Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Valuation
Textos:
Aloisio Villeth Lemos
Luiz de Magalhães Ozorio
Objetivos e pré-requisitos
Pré Requisitos
Autores
Prof. Aloisio Villeth Lemos
Prof. Luiz de Magalhães Ozorio
Apresentação do módulo
Este módulo tem como objetivo principal apresentar assuntos introdutórios, com ênfase na base de
conhecimentos necessários para a formação de um profissional de avaliação de ativos.
Embora o ponto final onde se quer chegar é a definição do valor justo para determinado ativo, o
atingimento dessa meta passa por várias fases de estudo, exigindo do profissional uma gama de
conhecimentos.
Adicionalmente, serão apresentadas as principais áreas de atuação nas quais a avaliação de empresas
pode ser utilizada.
Aspectos introdutórios e requisitos fundamentais para
o avaliador
Para atingirmos o nosso propósito de conhecer as bases da avaliação de empresas, é necessário que sejam
transmitidos alguns conceitos básicos de contabilidade.
As empresas de capital aberto no Brasil têm a obrigação de divulgar balanços trimestrais, que são enviados à CVM
(Comissão de Valores Mobiliários), autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, à qual compete, entre outras
funções, a fiscalização das companhias abertas, tendo poderes para examinar livros e documentos, exigir
esclarecimentos e até republicação de balanços, na hipótese de ser encontrada qualquer anormalidade na
apresentação desses documentos.
Geralmente, as empresas brasileiras têm o exercício social coincidente com o ano-calendário, de modo que os
balanços anuais, normalmente os mais ricos em informações, encerram-se em dezembro. As demonstrações
financeiras devem seguir a Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76, alterada e complementada pela Lei 10.303,
de 31/10/2001 e pela Lei 11.638/07) e exprimir com clareza a situação patrimonial da empresa e as mutações
ocorridas no exercício. Devem observar as normas exigidas pela CVM, serem auditadas por auditores
independentes credenciados e assinadas pelos administradores e contadores legalmente habilitados.
Os principais itens das demonstrações financeiras são o balanço patrimonial, a demonstração dos resultados do
exercício e a demonstração do fluxo de caixa.
Balanço patrimonial
-- PASSIVO 1.800
Em outras palavras, esse grupo se caracteriza pela diferença entre o valor total dos ativos (bens e
direitos) e dos passivos (obrigações).
Demonstração dos resultados do exercício
Na demonstração dos resultados do exercício, iremos verificar o desempenho econômico da empresa dentro de
um determinado período.
Cabe aqui lembrar que o balanço patrimonial representa uma fotografia dos números da empresa em certa data
(conceito de estoque).
No caso da demonstração dos resultados, a visão é outra, ou seja, são valores que transitaram na empresa
(receitas e despesas) em um determinado espaço de tempo (conceito de fluxo), cujo somatório vai nos mostrar
se houve lucro ou prejuízo.
A classificação das contas segue uma sequência lógica e se inicia com o faturamento da empresa (ou receita
operacional) no período. Vamos tomar como referência a demonstração dos resultados da empresa fictícia XYZ
S.A., apresentada a seguir:
(+) Receita operacional bruta 1.000
(-) Impostos incidentes sobre vendas (80)
(-) Devoluções e abatimentos (20)
(=) Receita operacional líquida 900
(-) Custo dos produtos vendidos (400)
(=) Lucro bruto 500
(-) Despesas operacionais (240)
. Vendas (100)
. Administrativas (60)
. Financeiras (líquidas) (80)
. Equivalência patrimonial 30
. Outras (30)
(=) Lucro operacional e antes IR e CS 260
(-) Imposto de renda e contrib. social (80)
(=) Lucro líquido 180
A contabilidade utiliza o chamado regime de competência, e não de caixa, o que significa que
todos os valores são lançados na demonstração dos resultados, sejam eles efetivamente
recebidos ou não.
A receita operacional bruta se relaciona com as vendas da empresa no período, não importando se
foram feitas à vista ou a prazo.
Da receita bruta são deduzidos os impostos, como IPI, ICMS e outros, e ainda eventuais devoluções de
vendas e abatimentos concedidos posteriormente à entrega dos produtos, permitindo chegar, então, à
receita operacional líquida.
O custo dos produtos vendidos, ou simplesmente CPV, representa a parcela dos estoques que foi
vendida no período, incorporando – no caso de uma indústria – todo o custo envolvido na produção,
como matérias-primas, mão de obra, energia, depreciação, etc.
Em uma empresa industrial, a fórmula básica do CPV é a seguinte:
CPV = EI + CPP – EF
Onde:
EI = estoque inicial
CPP = custo de produção no período
EF = estoque final
Despesas com vendas: representam todos os gastos de promoção, colocação e distribuição dos
produtos da empresa, tais como salários do pessoal de vendas, comissão de vendedores, propaganda e
publicidade, entre vários outros.
Despesas financeiras: referem-se aos custos dos empréstimos contratados de instituições financeiras,
além de encargos de títulos e outras operações sujeitas a despesas de juros (debêntures, por exemplo).
Nosso exemplo menciona despesas financeiras líquidas, o que significa que as receitas financeiras
também estão contabilizadas aqui, sendo mostrado o saldo entre despesas e receitas. As receitas
financeiras se originam basicamente da aplicação no mercado financeiro das disponibilidades de
recursos da empresa. Caso as despesas financeiras superem as receitas financeiras em um período,
teremos como resultado despesas financeiras líquidas. Caso as receitas financeiras superem as despesas
financeiras, teremos receitas financeiras líquidas.
Equivalência patrimonial: diz respeito à parte proporcional que cabe a uma empresa sobre a variação do
patrimônio líquido de outras empresas nas quais tenha participação acionária relevante.
Desse lucro, é deduzida a parte do “leão” da Receita Federal. Após tudo considerado, apura-se então o
lucro líquido do exercício, que é direcionado para os acionistas, sendo uma parte na forma de dividendos
e outra parte incorporada ao patrimônio líquido, na condição de reservas.
É comum na análise dos balanços a reclassificação de algumas contas por parte dos analistas, com o objetivo de
obter um padrão mais adequado para o trabalho. Um bom exemplo é a separação das despesas financeiras e da
equivalência patrimonial do lucro operacional, criando-se o chamado lucro da atividade (também conhecido como
lucro antes dos juros e imposto de renda – lajir – ou earnings before interest and taxes – ebit – em inglês).
No caso da empresa XYZ S.A, somando ao lucro antes do IR e da CS as despesas financeiras líquidas e subtraindo a
equivalência patrimonial, chegaríamos a um ebit de $ 310.
Seguindo com a empresa XYZ S.A., vejamos quais alterações poderíamos fazer ao iniciar a análise da sua
demonstração dos resultados, observando ainda os cálculos da análise vertical e da análise horizontal:
Empresa XYZ S.A. ANO 1 A.V. (%) ANO 2 A.V. (%) A.H. (%)
(+) Receita operacional líquida 900 100,0 1.090 100,0 21
(-) Custo dos produtos vendidos (400) (44,4) (460) (42,2) 15
(=) Lucro bruto 500 55,6 630 57,8 26
(-) Despesas ligadas à atividade (190) (21,1) (195) (17,9) 3
(=) Lucro da atividade (ebit) 310 34,4 435 39,9 40
(-) Resultado financeiro (80) (8,9) (60) (5,5) (25)
(=) Lucro antes do imposto de renda (lair) 230 25,6 375 34,4 63
(-) Imposto de renda e contrib. social (80) (8,9) (125) (11,5) 56
(+) Equivalência patrimonial 30 3,3 (30) (2,8) ---
(=) Lucro líquido 180 20,0 220 20,2 22
A análise horizontal (AH) mostra a evolução de cada conta de um período para outro, ou seja, a variação
percentual de cada item das demonstrações financeiras.
No nosso exemplo, podemos observar que, enquanto as receitas tiveram um aumento de 21% do ano 1 para o
ano 2, o custo dos produtos vendidos (CPV) aumentou apenas 15% no mesmo período, implicando uma elevação
de 26% no lucro bruto.
A análise vertical (AV) indica o peso de cada conta em relação ao total de ativos da empresa (no caso do balanço
patrimonial) ou a representatividade de cada linha da demonstração dos resultados em relação à receita líquida.
Utilizando a AV é possível observar que, enquanto no ano 1 o CPV representava 44,4% da receita líquida, no
ano 2, esse percentual foi reduzido para 42,2%.
Cabe observar que, na literatura sobre análise de demonstrativos financeiros, podem ser encontrados ainda
outros indicadores, mas que de forma geral não permitem análises muito distintas das que podemos fazer
com os indicadores que iremos apresentar.
A análise da situação financeira visa ajudar a compreender a capacidade de a empresa honrar seus
compromissos no curto prazo.
Mais uma vez, vamos recorrer às demonstrações financeiras da empresa XYZ S.A., mas agora
observando seu balanço patrimonial e demonstrando alguns quocientes bastante utilizados.
Tomando como exemplo a empresa XYZ S.A, teríamos os seguintes resultados para os indicadores
de liquidez:
-Liquidez corrente = 1,33
-Liquidez seca = 1,00
-Liquidez imediata = 0,30
Interpretando os resultados obtidos, podemos afirmar pela LC que a XYZ possui ativos de curto
prazo (ativos circulantes) suficientes para a cobertura de suas obrigações de curto prazo (passivo
circulante).
A LS nos acrescenta a informação de que a empresa não depende da venda de estoques para
pagar suas obrigações com terceiros.
Por fim, a LI nos diz que a empresa, se necessitasse encerrar suas atividades “hoje”, teria condição de honrar 30%
de suas obrigações de curto prazo com o que já possui em suas disponibilidades (caixa, no sentido amplo).
O CGL nos indica o quanto a empresa dispõe de recursos onerosos de longo prazo para financiar a
NCG.
Quando o CGL é maior do que a NCG, temos o ST positivo, o que permite afirmar que a empresa
independe de recursos onerosos de curto prazo para financiar a NCG, o que espelha uma boa
saúde financeira.
Quando o CGL é inferior ao NCG, temos o ST negativo, o que denota dependência de dívidas de
curto prazo para financiar a NCG e, dependendo do volume de ST negativo, pode apontar uma
fragilidade financeira da empresa.
• Análise de indicadores da situação financeira usando os dados contábeis da XYZ.
INDICADORES Dez/XX
LIQUIDEZ IMEDIATA 0,30
LIQUIDEZ CORRENTE 1,33
LIQUIDEZ SECA 1,00
LIQUIDEZ GERAL 2,25
ENDIVIDAMENTO GERAL 0,80
ENDIVIDAMENTO ONEROSO 0,35
GRAU DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS 0,18
ENDIVIDAMENTO ONEROSO LÍQUIDO 0,17
GRAU DE IMOBILIZAÇÃO 0,90
Tipos de margem:
As margens podem ser comparadas com o desempenho histórico da própria companhia ou com as margens de outras
empresas do mesmo segmento.
Os cálculos das margens fazem parte da já citada análise vertical. Retomando então a tabela apresentada
anteriormente...
Empresa XYZ S.A. ANO 1 A.V. (%) ANO 2 A.V. (%) A.H. (%)
(+) Receita operacional líquida 900 100,0 1.090 100,0 21
(-) Custo dos produtos vendidos (400) (44,4) (460) (42,2) 15
(=) Lucro bruto 500 55,6 630 57,8 26
(-) Despesas ligadas à atividade (190) (21,1) (195) (17,9) 3
(=) Lucro da atividade (ebit) 310 34,4 435 39,9 40
(-) Resultado financeiro (80) (8,9) (60) (5,5) (25)
(=) Lucro antes do imposto de renda (lair) 230 25,6 375 34,4 63
(-) Imposto de renda e contrib. social (80) (8,9) (125) (11,5) 56
(+) Equivalência patrimonial 30 3,3 (30) (2,8) ---
(=) Lucro líquido 180 20,0 220 20,2 22
... podemos identificar a margem bruta evoluindo de 55,6% no Ano 1 para 57,8% no Ano 2, claramente por conta
do aumento maior na receita operacional de um ano para o outro (+21%), contra um crescimento menor no custo
dos produtos vendidos (+15%), proporcionando então um ganho de margem bruta.
A despeito dessa melhora observada no campo das operações, a margem líquida tem pouca alteração de um ano
para o outro, praticamente mantendo-se no patamar de 20%, o que se evidencia pelo aumento bem mais que
proporcional nas despesas fiscais da XYZ (a linha de imposto de renda e contribuição social mostrou aumento de
56% entre os períodos comparados).
Os indicadores de giro nos indicam quanto de receita líquida a empresa vem gerando para cada real de capital alocado.
De forma similar às margens, os giros levam o nome do capital sobre o qual foram calculados:
Tem como benchmark (parâmetro de comparação) o custo de capital próprio da empresa (Ke).
Pode também ser comparado com o desempenho histórico ou com o ROE de outras companhias do
mesmo setor.
O ROE pode ainda ser decomposto pelo método Dupont ROE = margem líquida x giro do patrimônio
líquido.
Essa decomposição pode ser útil para entender as razões de possíveis flutuações do ROE no tempo e ainda
para auxiliar em decisões que envolvam reduções de preço para aumento de venda, reduções de custo
que envolvam imobilização de recursos (ou o inverso), entre outras questões.
- ROA = return on assets = ebit/ativo total
Indica quanto foi obtido de retorno operacional em relação ao total de ativos investidos na empresa.
Pode também ser comparado com o desempenho histórico ou com o ROA de outras companhias do
mesmo setor.
O ROA também pode ser decomposto pelo método Dupont ROA = margem ebit x giro do ativo total.
Tem como benchmark (parâmetro de comparação) o custo médio ponderado de capital (WACC).
Pode também ser comparado com o desempenho histórico ou com o ROIC de outras companhias do
mesmo setor.
O ROIC pode ser decomposto pelo método Dupont ROIC = margem ebit x giro do capital investido x
(1-T).
Para completar a análise dos demonstrativos financeiros, vamos elencar alguns indicadores úteis para análise do
risco de inadimplência das empresas.
Esses indicadores são úteis para entender como está a composição de capitais investidos na empresa, seu nível de
alavancagem e a possibilidade de a empresa honrar (ou não) suas dívidas.
O indicador dívida líquida/ebitda informa quantos anos do ebitda atual da empresa seriam necessários para
quitar sua dívida onerosa já abatida das disponibilidades.
Em geral, quando uma empresa apresenta dívida líquida/ebitda menor ou próxima a 1, entende-se que ela possui
um baixo risco de inadimplência.
Por outro lado, uma companhia com esse indicador em patamares
próximos ou superiores a 4 provavelmente será considerada de alto
risco de crédito.
Em geral, uma empresa com ICJ ebit próximo ou superior a 6 e um ICJ ebitda
próximo ou superior a 8 é considerada de baixo risco de inadimplência.
Por outro lado, uma empresa que apresentar ICJ ebit ou ebitda próximo ou inferior
a 1 será provavelmente considerada de alto risco.
Cabe observar que esses são os principais indicadores utilizados pelas agências classificadoras de
risco na classificação do rating de empresas.
Além dos índices de cobertura de juros e da relação dívida líquida/ebitda, os indicadores de endividamento
também são bastante populares na análise do risco de inadimplência e no estudo da estrutura de capital das
empresas.
O tema matemática financeira poderia se estender e se subdividir por muitos tópicos, com grande quantidade de
assuntos relevantes.
Entretanto, o objetivo aqui é apenas enfatizar o entendimento da variação do valor do dinheiro no tempo, que
será de importância especial quando chegarmos à parte que envolve o método do fluxo de caixa descontado.
A partir do exemplo básico anterior, que indica como funciona a movimentação do dinheiro no tempo, é
importante saber como proceder no caso de uma série de pagamentos, que pode ocorrer durante um tempo
limitado ou se prolongar de forma indeterminada (fluxo de caixa perpétuo).
Seguindo a lógica anterior, o valor presente dessa série é consequência da divisão de cada parcela pela taxa
de desconto, que vai sendo exponenciada a cada ano. Admitindo uma taxa de desconto de 10% ao ano,
teríamos:
VP = 8.000/1,10 + 10.000/1,102 + 12.000/1,103 + 13.000/1,104 + 14.000/1,105
= 7.273 + 8.264 + 9.016 + 8.879 + 8.693 = 42.125
Caso o fluxo de caixa seja único e perpétuo, bastaria ser aplicado o seguinte cálculo:
VP = FC/K, onde K é a taxa de desconto. Supondo um valor único e sem crescimento de $ 5.000 e uma taxa de
desconto de 10% ao ano, o valor presente seria dado por 5.000/0,10 = $ 50.000
4. Análise do ambiente macroeconômico, setorial e estratégia da empresa
Muitas pessoas inexperientes em avaliação de negócios julgam, a priori, que para ser um bom analista
basta saber lidar com números.
De fato, para avaliar uma empresa, é necessário ter a capacidade de compreender seus demonstrativos
financeiros, além do domínio de alguns métodos quantitativos (matemática financeira e estatística).
No entanto, somente isso não será suficiente para conseguir projetar (estimar) o desempenho futuro da
companhia, que é base para a maioria dos métodos de avaliação.
Para tanto, será necessário também ter a capacidade de analisar os ambientes macroeconômico e
setorial, a fim de – de posse do conhecimento de sua estratégia – julgar se ela é razoável ou não, o que
equivale a dizer se os planos para o futuro da empresa seriam exequíveis.
Quanto mais for conhecido o ambiente de atuação da empresa, melhor ela poderá ser avaliada. Portanto,
é imprescindível que a análise tenha início com um estudo macroeconômico, onde devem ser levados em
conta os elementos conjunturais que servem como pano de fundo para a performance da empresa
analisada.
Alguns desses elementos são os indicadores de desenvolvimento da economia do país, como as taxas de
crescimento do produto interno bruto (PIB); as taxas de juros praticadas no mercado de títulos de renda
fixa (SELIC e CDI); as perspectivas cambiais; o nível de emprego; a inflação; os dados de comércio exterior, enfim, tudo
que diga respeito ao alicerce sobre o qual a economia está sustentada e irá se desenvolver.
Em um país como o Brasil, cuja economia é bastante influenciada pelo mercado de commodities, o comportamento do
preço de ativos como minério de ferro, petróleo e aço em várias regiões do mundo influencia na avaliação de empresas
como Vale, Petrobras e siderúrgicas, com enorme peso na economia brasileira e no mercado de capitais.
Sendo assim, o analista não pode deixar de dar atenção ao cenário mundial, pois qualquer movimento nesse
“tabuleiro” pode trazer impactos relevantes (para o bem ou para o mal) para a empresa em análise.
O segundo passo é a avaliação do setor no qual se insere a companhia: suas potencialidades, estatísticas de evolução
dos últimos anos, condições de concorrência, barreiras protecionistas internas ou externas, facilidade de obtenção dos
insumos de produção, formação de preços e tudo mais que possa interferir nas condições normais de atividade do
setor.
Partindo da base macroeconômica e setorial já desenvolvida, o analista precisa ter informações sobre as perspectivas
futuras da empresa.
É importante tomar ciência do plano de negócios da companhia, de seus projetos de investimentos e como
isso se refletirá sobre suas vendas e seu fluxo de caixa.
Será necessário avaliar a estratégia da companhia, que pode parecer conservadora, adequada ou arrojada
quando comparada ao potencial levantado nas análises macroeconômica e setorial.
Com essas informações e a análise do histórico dos demonstrativos financeiros da empresa, será possível
projetar os volumes físicos de vendas, a provável evolução dos preços dos seus produtos, a tendência para os
principais insumos de produção, as despesas operacionais e financeiras.
Além disso, será necessário projetar alíquotas de impostos, prazo de depreciação e amortização de ativos,
volume de recursos investidos no capital de giro, cronograma de pagamento e tomada de novas dívidas e
investimentos em ativos permanentes, visando estimar o fluxo de caixa livre, peça fundamental para avaliação
pelo método do fluxo de caixa descontado, e outras variáveis (ebitda, receitas líquidas ou lucro líquido, por
exemplo) necessárias para avaliação pelo método de avaliação relativa.
Todas essas premissas devem ser bem estudadas e definidas e, apesar de todo o trabalho, deve ficar claro que
nenhum estudo de valuation é preciso ou eterno.
Sua revisão deve ser constante, visando incorporar às perspectivas futuras novas informações, à medida que o
tempo passa.
5. Áreas de atuação do profissional de avaliação
Fechando este módulo, como informação de interesse geral, vale destacar algumas áreas de atividade
onde se utilizam com frequência os métodos de avaliação de empresas ou ativos.
• Seguradoras
• Setor imobiliário
Para saber mais