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Roteiro de Atuação

Atenção Primária à Saúde

Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de


Defesa da Saúde
CAO-Saúde
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Procurador-Geral de Justiça
Jarbas Soares Júnior

Procurador-Geral de Justiça Adjunto Institucional


Carlos André Mariani Bittencourt

Procuradora-Geral de Justiça Adjunta Jurídica


Eliane Maria Gonçalves Falcão

Procurador-Geral de Justiça Adjunto Administrativo


Márcio Gomes de Souza

Chefe de Gabinete
Paulo de Tarso Morais Filho

Secretária-Geral
Cláudia Ferreira Pacheco de Freitas

Coordenador do CAO-Saúde
Luciano Moreira de Oliveira

Coordenadorias Regionais das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde – CRDS

CRDS-Centro: Vanessa Campolina Rebello Horta

CRDS-Nordeste: Lucas Dias Pereira Nunes

CRDS-Norte: Daniel Lessa Costa

CRDS-Noroeste: Rodrigo Domingos Taufick

CRDS-Oeste: Marcus Vinícius Lamas Moreira

CRDS-Sudeste: Rodrigo Ferreira de Barros

CRDS-Sul: Fernando Ribeiro Magalhães Cruz

CRDS-Triângulo Norte: Fernando Henrique Zorzi Zordan

CRDS-Triângulo Sul: Cláudia Freddo Marques Carvalho

CRDS-Vale do Aço: Cristiano da Costa Mata


MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Sumário
PLANO GERAL DE ATUAÇÃO 2021: ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE .............................. 3
ROTEIRO DE ATUAÇÃO ...................................................................................................................... 3
ANEXOS ................................................................................................................................................. 9
Portaria de instauração de procedimento administrativo............................................................ 10
Modelo de ofício para requisição de informações ....................................................................... 12
Minuta de despacho em procedimento administrativo: Concessão de prazo para
regularização das equipes ................................................................................................................. 16
Minuta de decisão de arquivamento em procedimento administrativo .................................... 18
Minuta de portaria de instauração de Inquérito Civil .................................................................. 21
Minuta de recomendação: cadastro de profissionais no CNES ................................................. 23
Minuta de ata de reunião.................................................................................................................. 29
Minuta de edital para audiência pública ......................................................................................... 31
Minuta de recomendação: provimento de profissionais nas equipes de ESF .......................... 36
Minuta de TAC: regularização das equipes de ESF ..................................................................... 43
Minuta de ACP: regularização das equipes de ESF ..................................................................... 50
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PLANO GERAL DE ATUAÇÃO 2021: ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE


ROTEIRO DE ATUAÇÃO

Conforme o plano estratégico do Ministério Público de Minas Gerais vigente para o


período 2020-2029, no tema saúde, a instituição deve ter como um de seus objetivos prioritários
“contribuir para o fortalecimento e expansão da rede de atenção básica em saúde”. Para tanto,
deve-se agir na “promoção de ações para o regular funcionamento dos equipamentos de atenção
básica de saúde” e realizar a “avaliação da composição das equipes de atenção básica de saúde”.
O presente roteiro de atuação, nesse contexto, tem por objetivo fomentar a atuação
institucional que possa contribuir para o provimento adequado de profissionais de saúde para a
Estratégia Saúde da Família e, dessa forma, proporcionar condições para uma assistência à saúde
adequada e resolutiva na atenção primária à saúde.
A atuação do Ministério Público em defesa da saúde decorre do dever constitucional
de defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127, caput, da Constituição), assim
como da função institucional de “zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços
de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas
necessárias a sua garantia” (art. 129, II da Constituição).
Contudo, a atuação do Ministério Público em defesa do direito à saúde deve estar
alinhada aos princípios constitucionais que norteiam o sistema de saúde brasileiro. Ressalta-se,
nesse contexto, que a promoção da saúde e a prevenção de doenças estão destacadas no texto da
Constituição, que prevê a promoção de “políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos” (art. 196) assim como, entre as diretrizes do Sistema Único
de Saúde – SUS – o “atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços assistenciais” (art. 198, II).
Nessa linha, o Plano Nacional de Atuação Ministerial em Defesa da Saúde, elaborado
pela Comissão Permanente de Saúde do Grupo Nacional de Direitos Humanos em 2006, propõe
que a instituição deve “imprimir precedência de atuação na área de atenção coletiva à saúde e, nela,
destacar a atenção básica e os cuidados necessários específicos às populações mais vulneráveis”
(grifou-se). A atenção primária à saúde ou atenção básica pode ser definida como “o conjunto de
ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção,
diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde,
desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe
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multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem


responsabilidade sanitária”.1 Trata-se de cuidados de saúde essenciais, prestados no ambiente
ambulatorial, ao longo das vidas das pessoas, independentemente da presença de doença ou agravo
à saúde. Trata-se, também, da porta de entrada preferencial do SUS, coordenadora e orientadora
da assistência à saúde.
A atenção primária à saúde reúne a atenção à saúde para as condições mais comuns,
razão pela qual pode atender cerca de 80% a 85% das necessidades de saúde de uma população. 2
Com essa abrangência e cumprindo o papel de porta de entrada e coordenadora da atenção à saúde,
a atenção primária exerce função de filtro, ou seja, racionaliza o acesso aos níveis especializados de
assistência à saúde e, com isso, contribui para a redução de custos globais da assistência à saúde. 3
A atenção primária à saúde deve estar presente em todos os municípios brasileiros,
desde mais populosos e ricos, aos menos populosos e com orçamentos mais modestos. Portanto,
a atuação do Ministério Público voltada para o fortalecimento da atenção primária à saúde tem
grande capilaridade e alcança todos os Promotores de Justiça.
Segundo a Política Nacional de Atenção Básica, a Saúde da Família é a estratégia
prioritária para expansão e consolidação desse nível de atenção do SUS (art. 4º, capítulo I, anexo
XXII da Portaria de Consolidação GM/MS nº 2, de 28 de setembro de 2017). Por esse motivo,
merece especial atenção dos membros do Ministério Público.
A Estratégia Saúde da Família – ESF, antes denominada Programa Saúde da Família –
PSF, deve ser composta por equipes multidisciplinares mínimas de médico, preferencialmente da
especialidade medicina de família e comunidade, enfermeiro, preferencialmente especialista em
saúde da família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS).

1
Art. 2º da Portaria GM/MS nº 2.436, de 21 de setembro de 2017.
2
NUNES, Rui. Regulação da Saúde. 3ª Ed. Porto: Vida Econômica, 2014, p. 80. SOLLA, Jorge; CHIORO, Arthur.
Atenção ambulatorial especializada. In GIOVANELLA, Ligia, et al. Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil. Rio
de Janeiro: FIOCRUZ, 2009, p. 628.
3
“Consistent with previous literature we found that primary health care played an essential role in reducing deaths
amenable to health care in Brazil. This further highlights the importance of investing in primary health care to
achieve universal health coverage and improve health outcomes in low and middle-income settings. The health
gains demonstrated can be achieved at low cost, with states and municipalities combined spending approximately
US$90 per person per year on ESF in 2.010.” HONE, Thomas, et al. Large reductions in amenable mortality
associated with Brazil's primary care expansion and strong health governance. Health Affairs, v. 36, n. 1, (fev.
2.017), p. 156. “(…) strong positive associations between the ‘strength’ of a primary care system and health, and
that strong systems of primary care are associated with lower health disparities and costs.” SCOTT, Anthony;
JAN, Stephen. Primary Care. In GLIED, Sherry; SMITH, Peter C. The Oxford Handbook of Health Economics
[em linha]. Oxford: Oxford handbooks online, 2012, p. 7. Disponível em: <http://www.oxfordhandbooks.com>.
Acesso em 28 set. 2.019. STARFIELD, Barbara. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde,
serviços e tecnologia. Brasília: UNESCO, Ministério da Saúde, 2002, p. 34.
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Historicamente, a manutenção de equipes completas de ESF tem sido um problema


que compromete a atenção à saúde prestada pelo SUS. Verifica-se a dificuldade, notadamente, em
locais remotos e áreas mais vulneráveis, de contratação e manutenção de profissionais de saúde,
assim como de efetiva disponibilidade desses profissionais pela carga horária estabelecida
normativamente e contratada pelo Poder Público.
A Portaria de Consolidação GM/MS nº 2, de 28 de setembro de 2017 estabelece que
“compete às Secretarias Municipais de Saúde a coordenação do componente municipal da Atenção
Básica, no âmbito de seus limites territoriais, de acordo com a política, diretrizes e prioridades
estabelecidas, sendo responsabilidades dos Municípios e do Distrito Federal” (...) “organizar,
executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Básica, de forma universal, dentro do seu
território, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo estado e pela União” (art. 10, I, capítulo
I, anexo XXII).
Em relação aos profissionais de saúde, incumbe aos municípios “selecionar, contratar
e remunerar os profissionais que compõem as equipes multiprofissionais de Atenção Básica, em
conformidade com a legislação vigente” e “assegurar o cumprimento da carga horária integral de
todos os profissionais que compõem as equipes que atuam na Atenção Básica, de acordo com as
jornadas de trabalho especificadas no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
vigente e a modalidade de atenção” (art. 10, XIV e XIX, capítulo I, anexo XXII da Portaria de
Consolidação GM/MS nº 2/2017).
Mais que mera exigência formal, a manutenção de equipes completas e com efetiva
disponibilidade da carga horária legal contratada contribui para a prestação de serviços de saúde
resolutivos. Ademais, trata-se de uma exigência decorrente da utilização proba e eficiente dos
recursos públicos.
Atualmente, todas as categorias profissionais que atuam nas equipes de saúde da
família, conforme a política nacional de atenção básica (item 3.4, anexo 1 do anexo XXII Portaria
de Consolidação GM/MS nº 2/2017) devem cumprir jornada de trabalho de 40 horas semanais.
Exceção a esse regime encontra-se na Portaria GM/MS n° 397, de 16 de março de
2020 e Portaria SAS nº 634/2019. Trata-se de atos normativos que regulamentam o Programa
Saúde na Hora. Este programa admite a habilitação de unidades básicas de saúde para o
funcionamento em horário estendido (60 horas ou 75 horas semanais). Nestes casos, exige-se dos
profissionais que atuam nessas unidades básicas carga horária mínima de 20 horas semanais,
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cabendo ao Poder Público assegurar cobertura mínima, por categoria profissional, de 40 horas
semanais.
A habilitação das Equipes de Saúde da Família junto ao Ministério da Saúde exige que
estas possuam composição completa de profissionais de saúde prevista na Política Nacional de
Atenção Básica. Por outro lado, como exposto, deve ser assegurado pelos municípios o
cumprimento de carga horária mínima.
Há diversos sistemas de informações abertos à consulta pública que permitem
identificar dados relevantes sobre a atenção primária municipal, verificar o número de Equipes de
Saúde da Família, os profissionais que a compõem e a respectiva carga horária. Nesse sentido,
apontam-se o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES4 – e o Sistema de Notas
Técnicas do Departamento de Saúde da Família do Ministério da Saúde – DESF.5
Esclarece-se que o CNES também aponta os profissionais que atuam em mais de uma
Equipe de Saúde da Família, no mesmo município ou em outro ente da federação. Esta situação é
admitida desde que limitada a dois vínculos profissionais e se houver compatibilidade de horários
(art. 37, XVI, “c” da Constituição). Todavia, o fato poderá servir como alerta para possível
irregularidade quando descumpridos os parâmetros constitucionais (mais de dois vínculos e
incompatibilidade de horários).
Apesar da disponibilidade dessas informações, verifica-se uma defasagem temporal
desses dados nos sistemas de informação, assim como divergências entre as informações que
constam das bases de dados oficiais e a prática cotidiana das unidades básicas de saúde onde atuam
as Equipes de Saúde da Família. Comunicações sobre a insuficiência de profissionais e o
descumprimento da carga horária contratada, o que implica a ausência e outras distorções na
prestação de serviços de saúde, são conhecidas nas Promotorias de Justiça.
Assim sendo, para a fiscalização das ações municipais voltadas para a implementação
da Estratégia Saúde da Família propõe-se o seguinte:
1. A instauração de Procedimento(s) Administrativo(s) para fiscalização e
acompanhamento de política pública (art. 1º, II, da Resolução Conjunta PGJ/CGMP nº 01/2019)

4
Há várias possibilidades de pesquisa que podem fornecer informações relevantes sobre as Equipes de Saúde da
Família e profissionais que as integram na página do CNES. Desde logo, indica-se os seguintes links. Para consulta
ao número de equipes: http://cnes2.datasus.gov.br/Mod_Ind_Equipes.asp. Para obter relatório sobre os
profissionais disponíveis: http://cnes.datasus.gov.br/pages/profissionais/extracao.jsp.
5
http://sisaps.saude.gov.br/notatecnica/frmListaMunic.php.
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tendo por objeto realizar o diagnóstico e a avaliação da composição das Equipes de Saúde da
Família no âmbito de cada município que compõem a comarca.6
2. Requisição de informações estruturada sobre o número de Equipes de Saúde da
Família, relação de profissionais que as compõem, natureza de seu vínculo laboral, respectiva carga
horária de trabalho e dias de comparecimento à unidade de saúde. Na mesma requisição, o
município deverá ser instado a informar as Equipes de Saúde da Família eventualmente
incompletas, expor as razões e indicar as medidas para suprir a ausência de profissionais de saúde.
3. As informações prestadas pelo município poderão ser confrontadas com os dados
disponíveis nos sistemas de informações acima indicados (CNES e Sistema de Notas Técnicas do
Departamento de Saúde da Família do Ministério da Saúde). Além disso, poderão ser adotadas
outras estratégias de apuração como a promoção de inspeções (art. 67, I, “c” da LC 34/94) e de
audiências públicas (art. 68, parágrafo único, IV, da Constituição).
4. Eventual defasagem ou divergência do município em relação aos dados disponíveis
no CNES poderá ser objeto de recomendação para que seja realizada a devida atualização.
5. Havendo equipe desprovida, mas em processo de provimento de profissional, o
órgão de execução poderá assinalar prazo razoável para conclusão das medidas. Concluídas as
medidas, o procedimento poderá ser arquivado.
6. Havendo equipe desprovida, sem justificativa ou indicação de providências
concretas pelo gestor, sugere-se a instauração de inquérito civil, com o objetivo de promover
medidas necessárias para o regular provimento de profissionais pelas Esquipes de Saúde da Família.
7. Para a instrução do inquérito civil, sugere-se a ênfase na atuação resolutiva, com o
agendamento de reunião, expedição de recomendação, proposta de TAC e de eventual ação civil
pública para buscar o provimento adequado de profissionais.
8. Sugere-se que casos individuais de desvios de conduta pelos profissionais de saúde
sejam apurados em procedimentos civis e criminais apartados.

Todos os documentos necessários para a condução dessa ação estadual do Plano Geral
de Atuação encontram-se anexos.

6
Observada a independência funcional, poderá o órgão de execução, a seu juízo, decidir pela avaliação da ESF de
algum(ns) dos municípios que integrarem sua comarca, por exemplo, levando em conta notícias de irregularidades
ou conhecimento prévio da regularidade da situação local.
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Solicita-se que os colegas façam a comunicação dos dados sobre os procedimentos e


as medidas adotadas preenchendo formulários online que serão encaminhados oportunamente.

Cordialmente,

Luciano Moreira de Oliveira


Promotor de Justiça
Coordenador do CAO-Saúde
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

ANEXOS
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

PORTARIA DE INSTAURAÇÃO DE
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

PORTARIA N.º MPMG-

NOTICIANTE(S): PROCEDIMENTO INSTAURADO DE OFÍCIO

REPRESENTADO(A):

DESCRIÇÃO DOS FATOS: Diagnóstico e avaliação da composição das Equipes de Saúde da


Família no município de _____________.

O(A) PROMOTOR(A) DE JUSTIÇA DA COMARCA DE BELO HORIZONTE


no uso de suas atribuições legais, com fulcro no artigo 2º da Resolução PGJ CGMP CSMP n.º 1,
de 28 de agosto de 2019, instaura, nos termos previstos no artigo 8º, [inciso I, II, III ou IV], da
Resolução CNMP n.º 174, de 4 de julho de 2017, e no art. 1.º, [inciso I, II, III ou IV], da Resolução
PGJ CGMP CSMP n.º 1/2019, Procedimento Administrativo.

Registre-se e autue-se esta portaria, publicando seu extrato no Diário Oficial


Eletrônico do Ministério Público de Minas Gerais - DOMP/MG. Cumpra-se.

___________________, ___ de __________ de 2021.

_______________________________________
PROMOTOR(A) DE JUSTIÇA
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

MODELO DE OFÍCIO PARA REQUISIÇÃO DE


INFORMAÇÕES
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Oficio nº ___/2021

______________, ____ de ________de 2021.

A Sua Excelência o Senhor


________________________
Secretário Municipal de Saúde de _____________/MG

Assunto: Requisição de informações atualizadas sobre as Equipes de Saúde da Família do


município.

Senhor Secretário,

Cumprimentando-o cordialmente, sirvo-me do presente para requisitar-lhe


informações sobre as Equipes de Saúde da Família que compõem a atenção básica do município.
A Atenção Básica ou Atenção Primária constitui o primeiro nível de atenção à saúde,
conforme modelo adotado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo a porta de entrada
preferencial dos usuários no sistema e é responsável por coordenar as ações de atenção à saúde.
Neste nível deverão ser abordados (atendidos) os problemas mais frequentes e relevantes de saúde
da população.
A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é considerada o modelo prioritário para a
expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica, por favorecer uma reorientação do
processo de trabalho com maior potencial de ampliar a resolutividade e impactar na situação de
saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade.
A manutenção de equipes completas e com efetiva disponibilidade da carga horária
legal contratada contribui para a prestação de serviços de saúde resolutivos. Ademais, trata-se de
uma exigência decorrente da utilização proba e eficiente dos recursos públicos.
A habilitação das Equipes de Saúde da Família junto ao Ministério da Saúde exige que
estas possuam composição completa de profissionais de saúde prevista na Política Nacional de
Atenção Básica.
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

O município é o ente “chave” nesse processo, pois é nele que se dá a execução das
práticas e surgem as dificuldades na organização e garantia do atendimento acolhedor e resolutivo.
Assim sendo, venho pelo presente, com fundamento no art. 67, I, b da LC 34/94,
requisitar que sejam enviadas ao Ministério Público as seguintes informações no prazo de 10 (dez)
dias úteis:
1. Apresente informações de forma estruturada, em planilha impressa e arquivo
eletrônico, indicando o número de Equipes de Saúde da Família, relação de profissionais que
compõem cada uma delas, natureza do respectivo vínculo laboral, carga horária de trabalho e dias
de comparecimento à unidade de saúde.
2. Informe as Equipes de Saúde da Família eventualmente incompletas, expondo as
razões para tal e indicando as medidas para suprir a ausência de profissionais de saúde.
Certo do atendimento, renovo protestos de respeito e consideração.
Cordialmente,

Promotor(a) de Justiça
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UBS Equipe Profissionais de Vínculo Carga Dias de


(Nome) saúde Laboral horária comparecimento

Modelo de planilha para prestar informações ao Ministério Público. Gentileza elaborar em arquivo
do Excel.

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MINUTA DE DESPACHO EM PROCEDIMENTO


ADMINISTRATIVO: CONCESSÃO DE PRAZO
PARA REGULARIZAÇÃO DAS EQUIPES

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Procedimento Administrativo nº _____________

DESPACHO

1. Trata-se de Procedimento Administrativo instaurado para realizar o diagnóstico e


avaliação da composição das Equipes de Saúde da Família no âmbito do município de
________________.
2. Através do Ofício nº ___ foram requisitadas informações junto ao município sobre
o número de Equipes de Saúde da Família, relação de profissionais que as compõem, natureza de
seu vínculo laboral, respectiva carga horária de trabalho e dias de comparecimento à unidade de
saúde. Na mesma requisição, solicitou-se ao município informações sobre as Equipes de Saúde da
Família eventualmente incompletas, as razoes para tal fato e a indicação das medidas para suprir a
ausência de profissionais de saúde.
3. Em sede de resposta, o município de ____________ encaminhou a este Órgão de
Execução o Ofício nº_______, contendo informações, dentre outras, acerca da existência de
Equipes de Saúde da Família desprovidas de profissionais e apresentou medidas para suprir a
ausência desses profissionais (expor as medidas).
4. Oficie-se o município de ___________, assinalando o prazo de ______ (dias) para
a conclusão das providências propostas para prover profissionais de saúde nas Equipes de Saúde
da Família incompletas.

________________, ___ de __________ de 2021.

Promotor(a) de Justiça

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MINUTA DE DECISÃO DE ARQUIVAMENTO EM


PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Procedimento Administrativo nº _____________

DESPACHO

Cuida-se de Procedimento Administrativo – PA, instaurado nesta Promotoria de


Justiça da comarca de _______________, para o fim de realizar o diagnóstico e avaliação da
composição das Equipes de Saúde da Família no âmbito do município de ________________.
Em sede de diligências realizadas por este Órgão de Execução, através do Ofício nº
___ , foram requisitadas informações junto ao município sobre o número de Equipes de Saúde da
Família, relação de profissionais que as compõem, natureza de seu vínculo laboral, respectiva carga
horária de trabalho e dias de comparecimento à unidade de saúde. Na mesma requisição, solicitou-
se ao município informações sobre as Equipes de Saúde da Família eventualmente incompletas, as
razoes para tal fato e a indicação das medidas para suprir a ausência de profissionais de saúde.
Em resposta, o município de ____________ encaminhou a este Órgão de Execução
o Ofício nº_______, contendo informações, dentre outras, acerca da existência de Equipes de
Saúde da Família desprovidas de profissionais e apresentadas indicações de providências concretas
para suprir a ausência desses profissionais (informar as providências).
As informações prestadas pelo município foram confrontadas com os dados
disponíveis nos sistemas de informações (CNES e Sistema de Notas Técnicas do Departamento
de Saúde da Família do Ministério da Saúde), nas quais foram encontradas defasagem/divergência
do município em relação aos dados disponíveis nos referidos sistemas de informações.
Ainda, com o intuito de instruir o presente feito, foram realizadas inspeções e audiência
pública, nas quais foram constatados os seguintes fatos: (relacionar).
Com o intuito de sanar as irregularidades encontradas, este Órgão de Execução
expediu Recomendação Administrativa ao município de _____________ para a adoção de
medidas para manter atualizado mensalmente o cadastro de equipes, profissionais, carga horária,
serviços disponibilizados, equipamentos e estabelecimentos de saúde de seu território no Sistema
de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), em consonância com a Política
Nacional de Atenção Básica.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Por fim, conforme documentação encaminhada pelo município, restaram comprovados


a conclusão das medidas para o provimento de profissionais nas Equipes de Saúde da Família, a
regularidade dessas equipes e da respectiva carga horária de trabalho de seus profissionais, bem
como o cadastro atualizado de equipes, profissionais, carga horária, serviços disponibilizados,
equipamentos e outros no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).
Por tudo que dos autos consta, inexistindo irregularidades a serem sanadas e não
havendo outras medidas a serem adotadas no presente feito, promovo o ARQUIVAMENTO
deste Procedimento Administrativo.

Determino, por conseguinte, que se registre no SRU a promoção de arquivamento.

_______________, ____ de ___________ de 2021.

Promotor(a) de Justiça

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

MINUTA DE PORTARIA DE INSTAURAÇÃO DE


INQUÉRITO CIVIL

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

PORTARIA N.º MPMG-

REPRESENTADO(S):

REPRESENTANTE(S): Procedimento instaurado de ofício

DESCRIÇÃO DOS FATOS: Promoção de medidas para o provimento de profissionais de saúde


em Equipes de Saúde da Família do município _________ que se encontram incompletas.

Visando apurar os fatos acima descritos, o(a) PROMOTOR(A) DE JUSTIÇA DA


COMARCA DE _______________ no uso de suas atribuições legais, com fulcro no artigo 129,
inciso III, da Constituição da República de 1988, no artigo 8º, § 1º, da Lei Federal n.º 7.347/1985,
no artigo 26, inciso I, da Lei Federal n.º 8.625/93 que instituiu a Lei Orgânica Nacional do
Ministério Público e nos artigos 66, inciso IV, 67, inciso I, 74, inciso VIII, da Lei Orgânica do
Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Lei Complementar n.º 34/94) instaura Inquérito
Civil.

Registre e autue esta portaria, publicando seu extrato no Diário Oficial Eletrônico do
Ministério Público de Minas Gerais - DOMP/MG. Cumpra-se.

___________________, ___ de __________ de 2021.

Promotor(a) de Justiça

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

MINUTA DE RECOMENDAÇÃO: CADASTRO DE


PROFISSIONAIS NO CNES

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

RECOMENDAÇÃO n° __/2021

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, por seu(sua)


Promotor(a) de Justiça ao final assinado(a), Curador(a) da Saúde, na defesa dos direitos sociais e
indisponíveis, no exercício das atribuições que lhes são conferidas pelos artigos 127, caput, e 129,
incisos II e III da Constituição Federal; 119, caput, e 120, incisos II e III da Constituição Estadual;
27, caput, e parágrafo único, inciso IV, da Lei nº 8.625/93; 66, inciso IV, e 67, inciso VI da Lei
Complementar Estadual nº 34/94, no cumprimento operacional às estratégias definidas no Plano
Geral de Atuação MPMG – Atenção Primária à Saúde e,

CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação,
nos termos do art. 196 da Constituição da República;
CONSIDERANDO que as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, que apresenta como uma das suas
diretrizes organizacionais o atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais, conforme prescreve o art. 198, inciso II da
Carta Magna;
CONSIDERANDO a existência da Lei federal nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,
denominada Lei Orgânica da Saúde (LOS), que dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes
e dá outras providências;
CONSIDERANDO ser a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo
o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício, nos termos definidos pela Lei
Orgânica da Saúde;
CONSIDERANDO os objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS), assim definidos
na supracitada legislação, de que a assistência às pessoas deve ser dispensada por intermédio de
ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas;

24
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

CONSIDERANDO que as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), assim


definidas na Lei Orgânica da Saúde, estabelecem que a integralidade de assistência deverá ser
entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos,
individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
CONSIDERANDO que o artigo 7º, inciso IX, alínea “a” da Lei federal nº 8.080/90
estabelece a descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo
e ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
CONSIDERANDO que a direção SUS é exercida, no município, pela Secretaria
Municipal de Saúde, nos termos do art. 9º, III da Lei 8.080/09;
CONSIDERANDO que à direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete
planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços
públicos de saúde, como dispõe o art. 18, I da Lei 8.080/90;
CONSIDERANDO que o art. 8° do Decreto nº 7.508/2011 (regulamento da Lei
federal nº 8.080/90), estabelece que o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços
de saúde das Redes de Atenção à Saúde, inicia-se pelas Portas de Entrada do SUS, dentre elas
compreendendo a Atenção Primária, e se completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo
com a complexidade do serviço;
CONSIDERANDO que o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de
saúde será ordenado pela atenção primária e deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco
individual e do coletivo e no critério cronológico, observadas as especificidades previstas para
pessoas com proteção especial, conforme legislação vigente, nos termos do artigo 11 do mesmo
decreto;
CONSIDERANDO que a Atenção Básica é porta de entrada para os usuários do
SUS conforme cita a Portaria GM/MS nº 2436/GM/MS, de 21 de setembro de 2017, que
estabelece a revisão das diretrizes para a organização da Atenção Básica no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS);
CONSIDERANDO que a Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde
individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico,
tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida
por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe

25
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem


responsabilidade sanitária (art. 2º, da Portaria GM/MS nº 2.436/2017).
CONSIDERANDO que a Saúde da Família é estratégia prioritária para expansão e
consolidação desse nível de atenção no SUS (art. 4º, caput, da Portaria GM/MS nº 2.436/2017).
CONSIDERANDO que os dados do Ministério da Saúde apontam que, pelo menos
85% dos problemas de saúde da população brasileira podem ser resolvidos no âmbito da atenção
básica;
CONSIDERANDO que todos os níveis de atenção assumem papel igualmente
relevante, todavia a atenção primária deve ser priorizada, tendo em vista que possibilita uma melhor
organização e funcionamento tanto dos serviços da atenção básica como da média e alta
complexidade. Uma atenção básica bem estruturada faz com que se reduzam filas nos prontos-
socorros e hospitais, além de se evitar o consumo abusivo de medicamentos e gasto indiscriminado
com equipamentos de alta tecnologia;
CONSIDERANDO que a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) estabelece,
dentre as competências das Secretarias Municipais de Saúde, a coordenação do componente
municipal da Atenção Básica, no âmbito de seus limites territoriais, de acordo com a política,
diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo responsabilidades dos Municípios e do Distrito Federal
(...) “organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Básica, de forma universal,
dentro do seu território, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo estado e pela União” e
“manter atualizado mensalmente o cadastro de equipes, profissionais, carga horária,
serviços disponibilizados, equipamentos e outros no Sistema de Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde vigente, conforme regulamentação específica” (art. 10, I e V);
CONSIDERANDO que a Portaria de Consolidação MS nº 01/2017, art. 359, dispõe
que o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES – “constitui como documento
público e sistema de informação oficial de cadastramento de informações de todos os
estabelecimentos de saúde no País, independentemente da natureza jurídica ou de integrarem o
SUS, e possui as seguintes finalidades: (Origem: PRT MS/GM 1646/2015, Art. 2º)

I - cadastrar e atualizar as informações sobre estabelecimentos


de saúde e suas dimensões, como recursos físicos, trabalhadores e
serviços; (Origem: PRT MS/GM 1646/2015, Art. 2º, I)

26
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

II - disponibilizar informações dos estabelecimentos de


saúde para outros sistemas de informação; (Origem: PRT MS/GM
1646/2015, Art. 2º, II)
III - ofertar para a sociedade informações sobre a
disponibilidade de serviços nos territórios, formas de acesso e
funcionamento; (Origem: PRT MS/GM 1646/2015, Art. 2º, III)
IV - fornecer informações que apoiem a tomada de decisão,
o planejamento, a programação e o conhecimento pelos gestores,
pesquisadores, trabalhadores e sociedade em geral acerca da organização,
existência e disponibilidade de serviços, força de trabalho e capacidade
instalada dos estabelecimentos de saúde e territórios. (Origem: PRT
MS/GM 1646/2015, Art. 2º, IV);

CONSIDERANDO que o registro e a atualização do CNES pelas instituições de


saúde (públicas e privadas) é obrigatório (art. 361 da Portaria de Consolidação MS nº 01/2017);
CONSIDERANDO que nas informações prestadas pelo município sobre o número
de Equipes de Saúde da Família, relação de profissionais que as compõem, natureza do vínculo
laboral, carga horária e dias de comparecimento à unidade de saúde ocorre defasagem/divergência
em relação aos dados disponíveis no CNES;
CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático
e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição
da República;
CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério Público zelar pelo
efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados
na Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia, consoante dispõe o art. 129,
II da Constituição da República;
CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão
pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV da Lei Complementar federal nº 141, de
13 de janeiro de 2012;
CONSIDERANDO que o artigo 27, parágrafo único, inciso IV, da Lei n° 8.625/1993
(Lei Orgânica nacional do MP) faculta ao Ministério Público expedir recomendação administrativa
aos órgãos da administração pública estadual e municipal;
CONSIDERANDO que o artigo 6º inciso XX da Lei Complementar 75/1993,
aplicável por força do previsto no artigo 80 da Lei 8.625/1993, dispõe que compete ao Ministério
Público expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública,
27
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo
razoável para a adoção das providências cabíveis;
CONSIDERANDO que incumbe ao Ministério Público zelar pelo efetivo respeito
dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na Constituição,
promovendo as medidas necessárias a sua garantia e efetivação:

RESOLVE, expedir a presente RECOMENDAÇÃO, para que o Chefe do Poder


Executivo e o Secretário de Saúde do Município de _______________ adotem todas as medidas
de gestão necessárias para a integral observância da presente Recomendação Ministerial, a qual
busca efetivar estratégias para melhoria da Atenção Primária à Saúde, determinando:

A adoção de medidas para manter atualizado mensalmente o cadastro de equipes,


profissionais, carga horária, serviços disponibilizados, equipamentos e estabelecimentos de saúde
de seu território, em consonância com a Política Nacional de Atenção Básica e, de modo a sanar
não só aquelas que estão deficitárias perante o Departamento da Atenção Básica (DAB), do
Ministério da Saúde;
A adoção de medidas para atualização mensal e regular também das informações
constantes do DATASUS, incluindo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES),
para que tais dados e informações possam espelhar a realidade da estrutura municipal de saúde,
aferível inclusive em relação às fichas cadastrais dos agentes públicos de saúde, no que toca às
funções exercidas, carga horária e local de lotação, por exemplo.
A atualização dos sistemas de informação deverá ser comprovada perante essa
Promotoria de Justiça.
Fixa-se o prazo de até ___ (______) dias, a contar do recebimento, para resposta
instruída de documentos quanto ao acatamento da presente Recomendação.
Envie-se cópia da presente ao Conselho Municipal de Saúde e ao Presidente do Poder
Legislativo do município para repasse aos demais Vereadores para conhecimento e fiscalização.

___________, ____ de _______ de 2021.

Promotor(a) de Justiça

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

MINUTA DE ATA DE REUNIÃO

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

ATA DE REUNIÃO

Aos ___ dias do mês de __________ de 2021, às ______ horas, realizou-se Reunião
para a discussão das medidas necessárias para o regular provimento de profissionais pelas Equipes
de Saúde da Família do município de ______________. Estiveram presentes / participaram:
____(nome)_______________, Prefeito(a) Municipal, _____(nome)___________, Secretário(a)
Municipal de Saúde _____(nome)______________, Procurador(a) do município de
_____________, _____(nome)______________, representante do Conselho Municipal de Saúde,
________(nome)________, Promotor de Justiça da comarca de ___________.
Iniciados os trabalhos, o Promotor de Justiça esclareceu que o motivo da reunião é a existência de
Equipe(s) de Saúde da Família desprovida(s) de profissionais, a falta de justificativa ou indicação
de providências concretas pelo gestor para sanar a(s) irregularidade(s) e, principalmente, a adoção
de medidas pelos gestores locais para a manutenção de equipes completas de ESF, com a
contratação e manutenção de profissionais de saúde, assim como de efetiva disponibilidade desses
profissionais pela carga horária estabelecida normativamente e contratada pelo Poder Público.
Após os debates e discussões, foram propostos os seguintes encaminhamentos: I - Em relação ao
município de ______________: 1) Em ____ dias o município deverá comprovar a atualização
do cadastro de equipes, profissionais, carga horária, serviços disponibilizados, equipamentos e
estabelecimentos de saúde de seu território, em consonância com a Política Nacional de Atenção
Básica e, de modo a sanar as informações deficitárias perante o Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde (SCNES); 2) Em _____ dias informará as medidas tomadas para
organizar e manter as atuais equipes de Estratégia de Saúde de Família (ESF) nos parâmetros
trazidos pela Portaria GM/MS n.° 2.436/2017; 3) Em _____ dias informará as medidas adotadas
para implementar e fazer funcionar as (número) equipes completas de Estratégia de Saúde de
Família (ESF) que já se encontram credenciadas perante o Ministério da Saúde para atuação junto
ao território do município; 4) Em ____ dias informará as medidas adotadas para regularização do
déficit de profissionais das Equipes de Estratégia de Saúde de Família (ESF) hoje em
funcionamento. Nada mais havendo, encerra-se a presente ata, que se segue assinada por todos.

Promotor(a) de Justiça
Prefeito(a)
Secretário(a) Municipal de Saúde
Procurador(a) do Município
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

MINUTA DE EDITAL PARA AUDIÊNCIA


PÚBLICA

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, por meio


do(a) Promotor(a) de Justiça de Defesa da Saúde da comarca de _________________, com
fundamento nos art. 127, caput, e 129, II da Constituição da República; art. 27, parágrafo único, IV,
da Lei 8625/93; art. 68, parágrafo único, IV, da LC 34/94; art. 1º, §§2º e 3º da Resolução CNMP
nº 82/2012; art. 1º da Resolução PGJ nº 29/2014;

CONSIDERANDO que tramita no âmbito desta Promotoria de Justiça de Defesa


da Saúde o Procedimento Administrativo nº MPMG __________________, que tem por objeto
realizar o diagnóstico e avaliação da composição das Equipes de Saúde da Família no âmbito do
município _________________;
CONSIDERANDO os objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS), assim definidos
na Lei Federal nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, denominada Lei Orgânica da Saúde (LOS), de
que a assistência às pessoas deve ser dispensada por intermédio de ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades
preventivas;
CONSIDERANDO que o art. 8º do Decreto nº 7.508/2011 (regulamento da Lei
Federal nº 8.080/90), estabelece que o acesso universal, igualitário e ordenado das ações e serviços
de saúde das Redes de Atenção à Saúde, inicia-se pelas Portas de Entrada do SUS, dentre elas
compreendendo a Atenção Primária, e se completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo
com a complexidade do serviço art. 8º;
CONSIDERANDO a Política Nacional de Atenção Básica que dispõe ser a Saúde da
Família estratégia prioritária para expansão e consolidação desse nível de atenção do SUS (art. 4º,
caput, da Portaria GM/MS nº 2.436/2017).
CONSIDERANDO que a Atenção Básica ou Atenção Primária constitui o primeiro
nível de atenção à saúde, conforme modelo adotado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo o

32
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

ponto de contato preferencial dos usuários com o Sistema Único de Saúde (SUS), onde deverão
ser abordados (atendidos) os problemas mais frequentes e relevantes de saúde da população;
CONSIDERANDO que a Estratégia de Saúde da Família (ESF) é considerada
prioritária para a expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica, por favorecer uma
reorientação do processo de trabalho com maior potencial de ampliar a resolutividade e impactar
na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-
efetividade;
CONSIDERANDO que a manutenção de equipes completas e com efetiva
disponibilidade da carga horária legal contratada contribui para a prestação de serviços de saúde
resolutivos;
CONSIDERANDO as informações prestadas pela Secretaria Municipal de Saúde de
(nome do município) sobre o número de Equipes de Saúde da Família, Relação de Profissionais
que as compõem, natureza de seu vínculo laboral, respectiva carga horária de trabalho e dias de
comparecimento à unidade de saúde;
CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério Público “zelar pelo
efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados
nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia” (art. 129, II da Constituição
da República);
CONSIDERANDO que incumbe ao Ministério Público a efetiva defesa, jurisdicional
e extrajurisdicional, dos direitos fundamentais da sociedade, nos termos dos arts. 127, caput e 129,
ambos da Constituição da República;
CONSIDERANDO que, dentre os instrumentos disponíveis para o exercício das
atribuições instrumentos, as audiências públicas realizadas pelo Ministério Público se apresentam
como um dos mais eficazes mecanismos pelos quais o cidadão, a sociedade organizada, os
movimentos sociais e os órgãos públicos estatais, de forma democrática, transparente, dialética e
plural, colaboram com o exercício de suas finalidades relacionadas ao zelo do interesse público e à
defesa dos direitos e interesses fundamentais de modo geral;
CONSIDERANDO que a audiência pública é o instrumento adequado para “coletar,
junto à sociedade e ao Poder Público, elementos que embasem a decisão do órgão do Ministério
Público” (art. 1º, §2º da Resolução CNMP nº 82/2012 e art. 1º da Resolução PGJ nº 29/2014);

33
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

CONVOCA AUDIÊNCIA PÚBLICA, a realizar-se no dia ____ de ______ de


____, a partir de _____hs, no ________________________, sito na rua ______________,
(bairro), (cidade/MG), com o objetivo de debater a atuação da Estratégia Saúde da Família do
município.

INSCRIÇÃO E PARTICIPAÇÃO DOS INTERESSADOS

A audiência pública é aberta a todos os interessados, que deverão assinar lista de


presença e poderão participar, fazendo uso da palavra, ou encaminhando, por escrito, dúvidas e/ou
sugestões às autoridades e demais participantes da audiência pública.
A uso da palavra dependerá de inscrição prévia, até do dia 00/00/0000 ou até se atingir
o número de ______ inscritos, solicitada por e-mail (________@mpmg.mp.br). Não serão
admitidas inscrições no local.
O interessado em fazer uso da palavra ou encaminhar manifestação deverá identificar-
se e abordar o tema proposto, dirigindo-se com respeito e urbanidade aos presentes. Caso haja uso
da palavra oral, a pessoa deverá ser breve e objetiva, não ultrapassando o tempo de 10 minutos, a
fim de possibilitar a participação de todos aqueles que desejarem fazer uso da palavra.
Caso haja desvirtuamento do tema proposto, ofensa ou desrespeito a quaisquer dos
presentes, a mesa poderá suspender a manifestação.

PROCEDIMENTOS

1. SOLENIDADE DE ABERTURA: A audiência pública terá início com a formação


da mesa diretora, no local, data e horário previstos. A audiência pública será presidida pelo
Promotor de Justiça de Defesa da Saúde, que mediará o debate.
2. EXPOSIÇÃO INICIAL: Trata-se de breve exposição apresentada pela mesa
diretora a fim de esclarecer o objeto da Audiência Pública e seu papel.
3. MANIFESTAÇÕES DOS INSCRITOS: O presidente da mesa diretora dará
seguimento aos trabalhos, obedecendo à ordem das inscrições, ressalvada circunstância que
justifique a alteração da ordem, o que será decidido pela mesa justificadamente.

34
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

A audiência pública e, por conseguinte, todas as manifestações orais, serão gravadas


em áudio e vídeo, salvo indisponibilidade técnica.
4. DA DURAÇÃO DA AUDIÊNCIA PÚBLICA: A audiência pública poderá ter o
encerramento prorrogado ou antecipado, conforme a necessidade e o curso dos trabalhos, o que
será devidamente justificado. Os casos omissos neste edital serão ser dirimidos, na oportunidade,
pela mesa diretora.
5. ENCERRAMENTO: O encerramento da Audiência Pública será efetuado pelo
presidente da Mesa Diretora.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Será lavrada ata circunstanciada da audiência pública, no prazo máximo de 5 (cinco)


dias, a contar de sua realização, contendo todas as propostas, ocorrências relevantes e
manifestações ocorridas no evento para posterior análise e oportuna divulgação.
A ata, seu extrato e o relatório final dos trabalhos serão encaminhados, em meio digital,
para a Assessoria Especial do Procurador-Geral de Justiça com atuação junto à Procuradoria-Geral
de Justiça Adjunta Institucional, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, a contar de sua lavratura.
O presente edital encontra-se à disposição dos interessados no endereço eletrônico do
Ministério Público de Minas Gerais (www.mpmg.mp.br) e será afixado na sede do Ministério
Público da comarca.

________________, __ de ____________ de 2021.

Promotor(a) de Justiça

35
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

MINUTA DE RECOMENDAÇÃO: PROVIMENTO


DE PROFISSIONAIS NAS EQUIPES DE ESF

36
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

RECOMENDAÇÃO n° ___/2021

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, por seu(sua)


Promotor(a) de Justiça ao final assinado(a), Curador(a) da Saúde, na defesa dos direitos sociais e
individuais indisponíveis, no exercício das atribuições que lhes são conferidas pelos artigos 127,
caput, e 129, incisos II e III da Constituição Federal; 119, caput, e 120, incisos II e III da Constituição
Estadual; 27, caput, e parágrafo único, inciso IV, da Lei nº 8.625/93; 66, inciso IV, e 67, inciso VI
da Lei Complementar Estadual nº 34/94, no cumprimento operacional às estratégias definidas no
Plano Geral de Atuação MPMG – Atenção Primária à Saúde e,

CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação,
nos termos do art. 196 da Constituição da República;
CONSIDERANDO que as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, que apresenta como uma das suas
diretrizes organizacionais o atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais, conforme prescreve o art. 198, inciso II da
Constituição;
CONSIDERANDO a existência da Lei federal nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,
denominada Lei Orgânica da Saúde (LOS), que dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes
e dá outras providências;
CONSIDERANDO ser a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo
o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício, nos termos definidos pela Lei
Orgânica da Saúde;
CONSIDERANDO os objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS), assim definidos
na supracitada legislação, de que a assistência às pessoas deve ser dispensada por intermédio de
ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas;

37
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

CONSIDERANDO que as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), assim


definidos na Lei Orgânica da Saúde, de que a integralidade de assistência deverá ser entendida como
conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e
coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
CONSIDERANDO que o artigo 7º, inciso IX, alínea “a” da Lei federal nº 8.080/90
estabelece a descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo
e ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
CONSIDERANDO que a direção SUS é exercida, no município, pela Secretaria
Municipal de Saúde, nos termos do art. 9º, III da Lei 8.080/09;
CONSIDERANDO que à direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete
planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços
públicos de saúde, como dispõe o art. 18, I da Lei 8.080/90;
CONSIDERANDO que o Decreto nº 7.508/2011 (regulamento da Lei federal nº
8.080/90), estabelece que o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde
das Redes de Atenção à Saúde, se inicia pelas Portas de Entrada do SUS, dentre elas
compreendendo a Atenção Primária, e se completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo
com a complexidade do serviço, artigo 8º;
CONSIDERANDO que o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de
saúde será ordenado pela atenção primária e deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco
individual e do coletivo e no critério cronológico, observadas as especificidades previstas para
pessoas com proteção especial, conforme legislação vigente, nos termos do artigo 11 do mesmo
decreto;
CONSIDERANDO que a Atenção Básica é porta de entrada para os usuários do
SUS conforme cita a Portaria GM/MS nº 2.436/GM/MS, de 21 de setembro de 2017, que
estabelece a revisão das diretrizes para a organização da Atenção Básica no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS);
CONSIDERANDO que a Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde
individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico,
tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida
por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem


responsabilidade sanitária (art. 2º, da Portaria GM/MS nº 2.436/2017).
CONSIDERANDO que a Saúde da Família é estratégia prioritária para expansão e
consolidação desse nível de atenção no SUS (art. 4º, caput, da Portaria GM/MS nº 2.436/2017).
CONSIDERANDO que os dados do Ministério da Saúde apontam que, pelo menos
85% dos problemas de saúde da população brasileira podem ser resolvidos no âmbito da atenção
básica;
CONSIDERANDO que todos os níveis de atenção assumem papel igualmente
relevante, todavia a atenção primária deve ser priorizada, tendo em vista que possibilita uma melhor
organização e funcionamento tanto dos serviços da atenção básica como da média e alta
complexidade. Uma atenção básica bem estruturada faz com que se reduzam filas nos prontos-
socorros e hospitais, além de se evitar o consumo abusivo de medicamentos e gasto indiscriminado
com equipamentos de alta tecnologia;
CONSIDERANDO que a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) estabelece,
dentre as competências das Secretarias Municipais de Saúde, a coordenação do componente
municipal da Atenção Básica, no âmbito de seus limites territoriais, de acordo com a política,
diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo responsabilidades dos Municípios e do Distrito Federal
(...) “organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Básica, de forma universal,
dentro do seu território, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo estado e pela União”,
“organizar os serviços para permitir que a Atenção Básica atue como a porta de entrada preferencial
e ordenadora da RAS”, “inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua rede de serviços
como a estratégia prioritária de organização da Atenção Básica”, “selecionar, contratar e
remunerar os profissionais que compõem as equipes multiprofissionais de Atenção Básica,
em conformidade com a legislação vigente” e “assegurar o cumprimento da carga horária
integral de todos os profissionais que compõem as equipes que atuam na Atenção Básica,
de acordo com as jornadas de trabalho especificadas no Sistema de Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde vigente e a modalidade de atenção” (art. 10, I, VI, X, XIV e
XIX);
CONSIDERANDO que a Equipe de Saúde da Família (ESF) é considerada como
estratégia de expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica, por favorecer uma
reorientação do processo de trabalho com maior potencial de ampliar a resolutividade e impactar

39
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-
efetividade;
CONSIDERANDO que no município de ________________ existem Equipes de
Saúde da Família desprovidas de profissionais e que não houve indicação de medidas necessárias
para promover o regular provimento de profissionais dessas equipes pelo Poder Público;
CONSIDERANDO que a Equipe de Saúde da Família (ESF) é composta no mínimo
por médico, preferencialmente da especialidade medicina de família e comunidade, enfermeiro,
preferencialmente especialista em saúde da família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente
comunitário de saúde (ACS) e que podem fazer parte da equipe o agente de combate às endemias
(ACE) e os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente especialista em saúde
da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal;
CONSIDERANDO que de acordo com os dados do Ministério da Saúde
(http://sisaps.saude.gov.br/notatecnica/frmListaMunic.php), o município de
________________ apresenta __% de cobertura para a Atenção Básica e de apenas ____% de
cobertura para a Estratégia Saúde da Família;
CONSIDERANDO que foi realizada no dia ___ de ______ de 2021 Audiência
Pública no município, com a presença das autoridades locais, gestores do SUS, Ministério Público
do Estado de Minas Gerais, assim como usuários do SUS e que, na oitiva, foram levantados
diversos problemas e apontadas diversas irregularidades relacionadas aos serviços da atenção básica
municipal;
CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático
e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição
da República;
CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério Público zelar pelo
efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados
na Constituição, promovendo as medidas necessárias à sua garantia, consoante dispõe o art. 129,
II da Constituição da República;
CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão
pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV da Lei Complementar federal nº 141, de
13 de janeiro de 2012;

40
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

CONSIDERANDO que o artigo 27, parágrafo único, inciso IV, da Lei n° 8.625/1993
(Lei Orgânica Nacional do MP) faculta ao Ministério Público expedir recomendação administrativa
aos órgãos da administração pública estadual e municipal;
CONSIDERANDO que o artigo 6º inciso XX da Lei Complementar 75/1993,
aplicável por força do previsto no artigo 80 da Lei 8.625/1993, dispõe que compete ao Ministério
Público expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública,
bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo
razoável para a adoção das providências cabíveis;
CONSIDERANDO que incumbe ao Ministério Público zelar pelo efetivo respeito
dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na Carta Magna,
promovendo as medidas necessárias a sua garantia e efetivação:

RESOLVE expedir a presente RECOMENDAÇÃO, para que o Chefe do Poder


Executivo e o Secretário de Saúde do Município de _______________ adotem todas as medidas
de gestão necessárias para a integral observância da presente Recomendação, a qual busca efetivar
estratégias para melhoria da Atenção Primária à Saúde, determinando:
a) a adoção de medidas necessárias para organizar e manter as atuais equipes de
Estratégia de Saúde de Família (ESF) nos parâmetros trazidos pela Portaria GM/MS n.°
2.436/2017;
b) a adoção de medidas necessárias para implementar e fazer funcionar as (número)
equipes completas de Estratégia Saúde de Família (ESF) que já se encontram credenciadas perante
o Ministério da Saúde para atuação junto ao território do município;
c) a adoção de medidas necessárias para o regular provimento de profissionais pelas
Esquipes de Saúde da Família;
d) a adoção de medidas concretas para monitorar o cumprimento da carga horária
integral pelos profissionais das Equipes de Saúde de Família de seu município, como folha de
ponto, relógio de ponto, monitoramento diário da Secretaria Municipal da Saúde, dentre outras,
bem como adotando as medidas sancionatórias e disciplinares sempre que ocorrer o seu
descumprimento injustificado;
e) A afixação do quadro de horários dos funcionários e profissionais de saúde na sala
de espera de cada uma das Unidades Básicas de Saúde do município, mantendo-as atualizadas e em

41
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

local de fácil visualização, inclusive constando um número de telefone para reclamações e


denúncias pela população em caso de descumprimento;
f) realização de processo seletivo, concurso ou outro meio idôneo para a regularização
do déficit de profissionais das Equipes de Estratégia de Saúde de Família hoje em funcionamento.

Fixa-se o prazo de até ____ (______) dias, a contar do recebimento, para resposta
instruída de documentos quanto ao acatamento da presente Recomendação.

Envie-se cópia da presente ao Conselho Municipal de Saúde e ao Presidente do Poder


Legislativo do município para repasse aos demais Vereadores para conhecimento e fiscalização.

____________, ___ de ___________ de 2021.

Promotor(a) de Justiça

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

MINUTA DE TAC: REGULARIZAÇÃO DAS


EQUIPES DE ESF

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

INQUÉRITO CIVIL N° ___________

TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, por meio de


seu Órgão de Execução atuante perante a Promotoria de Justiça da Comarca de
______________________/MG, Dr.(a) ___________________________, com atribuições
junto à Curadoria de Defesa da Saúde, doravante denominado “COMPROMITENTE”, de um
lado, e, de outro, o MUNICÍPIO DE _________________, pessoa jurídica de direito público
interno, com sede na Rua _____________, nº _____, _____________/MG, CEP: ___________,
doravante denominado “COMPROMISSÁRIO”, representado pelo Prefeito(a) Municipal, Sr(a).
_____________________, CPF: ___________, e pelo(a) Gestor Municipal de Saúde, Sr(a).
_______________________, CPF:_______, acompanhados do(a) Advogado(a) do Município,
Dr.(a) ______________________, OAB/MG nº ________ , resolvem, nos termos do art. 5°, §
6º, da Lei n.º 7.347/85 (Lei de Ação Civil Pública), firmar o seguinte Termo de Ajustamento de
Conduta:

CONSIDERANDO que ao Ministério Público compete a defesa da ordem jurídica,


do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127 da Constituição
da República e art. 119 da Constituição do Estado de Minas Gerais);
CONSIDERANDO ser função institucional do Ministério Público a promoção de
Inquéritos Civis e Ações Civis Públicas para proteção dos interesses difusos e coletivos (art. 129,
III, da Constituição da República);
CONSIDERANDO que desde o preâmbulo da Constituição da República
encontra-se estabelecida a necessidade de o Estado Democrático assegurar à sociedade o seu
bem-estar, culminando, assim, com o indispensável respeito a um dos direitos sociais básicos,
qual seja, o direito à SAÚDE;
CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação,
nos termos do art. 196 da Constituição da República;

44
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

CONSIDERANDO que as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede


regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, que apresenta como uma das suas
diretrizes organizacionais o atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais, conforme prescreve o art. 198, inciso II da
Constituição da República;
CONSIDERANDO que o artigo 7º, inciso IX, alínea “a” da Lei federal nº 8.080/90
estabelece a descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo
e ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
CONSIDERANDO que a direção SUS é exercida, no município, pela Secretaria
Municipal de Saúde, nos termos do art. 9º, III da Lei 8.080/09;
CONSIDERANDO que à direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete
planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços
públicos de saúde, como dispõe o art. 18, I da Lei 8.080/90;
CONSIDERANDO que o art. 8º do Decreto nº 7.508/2011 (regulamento da Lei
federal nº 8.080/90) estabelece que o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços
de saúde das Redes de Atenção à Saúde, inicia-se pelas Portas de Entrada do SUS, dentre elas
compreendendo a Atenção Primária, e se completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo
com a complexidade do serviço;
CONSIDERANDO que a Atenção Básica é porta de entrada preferencial para os
usuários do SUS conforme cita a Portaria GM/MS nº 2.436/GM/MS, de 21 de setembro de 2017,
que estabelece a revisão das diretrizes para a organização da Atenção Básica no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS);
CONSIDERANDO que a Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde
individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico,
tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida
por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe
multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem
responsabilidade sanitária (art. 2º, da Portaria GM/MS nº 2.436/2017).
CONSIDERANDO que a Saúde da Família é estratégia prioritária para expansão e
consolidação desse nível de atenção no SUS (art. 4º, caput, da Portaria GM/MS nº 2.436/2017).

45
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

CONSIDERANDO que a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) estabelece,


dentre as competências das Secretarias Municipais de Saúde, a coordenação do componente
municipal da Atenção Básica, no âmbito de seus limites territoriais, de acordo com a política,
diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo responsabilidades dos Municípios e do Distrito Federal
(...) “organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Básica, de forma universal,
dentro do seu território, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo estado e pela União”,
“organizar os serviços para permitir que a Atenção Básica atue como a porta de entrada preferencial
e ordenadora da RAS”, “inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua rede de serviços
como a estratégia prioritária de organização da Atenção Básica”, “selecionar, contratar e
remunerar os profissionais que compõem as equipes multiprofissionais de Atenção Básica,
em conformidade com a legislação vigente” e “assegurar o cumprimento da carga horária
integral de todos os profissionais que compõem as equipes que atuam na Atenção Básica,
de acordo com as jornadas de trabalho especificadas no Sistema de Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde vigente e a modalidade de atenção” (art. 10, I, VI, X, XIV e
XIX);
CONSIDERANDO que a Equipe de Saúde da Família (eSF) é considerada como
estratégia de expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica, por favorecer uma
reorientação do processo de trabalho com maior potencial de ampliar a resolutividade e impactar
na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-
efetividade;
CONSIDERANDO que no município de ________________ existem Equipes de
Saúde da Família desprovidas de profissionais e que (não) houve a indicação de medidas necessárias
e suficientes para promover o regular provimento de profissionais dessas equipes pelo Poder
Público;
CONSIDERANDO que de acordo com os dados do Ministério da Saúde
(http://sisaps.saude.gov.br/notatecnica/frmListaMunic.php), o município de
________________ apresenta __% de cobertura para a Atenção Básica e de apenas ____% de
cobertura para a Estratégia Saúde da Família;
CONSIDERANDO que, de acordo com os dados disponibilizados pelo
Departamento de Saúde da Família, do Ministério da Saúde
(http://sisaps.saude.gov.br/notatecnica/frmListaMunic.php), o Município de _____________

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

possui credenciadas __ (______) equipes de Saúde de Família junto ao Ministério da Saúde, mas
contaria hoje com apenas __ (_______) equipes de fato implementadas (dados atualizados até o
mês de ____ de 2021)
CONSIDERANDO que foi realizada no dia ___ de ______ de 2021 Audiência
Pública no município, com a presença das autoridades locais, gestores do SUS, Ministério Público
do Estado de Minas Gerais, assim como usuários do SUS e que na oitiva foram levantados diversos
problemas e apontadas diversas irregularidades relacionadas aos serviços da atenção básica
municipal;
CONSIDERANDO que no Inquérito Civil n° __________________, apurou-se a
ocorrência de irregularidades nas equipes de Estratégia de Saúde de Família (ESF), por estrarem
desacordo com nos parâmetros trazidos pela Portaria GM/MS n.° 2.436/2017, especificamente
no que pertine ao irregular provimento de profissionais por estas equipes e o descumprimento da
carga horária de trabalho estabelecida;
Resolvem CELEBRAR, nos termos do artigo 5º, § 6º, da Lei n.º 7.347/85, o presente
COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA, conforme cláusulas a seguir
expostas:

CLÁUSULA PRIMEIRA. O compromissário assume a obrigação de regularizar e


atualizar, no prazo de até __ (_______) dias, os dados e informações da rede pública municipal de
saúde que são disponibilizadas em sistemas eletrônicos do Sistema Único de Saúde (SUS), de modo
a sanar não só aquelas que estão deficitárias perante o Departamento da Atenção Básica (DAB),
do Ministério da Saúde, mas também as constantes do DATASUS, incluindo o Cadastro Nacional
de Estabelecimentos de Saúde (CNES), dentre outros mais (citar), sendo que tais dados e
informações deverão espelhar a realidade da estrutura municipal de saúde.
CLÁUSULA SEGUNDA. O compromissário, no prazo de até ___ (________) dias,
assume a obrigação de disponibilizar e publicizar em cada uma de suas Unidades Básicas de Saúde,
em mural visível aos usuários, o nome dos profissionais que atuam naquele local, sua função, carga
horária semanal e horário de cumprimento de sua jornada de trabalho, dando assim efetividade ao
disposto no artigo 7°, inciso VI, da Lei n° 8.080/90, inclusive constando um número de telefone
para reclamações e denúncias pela população em caso de descumprimento.

47
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

CLÁUSULA TERCEIRA. O compromissário, a partir da presente data, assume a


obrigação de envidar esforços no sentido de organizar e manter as atuais equipes de Estratégia de
Saúde de Família (ESF) nos parâmetros trazidos pela Portaria GM/MS n° 2.436/2017.
CLÁUSULA QUARTA. O compromissário se obriga a, no prazo de ____ (______)
dias, implementar e fazer funcionar as (número) equipes completas de Estratégia Saúde de Família
(ESF) que já se encontram credenciadas perante o Ministério da Saúde para atuação junto ao
território do município.
CLÁUSULA QUINTA. O compromissário assume a obrigação de, no prazo de ___
(______) dias, regularizar o provimento de profissionais pelas Equipes de Saúde da Família.
CLÁUSULA SEXTA. O compromissário assume a obrigação de, no prazo de ____
(_______) dias, adotar medidas concretas para monitorar o cumprimento da carga horária integral
pelos profissionais das Equipes de Saúde de Família de seu município como folha de ponto, relógio
de ponto, monitoramento diário da Secretaria Municipal da Saúde, dentre outras, bem como
adotando as medidas sancionatórias e disciplinares sempre que ocorrer o seu descumprimento
injustificado.
CLÁUSULA SÉTIMA. O compromissário assume a obrigação de, no prazo de ____
(_______) dias, realizar o necessário processo seletivo, concurso público ou outro meio idôneo
para regularização do déficit de profissionais das Equipes de Estratégia de Saúde de Família hoje
em funcionamento.
CLÁUSULA OITAVA. O COMPROMISSÁRIO, no prazo de 48 horas após o
vencimento do prazo, encaminhará ao MINISTÉRIO PÚBLICO informações e documentos
comprobatórios do cumprimento de cada uma das obrigações assumidas, sob pena de serem
consideradas formalmente inadimplidas.
CLÁUSULA NONA. O COMPROMISSÁRIO e seus representantes legais, pessoal
e solidariamente, arcarão com a multa diária de R$ ______ (_______________), monetariamente
atualizada pelos índices da Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais, pelo descumprimento
de cada uma das obrigações assumidas nas cláusulas acima.
CLÁUSULA DÉCIMA. A multa prevista no caput desta cláusula incidirá em caso de
total ou parcial inadimplência de qualquer das cláusulas fixadas, independentemente de prévia
interpelação judicial ou extrajudicial, estando o COMPROMISSÁRIO constituído em mora com

48
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

o simples vencimento dos prazos fixados, ressalvados eventuais atrasos ou causas de


descumprimento imputáveis a terceiros.
§ 1º - A multa cessará apenas quando o COMPROMISSÁRIO comprovar, por escrito,
que a implementou.
§ 2º - A multa prevista na presente cláusula será destinada ao FUNDO ESPECIAL
DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MG – FUNEMP/PGJ, Banco do Brasil S/A – 001, Agência 1615-
2, Conta Corrente nº 6167-0.
§ 3º - Além da fluência da multa, o descumprimento deste Termo de Compromisso de
Ajustamento de Conduta poderá dar ensejo à adoção das medidas judiciais cabíveis, inclusive as
tendentes a obter o cumprimento da obrigação, não servindo, em hipótese alguma, como fator
impeditivo ou prejudicial ao interesse de agir em juízo o Ministério Público na defesa dos interesses
coletivos lato sensu transbordantes do incluso inquérito civil.
CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA. Os signatários reservam-se o direito de revisão
consensual das cláusulas constantes do presente termo, desde que haja justo motivo.
CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA. Este compromisso produzirá efeitos legais a
partir de sua celebração e terá eficácia de título executivo extrajudicial, na forma do art. 5°, § 6º, da
Lei n.º 7.347/85.
CLÁUSULA DÉCIMA TERCEIRA. As partes reconhecem a certeza e liquidez das
obrigações assumidas no presente Termo de Ajustamento de Conduta.
__________, __ de ______ de 2021.

COMPROMITENTE ______________________________________
COMPROMISSÁRIO/REP. LEGAL___________________________
SECRETÁRIO(A) DE SAÚDE__________________________________
ADVOGADO(A)___________________________________________
TESTEMUNHA:_________________________________________
Nome:
CPF:
TESTEMUNHA:_________________________________________
Nome:
CPF:

49
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

MINUTA DE ACP: REGULARIZAÇÃO DAS


EQUIPES DE ESF

50
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara da Comarca de _______/MG.

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, através do


Promotor(a) de Justiça da comarca de ________, com fundamento nos artigos 37 e 196, da
Constituição, c.c. a Lei 8.080/90, c.c. a Lei nº 7.347/85, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência propor a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICA em face do

MUNICÍPIO DE ___________, pessoa jurídica de direito público interno,


representado pelo(a) Prefeito(a) _________________, brasileiro(a), solteiro/casado, (profissão),
com domicílio na rua _____________nº ___, na cidade de _________/MG, pelas razões de fato e
de direito adiante articuladas.

1. DOS FATOS

Comprometido com a necessidade de contribuir para o fortalecimento e expansão da


rede de atenção básica em saúde, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais, conforme o
plano estratégico vigente para o período 2020-2029, no tema saúde, estabeleceu como um de seus
objetivos prioritários agir na “promoção de ações para o regular funcionamento dos equipamentos
de atenção básica de saúde” e realizar a “avaliação da composição das equipes de atenção básica de
saúde”.
Nesse contexto, o Ministério Público está fiscalizando as ações de atenção básica para
exigir o provimento adequado de profissionais de saúde para a Estratégia Saúde da Família e, dessa
forma, proporcionar condições para uma assistência à saúde eficiente e resolutiva na atenção
primária à saúde.
51
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Assim, foi instaurado o Inquérito Civil n° _______________, no qual foram


requisitadas informações para o município. As informações prestadas sobre o número de Equipes
de Saúde da Família, relação de profissionais que as compõem, natureza de seu vínculo laboral,
respectiva carga horária de trabalho, dias de comparecimento à unidade de saúde e existência de
Equipes de Saúde da Família incompletas foram confrontadas com os dados disponíveis em
sistemas de informações do Ministério da Saúde (CNES e Sistema de Notas Técnicas do
Departamento de Saúde da Família do Ministério da Saúde). Nesse primeiro momento, foram
verificadas as seguintes irregularidades:
(descrever irregularidades)
Em seguida, no curso da investigação, foram realizadas as seguintes diligências:
(descrever)
Após essas diligências, restou apurado que:
(descrever)
Em continuidade às investigações, diante da existência de equipes da Estratégia Saúde
da Família desprovidas de profissionais no município, da ausência de justificativas razoáveis e da
falta de providências concretas para a regularização do provimento desses profissionais, realizou-se
reunião com o gestor SUS local para discussão dos problemas e buscar a conciliação. Não se
logrando êxito, posteriormente, foi expedida recomendação para o Chefe do Poder Executivo e
para o Secretário de Saúde do Município.
Com o escopo de sanar as ilegalidades/irregularidades constatadas no âmbito
extrajudicial, foi proposta a celebração de Termo de Ajustamento de Conduta. Porém, o réu não
aceitou assumir as obrigações que lhe foram propostas.
Após esgotadas todas as medidas extrajudiciais para a solução dos problemas, não
houve outra alternativa a não ser recorrer à função jurisdicional do Estado para pleitear que sejam
sanadas as irregularidades remanescentes e que persistem até o presente:
(apontar novamente as irregularidades constatadas)
A manutenção do atual estado de coisas evidencia que o município não está cumprindo
com o dever de garantir à população o acesso a serviços de qualidade e resolutivos na atenção básica.
Com efeito, a falta de solução para os graves problemas constatados nas Equipes de Saúde da
Família do município constitui grave violação ao direito fundamental à saúde.
Constatou-se, de forma inequívoca, uma patente violação a normas constitucionais,

52
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

legais e infralegais, notadamente, uma oferta deficiente de serviços de saúde na Estratégia Saúde da
Família em razão da manutenção de equipes incompletas, ausência de cumprimento da carga horária
pelos profissionais de saúde (indicar outras inconformidades) com graves prejuízos a toda população
usuária dos serviços de saúde através do SUS no Município.

2. DO DIREITO
2.1 A SAÚDE E A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NA CONSTITUIÇÃO

A Constituição conferiu ampla proteção ao direito à saúde, tanto por normas expressas,
como por decorrência da proteção de outros valores, bens e direitos. Nessa linha, logo no artigo 1º,
o constituinte definiu como fundamento da República Federativa do Brasil a dignidade da pessoa
humana e, no artigo 3º, instituiu como objetivo do país a promoção do bem de todos.
O princípio da dignidade da pessoa humana implica o reconhecimento da:
(...) qualidade intrínseca e distintiva reconhecida em cada ser humano que
o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e
da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e
deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer
ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as
condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de
propiciar e promover sua participação ativa e co-responsável nos destinos
da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres
humanos, mediante o devido respeito aos demais seres que integram a rede
da vida.7 (grifou-se)

A dignidade revela-se, portanto, como uma qualidade intrínseca e inerente a toda


pessoa, reconhecida pela ordem jurídica. Trata-se de conceito amplo e multifacetado, que abrange
o respeito e a proteção da incolumidade física, emocional (psíquica), assim como a criação de
condições que permitam o desenvolvimento das potencialidades de cada indivíduo, ou seja, o pleno
exercício da autonomia.
Nessa linha, o direito à saúde tem estreita conexão com o princípio da dignidade da
pessoa humana e, na realidade, é uma das normas que o instrumentaliza, conferindo-lhe concretude.
Com isso, a proteção da saúde recebeu ampla fundamentação no texto constitucional, como se
percebe a partir da interpretação dos seguintes dispositivos:

7SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na Constituição Federal de 1988. 9ª Ed. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2012, p. 73
53
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Art. 1.° A República Federativa do Brasil (...) constitui-se em


Estado democrático de direito e tem como fundamentos:
(...)
II- a dignidade da pessoa humana;

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,


a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção
à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde,


cabendo ao poder público dispor, nos termos da lei, sobre sua
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita
diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica
de direito privado.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede


regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera do governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,
sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade”. (grifou-se)

Nesse sentido, a jurisprudência dos tribunais brasileiros é repleta de decisões que


reconhecem a fundamentalidade formal e material do direito à saúde, assim como sua estreita
conexão com o direito à vida e a proteção da dignidade humana. Nessa linha:
O direito à saúde é prerrogativa constitucional indisponível, garantido
mediante a implementação de políticas públicas, impondo ao Estado a
obrigação de criar condições objetivas que possibilitem o efetivo acesso a
tal serviço. [AI 734.487 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 3-8-2010, 2ª T, DJE
de 20-8-2010.]

54
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Consolidou-se a jurisprudência desta Corte no sentido de que, embora o


art. 196 da Constituição de 1988 traga norma de caráter programático, o
Município não pode furtar-se do dever de propiciar os meios necessários
ao gozo do direito à saúde por todos os cidadãos. Se uma pessoa necessita,
para garantir o seu direito à saúde, de tratamento médico adequado, é dever
solidário da União, do Estado e do Município providenciá-lo. (STF – AI
550.530 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 26-6-2012, 2ª T, DJE de 16-8-
2012.)
A Constituição da República garante o direito fundamental à saúde
e à vida, como decorrência do princípio da dignidade da pessoa
humana, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, sendo
dever do(s) ente(s) público(s), nas três esferas, assegurar o acesso aos
tratamentos e insumos que se fizerem necessários ao restabelecimento e
promoção dos referidos direitos. (TJ-MG- AC: 10071150001098001 MG,
Relator: Sandra Fonseca, Data de Julgamento: 20/11/2018, Data de
Publicação: 30/11/2018).

Diante disso, conclui-se que a deficiente prestação de serviços de saúde pelo


Município de _________ em razão da carência de profissionais para a composição de equipes
mínimas da Estratégia Saúde da Família e (... indicar outras irregularidade) constitui violação ao
direito à saúde e, ademais, ao princípio da dignidade da pessoa humana.

2.2 DO DIREITO À SAÚDE VIOLADO E DA RESPONSABILIDADE MUNICIPAL

A Constituição assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a


inviolabilidade dos direitos individuais à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
conforme o caput do art. 5º da Constituição Federal de 1988.
Por outro lado, são reconhecidos como direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção
à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, como preceitua o art. 6º da Constituição
de 1988.
Disciplinada a partir do art. 196, a saúde é definida como direito de todos e dever do
Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença
e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.

55
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as


condições indispensáveis ao seu pleno exercício, nos termos do estabelecido no art. 2º, caput, da Lei
Federal nº 8.080/90.
O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas
econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no
estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços
para a sua promoção, proteção e recuperação, de acordo com o art. 2º, § 1º da Lei Federal nº
8.080/90.
Nesse contexto, o art. 198 da Constituição estabelece que as ações e serviços públicos
de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,
organizado de acordo com as diretrizes da descentralização, com direção única em cada esfera de
governo; atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais; e participação da comunidade.
O SUS foi instituído pela Lei federal nº 8.080/90, que por sua vez foi regulamentada
pelo Decreto 7.508/2011. Este dispõe que o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e
serviços de saúde prestado por meio das redes de atenção à saúde, deve se iniciar pelas portas de
entrada do SUS, dentre as quais se encontra a Atenção Primária (arts. 8º e 9º).
O SUS obedece aos princípios da universalidade de acesso aos serviços de saúde em
todos os níveis de assistência, bem como da integralidade de assistência, entendida como
conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos,
exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema, nos termos do art. 7º,
incisos I e II da Lei Federal nº 8.080/90.
Nesse contexto, é essencial enfatizar que, para além de constituir um dos níveis de
atenção à saúde, a atenção primária – que tem a Estratégia Saúde da Família como preferencial –
deve cumprir o papel de coordenar a assistência à saúde e responder pela maior parte das
necessidades em saúde da população. Dessa forma, é imprescindível para a efetividade dos
princípios da integralidade e da universalidade. Também por tudo isso, seu funcionamento precário,
sem equipe mínima adequada, constitui uma grave violação ao direito à saúde.
Por outro lado, ainda que a responsabilidade pelo cuidado com a saúde da população
seja matéria de competência comum, o artigo 7º, inciso IX, alínea “a” da Lei federal nº 8.080/90
estabelece a descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo

56
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

e ênfase na descentralização dos serviços para os municípios. O art. 9º, III, da mesma lei,
estabelece que a direção SUS é exercida, no município, pela Secretaria Municipal de Saúde.
É atribuição da direção municipal do SUS “planejar, organizar, controlar e
avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde”,
como dispõe o art. 18, I da Lei 8.080/90.
Neste sentido os Tribunais Pátrios:

REMESSA NECESSÁRIA - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - UNIDADES


BÁSICAS DE SAÚDE - MUNICÍPIO DE LEOPOLDINA -
IRREGULARIDADES CONSTATADAS - INÉRCIA
ADMINISTRATIVA NA REGULARIZAÇÃO - SENTENÇA
CONFIRMADA.
- Dispõe a Constituição de 1988, em seu art. 196, que "a saúde é direito de
todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas
que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação".
- Para dar efetividade ao mandamento constitucional, o legislador estadual
promulgou a Lei n. 13.317/1999, que imputou aos municípios, em âmbito
local, a obrigação de promover o serviço de saúde.
- Cabalmente demonstradas as irregularidades da Unidade Básica de Saúde
(UBS) municipal, aliada à inércia administrativa em sanar os vícios, impõe-
se a confirmação da sentença que condenou a Municipalidade à
regularização da situação, sem que isso represente ingerência indevida do
Poder Judiciário na órbita executiva. (TJMG - Remessa Necessária-
Cv 1.0384.17.002203-0/001, Relator(a): Des.(a) Versiani Penna , 19ª
CÂMARA CÍVEL, julgamento em 12/12/2019, publicação da súmula em
19/12/2019)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MUNICÍPIO


DE SERTÃO SANTANA. IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICA PÚBL
ICA. ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA. DIREITO
CONSTITUCIONAL À SAÚDE. ARTS. 6º E 196 DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. - A jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal consolidou-se no sentido de que a independência
existente entre os poderes da República não impede a intervenção do
Judiciário diante da omissão da Administração Pública, quando injustificada,
em concretizar políticas públicas atinentes à área da saúde, sob pena de a
inércia governamental acarretar grave violação de direito fundamental que,
cuidando-se de tutela à saúde, possui aplicabilidade imediata (arts. 6º e 196
da Constituição Federal). - Omissão do poder público municipal à adoção
de políticas públicas visando à implantação da Estratégia de Saúde da Família
- ESF, inclusive com a disponibilização de estrutura e contratação de
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

profissionais para compor a Equipe de Saúde da Família, com vistas ao


atendimento da população. - De acordo com o art. 18, incisos I, II, X e
XI da Lei nº. 8.080/90, resta explícito que não cabe mais aos entes
municipais se manterem impassíveis ante a obrigação de
implantarem a Atenção Básica à população, pois ali se encontra
positivada sua competência para organizar o sistema de saúde
municipal. Regramento que dá cumprimento a direitos fundamentais e
sociais do cidadão, tais como direito à vida (art. 5º da CF), à saúde (art. 6º
da CF) e à dignidade humana (art. 1º, III, da CF). - Portaria nº 2488, de 21
de outubro de 2011, do Ministério da Saúde, que ampliou os limites da
Portaria nº. 648, de 28/03/2006, a qual prevê, como de obrigação do
Município, várias medidas de atendimento à saúde, inclusive
de implementação da Atenção Básica e da estratégia Saúde da
Família. - Questão orçamentária que restou prevista, devendo os
Municípios destinar parcela de suas verbas à implementação da Atenção
Básica, como, também, para tanto, recebem recursos da União Federal,
com previsão de verba tripartite, conforme também expressamente
referido na Portaria nº 2488/11 do Ministério da Saúde. Responsabilidades
bem explicitadas. DERAM PROVIMENTO À APELAÇÃO.(Apelação
Cível, Nº 70055791495, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Matilde Chabar Maia, Julgado em: 29-01-2015, Data da Publicação:
23-03-2015). (grifou-se)

O município, como gestor do sistema local de saúde, é o responsável pelo cumprimento


dos princípios da Atenção Básica, pela organização e execução das ações a ela correspondentes em
seu território. Dessa forma, compete ao Município de ____________________, por intermédio de
sua Secretaria Municipal de Saúde, implementar e fazer funcionar as equipes completas de
Estratégia Saúde de Família (ESF) que já se encontram credenciadas perante o Ministério da Saúde
para atuação no território do município. Como se demonstrou, esse dever não vem sendo cumprido,
pois há equipes incompletas e não se assegura a efetiva disponibilidade dos profissionais de saúde
para atendimento à população.
Ademais, insta frisar que, ao implementar as Equipes de Saúde da Família, implantadas
em conformidade com os critérios estabelecidos pela Política Nacional de Atenção Básica, o
município passa a receber incentivo financeiro para custeio dessas equipes, conforme determina o
art. 13 da Portaria de Consolidação nº 06/2017 – MS/GM. Isso, somado ao fato de que se trata de
serviço essencial, afasta o cabimento do argumento da ausência de meios e da reserva do possível
para implementar a política pública em apreço.

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2.3 ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)

De forma sucinta, destaca-se que a atenção básica ou atenção primária à saúde é


conhecida como a “porta de entrada” preferencial dos usuários nos sistemas de saúde. Neste nível
de atenção deve ocorrer o acolhimento do usuário pelo sistema de saúde para as ações de promoção
à saúde, prevenção e tratamento de doenças, com resolutividade para a maioria das necessidades.
A atenção primária à saúde caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito
individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o
diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo
de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e
nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades.
O nível de atenção primária (básica) é considerado o mais estratégico por seu impacto
nos indicadores de saúde, seu potencial de organização dos cuidados e racionalização dos
investimentos e uso de tecnologias. Uma atenção primária à saúde bem estruturada, por dispensar
cuidados continuados ao longo da vida da pessoa, independentemente da presença de doença e
exercer a função de “filtro” para os demais níveis de atenção, contribui para a redução de filas nos
prontos-socorros e hospitais, assim como para evitar o consumo abusivo de medicamentos e o gasto
indiscriminado com equipamentos de alta tecnologia.
A Política Nacional de Atenção Primária vigente foi redefinida pela Portaria MS/GM
nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, consolidada na Portaria de Consolidação n° 02, de 28 de
setembro de 2017. Assim como a Portaria MS/GM nº 2.488/2011, a norma manteve a competência
das Secretarias Municipais de Saúde para a inserção da Estratégia Saúde da Família em sua rede
de serviços como estratégia prioritária de organização da atenção básica, cujo incentivo é
responsabilidade comum de todas as esferas de governo.
O Programa Saúde da Família (PSF), atualmente denominado Estratégia da Saúde da
Família (ESF), é considerado uma ação de saúde prioritária, preconizada pelo Ministério da Saúde,
de organização da atenção básica dos sistemas municipais de saúde, através do trabalho de equipes
multiprofissionais.
No âmbito do estado de Minas Gerais, a Secretaria Estadual de Saúde (SES/MG)
ressalta a necessidade de se desenvolver um trabalho coordenado entre a instância estadual e

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municipal de saúde para fins de incentivo para a criação e manutenção das equipes da ESF,
conforme a realidade estrutural do município.
Há que se ressaltar que essa estratégia é fundamental para a operacionalização da
atenção primária em um grau adequado de atendimento de qualidade, preventivo e resolutivo, com
reflexos nos demais níveis de atenção no âmbito do SUS. Uma das principais características das
ações das Equipes da ESF é o vínculo estabelecido entre elas e a comunidade atendida.
Ao tratar das responsabilidades atinentes à Atenção Básica, a Portaria MS/GM nº 2.436,
de 21 de setembro de 2017, estabelece que:
Art. 7º. São responsabilidades comuns a todas as esferas de governo:
(...)
II - apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da Família - ESF como
estratégia prioritária de expansão, consolidação e qualificação da Atenção
Básica.
Art. 10. Compete às Secretarias Municipais de Saúde a coordenação
do componente municipal da Atenção Básica, no âmbito de seus
limites territoriais, de acordo com a política, diretrizes e prioridades
estabelecidas, sendo responsabilidades dos Municípios e do Distrito
Federal:
I - organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção
Básica, de forma universal, dentro do seu território, incluindo as
unidades próprias e as cedidas pelo estado e pela União;
(...)
VI - organizar os serviços para permitir que a Atenção Básica atue como a
porta de entrada preferencial e ordenadora da RAS;
(...)
X - inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua rede de serviços como
a estratégia prioritária de organização da Atenção Básica;
XI - prestar apoio institucional às equipes e serviços no processo de
implantação, acompanhamento, e qualificação da Atenção Básica e de
ampliação e consolidação da Estratégia Saúde da Família;
(...)
XIV - selecionar, contratar e remunerar os profissionais que
compõem as equipes multiprofissionais de Atenção Básica, em
conformidade com a legislação vigente;
(...)
IX - assegurar o cumprimento da carga horária integral de todos os
profissionais que compõem as equipes que atuam na Atenção
Básica, de acordo com as jornadas de trabalho especificadas no
Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente
e a modalidade de atenção. (grifou-se)

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

A par da importância e da relevância da atenção primária à saúde e da ESF, em especial,


constata-se a responsabilidade municipal pela gestão desses serviços, que são essenciais para a
população, assim como seu dever de prover os profissionais para a composição das equipes e de
assegurar a efetiva disponibilidade dos profissionais por meio do cumprimento de sua carga horária.
Conquanto todos os níveis de atenção sejam relevantes, a atenção básica acaba
assumindo caráter preponderante, pois é capaz de garantir, sem sombra de dúvidas, a melhor
organização e o ideal funcionamento dos serviços de saúde do SUS, sobretudo porque é capaz de
priorizar as ações de prevenção a doenças e a promoção da saúde junto à comunidade, através de
relação eficaz entre os profissionais da saúde e a população assistida, mediante tratamento
humanizado e resolutivo aos problemas mais ocorrentes.
No caso concreto, consoante apurado através das investigações realizadas, foram
verificadas as seguintes irregularidades:
(descrever)
É necessário que sejam tomadas providências com o intuito de sanar esses vícios e
prover serviços de saúde eficientes, eficazes e resolutivos para a população local.
Como exposto, restou comprovada a precariedade na prestação dos serviços das
Equipes de Saúde da Família no Município de _____________, o que implica uma deficiente
atenção à saúde. A par de uma patente violação ao direito fundamental previsto no art. 6° da
Constituição, o município também promove uma gestão ineficiente dos seus recursos na medida
em que as demandas não atendidas pela atenção primária serão recebidas pelos demais serviços, que
possuem custo mais elevado.

61
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

3. DA TUTELA DE URGÊNCIA

Dispõe o art. 300 do CPC/2015 que “a tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo”.
No caso em exame, os fatos estão comprovados pelos documentos juntados aos autos
e que compõem o Inquérito Civil nº ______________. Nessa linha, as informações prestadas pelo
município, os relatórios colhidos junto aos sistemas de informações do Ministério da Saúde, os
relatórios elaborados pela(a) servidor(a) do Ministério Público e as atas de reunião evidenciam que
a(s) equipe(s) da Estratégia Saúde da Família não contam com os profissionais de saúde mínimos
necessários ao seu funcionamento, como estabelecem as normas vigentes. Ademais, os profissionais
não estão efetivamente disponíveis para atendimento conforme a carga horária legal e contratada.
Como já exposto, a Lei Federal n. 8080/90, em seu art. 18, inciso I, estabelece ser de
atribuição da direção municipal do SUS “planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços
de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde”. Por sua vez, a Política Nacional de
Atenção Básica estabelece, dentre as competências das Secretarias Municipais de Saúde, a
coordenação do componente municipal da Atenção Básica, no âmbito de seus limites territoriais, de
acordo com a política, diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo responsabilidades dos Municípios
e do Distrito Federal (...) “organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Básica, de
forma universal, dentro do seu território, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo estado e
pela União”, “organizar os serviços para permitir que a Atenção Básica atue como a porta de entrada
preferencial e ordenadora da RAS”, “inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua rede de
serviços como a estratégia prioritária de organização da Atenção Básica”, “selecionar,
contratar e remunerar os profissionais que compõem as equipes multiprofissionais de
Atenção Básica, em conformidade com a legislação vigente” e “assegurar o cumprimento
da carga horária integral de todos os profissionais que compõem as equipes que atuam na
Atenção Básica, de acordo com as jornadas de trabalho especificadas no Sistema de
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente e a modalidade de atenção” (art.
10, I, VI, X, XIV e XIX).
Presente está, assim, o fumus boni juris.
O periculum in mora está presente no caso em comento, na medida em que a demora no
julgamento do mérito permitirá a manutenção do atual estado de coisas, qual seja, o funcionamento
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

precário e deficiente da atenção primária em razão da manutenção de equipes incompletas da


Estratégia Saúde da Família (ESF). Inequívoco, assim, o prejuízo para a população local e o dano
concreto e diário ao direito fundamental à saúde com a frustração ao acesso a um serviço de saúde
essencial e de fundamental importância.
Assim, a espera prolongada, além de perpetuar o descumprimento da legislação pátria,
constitui grave violação dos direitos que assistem aos usuários do sistema SUS, que se veem diante
de uma atenção básica precária e de baixa resolutividade, em razão da ausência/insuficiência de
atendimento pelas Equipes de Saúde da Família.
Hely Lopes Meirelles destaca que:

Se é certo que a liminar não deve ser prodigalizada pelo Judiciário, para não
entravar a atividade normal da Administração, também não deve ser negada
quando se verifiquem seus pressupostos legais, para não se tornar inútil o
pronunciamento final a favor do impetrante. Casos há – e são freqüentes –
em que o tardio reconhecimento do direito do postulante enseja seu total
aniquilamento. Em tais hipóteses, a medida liminar impõe-se como
providência de política judiciária, deixada à prudente discrição do juiz.”8

Na área da saúde, a falta de resolução dos problemas, em hipótese nenhuma pode


ser admitida como realidade imutável e despida de qualquer consequência. A má prestação de
serviços, no setor saúde, ao revés, traz prejuízos, algumas vezes, irreparáveis.

O direito à assistência à saúde e seu efetivo atendimento são impostergáveis,


inderrogáveis, irrenunciáveis, indisponíveis e urgentes, porque deles dependem a própria existência
humana com dignidade.
Assim sendo, na forma do art. 300, §2º do CPC, estando demonstrada a probabilidade
do direito (fumus boni iuris) e o perigo de dano (periculum in mora), requer o Ministério Público a
concessão de TUTELA DE URGÊNCIA, liminarmente, para impor a obrigação de fazer ao réu
consistente em organizar e manter completas as equipes da Estratégia de Saúde de Família (ESF)
existentes no município e credenciadas junto ao Ministério da Saúde, conforme os parâmetros
trazidos pela Portaria GM/MS n.° 2.436/2017 (Portaria de Consolidação nº. 02/2017), assim como
assegurar a efetiva disponibilidade de profissionais de saúde contratados, por meio do controle de
sua carga horária (é possível incluir outras obrigações que sejam necessárias em concreto), sob pena

8
MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de segurança. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2003. p. 79.
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de multa diária de R$ _________,00 ao Fundo Estadual de Reparação de Interesses Difusos


Lesados previsto no art. 13, da Lei 7.347/85, sem prejuízo de eventual apuração de responsabilidade.

4. DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, ao final, o Ministério Público requer:


1. O deferimento da tutela de urgência, na forma acima aludida;
2. A citação do MUNICÍPIO DE ___________, na pessoa de seu representante
legal, para, querendo, apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias;
3. a realização dos atos processuais, nos termos do art. 212 e §2º do CPC.
4. A procedência do pedido para o fim de impor a obrigação de fazer consistente em
organizar e manter completas as equipes da Estratégia de Saúde de Família (ESF) existentes no
município e credenciadas junto ao Ministério da Saúde, conforme os parâmetros trazidos pela
Portaria GM/MS n.° 2.436/2017 (Portaria de Consolidação nº. 02/2017), assim como assim como
assegurar a efetiva disponibilidade de profissionais de saúde contratados, por meio do controle de
sua carga horária (incluir outros pedidos que sejam necessários em concreto), sob pena de multa
diária de R$ _________,00 ao Fundo Estadual de Reparação de Interesses Difusos Lesados
previsto no art. 13, da Lei 7.347/85, sem prejuízo de eventual apuração de responsabilidade
O Ministério Público requer seja designada por esse juízo a audiência conciliatória
prevista no art. 334, do Novo Código de Processo Civil – NCPC.
O Ministério Público requer, por fim, a produção de todos os meios de prova em
direito admitidos, notadamente provas documentais, periciais e testemunhais, mormente os
documentos encartados no Inquérito Civil nº ________________________.
Dá-se a causa, para fins fiscais, o valor de R$ __________,00.
____________, ___ de _________de 2021.

Promotor(a) de Justiça

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