vista estar a região inter- A evidência de sua aloctonia a frio pode ser reve-
ceptada pelo principal sistema de cisalhamento re- lada pela ausência de metamorfismo térmico em
gional (Radaelli et al., 1994). suas bordas e pela concordância estrutural entre o
Dentre os ortognaisse, destacam-se dois grandes corpo plutônico e a encaixante milonitizada.
conjuntos: No conjunto, tais corpos são constituídos principal-
Metatonalitos – exibem cor cinza a cinza-escura, mente por serpentinitos, que têm cor cinza a verde-
com manchas esbranquiçadas, granulação média escura, passando a verde-clara, e à amarelada por
(mais raramente, fina), estrutura bandada de nature- alteração. São compostos essencialmente por anti-
za milonítica e textura hipidiomórfica granular. São gorita, tendo como subordinados crisotila e pórfiros
constituídos por plagioclásio do tipo oligoclá- de magnetita xenomorfa. Os xistos magnesianos são
sio-andesina, quartzo em ribbons e biotita mar- representados por clorita xistos e talco xistos. Os clo-
rom-avermelhada. Os termos aluminosos (tonalitos) rita xistos têm cor verde, xistosidade bem desenvol-
apresentam granada, sillimanita, e, raramente, cia- vida, sendo constituídos essencialmente por clorita e
nita. Incluem-se como acessórios rutilo, titanita, car- pelos acessórios: talco, epidoto e magnetita. Os talco
bonato e sericita. Clorita, epidoto, carbonato e seri- xistos têm cor branca-esverdeada, textura xenoblás-
cita resultam da alteração hidrotermal. tica e estrutura xistosa incipiente. Os acessórios são
Metagranitos e Metagranodioritos – ocorrem su- clorita, antigorita e magnetita.
bordinadamente, possuindo coloração cinza- clara No Morro Feio chama a atenção a persistente pre-
a cinza-esverdeada, textura porfiroclástica e estru- sença de calcedônia de cor verde-clara, susten-
tura foliada milonítica a protomilonítica. São consti- tando topograficamente as elevações internas.
tuídos por feldspato potássico (microclínio), pla- Também ocorrem, na sua borda oeste, níveis len-
gioclásio, quartzo, biotita e gra- nada. Como aces- ticulares de quartzitos ferruginosos (BIF), de cor
sórios foram identificados: zircão, apatita e opacos, cinza a vermelha, milimetricamente bandados, forte-
desenvolvendo-se secundariamente, sericita, epi- mente foliados e com intensa lineação de estira-
doto, titanita e clorita. mento (ribbons de quartzo). Em contato com o
– 19 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
49º30' 48º00'
16º00' 7 6 7 16º00'
9 10 9 4
6 6
2 9
9
10 9 6
10 2
6 6
2
10 9
10
2 7
10
1
10 2 2 10 2
9 10 6
10
9 4
5 9
10 9 7 9 2
10
7 9 4
9 9
10 10
5
7
1 10
7 10
6 10
2 10
5 2 9
3
6
6 9 10
6
6 10
5 6 7
8 10 6
5 10
6 Hidrolândia 2
6 10 5
6
17º00' 17º00'
49º30' 48º00'
5 0 10 20km
– 20 –
Folha SE.22-X-B (Goiânia)
nado a ambiente vulcanogênico, supostamente do dos nas folhas Nerópolis (Araújo et al., 1994) e
Proterozóico Inferior. Anápolis (Radaelli et al., 1994) à Seqüência Meta-
Possivelmente seu alojamento atual ocorreu por vulcano-sedimentar Rio do Peixe. Nesta inte-
imbricamento tectônico, de suficiente magnitude gração, em virtude do idêntico posicionamento
para intercalar litótipos de níveis crustais diferentes geotectônico de ambas (Rio do Peixe e Silvânia) e
e gerar os numerosos pequenos corpos plutônicos da semelhança composicional entre os seus litóti-
ultramáficos que são encontrados nos metassedi- pos, optou-se por incluir tais associações na uni-
mentos da Unidade C do Grupo Araxá. Segundo dade Metassedimentar/Mista da Seqüência Meta-
Drake Jr. (1980), esta porção híbrida pode ser con- vulcano-sedimentar de Silvânia.
siderada uma mélange ofiolítica. Em outros locais também ocorrem terrenos da
Unidade Metassedimentar/Mista, como, por exem-
plo, a seqüência de biotita-quartzo xisto granatífero
2.2.4 Seqüência Metavulcano-sedimentar de com um nível contínuo de epidoto anfibolito, que se
Silvânia (PIvs) distribui desde as proximidades da barra do rio Sozi-
nho, no rio Caldas, até o nordeste de Bonfinópolis.
Na região de Silvânia, Valente (1986), no Projeto Na porção central da folha, tais intercalações esten-
Mapas Metalogenéticos e de Previsão de Recursos dem-se em estreita e alongada faixa, desde o nor-
Minerais, descreveu rochas de filiação vulcânica, deste da nascente do rio Piracanjuba até o norte da
sob a denominação de Complexo Metamórfico confluência entre os rios Extrema e das Antas.
Vulcano-Sedimentar. Nesta mesma área, Valente & No noroeste da folha (rio Padre Souza), são des-
Veneziani (1988), em trabalho específico, adota- critas rochas metavulcano-sedimentares que
ram para o conjunto o nome de Seqüência Meta- também foram englobadas nesta seqüência. São
vulcano-sedimentar de Silvânia, subdividindo-a em encontradas ainda ocorrências isoladas da uni-
três unidades: Metavulcânica, Mista e Metassedi- dade na porção norte da folha (região do rio do
mentar. Ouro), a nordeste da nascente do rio Piracanjuba,
Adotou-se, neste trabalho, a proposição de Oli- bem como assinalam-se pequenos corpos a leste
veira et al. (1994), que subdividiram a Seqüência de Trindade e a sudeste de Santa Teresa.
Metavulcano-sedimentar de Silvânia em duas uni- Os contatos entre os litótipos da Seqüência
dades: Metavulcânica e Metassedimentar/Mista. O Silvânia e o Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu, a
termo Metassedimentar/Mista foi usado por causa Associação Ortognáissica-Migmatítica e o Grupo
das ocorrências de vulcano-clásticas intercaladas Araxá se realizam através de zonas de cisalhamento.
na forma de lentes entre os metassedimentos, cu- Nos trabalhos de campo constatou-se que, na maio-
jos posicionamentos atuais resultaram de ação ria das vezes, estes contatos encontram-se total-
tectônica em regime de cisalhamento dúctil, que mente obliterados.
provocou o imbricamento de corpos via falhamen- No contato entre as duas unidades da seqüência
tos contracionais e de laminações entre segmentos (Metavulcânica e Metassedimentar/Mista), ocor-
crustais de diferentes níveis de profundidade. rem freqüentes intercalações de cianita-clorita-
Ocorre em vários lugares da Folha Goiânia. A muscovita-biotita xistos e granada anfibolitos, com
principal ocorrência constitui uma faixa estreita e a presença de veios de quartzo e de feldspato cor-
alongada, que se estende da porção norte de Leo- tando o anfibolito (Oliveira et al., 1994).
poldo de Bulhões até o sudeste de Caraíba. Nessa
faixa, a Unidade Metavulcânica aflora entre Silvânia
e o norte de Leopoldo de Bulhões, localizando-se 2.2.4.1 Unidade Metavulcânica (PIvsA)
os melhores afloramentos na cabeceira do córrego
Posse (figura 2.9). É constituída predominantemente por anfibolito
Nas porções centro-norte e noroeste foram indi- e metandesito.
vidualizadas, em locais muito restritos, interca- O anfibolito exibe coloração verde-escura, tex-
lações de biotita-muscovita-quartzo xisto com len- tura porfiroblástica muito fina e estrutura orientada.
tes de epidoto anfibolito, conjuntos esses atribuí- É constituído essencialmente por hornblenda e pla-
– 21 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
49º30' 48º00'
16º00' 7 6 7 16º00'
9 10 9 4
6
2 9
9 6
10 9 6
10 2
6 6
2
10 9
10
2 7
10
1
10 2 2 10 2
9 10 6
10
9 4
5 9
10 9 7 9 2
10
7 9 4
9 9
10 10
5
7
1 10
7 10
6 10
2 10
5 2 9
3
6
6 9 10
6
6 10
5 6 7
8 10 6
5 10
6 Hidrolândia 2
6 10 5
6
17º00' 17º00'
49º30' 48º00'
5 0 10 20km
gioclásio, tendo por secundários: clorita, epidoto e fina, cor cinza-escura e textura granoblástica. O
actinolita. Como acessórios ocorrem: apatita, zir- metabasito aí definido exibe texturas remanescen-
cão e allanita, e, ainda, freqüentes disseminações tes do tipo blasto-eqüigranulares e abundância de
de pirita e calcopirita. Na Folha Leopoldo de Bu- titanita e de geminações complexas em alguns
lhões (Oliveira et al., 1994), na cabeceira do córre- cristais de plagioclásio, que indicam uma cristaliza-
go Posse, ocorre granada anfibolito de granulação ção a partir de massa ígnea.
– 22 –
Folha SE.22-X-B (Goiânia)
O metandesito exibe coloração cinza-escura, minosa dos minerais é sugestiva de uma derivação
com níveis descontínuos verde-escuros, textura supracrustal a partir da transformação de sedimen-
porfiroblástica com matriz granoblástica muito fina tos pelíticos. Em evento posterior, a paragênese
e estrutura orientada. É constituído essencialmente quartzo + clorita + mica branca (pirofilita) indica
por quartzo, feldspato e hornblenda, tendo titanita retrometamorfismo, em condições da fácies xisto-
por acessório. A paragênese representativa é dada verde inferior.
por hornblenda (verde-escura/marrom) + plagio- A seqüência está cortada por granitóides Gama
clásio (andesina) ± biotita (marrom) ± granada ± ti- 2, cujas datações isotópicas Rb/Sr fornecem
tanita, determinando cristalização em condições isócronas 1.300Ma ± 100Ma e razão inicial de
de fácies anfibolito de grau médio (Winkler, 1977). 0,7105 (Lacerda Filho et al., 1994), sugerindo assim
Sobreposto a este evento principal, observam-se ter sido consolidada, no mínimo, no Proterozóico
ocorrências localizadas de um evento retrometa- Médio. Os dois corpos que permitiram referenciar a
mórfico, atestado pela paragênese albita + epidoto idade da Seqüência Silvânia entre o Proterozóico
+ quartzo + actinolita + carbonato + clorita, que in- Médio e o Inferior situam-se na fazenda Conceição
dica condições metamórficas da fácies xisto-verde (Folha Anápolis) e próximo ao rio dos Patos (Folha
baixo. Caraíba) respectivamente.
– 23 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
49º30' 48º00'
16º00' 7 6 7 16º00'
9 10 9 4
6
2 9
9 6
10 9 6
10 2
6 6
2
10 9
10
2 7
10
1
10 2 2 10 2
9 10 6
10
9 4
5 9
10 9 7 9 2
10
7 9 4
9 9
10 10
5
7
1 10
7 10
6 10
2 10
2 3 9
6
6 9 10
6
6 10
5 6 7
8 10 6
5 10
6 Hidrolândia 2
6 10
6
17º00' 17º00'
49º30' 48º00'
5 0 10 20km
O biotita metagranito tem cor cinza-clara com encontra-se transformado em protomilonito e/ou
manchas verde-escuras, textura blastoporfirítica e milonito.
estrutura gnáissica. É constituído por plagioclásio, O alcaligranito mostra cor cinza-clara com man-
quartzo, biotita e augen de feldspato potássico. chas escuras e textura granular média a grossa. É
O metagranodiorito exibe cor cinza-clara a constituído por feldspato potássico, plagioclásio,
cinza-esverdeada, textura porfiroclástica e estru- biotita e piroxênios transformados em hornblenda
tura milonítica orientada. Na maioria das vezes sódica.
– 24 –
Folha SE.22-X-B (Goiânia)
– 25 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
49º30' 48º00'
16º00' 7 6 7 16º00'
9 10 9 4
6
2 9 6
9 6
10 9
10 2
6 6
2
10 9
10
2 7
10
1
10 2 2 10 2
9 10 6
10
9 4
5 9
10 9 7 9 2
10
7 9 4
9 9
10 10
5
7
1 10
7 10
6 10
2 10
5 2 9
3
6
6 9 10
10 6
5 6
6 7
8 10 6
5 10
6 2
Hidrolândia 10 5
6 6
17º00' 17º00'
49º30' 5 0 10 20km 48º00'
Figura 2.11 – Distribuição geográfica e relação de contato dos metassedimentos do Grupo Araxá.
criminam os grandes eventos metamórficos que Grupo Araxá teria provável evolução a partir do Pro-
atuaram ao longo dos tempos geológicos sobre terozóico Médio, isto é, no Evento tectônico Urua-
seqüências já constituídas. Por essa razão, e com çuano (900Ma a 1.300Ma).
base nas idades dos granitóides Gama 3 (Pro- Unidade “A” – caracteriza-se por rochas de colo-
terozóico Superior) que estão alojados nesses me- ração cinza, granulação média a grossa, estrutura
tassedimentos, optou-se por considerar que o às vezes gnáissica, sendo representada por ± gra-
– 26 –
Folha SE.22-X-B (Goiânia)
nada ± muscovita + quartzo + biotita xistos felds- e sem continuidade lateral). Análises litogeoquí-
páticos. Apresentam finas intercalações de grana- micas revelaram tratar-se de sedimentos imatu-
da-biotita xistos, quartzo xistos e muscovita quartzi- ros.
tos. Os grafita-muscovita-quartzo xistos apresentam
Existem grandes dúvidas quanto à origem dessa cor cinza-escura, estrutura foliada, textura granole-
unidade, admitindo alguns serem metagrauvacas pidoblástica fina e ocorrem em lentes centimétricas
os protólitos dos gnaisses xistosos, enquanto que a métricas, intercaladas nos calcixistos.
outros interpretam serem esses litótipos apenas os Os metacalcários mostram cor cinza-clara, com
granitóides subjacentes cisalhados. intercalações entre leitos claros e escuros, estrutura
A associação paragenética quartzo + biotita bandada, granulação fina a média. São constituídos
(marrom) + albita ± granada caracteriza a fácies predominantemente por carbonato e ocorrem em
metamórfica xisto-verde, zona da biotita, al- lentes de espessuras métricas nos calcixistos.
cançando, às vezes, a zona da granada. Unidade “D” – corresponde aos metassedimen-
Unidade “B” – consiste em muscovita xistos ± tos do Grupo Canastra (Barbosa, 1955). Está repre-
granada + quartzo + muscovita xistos, com interca- sentada por ± clorita + muscovita + quartzo xistos,
lações centimétricas a métricas de muscovita clorita-grafita-muscovita-quartzo xistos piritosos,
quartzitos, e, subordinadamente, clorita-muscovita clorita-muscovita xistos, sericita quartzitos, filitos
xistos, clorita xistos e granada-biotita xistos. O carbonosos e, subordinadamente, lentes de meta-
quartzo-muscovita xisto apresenta cor cinza-clara, calcários e magnetita-muscovita xistos.
a avermelhada quando alterado. Está microdo- A paragênese quarto + muscovita + clorita
brado e crenulado e exibe textura granolepidoblás- caracteriza a fácies metamórfica xisto-verde, zona
tica fina a média e estrutura milonítica xistosa. Os da clorita.
quartzitos mostram coloração creme, textura Os clorita + muscovita + quartzo xistos, apresen-
granular média. São ligeiramente foliados e consti- tam cor cinza-clara, com tonalidade esverdeada
tuídos predominantemente de quartzo, muscovita e (avermelhada quando intemperizada) e textura
sericita. granolepidoblástica microdobrada e crenulada.
A paragênese dada por quartzo + biotita ± gra- Os clorita-grafita-muscovita-quartzo xistos pirito-
nada, é indicativa da fácies metamórfica xisto-ver- sos são de coloração cinza-média a escura, fo-
de alto, zona da granada. liação milonítica e textura granolepidoblástica.
Unidade “C” – constitui a seqüência peli- Contêm níveis pulverulentos, e, muitas vezes, apre-
to-carbonática, representada por carbonato ± gra- sentam box works. Observa-se ao longo da foliação
nada ± muscovita + clorita + quartzo + biotita xis- cristais de pirita de tamanhos submilimétricos a
tos, às vezes feldspáticos e portadores de níveis milimétricos.
centimétricos de gnaisses, intercalações de grafi- Os clorita-muscovita xistos, são variedades lo-
ta-muscovita-quartzo xistos e lentes de calcários. cais. Apresentam cor cinza-chumbo e granulação
O carbonato-clorita-quartzo-biotita xisto apre- fina, sendo constituídos essencialmente por mus-
senta coloração cinza com tonalidade esverdea- covita e clorita, crenuladas e microdobradas.
da, e freqüentes manchas brancas de quartzo de Os sericita quartzitos têm cor branca ou creme,
segregação metamórfica. Exibe textura grano- granulação fina a média, textura granoblástica e
blástica fina, estrutura milonítica foliada microdo- estrutura orientada bem laminada. Em alguns lo-
brada e microdobras anastomo- sadas de cisalha- cais exibem estruturas primárias, tipo estratifi-
mento. cação cruzada de alto ângulo e níveis de minerais
A fácies metamórfica atinge xisto-verde médio, pesados (Radaelli et al., 1994). Observam-se inter-
zona da biotita, caracterizada por biotita + quartzo calações de muscovita-quartzo xistos, grafita xis-
+ carbonato. Observa-se ligeiro retrometamorfismo tos e filitos.
com a cloritização da biotita. Os filitos, aflorantes principalmente na porção
Os gnaisses bandados têm cor cinza, granula- nordeste da folha, apresentam estrutura bandada e
ção fina a média e ocorrem como níveis subordi- laminada; cor cinza, que, quando alterados, passa
nados nos calcixistos, (espessuras centimétricas a variações entre lilás e marrom-avermelhada. Mui-
– 27 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
– 28 –
Folha SE.22-X-B (Goiânia)
49º30' 48º00'
16º00' 7 6 7 16º00'
9 10 9 4
6
2 9
9 6
10 9 6
10 2
6 6
2
10 9
10
2 7
10
1
10 2 2 10 2
9 10 6
10
9 4
5 9
10 9 7 9 2
10
7 9 4
9 9
10 10
5
7
1 10
7 10
6 10
2 10
5 2 9
3
6
6 9 10
6
6 10
5 6 7
8 10 6
5 10
6 Hidrolândia 2
6 10 5
6
17º00' 17º00'
49º30' 48º00'
5 0 10 20km
Figura 2.12 – Distribuição geográfica e relação de contato das rochas do Grupo Araxá.
– 29 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
40m
30m
Metarenito piritoso, finalmente laminado, com estratificação cruzada tangencial
Metargilito cinza-esverdeado
20m
Figura 2.13 – Seção litológica do Grupo Paranoá, Folha Caraíba. Extraído de Lacerda Filho, 1994.
– 30 –
Folha SE.22-X-B (Goiânia)
49º30' 48º00'
16º00' 7 6 7 16º00'
9 10 9 4
6
2 9
9 6
10 9 6
10 2
6 6
2
10 9
10
2 7
10
1
10 2 2 10 2
9 10 6
10
9 4
9
10 9 7 9 2
10
7 9 4
9 9
10 10
5
7
1 10
7 10
6 10
2 10
5 2 9
3
6
6 9 10
6
6 10
6
8 10 6 7
5 10
6 Hidrolândia 2
6 10 5
6
17º00' 17º00'
49º30' 48º00'
5 0 10 20km
menita (Ishihara, 1977); na presença constante de Além do mais, os padrões ETR são homogêneos,
coríndon; na ausência de diopsídio e de horn- blen- configurando o tipo “asa-de-pás- saro”, com forte
da; e, na alta freqüência de biotita. Também deter- depleção em Eu e as razões ETRL/ETRP situando-
minaram suas correspondências com os granitos se entre 0,77 e 3,37 (figura 2.15).
“S” (Chapell & White, 1974), em razão do caráter Nos biotita-muscovita granitos e granodioritos,
leucocrático, dos maiores valores em SiO2 (74%), os termos dominantes possuem cor cinza-clara e,
do conteúdo em elementos-traço (Rb, Sr, Cu e Zr). às vezes, intercalações entre bandas milimétricas
– 31 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
GRANITÓIDES 3
2.2.9 Diques de Diabásio (Jdb)
Figura 2.15 – Padrão de Terras-Raras para os
granitóides g3 normalizados segundo o Condrito de Apenas quatro diques de diabásio foram carto-
Eversen, 1978 (Extraído de Lacerda Filho et. al. 1994). grafados: um alojado nos terrenos da Associação
Ortognáissica-Migmatítica, no córrego Fundo, à
margem direita do rio Piracanjuba (Folha Caraíba);
claras e escuras. Exibem granulação média, estru- os outros três ocorrem inseridos nos metasse-
tura foliada, textura milonítica localmente preser- dimentos da Unidade C do Grupo Araxá: a) a sul de
vada e textura granoblástica. São constituídos Trindade, b) no córrego da Serra Pedreira, e, c) na
dominantemente por muscovita, biotita, quartzo, margem esquerda do rio Dourados (Folha Goiânia).
plagioclásio (oligoclásio-andesina) e feldspato A ocorrência da Folha Caraíba mede 2,5km de
potássico (ortoclásio e microclínio). comprimento por 200m de largura, ocupando uma
O metadiorito situado ao norte de Trindade expressiva zona de cisalhamento dúctil de direção
apresenta cor cinza-clara com pontuações pretas, NW-SE. O diabásio tem cor cinza-esverdeada-
granulação fina a média, textura granular e escura, granulação média, estrutura maciça e tex-
estrutura maciça. É constituído dominantemente tura isótropa subofítica. É constituído essencial-
por muscovita, biotita, quartzo e plagioclásio, e, mente de plagioclásio e clinopiroxênio, tendo por
nas proximidades das básicas do Complexo acessórios: opacos e apatita.
Granulítico, exibe conteúdo elevado de horn- Os diques da Folha Goiânia estão condicio-
blenda. A paragênese, formada por quartzo + nados a falhamentos transcorrentes reativados.
albita + muscovita + epidoto, sugere condição Apresentam espessura em torno de 50m por 200m
metamórfica da fácies xisto-verde baixa. de comprimento e mostram o desenvolvimento de
Datações realizadas no metagranito de Ara- brechas nos contatos com os xistos encaixantes.
goiânia evidenciaram uma isócrona Rb/Sr com Têm coloração cinza-escura, granulação fina,
idade de 700Ma e razão inicial 0,706, época essa textura ofítica a hialofítica e estrutura maciça.
interpretada como a da cristalização do corpo Exibem às vezes disjunções poliedrais e são
(Moreton et al., 1994). Em razão disso, e conside- constituídos predominantemente por plagioclásio e
rando as relações de campo, tais granitóides fo- piroxênio.
ram associados ao Ciclo Brasiliano (Proterozóico Um dique aflorante nas proximidades da folha,
Superior). datado por K/Ar em concentrado de plagioclásio,
Vênulas e veios de pegmatitos e de quartzo te- acusou idade de 178Ma ± 5Ma, caracterizando
riam sido originados pelos eventos que geraram magmatismo jurássico, o que possibilita atribuir-lhe
faixas de milonitos e ultramilonitos, assim como os uma associação com o vulcanismo toleiítico da Ba-
cristais prismáticos de turmalina e de cassiterita, cia do Paraná.
– 32 –
Folha SE.22-X-B (Goiânia)
2.2.10 Coberturas Tércio-Quaternárias (TQ) nessas coberturas, nos quais são observados os
seguintes horizontes:
2.2.10.1 Sedimentos Continentais Lagunares (Tc) Superficial – solo areno-argiloso, desestrutu-
rado, com espessura inferior a 1m e de cores
Os processos erosivos/deposicionais res- pon- amareladas a avermelhadas;
sáveis pelo aplainamento da Superfície Sul-Ameri- Ferruginoso – constitui a crosta laterítica propria-
cana, propiciaram o desenvolvimento, em peque- mente dita, com espessura média de 1,5m a 3m,
nas depressões continentais, de sedimentos de- formada por concreções limoníticas, parcialmente
positados em ambiente lacustre a fluviolacustre. cimentadas por óxidos/hidróxidos de ferro e alumí-
A sudeste de Vianópolis (figura 2.16), estes sedi- nio;
mentos são formados por argilitos (lamitos) de cor Argiloso – solo de caráter saprolítico, tendo
avermelhada, com intercalações decimétricas de cores avermelhadas e espessura de até 15m;
ritmitos caracterizados por lâminas síltico-arenosas, e,
de cores rósea-avermelhada a cinza-escura. Pálido – ocupa a interface rocha fresca/sapróli-
Encontram-se parcialmente laterizados e exibem tos, tendo forma irregular, cores claras e espessura
perfurações de organismo em forma de pequenos menor que 2m.
tubos centimétricos.
– 33 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
49º30' 48º00'
16º00' 7 6 7 16º00'
9 10 9 4
6
2 9
9 6
10 9 6
10 2
6 6
2
10 9
10
2 7
10
1
10 2 2 10 2
9 10 6
10
9 4
5 9
10 9 7 9 2
10
7 9 4
9 9
10 10
5
7
1 10
7 10
6 10
2 10
5 2 9
6
6 9 10
6
6 10
5 6 7
8 10 6
5 10
6 Hidrolândia 2
6 10 5
6
17º00' 17º00'
49º30' 48º00'
5 0 10 20km
– 34 –